A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 12 de julho de 2013

OS IANQUES VEM VINDO

Andretti e o PARNELLI VPJ4B em Long Beach, 1976. Fim da linha.

Durante a década de setenta, algumas das principais equipes norte-americanas interessaram-se vivamente pela Fórmula 1 e atravessaram o oceano para vencer também no automobilismo europeu. Nos anos 50, Harry Schell e Masten Gregory, o Flash de Kansas City, haviam sido participativos representantes do Tio Sam nas pistas do mundo e Lance Reventlow logo projetaria o primeiro F1 americano, o Scarab. A estes sucederam grandes pilotos como Phil Hill, primeiro norte-americano campeão de F1 (1961); Dan Gurney e Richie Ginther. Em 1973, Don Nichols apresentou a nova equipe Shadow à Fórmula 1 e seu time conquistou resultados que pareceram animar outros chefes de equipe a tentar o mesmo. No ano seguinte, dois novos times chegam à categoria: a Penske Racing de Roger S. e a VEL`S PARNELLI JONES RACING, de Rufus Parnell Jones e Velco Miletich. Casualmente, ambas estrearam no GP do Canadá em Mosport Park. A equipe de Parnelli tinha um pacote interessante: o projetista Maurice Philippe, ex-Lotus e o veloz e versátil Mario Andretti como piloto. A estréia do modelo VPJ4 foi promissora. Andretti levou o carro ao sétimo lugar na sua primeira corrida e na seguinte, Watkins Glen, foi o terceiro no grid. Coisa fácil para Mario, que seis anos antes, fora o pole position em Glen, pilotando uma Lotus 49B em seu primeiro GP. Para a temporada seguinte, os planos de Parnelli e Andretti se sustentavam em sua parceria com a Firestone. Foi um erro. 

 Andretti e o Parnelli  na  Argentina, 1975. Baseado no Lotus 72.
Andretti na Alemanha 75. Projeto revisado e apoio da GOODYEAR
Andretti e Parnelli em Kyalami, 1976. Pintura comemorativa

O fabricante há muito não fornecia pneus para as principais equipes da categoria e o time viu-se forçado a passar para os Goodyear e promover alterações em seu projeto. Mario porém, levava o carro pelo cabresto, como em Montjuich Park, onde ocupou a liderança até apresentar problemas de suspensão. Consegue um quarto lugar em Anderstorp e um quinto em Paul Ricard. Uma décima colocação em Nurburgring é sua última atuação de destaque. Para 1976, Parnelli Jones e Miletich pareciam estar fazendo contas e pensando que aquela brincadeira estavacustando muito caro: eles não havia arranjado ainda um patrocinador e a crise energética assustava a todos do esporte motor. De forma sintomática, liberaram Mario Andretti para correr o GP do Brasil pela Lotus. Mas levaram a equipe para o GP da África do Sul em Kyalami, com o Parnelli VPJ4B apresentando uma pintura comemorativa do bicentenário da independência norte-americana e que trouxe sorte, pois Mario foi o sexto. Nos treinos para a etapa seguinte, em Long Beach, quem sabe o resultado não seria melhor se o piloto não tivesse descoberto através de um repórter que a equipe de Parnelli estava fazendo sua última apresentação na F1. “Pode ser a última deles, mas não será a minha”, rosnou Andretti. Estava certo. Ele logo reativou a parceria com Colin Chapman e dois anos depois sagrava-se campeão do mundo ao volante do fabuloso Lotus 79. Mas as equipes norte-americanas foram aos poucos retornando aos seus “quintais”. Curiosamente, quanto mais Ecclestone fazia força para atrair os ianques, fazendo corridas até em estacionamentos, mais os rednecks se afastavam dele. Uma pena. Quem sabe aonde Shadow, Penske e Parnelli poderiam ter chegado.

CARANGUEJO


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Raul Boesel

Hoje à 21 h o programa Sob Nova Direção entrevista o piloto campeão do mundo em Esporte Protótipos no ano de 1987.










 1987 Jaguar da equipe Tom Walkinshaw 
O troféu da FIA




link

assista aos vídeos do programa


Agradeço as fotos do Jaguar e troféu ao meu amigo Joel Marcos Cesetti

link


Mestres arteiros...

...ops!!! Quiz dizer Mestres Artistas e me enganei!!!
Sério, hoje já estava com vontade de escrever sobre eles, depois vi uma obra do Mauricio e outra do Ararê, aí não teve jeito, tinha que mostrar e escrever.
Então sem muito blá blá blá quero apenas agradecer à eles todo carinho com que nos tratam e aos grandes nomes do automobilismo. A cada obra deles, e falo em nome da Alicatada reunida, que vemos nos emocionamos.
Obrigado Tito, Ararê, Mauricio e Fabio, sem consultar meus amigos mas com toda certeza em nome de todos! 

Com Jr Lara, Ricardo Mogames, Teleco e Guaraná
Luiz
 As maravilhas na pista
 Sueco e o Alicatão João Lindau...
 Ferraz
 Duran
Jr Lara Campos
Ricardo Bock 
 Eu
Chico
 Francis
 O carro que dividi com Fabio Levorin e Alexandre Benevides nas Mil Milhas de 1984
 Arturão Fernandes
 Jr
 José Antonio Bruno
 Clélio "Bé" Moacyr de Sousa
 Eu, Duran, Orlando e Ferraz
 Adolfo Cilento, amigo que faz falta!

 Dimas

       O carro que corri em Estreantes e Novatos 1971
  

quarta-feira, 10 de julho de 2013

ENCONTRO DE GIGANTES

É hoje que meu amigo Caranguejo fica mais velho!  Procurei seu primeiro post no Histórias mas lá se vão quatro anos, 102 posts assinados como Caranguejo e outros tantos como Carlos Henrique Mércio então resolvi mostrar novamente um dos tantos posts sobre Jimmy, uma grande admiração que dividimos. Além de Jimmy ele é fã de carteirinha de dois outros gigantes, Tazio e Fangio, sobre quem também escreveu uma série de posts.
Parabéns meu amigo, um forte abraço! 





Keith Duckworth, Chapman, Clark e Hill olham o Ford Cosworth DFV.

Zandvoort/67


Corrida divisor de águas, foi nela que o mundo das corridas viu estrear o mais vitorioso propulsor da Fórmula 1 de todos os tempos, o motor Ford Cosworth V8, que sob muitos aspectos, foi o componente que garantiu a sobrevivência da categoria e permitiu o surgimento de muitas novas equipes. Zandvoort era uma pista próxima do litoral holandês, com uma estranha característica: proporcionava um novo desafio aos pilotos devido a areia que invadia o asfalto, formando uma perigosa mistura com o óleo dos carros. Nunca se conseguia determinar a quantidade desse “produto” na pista, apenas seu perigo real. Teria sido o fator determinante no acidente fatal de Piers Courage em 1970. Na corrida de 1967 estrearam alguns carros novos como o Brabham BT 20, BRM P83 e Eagle-Weslake T1G, além do Lotus 49-Cosworth. Enquanto Hill já o conhecia e testara, Clark só viu o novo carro na pista holandesa.

Chapman e Clark

 Nos treinos, Graham foi o melhor na sexta-feira (1:25,6). Gurney, o segundo, apenas dois décimos atrás. E Clark, só problemas. G.Hill e “The Great Daniel” continuavam debatendo a pole e Dan, após estabelecer 1:25,1 parou achando que não seria alcançado. Hill continuou e em sua última tentativa marcou 1:25,0 (mas os cronômetros oficiais acusaram 1:24,6). Para Clark, só a terceira fila, ao lado de Hulme e Surtees. No dia do GP, já na largada, Jimmy ganhou duas posições, pois a direção de prova holandesa (sempre inepta) esqueceu que um dos fiscais ainda estava no meio do grid e largou assim mesmo. Hulme e Surtees tiveram que desviar do bandeirinha e perderam tempo.
As primeiras voltas foram num ritmo tranquilo e na volta 7, Gurney parou nos boxes . Ele voltaria só para abandonar na volta seguinte, com problemas na injeção de combustível. Uma volta depois, Hill abandonava na liderança: um dente de uma engrenagem de seu motor quebrou. A Brabham de Old Jack assumiu a ponta, mas após 15 voltas, Clark já estava pegando gosto pela nova barata. Ele havia ultrapassado Rindt e na volta seguinte deixa Black Jack para trás. Rodriguez quebra, Rindt e Stewart também.


Hulme é quem consegue sobreviver. Ele se impõe no terceiro lugar e resiste aos ataques de seu compatriota, Chris Amon. O “Rei do Azar” será o quarto colocado, à frente de Mike Parkes e Ludovico Scarfiotti, todos de Ferrari. Clark vence fácil, 23 segundos à frente de Brabham. Para Clark, Lotus e Cosworth era o começo de uma relação curta, porém marcante e vitoriosa. O grande campeão morreria numa prova de F2 na Alemanha em 68. Já o Cosworth só encerraria sua jornada em 1983.



C.Henrique Mércio


Clark já no grid.
Durante a corrida notem suas mãos a volante e a tocada suave.
Clark e a Lotus em Monaco.
Seu lugar de direito, o alto do podium.

Post de 20 de Abril de 2010