A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Alfa Romeo Bimotore - vídeo



Gran Premio di Tripoli 1935


Agradeço ao Lauro o envio do vídeo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Alfa Romeo Bimotore


As belas fotos da Bimotore, no Museu Ferrari, feitas pelo Milton Bonani


1935, a Alfa Romeo e sua equipe de competições, a Ferrari, estavam preocupadas com seus concorrentes alemães, a Mercedes Benz e a Auto Union, fortemente amparadas pelo governo.
A Mercedes com seu W25B e seu motor de 3.900cc mais compressor desenvolvia 430 HP, enquanto a AU com seu Type B de motor traseiro de 4.900cc com 375hp, já eram mais rápidas que a fabulosa Alfa Romeo P3, que tantas vitórias deram à marca italiana.
Foi então que Enzo Ferrari e o engenheiro Luigi Bazzi tiveram a idéia de construir um carro, com dois motores, um na frente e outro na traseira, para isso usaram dois motores da Alfa P3 de 3.165cc que na época desenvolvia 270hp. Ficou então a Alfa Bimotore, com 6.330cc e 540hp.
Para pilotar o carro e encarar os pilotos das concorrentes, que na Mercedes eram Rudolf Caracciola,  Manfred Von Brauchitsch e Luigi Fagioli, e na Auto Union eram Hans Stuck, Achille Varzi e Bernd Rosemeyer, a Alfa e sua equipe Ferrari trouxeram novamente Tázio Nuvolari.

 Tazio na Bimotore, ao seu lado Enzo


Como seu peso, 1.000kg, ultrapassou os 750kg estabelecidos para categoria GP, a Bimotore foi usada para competir na Formula Livre, em corridas como em Trípoli e na Tunísia, Avus. Era rápido, mas consumia muito e seus pneus, primeiro, os Dunlop e depois os Englerbert, não agüentavam, sendo que em Avus, não duraram mais que duas voltas.
Por fim como era moda na época a Bimotore foi usada para recordes de velocidade, tendo com Tázio, em 16 de Junho de 1935 batido o recorde mundial, à uma velocidade de 321km/h de média no quilometro, tendo alcança como máxima incríveis 364km/h, no trajeto Florença-Livorno na Itália. E logo depois o da Milha com 323km/h.
Conta a história que este foi o primeiro carro da equipe Ferrari a usar a imagem do Cavallino Rampante.
Dois exemplares dele foram conservados, um na Inglaterra, totalmente original, e este que o Milton fotografou no Museu Ferrari, feito com muitas peças originais.   

Um motor à frente e outro atrás, ligados ao diferencial, que distribuía a tração para as rodas traseiras por dois eixos.  
Nas laterais os enormes tanques de combustível. Esta a versão para recordes.  



Agradeço ao Milton, pelas fotos e o carinho da lembrança.

Dois links interessante sobro a Bimotor



Rui Amaral Jr



MONSTROS SAGRADOS

Juan Manuel Fangio
Às vezes quando escrevo parece que estou escrevendo só para mim, tento passar a emoção que senti e acabo não sabendo se consegui. Peço perdão por minhas falhas, pois alem de escrever apenas à seis meses, a grande maioria das vezes escrevo com o coração na ponta dos dedos.
Quantas vezes li sobre a vitória de Fangio que descrevi na postagem anterior? Talvez uma centena desde meus doze anos. Quando vi o vídeo fiquei maravilhado, com Fangio freei no limite, entrei naquelas curvas muito alem do limite possível, ultrapassei e venci. Ver o sorriso de Hawthorn no podium, e saber que ao ser indagado sobre Fangio disse " Fangio ? Ele é um deus!", dito pelo piloto que seria campeão do mundo no próximo ano. Sabia Hawthorn que estava vivendo um momento mágico, único.

Jim Clark e o Lotus 33

Com Clark foi uma admiração mais presente, lia sobre suas corridas vezes sem conta. Pilotei com ele aquele Cortina em Brands, quando não satisfeito com suas vitórias na F1 e Protótipos, pilotava num mesmo dia em três categorias, e dava show nas três.
AH!! Aquele Cortina, com a roda que tangenciava a curva no ar e fora do asfalto, um metro dentro da grama que margeava a pista! 
Clark dizia que Dan Gurney era o único piloto que se comparava a ele em velocidade, e Gurney falou após o acidente de Hockenheim "Se ele morreu o que será de nós".

Ayrton e o MacLaren

Com o Ayrton venci dezenas de vezes em Silverstone, de F.F e F 3. Segurei o Patrese em Interlagos e o Manssel em Magni. Não tirei o pé no Japão, batendo na traseira de quem não teve a devida competência de fazer aquela curva de pé embaixo. Num livro que li sobre o Ayrton ele diz que a volta perfeita é como dar o nó na gravata e as duas pontas ficarem iguais, muito difícil, só que para ele não era impossível, lembro de inúmeras, a mais marcante aquela em Mônaco, onde começou cada vez a andar mais rápido, até colocar mais de dois segundos em seu companheiro de equipe, Alain Prost.
As vezes começo a escrever alguma coisa e meu pensamento voa, ai deixo algo de lado, espero que entendam.

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NT: Post original de 29 de Junho de 2009, continuo escrevendo da mesma forma, agora após quase quatro anos, com a companhia competente de meus amigos, Graziela, Gabriel, Fabiano, Carlos e o sempre presente Caranguejo - Carlos Henrique Mércio.
Ainda hoje, sempre penso que falta alguma foto, ou que poderia escrever algum detalhe que me vem à mente do fato descrito, depois de escrever e arquivar algum texto.
Mas continuo da mesma forma, apenas agora com a companhia de muita gente que todos dias acompanha nossos posts.
A cada um de vocês, meu muito obrigado...  

Rui




quarta-feira, 22 de agosto de 2012

AUTOGRAFO

Meu carro, a Brasilia do Adolfo e a do Bruninho...

Ao ler ontem no blog do Carlos de Paula seu texto sobre manecas em corridas "Consultoras" me veio a memória uma corrida, o ano 1977 ou 78. Eu estava já algum tempo sem correr, neste ano havia patrocinado Nivaldo Correa em motos e o Chico Lameirão em Super V, e tinha comprado do Luizinho Pereira Bueno um VW D3 em que o Alex Dias Ribeiro tinha defendido as cores da HOLLYWOOD, e dois motores do Gigante, só que ainda não tinha dado tempo de correr. Comecei em uma prova do Brasileiro de D3 em Interlagos, já nos treinos uma roda do Passat do João Franco passou por mim na entrada do "S", e na classificação um motor estourado. Na época os boxes eram divididos por equipes, cada uma ficando com uma porta que ia até o fundo área do Padock, coube a mim um box ao lado do mesmo João Franco, perto do Adolfo Cilento. Bons tempos, antes de abrirem a saída para o GRID, os fiscais passavam de box em box avisando, 20 min, a adrenalina subindo, motores esquentando, alguns já se atando aos carros, uma loucura! O João e eu conversávamos atrás do box quando surgiu aquela visão, duas manecas, que na época participavam de uma promoção da FIAT, e faziam demonstrações com carros e macacões cor de rosa, vieram nos cumprimentar e continuaram sua caminhada. O João ficou atônito, seus olhos faiscavam e me puxando, esquecendo a largada que se aproximava, fomos conversar com elas. Pedimos um autografo, e uma delas me deu uma etiqueta colante com seu nome e telefone, a outra pegou uma caneta para dar o autografo ao João, e disse "autografo aonde?", no que ele imediatamente abriu seu macacão, tirou a malha e disse "aqui!" batendo no peito, o que ela fez imediatamente.
Grande cara o João, se os bandeirinhas fossem mulheres acredito que ele não terminasse uma corrida sequer, ficaria com elas acompanhando "seu trabalho". E a corrida? Bem depois de toda essa emoção, eu que estava largando do meio do pelotão, depois de uma largada excelente, passei pelo João na entrada da "Ferradura", devia estar entre os cinco primeiros, na "Reta Oposta" ele me tomou novamente a posição, eu grudado nele via o Adolfo no carro de trás me acenando, pensava "quer me distrair, para passar por mim", na entrada da "Junção" percebi o por que dos acenos, do bocal do tanque do carro do João escapavam rios de álcool, e o Adolfo sempre cavalheiro e o grande homem que foi, estava me avisando, rodei até ficar parado meio tonto naquela reta usada pelo anel externo, vendo todo mundo passar e tendo que voltar ao fim do pelotão, depois de umas duas voltas um pneu furado na curva do "Sargento" me tirou daquela bateria.
Na segunda bateria , depois de largar lá atraz, encontro no meio do caminho o Expedito Marazzi, e viemos ganhando posições, eu atraz dele, até que no meio da curva do "Sol", antes da segunda perna desta curva maravilhosa, encontramos um conhecido "alicatão", uns 20 Km mais lento que nós, e acabamos nos enroscando, o "Velho" tentou passá-lo por fora, eu vendo seu carro abrir coloquei por dentro, foi uma loucura, não batemos por puro milagre, e o referido piloto ( não escrevo seu nome nem sob tortura ) foi embora. Logo no termino desta volta, em frente aos boxes meu segundo motor explodiu, fui estacionar na entrada do "Retão", numa pista paralela que havia para serviços, onde um bandeirinha e um bombeiro vieram me ajudar a sair do carro, assustados com aquela fumaceira toda.
Desolado sentei-me ao lado do carro, e ao abaixar a parte de cima do macacão, vi colado na manga aquele adesivo, que aquela loira maravilhosa havia me dado, não pensei mais no prejuízo, nem na corrida, os carros passavam e eu não ouvia, só pensava na loira. O dia não era para correr, era para namorar, pena que não tivesse percebido antes da primeira largada. Quanto ao João , deve ter ficado com aquele autografo no peito por um bom tempo, duro deve ter sido explicar para patroa! 


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NT: Escrevi este texto logo no começo do blog, em 7 de Fevereiro de 2009, hoje não sei por que cargas d`água em  minhas estatísticas haviam 8/9 visitas nele. Então resolvi mostra-lo novamente. 
Apenas uma coisa não contei e agora conto para vocês; 
Quando da manobra do alicatão no Sol, quase o Expedito e eu nos demos mal, isso a mais de 170/180 km/h. E quando me acertei, fui atrás do tal alicatão para dar um totó nele. Sabia ser uns 20/30 km/h mais rápido que ele na curva Um e era lá que ia novamente encostar nele. Mas Deus é Pai, e na frente dos boxes, meu segundo motor daquele fim de semana explodiu!