A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

domingo, 10 de março de 2013

Enquanto isso no Rio de Janeiro...

Muito bom o texto do Buriti em seu blog “SOS Autódromo do Rio de Janeiro”, mostra o descaso de nossas autoridades e dirigentes, o Rio ficou sem autódromo e duvido muito que voltará a ter um.

Rui Amaral Jr

Arturo Fernandes vencendo em Jacarepaguá, nunca mais veremos essas imagens, o autódromo sucumbiu ante a voracidade  e incompetência de nossos dirigentes. 


"Tarde demais...
É sábado a noite, chove a cântaros no Rio.

No aterro do Flamengo está sendo montada uma parafernália para uma "demonstração" da Ferrari F10 de Felipe Massa, com o próprio pilotando. Uma demonstração na verdade de como pode se transformar o patrimônio de uma cidade em um espaço fechado para um grande evento, que vem sendo planejado há pelo menos dez anos pelas mentes criminosas que governam a nossa cidade. Em 2006 chegaram a oferecer o mesmo espaço para uma prova de F-Renault, a CBA vetou, o presidente na época depois se afastou, e a regra que dizia que nenhuma cidade que possuísse traçado permanente poderia fazer uma pista de rua caiu também, vide São Paulo que possui Interlagos e agora uma excrescência chamada Circuito do Anhembi, na qual os carros da F-Indy passam a 300 quilômetros por hora por uma reta ondulada separados do trânsito urbano por um alambrado e um muro de concreto provisório.

Parece absurdo? Não, são apenas amostras do poder econômico que quando quer faz qualquer coisa se tornar realidade, para muitos empresários/promotores de evento, o Aterro é "desperdício" já que é público, toda aquela paisagem desperdiçada com pobres que não consomem nada de luxuoso nem de grife, um absurdo que está com os dias contados, pois no domingo dia 10 de março, oficialmente estará sendo inaugurado o "circuito da Cidade do Rio de Janeiro", nas alamedas do parque criado por Lotta Macedo Soares, ela mesma entusiasta do esporte a motor mas que criou o Parque para ser apreciado a baixas velocidades, fazendo as pistas abauladas e de raio longo, coisa que inviabiliza para corridas de automóvel.

O evento de domingo será a forma de provarem que um carro de F1 pode andar no Aterro, e quando a foto da Ferrari F-10 estiver estampada em todos os sites especializados de automobilismo do mundo, com a pedra do Pão de Açúcar ao fundo, a massa de água azul da baía de Guanabara sob um sol de eterno verão com o público servindo de moldura, todos urrarão por uma pista no Aterro, custe o que custar, principalmente os patrocinadores. Porque será a primeira vez que se terá algo realmente novo e vendável para o "negócio" F1, que há anos patina em eventos em países exóticos e caros.

Agora, em um momento que a popularidade do esporte a motor no país encontra-se em baixa, vem o Felipe Massa promover  um evento patrocinado por uma marca de energético, principal patrocinador da equipe, enfim, ele deu uma entrevista explosiva, mas inócua, criticou, lamentou, acusou medianamente, mas é tarde demais.

Durante anos procuramos pilotos brasileiros de ponta, inclusive o próprio Massa, que, blindado por sua assessoria de imprensa nunca divulgou uma única notinha sobre o assunto, e agora em que está prestes a afiançar um crime contra o patrimônio da cidade vem com essa baboseira de "sensibilizar os dirigentes", desculpe meu jovem, você teve sua chance, chegou a andar em Jacarepaguá na época da F-Chevrolet, lembra? Não faz muito tempo, essa categoria nem existe mais, nem os carros, provavelmente os troféus que ganhou jazem empoeirados em algum canto de uma de suas casas, enfim, o Brasil nunca significou nada  além do lugar onde nasceu e criou sua família, porque esporte a motor aqui praticou muito pouco para ajudar a influenciar alguma coisa.

Massa foi a raspa do tacho da Era Senna, o último dos moicanos que veio de baixo, e na raça cavou seu lugar ao sol, o que temos hoje pilotando no Brasil ou são empresários velhos demais para almejaram alguma coisa melhor que um terceiro piloto de uma  Le Mans Series ou filhinhos da papai jovens demais e com talento de menos para conseguir um cockpit de primeira linha nas categorias top internacionais.

Entusiastas existem, bons pilotos existem, mas aqui não temos mais automobilismo, ele foi extinto em nome do lucro exorbitante e fácil. O fim do autódromo de Jacarepaguá baniu definitivamente o automobilismo da visibilidade midiática, a pouca que ainda tinha para gozo dos empresários do futebol e do olimpismo, que assim podem abocanhar as poucas verbas publicitárias ainda existentes com mais facilidade ainda.

Lamento pelo automobilismo brasileiro ter como defensor de momento uma pessoa que amanhã a essa hora terá assinado o atestado de óbito do Aterro do Flamengo como parque público, abençoado pelo poder econômico e pela leniência de um prefeito criado nos condominios da Barra da Tijuca que não tem sequer idéia do que significa esse espaço dentro da história de nossa cidade.

Deixo abaixo o texto e o link da entrevista pubicada no Grande Prêmio, saiu em outros sites, mas essa é a que fala com todas as letras sobre tudo isso.

09/03/2013 19:47

Massa critica e espera que evento da Ferrari mude “mentalidade de quem está no comando” do esporte no Rio

Às vésperas de guiar F10 nas ruas do Rio de Janeiro, Felipe Massa saiu em defesa da construção de um novo circuito carioca. Piloto classificou destruição de Jacarepaguá como “uma besteira” e disse que espera que TNT Street Race possa sensibilizar dirigentes para a construção de um novo espaço

Às vésperas de guiar um F10 nas ruas do Rio de Janeiro, Felipe Massa saiu em defesa da construção de um novo circuito no estado. Em uma coletiva de imprensa realizada em um hotel em Copacabana, o piloto da Ferrari criticou a destruição do circuito de Jacarepaguá e disse esperar que o TNT Street Race ajude a sensibilizar as autoridades locais. Neste domingo (10), o companheiro de Fernando Alonso vai guiar a Ferrari de 2010 no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro. 

“É muito triste o que aconteceu com o autódromo do Rio, um autódromo que já foi considerado muitas vezes um dos mais importantes do meio da F1, a pista mais bacana de pilotar”, comentou. “Nunca tive a chance de correr no Rio, mas acho que foi uma pista muito importante para o meio da F1, e ver aquilo que aconteceu é muito triste, principalmente para um piloto como eu, para um esporte tão importante, que é a F1”, continuou o brasileiro.
(continua clicando aqui)

Provavelmente ele não irá ler este modesto blog, mas se pudesse estar frente a frente com ele pediria encarecidamente que ele não colocasse carro na pista, mas que o levasse até a linha de largada saísse do carro e pedisse o microfone, e dissesse que rua não é pista, que um carro de F1 só voltará a andar no Rio quando tivermos o nosso autódromo de volta, de preferencia Jacarepaguá, na Restinga de Itapeba, de onde nunca deveria ter saído.

O resto é história.

Nos vemos na pista.

Buriti"




sábado, 9 de março de 2013

Maria Grazia "Lella" Lombardi

F. 5.000
Apesar de só haver disputado 12 corridas na Formula Um Lella teve uma sólida carreira, construída desde o kart, em 1970 vence o campeonato italiano da Formula 850 depôs passando pela Formula Monza, Formula 3 e Formula 5.000.
Em 1974 em sua primeira participação na Formula Um não se classificou para o GP da Inglaterra em Brands, já em 1975 correndo com o March 741 depois 751 da equipe Willians participa de doze corridas do mundial, tendo chegado em 6º lugar no GP da Espanha em Montjuich.
Foi a primeira mulher a se classificar para uma corrida do mundial de Formula Um, o GP da Africa do Sul em 1975, desde a participação de Maria Teresa de Fillipis no CP da Bélgica em Spa no ano de 1958, onde chegou em 10º lugar pilotando  uma Maserati 250F.


 Montjuich 1975 March 751, 6º ugar.
Kyalami 1975, March 741
1.000 KM de Monza, Alpine Renault A411 classe até 2.000cc, vitória com Marie Claude Beaumont.
500 KM de Interlagos 1972, Fiat Abarth

1975 também foi um belo ano para Lella nos Sport Protótipos quando correu pela Alpine Renault com o A411 na classe até 2 litros. Em dupla com  a francesa Marie Claude Beaumont fizeram grandes corridas, como o 6º lugar na geral nos 1.000 KM de Mugello e o 4º lugar na geral e vitória na categoria nos 1.000 KM de Monza.
Continuou correndo em várias categorias até 1984, faleceu no ano de 1992 aos 51 anos.
Levou sobretudo a profissão que abraçou muito à sério, à ela nossas homenagens.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Menos minha gente, menos!

 Amadeu Rodrigues e eu na linha de chegada, era um treino.

É interessante como funciona nossa mente, esquecemos muitas coisas e outras lembramos com detalhes ínfimos. Desde que me propus a escrever este blog, incentivado pelo Carlos de Paula, uma coisa sempre tive em mente, nunca contar inverdades, e qualquer correção que porventura viesse, desde que fundamentada, sempre seria acrescentada ao texto. É isso que faço.
Tenho lido e ouvido muitas bobagens à cerca da velocidade final de nossos VW D3 em Interlagos, Tarumã e Jacarepaguá. Conversando ontem ou antes de ontem com o Jr -Lara Campos - falávamos sobre, e ele me contou que tomou certa vez a velocidade de seu carro com um radar no final do Retão em Interlagos, e coincide com o que eu calculava pelo meu contagiros, 209 km/h. Vejam bem, não é obviamente a velocidade apontada por nenhum velocímetro, quase todos imprecisos, já que nossos carros não tinham, e sim a dele pelo radar e a minha pelo calculo.
Isso na década de 80 do século passado, quando os mais rápidos carros nacionais, Puma GTB e Opala 4.100 mal passavam dos 175 km/h de velocidade real, acredito que um desses carros, na configuração de rua na mesma pista chegassem ao final do Retão à bem menos que isso.
Quando em 1982 fizemos uma corrida gostosa demais pelo Anel Externo de Interlagos lembro de comentar com o Chapa e o Carlão, depois de fazer o calculo que estava chegando à freada da curva Três aproximadamente à 5 ou 6 km/h a mais do que quando fazíamos o circuito completo.


Arturão, Amadeo e Jr, pelos nossos cálculos e o radar mais para frente iam chegar à uns 209 km/h, por alguns outros "cálculos mais otimistas" à uns 350 km/h!


Naquela corrida, que já descrevi aqui, cheguei em terceiro lugar, atrás do Ricardo Mogames e do Laércio dos Santos, ambos com carros muito bem preparados sendo que o carro do Laércio era o que Amadeo Campos havia sido campeão brasileiro da categoria. Cheguei em terceiro sem que ninguém à minha frente tivesse quebrado, apenas com uma rodada do Elcio Pelegrini bem à minha frente na curva Dois quando disputávamos essa posição. Cheguei na força de meu motor 1.600cc magistralmente preparado pelo Chapa que na época tirava cerca de 150 HP deles e do belo acerto de chassi do Carlão. Um dia ainda acho o resultado oficial dessa corrida, mas se minha memória não me trai a melhor volta foi minha, na casa dos 1m04s o que dá uma média de 180 km/h nos 3.207m do Anel Externo.


Tomada da curva Um, atrás o Sueco.

Que me recordo a volta era mais ou menos assim; passava na linha de chegada à mais ou menos 195 km/, na entrada da Um estava á algo como os 200/205 km/h e podem ter certeza que eu fazia cravado! Chegávamos à Dois, com a desaceleração provocada pelo contorno da Um à uns 180/185 km/h, que por ser mais aberta que a Um fazia cravado,  na freada da Três como disse antes à mais ou menos 214/216 km/h. Pendurava nos alicates engatava terceira marcha e contornava a curva à 160/165 km/h para duzentos metros adiante, onde fica a Junção engatar a quarta marcha e subir novamente para Reta dos Boxes.
Vejam que as diferenças de velocidade eram grandes do que quando fazíamos o circuito completo, pois neste caso ao sair do Miolo a Junção em meu caso era feita em segunda marcha que chegava se tanto aos 150/155 km/h e ao passar no mesmo lugar vindo pelo Externo já estava em quarta marcha à mais ou menos 185 km/h. Na subida que leva à linha de chegada os motores de apenas 1.600cc, apesar do cambio bem acertado sofriam um pouco.
É isso aí, falar em velocidade de 240 km/h 250 km/h é papo furado, ainda mais vindo de alguns pilotos que no circuito completo tomavam 20/30 segundos e no Externo quase 10!
Uma nota interessante, nos 500 Km de Interlagos de 1972 a melhor volta da corrida no Circuito Externo foi de Herbert Muller com a Ferrari 512S à 53.02 segundos à média de 217.752 km/h, na época dez anos antes os pneus slick ainda não eram tão desenvolvidos pois era o começo deles e o autódromo passou por melhorias depois. Então tomando por base meu depoimento e caso estivesse com meu VW D3 naquela corrida a cada quatro (4) voltas seria ultrapassado pela Ferrari e teria terminado a corrida com no máximo 110 voltas, 46a menos que vencedor e certamente com os ouvidos zumbindo até hoje de tantas ultrapassagens, ou muito assustado até para escrever para vocês!   


Rui Amaral Jr 






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PS: Desculpem a repetição das fotos, são as poucas que guardei.
       No ano de 72 eu preparava meu VW D3, e um amigo havia colocado dupla carburação e rodas aro 13” em seu Fusca. Vinha sempre em minha oficina contar que seu carro na estrada chegava à 200 km/h e certas vezes passava disso! Ora, eu nem respondia, pois com as rodas menores na frente o velocímetro rodava muito mais rápido. Certa vez em uma viagem, acho que na Castello Branco, passei por ele em minha moto BMW R60, que de top speed deveria chegar a no máximo à 165/170, simplesmente de passagem! Logo ele veio me dizer que eu deveria estar a muito mais de 200 km/h (rsrsrs) quando o máximo que eu poderia estar era no limite da velocidade dela, coisa que era meu costume andar!
Como podemos ver exageros existem aos montes!    



BELAS MAQUINAS...