A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 30 de junho de 2009

FERRARI 250 GT - GTO

A linda 250 GT chamada tambem de 250 Berlinette

Quando escrevi sobre a corrida vencida pelo Camilo na Barra da Tijuca comentei que não tinha certeza de ser a Ferrari pilotada por ele uma 250 GT ou uma 250 GTO . A identificação da Ferrari para os seus carros é feita pelo nome , e o numero a seguir representa a capacidade cúbica de um só cilindro , assim a 250 com motor V12 tem um motor com três litros de deslocamento ( 3.000 c.c. ) . O predecessor deste carro foi o 250 Europa lançado em 1953 , em 1955 surgia esta maravilha de carro a 250 GT , seu motor V 12 de 3.000 c.c. tinha uma potencia de 200 hp , era alimentado por três carburadores duplos Weber 36 DCZ . Sua distancia entre eixos era de 2.60 cm e bitola de 1.36 cm . Logo estes carros foram para as pistas , eram conhecidos como Berlinettas 250 e seu motor já rendia então 260 hp era um bom carro , só que a Ferrari queria um carro mais agil e rápido , para isto construiu um chassi tubular de estrutura mais simples , diminuiu sua distancia entre eixos para 2.40 cm e conseguiu tirar 280 hp de seu motor , alem de a partir de 1959 dota-las de freios a disco Dunlop .

Camilo e a Ferrari , a caminho da vitória na Barra da TIjuca .
O nome GTO surgiu pela nessecidade de ser este carro homologado para categoria Gran Turismo , assim nasceu o Gran Turismo Omologato ou GTO . No começo este carro apresentava alguns problemas aerodinâmicos acima dos 240 km/h então seu bico foi modificado , e acrescentados dois spoilers traseiros , um aquele maravilhoso que fez escola embelezando ainda mais sua traseira e outro na parte de baixo do carro , alem disto sua bitola traseira foi aumentada .

A 250 GTO , reparem no belo spoiler traseiro , e a bitola traseira mais larga .



A frente da 250 GTO , com as tres tomadas de ar fechadas e o ressalto para o motor Testarossa .


As tomadas de ar , tudo nela é simplesmente maravilhoso .


O motor Testarossa , 300 hp à 7.500 rpm , como disse meu irmão Paulo , " dava uma pancada nas costas "

Seu motor agora era o famoso Testarossa , sem as tampas vermelhas que identificavam o carro homónimo , alimentado por seis carburadores Weber 38 DNC este motor , com algumas mudanças no cabeçote , principalmente nas válvulas alcançava os 295 hp à 7.500 rpm , chegando alguns a 310 hp . Conforme a relação de diferencial este carro podia chegar em algumas pistas a velocidade de 270 km/h . Era e é até hoje uma jóia rara .




A Testarossa , Agnaldo de Goes correu com um destes os 500 KM de Interlagos de 1961 , foi 2º colocado . Dela saiu o motor para a 250 GTO .

segunda-feira, 29 de junho de 2009

MONSTROS SAGRADOS

Juan Manuel Fangio
As vezes quando escrevo parece que estou escrevendo só para mim , tento passar a emoção que senti e acabo não sabendo se consegui . Peço perdão por minhas falhas , pois alem de escrever apenas a seis meses , a grande maioria das vezes escrevo com o coração na ponta dos dedos .
Quantas vezes li sobre a vitória de Fangio que descrevi na postagem anterior ? Talvez uma centena desde meus doze anos . Quando vi o vídeo fiquei maravilhado , com Fangio freei no limite , entrei naquelas curvas muito alem do limite possível , ultrapassei e venci . Ver o sorriso de Hawthorn no podiun e saber que ao ser indagado sobre Fangio disse " Fangio ? Ele é um deus ." dito pelo piloto que seria campeão do mundo no próximo ano . Sabia Hawthorn que estava vivendo um momento mágico , único .


Jim Clark e o Lotus 33
Com Clark foi uma admiração mais presente , lia sobre suas corridas vezes sem conta . Pilotei com ele aquele Cortina em Brands , quando não satisfeito com suas vitórias na F1 e Protótipos pilotava num mesmo dia em três categorias , e dava show nas três . AH!! Aquele Cortina com a roda que tangenciava a curva no ar e fora do asfalto , um metro dentro da grama que margeava a pista . Clark dizia que Dan Gurney era o único piloto que se comparava a ele em velocidade e Gurney falou após o acidente de Hockenheim " Se ele morreu o que será de nós " .


Ayrton e o MacLaren

Com o Ayrton venci dezenas de vezes em Silverstone , de F.F e F 3 . Segurei o Patrese em Interlagos e o Manssel em Magni . Não tirei o pé no Japão , batendo na traseira de quem não teve a devida competência de fazer aquela curva de pé embaixo . Num livro que li sobre o Ayrton ele diz que a volta perfeita é como dar o nó na gravata e as duas pontas ficarem iguais , muito difícil ,
só que para ele não era impossível , lembro de inúmeras , a mais marcante aquela em Mónaco onde começou cada vez a andar mais rápido , até colocar mais de dois segundos em seu companheiro de equipe , Alain Prost .
As vezes começo a escrever alguma coisa e meu pensamento voa , ai deixo algo de lado , espero que entendam .

sábado, 27 de junho de 2009

Fangio

Nurburgring , 4 de Agosto de 1957 GP da Alemanha , Juan Manuel Fangio chega à ultima corrida do Campeonato já com seu quinto titulo conquistado , com sua Maserati tinha 25 pontos no campeonato contra 13 de Luigi Musso com Ferrari e 10 de Tony Brooks com Vanwall . Na classificação larga na pole , 15 segundos mais rápido que o recorde da pista , que era seu no GP de 1956 com o tempo de 9,41,6s .
Gri de Largada - 1ª fila .
Fangio Maserati 250 F 9.25.6s
Hawthorn Ferrari 801 9.28,4s
Behra Maserati 250 F 9,30,5s
Collins Ferrari 801 9,34,7s
Brooks Vanwall 9,36,1s
Schell Maserati 250 F 9,39,2s
Moss Vanwall 9,41,2s

Como se vê na classificação ,colocou quase três segundos no segundo colocado .



Na corrida Fangio largaria com meio tanque de combustível e pneus macios Pirelli sua parada estava programada para depois do meio da corrida onde abasteceria e trocaria os pneus , as Ferrari com pneus Engelbert não fariam paradas .
As duas Ferrari de Hawthorn e Collins largaram em sua frente , como ele vinha mais leve e bem mais rápido ultrapassou-as na terceira volta , começando a girar cada vez mais rápido na volta doze do circuito de 22,772 km vinha com 28s de vantagem , quando parou para reabastecer e trocar os pneus . A Maserati vinha treinando esta parada em 30s , só que na corrida durou demorados 58s , voltando Fangio cerca de 30s atrás das Ferrari . Ele já havia batido o recorde da pista por seis vezes , virando na volta mais rápida 9,29,5s quando de sua parada Collins abaixa seu tempo virando 9,28,9s .

Ai veio a loucura , tentando chegar aos ponteiros , abaixou o recorde da pista mais quatro vezes , nas voltas 17,18,19 e 20 quando virou absurdos 9,17,4 tempo 24 segundos mais rápido que o recorde de 1956 , 11s abaixo de sua Pole !!!! Este era o estilo Fangio , já campeão do mundo , consagrado , em sua ultima corrida , querendo o lugar que era seu , o primeiro .


Entrou na ultima volta em terceiro , com Hawthorn em 1º e Collins em 2º , na volta anterior já havia passado Collins que retomou a posição . Na Curva Norte entra por dentro de Collins e tomar- lhe em definitivo a segunda posição , e parte para cima de Hawthorn . Na descida que precede a curva Breidscheid encosta na Ferrari e passa Hawthorn na entrada desta curva . No vídeo vê-se a loucura que foi esta volta , com Fangio guiando como nunca , andando de lado , freando no limite , fazendo tudo que sabia e tinha aprendido nos seus 47 anos de vida .
Ao final no podiun vê-se a alegria de Hawthorn e Collins , como se não acreditassem que alguém poderia pilotar daquele modo .
Desta corrida Fangio disse "Nunca pilotei desta forma e não o faria novamente"

Classificação final da corrida .
1º Juan Manuel Fangio Maserati 3h30m38,3s
2º Mike Hawthorn Ferrari 3h30m41,9s
3º Peter Collins Ferrari 3h31m13,9s
4º Luigi Musso Ferrari 3h34m15,9s
5º Stirling Moss Vanwall 3h35m15,8s
6º Jean Behra Maserati 3h35m16,8s

http://www.youtube.com/watch?v=fubOA6Ub4rI

Agradeço ao Luiz Salomão a dica do video .

terça-feira, 23 de junho de 2009

Edgard Soares

Procurando na Internet o nome deste grande homem achei um texto que gostaria que fosse meu , assinava João Tadeu Boccoli , não o conhecia , imediatamente enviei-lhe um e-mail que me respondeu de pronto , algum tempo depois conheci-o num churrasco de meu amigo Gabriel Marazzi , e me autorizou a transcrever seu texto de nosso amigo .

Edgard e a Norton Manx , a foto é pequena o homem foi um gigante .

EDGARD SOARES ... UM MERECIDO TRIBUTO

"Quando falamos de MOTOCICLISMO, temos em mente a mais comum das definições : Nome genérico de todas as atividades esportivas disputadas em motocicletas ... ainda nos vem a mente o nome das grandes marcas e seus fabricantes. Porem, nesta semana que temos um mês do falecimento do grande EDGARD SOARES, me vejo pensando em outros valores que os apenas intrínsecos.
O motociclismo não são as motos, as marcas, ou ainda seus fabricantes; são todas as expressões geradas e criadas pelos motociclistas, por aqueles que viveram ou vivem de e para a motocicleta.
Tal como o Tite falou em seu editorial “O senhor da velocidade”, o bom Edgard tinha um humor um tanto quanto elástico.
Lembro bem que por volta de 1974, fugíamos do colégio e íamos ver as motos na “esquina do veneno”; lembro melhor ainda do meu sonho que era uma DUCATI 400 DESMO novinha na loja do Seu Latorre, saiamos de lá e íamos à loja do Seu Edgard.
Lá nunca sabíamos como nós, os pequenos ‘malas’ de carteirinha, iríamos ser recebidos, porem sou, até em nome da verdade, testemunha que o muito que eu sei hoje, foi ministrado por esse homem, com muita paciência.
Tinham horas, a maioria delas, que apenas seu olhar, calavam as nossas pequenas, porem poderosas e rápidas bocas, mas sempre abrindo mais a nossa sede de saber.
Outro ponto muito importante que, no meu entendimento, divide todas relevâncias, é que alem do filho, do piloto, do pai, do comerciante; perdemos um pedaço insubstituível da História do Motociclismo Nacional, da História da Motocicleta no Brasil, enfim, da Historia Brasileira.
Mais uma estrela se apaga no céu da sabedoria, e a tristeza preenche o meu coração !
O que será das novas gerações ? ... onde encontraremos outros SEUS EDGARDS dispostos a dividir conhecimentos, experiências e estórias ? ... para onde meus netos irão ir em suas fugas do intervalo da escola ? ... eu me encontro um pouco só e cheio de duvidas, da mesma forma que nos meus bons tempos de Colégio de São Bento !
Falar de história é falar em preservar, difundir, e cultuar. Posto isso, após conversa com o bom amigo Ricardo Pupo do Moto Clássicas 70, tomo a licença, alem do grande prazer em transcrever um grande material que ele já tinha em seu site, anterior mesmo ao falecimento, o que ainda me obriga a agradecer e parabenizar por tal atitude, pois não teria mais nada a acrescentar."

Vejam a matéria completa deste baita jornalista em :



http://www.motonline.com.br/colunistas/boccoli/e-soares-12dez06.html
Agradeço a foto ao amigo Edgar Rocha Souza Filho , e deixo meu abraço ao Edgarzinho Soares .