A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2011


Ontem estava um pouco chateado, tinha colocado o post do Fabiani, que por sinal gostei muito, conversado com meu filho e com o Ferraz que também estava aborrecido. Um monte de e-mails para responder e pessoas para conversar. Derrepente chega um e-mail do Ararê e ao abri-lo a surpresa de sua bela criação. Mestre Mauricio a bordo de um belo Porsche branco, minha cor preferida para automóveis, e Mestre Ararê simplesmente pilotando o truck SCANIA que vai nos levar à entrada de 2011. Os dois nos conduzindo ao belo ano que virá. 
Na carreta os carros da Divisão 3 dos três Alicatões, Orlando, Ferraz e Duran e o meu lá meio.
E suas belas palavras
Fiquei imediatamente emocionado e feliz com as palavras e a homenagem, tanto que coloquei sua “carica” logo abaixo da testeira do blog.
Agora coloco sua bela “carica” em um post que vai ficar até depois da entrada do ano, é a minha forma de desejar vocês que nos acompanham um Belo 2011.
Depois a “carica” do Mestre vai lá no alto da barra lateral pelo resto do ano, tal qual uma bandeira sinalizando com certeza que nosso ano vai ser ótimo.
Um forte e carinhoso abraço a todos. 

O nosso caminho é feito pelos nossos próprios passos...
Mas a beleza da caminhada depende dos que vão conosco!
 
Um ótimo 2011!
 
 
 
Ararê

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

AUTOMOBILISMO NA TERRA - SANTA CATARINA

Grande Rui,não tenho muito o que contar deste tempo em que acompanhei por três ou quatro temporadas seguidas o Campeonato Catarinense de Velocidade na Terra pois era um guri e apenas vivia aquilo tudo na agitação dos boxes e dos dias que antecediam as provas dentro das oficinas.Nós participávamos da categoria Turismo 5000 que logo depois da saída dos Dojões e dos Mavericks se transformou na Opala Stock Car,nossas pistas medem entre 2500 e 3000 metros então se usa até hoje como receita mais tradicional nos Opalas, caixa de dojão e diferencial de maverick 4,6 ou 8 cilindros conforme a pista e seu traçado(algumas tem subidas e descidas de tirar o fôlego parecida com a sacarrolha lá nos EUA). A partir de 1984 ou 5 começaram a trazer carros da stock de asfalto e modificavam caixa e diferencial(meus primos Vilmar e Vitalino Gargioni compraram um carro aí em São Paulo do Sr Camilo Cristófaro e começaram a correr o carro era lindo) os motores tinham um regulamento até um pouco liberado no começo se usavam três carburadores,comando importado e assim os carros voavam e tudo isso aliado a pouca segurança, cintos costurados em casa etc. Mas depois de um tempo criou-se um regulamento p/ conter os custos e equilibrar a categoria,mas mesmo assim os carros continuaram "voando" com motores que até hoje beiram os 300cvs e usando pneus radias de rua,pense essa força toda com uma relação encurtada como era difícil segurar estas "barcas" até mesmo nas retas(algumas secavam as cubas das DFVS dos Opalões por isso qdo alinhavam entre 18 e 22 carros o autódromo literalmente tremia, o público em algumas pistas chegava e chega ainda hoje(apesar da má administração da FAUESC) aos 10mil pagantes, incrível. Tivemos pilotos como Sávio Murilo Azevedo que se aventuraram na Stock de asfalto e andavam bem,mas a emoção estava em andar aqui de lado lambendo os barrancos de um lado e de outro.





 Estou te mandando uma foto do começo da década de 80 é uma largada da categoria 5000 na inauguração do autódromo Rio Represo(ele existe até hoje) vc pode ver que tem opala maverick e dojão às vezes se corria com chuva e tudo, era doido o negócio. Obs: Este opala que está largando na ponta foi comprado pelo meu pai depois de ficar parado por muito tempo,ele participou da I YNDI TERRA do BRASIL que foi uma corrida de duas horas de duração, o ALICATÃO Francis tem muito material como vídeos e fotos de tudo isso é muito legal,valeu e um abraço deste fã!!! Fabiani Gargioni.



Venho querendo mostrar o automobilismo na terra que é uma grande força em Sta Catarina já faz algum tempo. Conheci melhor a força desse pessoal lendo meu amigo Francis Henrique Trennepohl  e lá em seu blog conheci e fiquei amigo do Fabiani. Agora ele me envia esse texto e tenho certeza que vamos escrever e mostrar muito mais desse pessoal que faz esse fantástico automobilismo. Obrigado Fabiani e Francis, um abração. Rui

Fabiani e seu 147 - Turismo Clássico.

Francis e seu VW - Turismo Clássico.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Extraordinária Corrida, em 1940 - Última parte

O terrível desafio imposto a carros e pilotos pelo Grande Prêmio Bi-Centenário de Porto Alegre num trajeto de 2.076 quilometros de estradas do Rio de Janeiro a capital gaúcha, iniciado no dia 14 de novembro de 1940, havia chegado ao fim para apenas 9 das 23 carreteras iniciais.

Arrancando de Florianópolis/SC na manhã do dia 17 de novembro, na quarta e última etapa, o piloto catarinense Clemente Rovere cruzou a linha final em Porto Alegre às 14h51´29" e 4/10 com seu carro número 16, um Ford cupê, no tempo de 9h49´20" e 8/10.

O campeão uruguaio Hector Supicci Sedes havia vencido a etapa Curitiba/Florianópolis e portanto saiu na frente de Rovere, mas, o motor da sua carreteira Ford fundiu a poucos quilometros de Porto Alegre, quando estava 9 minutos à frente do catarinense.

No cômputo geral da prova, Rovere estava, nessa altura, 1 hora e 9 minutos à frente dos demais pilotos e bastava manter essa diferença para alcançar o triunfo final.

Mas, mesmo assim impôs ritmo forte ao seu desempenho até a localidade de Passo do Socorro, a fim de ganhar o prêmio "Estado de Santa Catarina", destinado ao piloto que atravessasse o território catarinense em menor tempo.

Daí para a frente, reduziu a velocidade do carro até a linha final. Somados os tempos dos pilotos dos 9 carros que resistiram à maratona das quatro etapas, Clemente Rovere foi consagrado o grande vencedor, com o tempo total de 27h59´01" e 4/10, seguido de Ernesto Ranzolin/João Pedro Souza Oliveira - carro 26 - Ford 1940 cupê De Luxe - 29h57´17" e 1/5; Adalberto Morais/Armando Avelino Rodrigues - carro 36 - Chevrolet - 30h55"e 1/5; Oscar Bins/David Souza - 2 - Ford - 30h31´45" e 2/10; Antonio Rodrigues Peres e Amaro Calmon - 4 - Mercury - 30h39´55" e 2/5; Raulino Miranda e Ervino Reguze - 38 - Chevrolet - 30h59´55" e 2/5; Iberê Correia/Ismael Soriano - 6 - Ford - 31h22´27"; Ari Cortese de Santana/Ernesto de Souza Fontes - 30 - Ford - 32h22´21" e 1/10; e Salvador M. Pereira/Antonio Garcia - carro 20 - Willys - 35h50´43" e 3/10.

Apesar das chuvas e do estado de conservação das estradas, a média horária de Rovere foi de 73,971 quilometros/hora; Ranzolini fez 69,113 km/hora; e Adalberto Morais 68,640 km/hora.

Dessa forma dava-se por encerrada a disputa de uma das mais famosas e importantes corridas de carros em estrada já realizadas no país, cuja história descansa nas páginas empoeiradas do livro do tempo sobre as competições automobilísticas brasileiras. Numa foto de hoje, a carreteira de Ranzolin passando por Antonio Prado/RS; na outra, Adalberto Morais/Armando Rodrigues e o Chevrolet da dupla.

Por Ari Moro

Fotos do acervo pessoal do amigo Antônio Ranzolin filho do saudoso exímio piloto de gaúcho de carreteras Ernesto Ranzolin.
23/12/2010 às 00:00:00 - Atualizado em 22/12/2010 às 23:43:22

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PÉ NO FUNDO! ANEL EXTERNO.


Tomada da "Um" cravado! O #8 um grande chassi acertado pelo Carlão, o motor um canhão feito pelo  Chapa empurrando. Me segue o #144 de meu amigo Sueco - Carlos Aparecido Gonsalves . Para algum amigo que comentou sobre meu espelho direito, só usava pelo regulamento e corria com ele fechado.

Interlagos , anel externo velocidade pura , pé embaixo 95% do tempo , me lembra a primeira volta que dei no autódromo , a bordo do PORSCHE 550 SPIDER de meu irmão Paulo . Lembra ainda o grande Luiz Pereira Bueno dando um baita trabalho a Reinold Joest nos 500KM de 1972 , apesar de correr com um carro mais fraco . Lembra Celso Lara Barberis e suas três vitórias , uma em 1961 ano em que meu irmão e Luciano Mioso venceram na categoria até 2 litros . Também o grande Ciro Cayres vencedor em 1964 com o não menos grande José "Toco" Martins . Pois bem em 1982 ano em que corri na TEP( D 3 ) estava programada e corremos uma prova pelo anel externo de 3.208 m foram 25 voltas neste circuito fabuloso , parte da não menos fabulosa pista de 8.000m do Autódromo de Interlagos , pista que por vontade dos dirigentes da F.1 foi totalmente descaracterizada e que agora alguns grandes pilotos do passado , Bird , Chico Lameirão , Bob Sharp e outros tentam refazer . O anel externo é de altíssima velocidade , composto pelas curvas "Um " , "Dois" , "Três" uma reta torta em subida que vai até uma curva que antecede os antigos boxes , o "Café" .

Olhando feio para o Amadeu Rodrigues #40, um grande  piloto e um baita cara.


Começamos a preparação do carro trocando a relação de marchas da 1ª e 2ª , já que não precisaríamos usa-las , optamos por uma "Caixa um" bem mais curta , com a 3ª marcha 0. 78 e 4ª 0.96 e diferencial 8/31 que eu já usava . Com este cambio eu poderia pular na largada junto com meus adversários , esquecendo o trauma de largar com aquela " Caixa 3 " que tanto me atrasava nas largadas . No meu caso usaria a 3ª marcha para fazer a curva "Três" e o resto do circuito seria todo em 4ª marcha . No primeiro treino na 5ª feira dois sustos , o primeiro ao chegar a curva "Três" haviam pintado o muro que circunda esta curva de branco , e como na temporada inteira ele estava sujo ao chegar e passar pela curva percebi como passávamos perto dele , ainda mais fazendo a saída da curva com o traçado que usaríamos para o "Anel externo" , o segundo na primeira volta que vim forte foi ver o contagiros chegar à tomada da curva "Um" a 7.200rpm bem mais rápido que chegava quando fazia o circuito completo . Passados os sustos era uma maravilha , pé embaixo o tempo todo , fazia a "Um " cravado e só ia tirar o pé e frear na "Três" uma freada fortíssima , contornada a curva engatava 4ª uns 200m depois e dai para frente pé embaixo de novo , a tomada e contorno da curva "Um " eram rapidíssimos , não sei precisar a velocidade que chegava mais fazer cravado dava um certo friozinho na barriga . Carro bem feito , chassi com um trabalho ótimo do Carlão e motor do sempre competente Chapa ia largar na primeira fila , não lembro a posição , mais pensava , "vou dar um susto neles , vou largar junto e se der ganho esta corrida " Os mais rápidos eram o Mogames com o carro em que havia sido vice campeão da D.3 em 1981 e que estava ganhando todas as corridas , o Laercio com o carro que havia sido campeão da D. 3 no ano anterior nas mãos do Amadeu Campos , Elcio Pelegrini multicampeão da F. Vê , José Antonio Bruno , Amadeu Rodrigues , Marcos de Sordi , Bé , Alvaro Guimarães , José Ferraz alem do Duran , Orlando , Artur da Cruz , Aristides , Sueco , e o amigão João Lindau . No domingo , antes da largada era só nela que me concentrava , pulando bem ia brigar lá na frente . Placa de um minuto , primeira engatada "é hoje" , placa de trinta segundos , motor a 7.000 rpm , farol vermelho , farol verde , o pulo foi perfeito , larguei na frente , a hora que fui engatar segunda ela não entrou , não sei se foi erro meu ou o cambio que nunca tínhamos usado e para não mostrar aos outros que tínhamos uma primeira mais curta eu não havia testado a arrancada suficientemente só sei que cai umas dez posições , não tanto quanto quando largávamos com a "Caixa três" pois estava no embalo , mais outra vez eu tinha de fazer uma corrida de recuperação . Passei a primeira volta já em quinto e na segunda já vinha em quarto perseguindo o Elcio , três ou quatro voltas depois estava embutido nele , só que ele era uma pedreira , estava difícil achar um espaço para ultrapassa-lo , vínhamos os dois de pé no fundo , na curva "Um" via sua luz de freio acender , só que seu carro não perdia velocidade ( depois ele me contou que dava um toque no freio com o pé esquerdo para abaixar a frente do carro ) , na curva "Três" a freada era no gargalo e alem disto nossos motores empurravam igual . Lá na frente o Mogames reinava absoluto , com o Laercio logo atrás mais sem condições de pressiona-lo , nesta altura virávamos cada volta no tempo de 1.04s o que era bem rápido . Lá pela sétima ou oitava volta eu embutido no Elcio chegamos à curva "Um" , cravados a tomamos e a hora que vi seu carro estava de frente com o meu e eu olhando em seus olhos , exageros à parte foi um baita susto , estávamos andando no limite e muito rápido , só lembro de ter tirado o pé e saído pelo lado , graças a DEUS sem toca-lo . Ai estava em terceiro , só que o Mogames e o Laercio tinham ido embora , na próxima volta quando vi eu estava saindo da "Dois" e eles quase na freada da "Três" , tentei andar o mais rápido possível e cheguei a descontar um pouco , mais lá pela décima quinta/sexta volta meus pneus começaram a dar sinais de fadiga e o contagiros já não chegava ao final de "Retão" aos 7500rpm do começo . Assim terminamos , Mogames ,Laercio e eu em terceiro .

Ao final da corrida quando os bandeirinhas vem nos saudar, uma coisa linda de arrepiar. Sai um "maluco" de um bandeirinha da "Um" acena para os dois primeiros e quando passo ele e os outros começam a acenar freneticamente as bandeiras para mim e ele ito me aponta e aplaude. Ainda bem que vinha lento pois as lágrimas teimaram em escorrer e foi assim até o box. Depois ele veio me cumprimentar, não lembro seu nome.

 Ah!!! aquela errada de marcha , não digo que teria vencido , mais teria dado trabalho , lá de cima o Lindau deve estar dizendo " Alicatãooooooooooo "


Isso é apenas um pouco do que vivemos nas pistas.


Rui amaral Jr

Eu, Ricardo Mogames e Laércio dos Santos,

NT: A corrida vencida pela dupla Ciro/Tôco foi no circuito completo.
        Virando à 1m04s pelos 3.208m do Anel Externo de Interlagos a média é de 180 km/h.
        Agradeço as fotos a minha sobrinha Gabi.
        Obrigado Mauricio Moraes! Um dia conto para todos por que!  

          Fotos Sydnei.