A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 29 de janeiro de 2011

Hernando da Silva Ramos

Hernando com o Gordini T32 em Monza.

Esta semana escrevendo sobre Moss ao assistir o vídeo do GP de Mônaco de 1956, estranhei e achei que lá estava uma Bugatti 251. Estranho pois ela fez apenas uma corrida nas mãos de Trintingnant que foi o GP da França em Reins e depois foi abandonada.
Pois bem o enciclopédico Caranguejo, veio em minha ajuda esclarecendo que se tratava do brasileiro Hernando da Silva Ramos e que havia chegado em 5º lugar no GP de Mônaco de 56 pilotando um Gordini T16.
Outro dia escrevendo sobre a chegada de Emerson à Formula Um recebi um comentário dizendo que ele não era o primeiro brasileiro na categoria. Seu Chico correu esporadicamente na Formula Um, Gino Bianco, Fritz D`Orey também.
Hernando fez na década de 50 perto sessenta corridas em várias categorias de ponta do automobilismo mundial, inclusive a F I, e no GP de Mônaco de 1956 alcançou o quinto lugar pilotando um Gordini T16.
A titulo de curiosidade uma publicação nacional "matou" o piloto que ainda é vivo.
Mais sobre ele no meu amigo Carlos de Paula.




Por Henrique Mércio e Rui Amaral Jr.     



Ray

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MUNDIAL DE FORMULA UM - 1958

Mike Hawthorn e a Ferrari 246 Dino no GP Casablanca em Marrocos.

Há um ditado que diz: "Quando o gato sai, os ratos fazem a festa". A temporada da F1 de 58, tinha um clima parecido, pois o mitológico J.M. Fangio, com o peso de seus cinco títulos decidira aposentar-se. Natural que seus adversários jogassem-se na disputa pela sua condição de o melhor de todos, de mais puro guerreiro, de maestro. Mas essa não era uma tarefa fácil. Quem estaria disposto a sofrer, a arriscar-se nessa luta solitária? Quatro ingleses apareceram: Mike Hawthorn, Tony Brooks, Peter Collins e Stirling Moss. À exceção talvez de Brooks, todos os demais já haviam sido "marcados " por Fangio. Isso era bom. Talvez aquela proximidade tivesse servido para algum aprendizado. E inicia o campeonato.
Moss vence o primeiro assalto na Argentina, com o pequeno Cooper Climax T45, primeiro F1 de motor traseiro. Mas ao invés de permanecer na equipe, Stirling tinha um acordo com Tony Vandervell e retorna para a Vanwall. O francês Trintignant agradece, e utiliza o Cooper para vencer a segunda etapa em Mônaco. 

Trintgnant de Cooper-Climax em Mônaco, segue Brooks e Hawthorn.
Moss lidera o GP da Holanda em Zandvoort.

O careca não quer ficar com fama de mané e vence para a Vanwall a etapa de Zandvoort, mas em Spa nem larga e o vencedor é Brooks, parceiro de equipe de Stirling. Hawthorn, que foi pole em Spa, termina em segundo e esboça uma reação. Em Reims, Hawthorn faz pole e vence, seguido de Moss. Brooks é quem tem problemas de motor e abandona. Collins está bem para trás. Mas em Silverstone é quem dá as cartas.É o primeiro e Hawthorn junta-se a ele numa dobradinha da Ferrari. Os Vanwalls atrasam-se. Fim da disputa? 

Peter Collins em sua última corrida GP da Alemanha em Nurburgring.


Não, pois o destino volta a embaralhar tudo e em Nurburgring, Collins sofre um acidente mortal na 10ª volta. Brooks é o ganhador de uma corrida triste.Mas talvez o mais inusitado lance tenha ocorrido no GP de Portugal, amplamente dominado por Moss.

Mike Hawthorn no GP de Portugal na cidade do Porto, notem os trilhos de bondes. 

 Hawthorn, esforçando-se para chegar em segundo, roda e é desclassificado por andar na contramão, mas será salvo por Moss que dá o testemunho de que Mike não atrapalhou os adversários com sua manobra. Em Monza, Tony Brooks vence pela terceira vez, o regular Hawthorn é o segundo e Moss larga da pole, mas abandona com problemas na caixa de velocidades. Na etapa derradeira, vitória inútil de Moss. Escudado pelo seu companheiro de equipe Phil Hill, Mike Hawthorn só precisa de mais um segundo lugar (o quinto na temporada) para superar Stirling e sua integridade por um ponto. E os eventos bizarros não culminaram com o coroamento de John Michael Hawthorn como o primeiro campeão pós-Fangio. Três meses após anunciar sua aposentadoria das pistas, talvez ainda chocado pela morte de seu grande amigo Collins, talvez pela doença renal de que padecia, talvez pelo trauma de Le Mans 55, talvez...o campeão de 1958 morre em um acidente de estrada, um outro lance não muito bem explicado. Será que Lewis Hamilton, que já foi punido por mentir, faria algo parecido com o que fez Sir Stirling? Mandem suas opiniões para o Rui.
Caranguejo




quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Stirling Moss

1955 Mercedes Benz 196 em Aintree.


Confesso a vocês que quando comecei a me interessar por automobilismo seu nome para mim era algo distante, quase como o comentário do Fabiani no post anterior. Afinal no começo dos anos sessenta ele estava parado devido ao acidente sofrido no circuito de Goodwood em Abril de 1962 e ainda em recuperação. Depois um belo dia fico sabendo que ele estava em São Paulo para entrega do Premio Victor, que a revista Quatro Rodas entregava aos melhores pilotos do país. Quando comecei a correr e fiquei amigo do Expedito Marazzi soube que o Expedito que ciceroneou o Moss naquela época e foram muitos os papos em que me contou mil histórias a respeito do Grande Campeão sem titulo.
A paixão por automobilismo veio de família pois sua mãe chegou a correr em corridas de Club, tão famosas na Inglaterra e seu pai quando foi aos EUA estudar odontologia chegou a participar das 500 Milhas de Indianápolis.
Seu primeiro carro de corridas, comprado às escondidas de sua família para logo depois seu pai entender que era realmente isso que o filho queria e sabia fazer e ajudar em sua carreira.
Começou a correr em 1948 aos dezoito anos, com um Cooper 500 e logo começou a pilotar tudo que era motorizado e tinha quatro rodas. Correu de Jaguar, me perdoem mas não achei uma bela foto que tenho dele num belo sobresterço em um XK 120, e vários outros carros. Em seu site dizem que foram mais de oitenta, digo oitenta tipos de carros diferentes que pilotou em sua carreira e venceu em todas categorias em que participou.
Parece que foi sua a primeira vitória de um carro equipado com freios a disco, com um Jaguar C-Type na preliminar do GP da França de 1952.
Na Formula Um começou em 1950 aos 22 anos e logo foi chamado pela Ferrari em 1951, mas logo na estréia no GP de Bari seu carro foi entregue a Piero Taruffi, ele abandonou a equipe para nunca mais voltar. 

Com a MB 196 em Mônaco.

Em 1955 foi contratado pela Mercedes Benz para correr ao lado de Fangio e mesmo tendo o então bi campeão do mundo ao seu lado venceu sua primeira corrida pela categoria em Aintree. Com a fabulosa MB 300 SLR venceu as Mille Miglia do post anterior e ainda a Targa Florio e Tourist Trophy em Goodwood.
Com o afastamento das corridas da Mercedes Benz após o acidente de Le Mans, Moss em 1956 foi pilotar na F I para Maserati e venceu dois Gps para a equipe.

Na Vanwall com o # 20, tendo a seu lado na primeira fila o #18 de Lewis-Evans, o 22 de Tony Brooks e a Maserati de Juan Manuel Fangio.

Com o Vanwall em Mônaco 1958.

Em 1958 venceu o GP da Argentina pela Cooper e depois foi para Vanwall embora tenha recebido um convite da Ferrari. Neste ano foi protagonista de uma bela pagina do automobilismo quando disputava o titulo com  Mike Hawthorn da Ferrari. Na ultima corrida do campeonato o GP de Portugal, Moss já tinha um ponto pela volta mais rápida, quando Hawthorn em uma rodada foi acusado pelos comissários de andar na pista no sentido contrario, em seu depoimento Moss afirmou ao contrario, dando assim o titilo a Hawthorn. Parece que meu amigo Caranguejo vai contar o fato mais detalhadamente.


Argentina 1958.

Sua ultima vitória na Formula Um, pilotando uma Lotus 18/21 do Rob Walker Tean.
1961 em Nurburgring.

Foi sua a primeira vitória com um carro de Formula Um com motor traseiro, ao derrotar na Argentina rivais de peso e levar seu Cooper ao primeiro lugar.
Venceu, venceu e venceu, foi quatro vezes vice campeão do mundo de Formula Um, participou num total de 585 corridas entre todas categorias, venceu 212 delas, sendo que 20 de Formula Um.
O acidente quase fatal de Goodwood pois fim a sua carreira aos 32 anos. 

Apesar do tombo que levou no ano passado aos oitenta anos Moss continua ativo e participando de inúmeros eventos de automobilismo.