A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 17 de julho de 2012

CAÇADORES DE ESTRELAS

Dois posts sobre o mesmo tema, no primeiro escrevi antes de tudo pensando nos "malucos" que tive a honra de conhecer nas pistas, e continuar amigos deles. Logo a seguir o Zullino deu seu depoimento, já que viu o carro andando.
Abaixo vou reproduzir os dois, e novamente digo; À todos nós que sempre sonhamos e perseguimos nossos sonhos!
  À você Bica, que construiu seu sonho!  

Com o maior prazer dou meu depoimento: 
O Caçador de Estrelas tem sido motivo de piada desde o seu nascimento como exemplo de traquitana, mas isso não é necessariamente verdadeiro, exceto pela posição absolutamente maluca, o carro não era ruim e muito menos mal feito e poderia dizer que tinha um desempenho muito melhor que a maioria das carreteras, a do Camilo incluída. 

O Votanamis não era neófito e tinha acesso a peças e tecnologia da época. O que não tinha era acesso a um transaxle do tipo Hewland mais pesado como as DG 300 ou Maserati. Na falta de um transaxle Maserati resolveu a coisa de maneira mais simples. Encurtou o cardã que deveria ter uns 10 centímetros, apenas o suficiente para abrigar duas juntas universais permitido a oscilação do eixo traseiro, mas jamais saberemos se essa solução não iria forçar demais o cardã e as juntas causando quebras, o carro não andou nas Mil Milhas para a qual foi construído. 

O carro tinha um motor Corvette acoplado a uma caixa normal, um cardã curto e um eixo rígido atrás. Não posso precisar de que marca, mas certamente tudo era GM e talvez o câmbio fosse de Jaguar 4 marchas, a famosa caixa Moss que embora fosse uma caixa temperamental era muito usada nas carreteras. Por mais que se encurtasse o cardã o conjunto ainda assim era muito comprido. 

O problema é que por mais que se pusesse o motor ara trás ainda assim ficava faltando lugar para o piloto. A solução foi pendurar uma estrutura na frente do eixo dianteiro para o piloto. 

O Bica não teve a idéia de colocar o piloto do lado do motor como alguns carros de Indianápolis ou mesmo os protótipos Tubarão feitos no sul pelos Andrade 40 anos depois, usando mais ou menos o mesmo conceito e colocando o piloto ao lado. 

As fotos de construção do carro não mostram que a direção tinha dois tirantes até o painel, acho que foram colocados na pista. Os pneus utilizados na pista eram bem mais largos que os das fotos e certamente importados, os traseiros com certeza. Pode-se ver que a suspensão é moderna, mesmo a traseira e muito bem montada e projetada apesar do eixo rígido. Na frente, bandejas em triângulo com molas helicoidais e na traseira um eixo rígido, também usando molas helicoidais. Os freios eram a disco, com certeza na dianteira, não lembro da traseira, mas acredito que eram a disco também. Portanto, em termos de chassis e suspensão um carro muito mais avançado do que as carreteras e com um centro de gravidade muito mais baixo. 

O carro na minha opinião fazia as curvas de alta de forma muito equilibrada, saia levemente de traseira nessas curvas sem oscilação alguma. Nas curvas de baixa iniciava saindo um pouco de frente, mas com a força do motor era colocado no lugar muito facilmente pelo piloto. Dava a impressão de ser muito fácil de dirigir, a menos a posição da direção que era igual à da Kombi. 

Não sei se o piloto ficava aterrorizado dentro do carro, mas acredito que não porque andaram bem forte com o carro. Quem ficava aterrorizado era que via o carro correr. No final, acertadamente, proibiram o carro de correr as Mil Milhas e nunca mais se ouviu falar do Caçador de Estrelas, deve ter virado outras coisas como era comum na época. Uma pena, se tivesse sido mais desenvolvido com a colocação do piloto ao lado teria feito muita gente suar para enfrentá-lo. 

Abs, 

Roberto da Silva Zullino

Post de:20 de Abril de 2010

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Só quem já ouviu o ronco de um carro de corridas, já pilotou um, já correu, pode dizer desta paixão. Eu particularmente os conheci desde cedo, e toda vez que entrei numa oficina de preparação me senti em casa, o cheiro, o ar, peças, carros, pneus, câmbios, engrenagens, um carro de corridas no cavalete, a sensação é única. Pode ser um Formula, Prototipo ou Turismo, a hora em que vemos aquele carro no ar é o mesmo que estar nas nuvens. Acredito que a maioria dos pilotos se sente assim , é difícil encontrar um ex piloto que não sinta saudades da época em que corria, eu particularmente só conheci um. Agora que tenho reencontrado tantos amigos vejo neles sempre o mesmo pensamento . Conheço centenas de pilotos, que pilotaram de F.1 até D. 1, a grande maioria apaixonado pelo que faz, grandes pilotos, campeões, pilotos médios, e até alicataões, em todos a mesma paixão. Qual deles nunca olhou seu carro sendo feito e disse, "é campeão " ou " é o mais bonito da categoria ". Nestas fotos acima estamos vendo um sonho, Bica Votnamis idealizou no ano de 1967, um carro incrível, com motor central, Chevrolet Corvette, freios a disco etc. O único problema do carro foi a posição de pilotagem, à frente do eixo dianteiro, qualquer batida de frente e lá se ia o piloto. É claro que ele pensou nisto quando projetou o carro, mais ai entra a paixão, o sentimento de que nada pode acontecer com a gente, a vontade de andar na frente. Alguém de bom senso proibiu este carro de correr, mais que teria sido incrível vê-lo na pista isto seria. Antes que me esqueça Bica deu a este carro o sintomático nome de "Caçador de estrelas" .
Dedico esta postagem a centenas de Caçadores de Estrelas que conheço e em especial a alguns amigos , Duran , Ferraz ,  Amadeu , Pankowisk , Fabio Poppi , Fabio Levorin , Jr Lara, Edo , Luiz , Chico , Crispim , Teleco , Jacob , Ricardo e Mike. E a alguns outros que a esta altura caçam as estrelas bem de perto . 

PS: Post de 4 de Maio de 2009 e hoje dedico tambem a alguns outros Caçadores que conheci durante esse maravilhoso ano de encontros. Caranguejo, Fabiano e Luiz Guimarães, Fernando Fagundes, Joel, Francis, Ricardo Bifulco, Tito, Sanco, Luiz Salomão, Rafa, Cezar ...
E a voce meu filho, nunca deixe que pequenos transtornos apaguem seus e nosso sonhos, que um dia realizaremos.     

Rui Amaral Jr

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NT: Hoje pela manhã, ao verificar as estatísticas do blog, notei mais de 10 visitas ao post do Zullino, e mais algumas ao meu, então resolvi mostrar novamente os dois.
Um forte abraço,

Rui  





segunda-feira, 16 de julho de 2012

ANTOLÓGICAS

Chico Landi
GP da Holanda, Zandvoort 1952, #28Duncan Hamilton, HWM-Alta 7º colocado e Chico Landi, Maserati A6GCM 9º lugar.

GP da Holanda Zanvoort, Wolfgang von Trips vence com a Ferrari 156 - Shark Nose

FOTOS: Getty Images



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Outra vez tive que mudar o layout do blog, pois o link para "COMENTÁRIOS" simplesmente sumiu, e o pior não sei como fazer para colocar novamente! Logo voltará ao normal!
Um abração à todos,

Rui Amaral Jr

domingo, 15 de julho de 2012

A CORRIDA WASHINGTON LUIZ


Uma das grandes provas automobilísticas nacionais do século 20 se deu em 1949. Foi a corrida Washington Luiz, realizada em São Paulo, em dezembro daquele ano, ao longo de dois dias de muita chuva e muitos percalços. E um gaúcho terminou vencedor.
Largada simbólica da prova Washington Luiz, com bandeirada do então governador paulista Ademar de Barros.
Fotos: arquivo pessoal
Promovida pelo Automóvel Clube do Brasil e patrocinada pelo governo paulista, a disputa apresentou problemas de organização. Várias das curvas do trajeto - que passou por municípios como São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Sorocaba, além da própria São Paulo capital - não estavam sinalizadas. Alguns trechos da pista não tinham proteção - inclusive uma ponte, na qual o piloto gaúcho Aristides Bertuol acabou caindo. Outro competidor do Rio Grande do Sul, Argemiro Pretto, foi abalroado por um trem, em um trecho próximo à via férrea.
Largada oficial da corrida, no quilômetro 12 da Rodovia Anhanguera
Mas um representante gaúcho, Catarino Andreatta, saiu vitorioso da prova, com seu Ford V8 número 10. Além dos troféus, ele ficou com o título de Campeão Brasileiro de Estradas. Oscar Bay, Ernesto Ranzolin, Adalberto Moraes e Americo Cecconi também representaram o Sul na competição em São Paulo

(colaboraram Graziela e Nelson M. Rocha)
Publicado no jornal ZERO HORA, coluna: ALMANAQUE GAÚCHO de Ricardo Chaves
Postado por Luís Bissigo, às 6:20
Categorias: automobilismo
09 de julho de 2012
http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2012/07/09/a-corrida-washington-luiz/?topo=13,1,1,,,13