A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Lembrando...

 

Jayme, Pedro e Camilo.

Outro dia ao mostrar a linda foto dos dois Furias, uma brilhante criação do amigo Tony Bianco, o do Jayme com motor BMW e o outro do Pedro com motor Chevrolet 2.500 do Opala, logo atrás Camilo e sua icônica carretera. Notei que não errei tanto ao dizer que a reta que sai do Sol até o Sargento devia ter mesmo uns quatrocentos metros. Mais tarde fiquei olhando a foto por algum tempo, notando e lembrando muitas coisas.
Notem que Jayme já passou a linha que marca os cinquenta metros antes da curva do Sargento e já vem acelerando, Pedro antes da marca no asfalto que marca os cem metros ainda vem acelerando, provavelmente para frear ali na dos cinquenta, ou um pouco antes, Já Camilão com a carretera mais pesada que os dois, motor dianteiro e apesar de toda evolução dela já vem freando, bico enfiado no asfalto, creio que cerca de duzentos metros antes da curva. Era ali que começava a frear meu Dart, bombando os alicates, era um sufoco frear com tambores.
Com freios a tambores também corri na D3 como Novato, calçado com pneus Cinturato freava pouco antes dos cinquenta metros, até porque mo carro tinha o tanque de combustível de oitenta litros, pois havia corrido uma Mil MIlhas pouco tempo antes, pilotado por Marcio Brandão filho do grande técnico, não sei o parceiro. O combustível para corrida curta nesta freada ia todo para frente causando um certo desconforto, e mesmo após entrar na curva jogava a frente do carro para fora, o jeito era mudar a entrada jogando o carro mais para dentro antes da tangência, mais tarde nos VW D3 com slicks e discos nas quatro rodas a freada era nos cinquenta metros. Foi saindo do Sol que com este carro dei uma daquelas rodadas de arrepiar, comecei onde acabam as marcas no asfalto na saída do Sol e vim rudupiando até onde está o Pedro, freei de ré, o carro jogou a frente, enfiei a primeira da Cx3 e fui embora. Num desses rudopios, e foram uns três, vi um bandeirinha agitando freneticamente a bandeira amarela com listras vermelhas, avisando de óleo na pista. Nunca fiquei sabendo se o bandeirinha notou o óleo quando rodei ou já vinha balançando a bandeira e não vi. 

Meus amigos Camilo e Claudo não tiveram a mesma sorte, como vemos na foto.

Notem bem na foto que deveria ser no final da tarde a sombra dos carros e o motivo pelo qual aquela maravilhosa curva se chamava de Sol. Com raio grande devia ter cerca de quatrocentos ou quinhentos metros e a certa altura e conforme a hora o Sol batia de frente.


Alicatão no Sol!

Do barranco do Sol certa vez estava ao lado de um campeão da Stock, vi meu amigo Guaraná num carro da categoria vindo pendurado. O gajo olhou para mim e disse "no Sol ele enfia mais de um segundo em todos nós!". Era lindo ver meu amigo Guaraná e o Peterson a contornando!

Rui Amaral Jr

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Saudades

 



Hoje estava separando algumas “cornetas” de nossos VW D3 então aparece esta foto e as lembranças, as boas lembranças tomam conta de meus pensamentos.

Corri talvez sete ou oito corridas com ele em 1982 e depois as Mil Milhas Brasileiras de 1984, são poucas as fotos de meu arquivo e nenhuma outra referência, nas poucas fotos duas ou três de pódios e uma página de resultados, que não encontrei, onde faço a melhor volta da corrida com o tempo para Interlagos, o original, de 3`23” alto, se não me engano recorde da categoria.

Reparo em tudo...No para-lamas dianteiro aqueles dois tubos cruzados que seguravam a abertura e soltavam à cada corrida e eram constantemente soldados, nunca lembramos de colocar uma mola para absorver a vibração, ou se lembramos deixamos de fazer pois coisas mais importantes tomavam nosso tempo, ao lado o nome de meu querido Chapa – Flávio Cuono – que com tanta competência fazia meus motores, e me aturava e ainda atura!

O nome no teto com o tipo sanguíneo muito perto e que uma de minhas sogras perguntava “Amaral O+?????”, abaixo o buraco no acrílico que mal dava para resfriar o interior em dias de muito calor, no lado esquerdo um igual. A porta que sem as estruturas das originais era tão finas e leves, que apesar da maçaneta tinham por dentro uma tranca para não saírem voando.  

As lindas rodas Scorro que nunca pintei o centro de prateado para mostrar sua beleza, calçadas nos pneus Maggion.

Lá dentro me vejo com o cinto de segurança Willians mas como vocês podem ver o pescoço livre pois pasmem os senhores corria com um banco de kart, algo impensável nos dias atuais. O rígido Sto. Antonio ancorado em seis pontos e com vários reforços, abaixo do volante, nas portas, ligando os pontos traseiros. Meu capacete Bell Star sempre com a viseira aberta para não embaciar os óculos quando andava em carros fechados, na certa estou olhando o contagiros Jones ou os relógios de temperatura e pressão de óleo. “Embaciar” era assim que falava meu amigo Expedito Marazzi.

Vejo o volante Fittipaldi que tanto gostava e as luvas vermelhas Simpson que ainda hoje estão com meu amigo Ricardo.

Aquela entrada de ar e a grade na tampa traseira, para ajudar na refrigeração daquele canhão preparado pelo Chapa, eram mais de 150 hps, as bocas dos Weber 48 aparecendo, querendo sugar o ar para alimentar a usina. Vejo o escapamento cruzado e noto uma aba no contorno da carroceria que havia esquecido, assim como aquelas alças que prendiam a tampa.

É... Saudades!

 

Rui Amaral Jr               


terça-feira, 14 de março de 2023

Jan






Dos meus mil e um defeitos talvez o mais imperdoável é deixar de escrever sobre os amigos, coisa que gosto muito, sobre o Jan já escrevi algo, mas certamente muito aquém do seu valor para o nosso automobilismo.

Ao menos quando escrevi sobre a vitória de Camilo/Celidonio nas Mil Milhas Brasileiras de 1966 dediquei ao Emerson, Pace e meus dois queridos amigos Miguel Crispim Ladeira e Jan o seguinte trecho...

“Suprema ousadia, a prova era liderada pelo Pace com KG Porsche seguido se não me engano pela dupla Jan Balder/Emerson Fittipaldi com Malzoni, para nós na época simples figurantes no palco montado para vitória de nosso campeão. Não sabíamos nós de todas as glórias que estes três rapazes nos trariam no futuro, já estávamos vendo uma página da história.”  

Semana passada recebi o convite dele para o lançamento de mais este livro na pizzaria Cristal, além de não postar aqui não fui, um toró imenso me impediu, mas já que falamos sobre amigos queridos o Erasmo De Boer foi e no sábado à noite me surpreendeu com o exemplar e uma deliciosa dedicatória do amigo.



No QRCode vocês encontram a obra completa do Jan e como fazer o pedido das mesmas, não esqueçam de pedir a dedicatória.  Caso não consigam acessar o e-mail dele é janbalder@terra.com   

 

Valeu Lou, Erasmo e Jan.

 

Rui Amaral Jr


 

quarta-feira, 8 de março de 2023

DIA DA MULHER

 No grid, Adolfo conversa com Zé Rossi, Claudinho Carignato conversa com Zé Fercolin e Ricardo com Eduardo. Amigos de uma vida! O Gazeta Esportiva estampado no para-brisas!


Ricardo, eu e Zé Fercolin empurramos o carro depois de uma parada.
Pela manhã Zé Rossi e Zé Fercolin empurram o carro, lá atrás estou eu de camisa vermelha ao lado do amigo João Lindau, não temho a miníma idéia do por que não estava ajudando. Tínhamos trabalhado muito a noite toda.


 

     

Mulher de piloto sofre, sofre de ansiedade ao vê-lo na pista, com a ansiedade dele, e mais do que tudo com tudo que ele apronta para estar naquele lugar.

Então vou contar apenas uma historinha de três amigos de uma vida, que estão sempre em meu coração...qualquer problema com o texto nego veementemente a autoria do mesmo!

Vera e Ricardo Bock são como uma família para mim, assim como o filho Rafa, as mães deles... afinal gosto muito de todos.

Acontece que o grande professor não sabe dizer não, sempre alguém pedindo algo e ele fazendo, o que deixa a Vera um pouco brava. Numa época onde fazer adesivos era complicado ele recortava os decalques à mão com a pericia e criatividade que só ele tem.

Acredito que nas Mil Milhas Brasileiras de 1983 Ricardo resolve fazer uma parceria com ninguém menos que nosso querido amigo Adolfo Cilento Neto. Correram no Passat D3 do Ricardo. Passei a noite ajudando-os nos boxes.

A historinha...

Adolfo chega ao box onde a Vera pacientemente observa a louca correria dos dias que antecedem a icônica prova e lá não estando o Ricardo vira para ela e conta “consegui um patrocínio da Gazeta Esportiva pede ao Ricardo fazer o adesivo grande para o para-brisa”.

No dia da corrida, que largava à meia noite, a agitação é grande e todos chegam com muita antecedência, menos o Adolfo que sempre estava correndo, dentro ou fora das pistas.

Chega um repórter da Gazeta e ao ver o adesivo agradece de forma efusiva a Vera e Ricardo. Acontece que mais tarde chega o representante do jornal que bancava o patrocínio e ao ver o titulo do rival estampado no vidro fica fulo da vida e fala um monte, obviamente que para o Ricardo já que o Adolfo...

Ele havia simplesmente trocado o nome do jornal ao falar para Vera!

 

Neste dia dedico este à todas mulheres e muito especialmente às queridas Vera, Vera Ligia, a saudosa e querida Lia Lara Campos mãe, irmã e mulher de pilotos, às queridas amiga Regina, Lou e muitas outras que sempre estão ao meu lado e à querida namorada Cláudia.

Um fraterno beijo no coração de todas.


XIII MIL MILHAS BRASILEIRAS

link

 

Rui Amaral Jr 

 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Rádio Paddok

 

Uso a imagem de um motor VW boxer da D3 apenas para exemplificar.


Alguns chamam de “rádio paddock”, prefiro fofocas, são as conversas ouvidas nos boxes sobre tudo e todos, deixariam de cabelos nem pé aqueles que escrevem sobre “famosos” em revistas e programas de tv.

Comentei anteriormente sobre carros que competem com algum item em desacordo com o regulamento, seja no motor, câmbio, suspensão, peso ou qualquer outro, geralmente para “melhorar” o desempenho do carro frente aos demais, lá nos boxes damos a alcunha de “fora” (fora do regulamento) a estes.

Vamos a um pouco deles;

Muitos contam que nos motores boxer dos VW, onde existem dois cabeçotes, os comissários abriam sempre um só lado, para que com o paquímetro em mãos aferissem o curso X diâmetro e assim conferissem a cilindrada do mesmo. Acontece que muitos juram de pé junto que alguns pilotos/equipes em “acerto” com o examinador usavam do outro lado pistões de maior diâmetro, que aumentava a cilindrada regulamentada. Nada é impossível, mas fico pensando no enorme desequilíbrio e na grande vibração pois lembro de cátedra como era difícil o balanceamento correto desses motores mesmo com tudo conforme o regulamento. Lembro bem que nas Mil Milhas de 1984 corri com o motor de meu D3 com 1.800cc, o regulamento da época permitia, a diferença para os 1.600cc era enorme, em Interlagos o Fabinho Levorin e eu andamos cerca de seis segundos mais rápidos que eu em 1982 na TEP, na Subida do Lago, Reta Oposta, saída do Sargento e Junção a diferença era gritante.

Outra é a do formula, carro campeão brasileiro com um grande piloto, protestado e examinado em várias ocasiões nunca nadinha foi encontrado. Seguiu o campeão para outras pistas e vendeu o carro e o que se conta é que o artificio que burlava o regulamento se encontrava dentro do tanque de combustível, difícil de crer.

Quanto ao combustível adulterado é ou era um fato visível, causando até mortes depois de acidentes em que os carros pegavam fogo, triste mas real. Alguns usavam à vontade, lembro bem de um amigo convidado a pilotar para uma equipe e nos treinos começou a tomar um tempo absurdo do “astro” dela. Observando notou que o tal ao sair do box enfiava a mão sob o painel, em sua próxima saída enfiou sua mão no mesmo lugar e encontrou um botão que apertou, e para surpresa do todos o tempo veio igual ao do “astro”.

Infelizmente isto existe em todas as categorias, sempre alguém mais esperto que quer levar vantagem, desde a Formula Um até a mais simples das categorias, e como disse meu amigo Walter “quanto mais elaborado o regulamento, mais possibilidades de se driblar o mesmo”.

Iwasa é desclassificado por carro irregular, e Fittipaldi herda 3º na corrida 2 da F2 na Itália                                                                                       Link 

 

Rui Amaral Jr   

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

45 anos de amor ao esporte e aos amigos - Conta Sansone

 

Sansone na Formula Super V 

  
 Aos amigos e companheiros de longas jornadas automobilísticas, com quem tive a honra de compartilhar grandes corridas com os velhos azes das pistas brasileiras, como: Seu Chico, os Andreatas, Camilo, Celidonio, Dal Pont, Guaraná, Chiquinho, Chateaubriant, Afonsinho, Paulão, Emerson, Nelsinho, Wilsinho, Alex, Marivaldo, Rui Amaral, os Yoshikuma, Christian Heins, Moco, Dimas, Aguia, Attila, Fabinho, Lolli, Eduardo Scuracchio, Bird, Luizinho, Marinho, Waldemir Costa, Ignacio Terrana, Volante 13, Zé Peixinho e tantos outros não menos importantes, alem de grandes parceiros, como: Ciro Caires, Piero, Emilio, Roberto Dal Pont, Dedé Gomes, Ari Iasi, Fred O’Hara, Avon e todos os mecânicos amigos como o nosso querido Crispim.

Iniciei a minha carreira nas aulas que recebi do meu primeiro parceiro, Luciano Boninni, nas Mil Milhas de 1958, na carreteira por ele construída “Ford 1934 com equipamento Ardum e cambio do Jaguar, que não terminamos por quebra do diferencial.

Depois dessa experiência, não parei mais, participando de inúmeras corridas pelo Brasil a fora. Venci a primeira corrida de rua em Goiania com DKW em 1961 e tive a oportunidade de participar com variadas marcas como: Volks, Gordini, DKW, Puma, Simca, Dodge Dart, Alfa Julieta, JK, Lorena, Alfa Giulia, Fiat, BMW, alem de monopostos como: Formula V, Formula Brasil e Super V.

A pesar da minha dedicação, venci algumas corridas mas nunca tive o prazer de ser campeão, pois embora tenha tido um pai muito rico, nunca tive o apoio financeiro necessário, me impossibilitando de ter melhores equipamentos.

O mais importante de tudo isso, foram as amizades que felizmente perduram até hoje e que temos o prazer de conviver no nosso grupo de Wattzap e nas feijoadas do Paulão.

Em 45 anos de participação direta, teríamos mais 45 para contar historias e passagens inesquecíveis, como por exemplo, termos que providenciar a iluminação dos Box de Interlagos para as Mil Milhas, 24 Horas e 12 Horas pois do contrário não teríamos corrida e também arrancarmos todo o mato que invadia a pista isso feito muitas vezes pelos meus funcionários sem custo para os organizadores.

Encerro aqui, com uma breve homenagem aos queridos Wilsão, Eloy, Bastos e a todos os meus heróis vivos e aos que já se foram, que nos deixam grande saudade.


Mil Milhas Brasileiras com Dede Gomes

Grande abraço a todos

Luiz Carlos Sansone
 

domingo, 5 de junho de 2022

Bino

 

Foto arquivo Chico Lameirão

"Bino Heinz ….. última pilotada dele em terra Brasileira …. Renault 1093 # 40 /// Brasília 1000 Quilômetros … P 3 na Geral e P 1 na Categoria 850 cc" - Chico Lameirão

Foto arquivo Chico Lameirão

"Luiz P Bueno , Bino Heinz e eu …… Última vez que falamos com ele …. Chegamos em cima da hora ….. já estava embarcando e quando nos viu saiu da fila para umas últimas palavras …. A história poderia ter sido outra inclusive no cenário do nosso automobilismo …… mas assim estava escrito …..!!!" Chico Lameirão

Eugenio Martins e Bino quase venceram as Mil Milhas Brasileira de 1957 neste VW-Porsche preparado por Jorge Letry.



 No post anterior quando mostrei o Willys Mark II, fiz apenas uma pequena referencia ao seu nome, Bino Mark II, esperava uma foto que o Chico havia enviado tempos atrás quando Luiz e ele foram se despedir do amigo que seguia para França e Le Mans 1963, e que perdi.

Os comentários das duas fotos do Chico são dele, e abaixo mostro o texto dele para o livro de Paulo Scali.

Num país tão sem memória, e certas vezes tão distorcida, Paulo é uma referência, com muito conhecimento sobre o que escreve é sério, honesto e preciso é o grande historiador de nosso automobilismo.

                           Os textos e fotos abaixo são de seu livro “Bino – A trajetória de um vencedor” 


“Rui, ele era do seu tamanho, não sei como cabia na Berlinette ou Gordini” é o Chico comentando sobre o amigo.

No Tubularte-Porsche 






Luiz pilotando e vencendo com o carro que leva o nome do amigo.


Rui Amaral Jr






   








 








sexta-feira, 3 de junho de 2022

47

 

Mestre Luiz e sua tocada, confesso que esta foto me emociona.
Mestre Ararê, com sua genialidade reproduziu o Mark II. 

 
    Vendo e ouvindo atentamente mestre Toni na entrevista ao amigo Gildo, fiquei com vontade de escrever sobre sua criação, que teve a participação de outro mestre, o grande Nelson Angelo Brizzi.

Pela milionésima vez volto a afirmar, não sou historiador, apenas um contador de histórias que traz para cá muito do que ouviu, viu e sentiu. Quanto a números, fatos ou outros quem quiser me contestar estou sempre aberto a correções.

Na FEI no evento em que meu amigo Ricardo Bock homenageou Bird.


Os tempos mudavam, alguns jovens pilotos buscavam o mundo, Avallone, Ricardo, Luiz, Emerson, Wilsinho, Pace buscavam o Velho Continente, onde “seu” Chico, Fritz, Nano e outros haviam escrito seus nomes e agora com o grande destaque que as categorias de formulas alcançavam iam fazer os seus...e como o fizeram!

Aqui a equipe Willys comandada por Greco resolve fazer um novo carro para as pistas, entrega seu projeto e execução aos dois grandes nomes, dois grandes responsáveis pelas inúmeras vitorias de Bird, Luiz, Chico, Pace, Emerson, Wilson...Toni e Brizzi.

500 KM da Guanabara 1968


O que sei é que seu projeto foi calcado no carro que vinha fazendo furor nas corridas europeias, o Lotus 47, que em sua versão de rua era o Lotus Europa,  que lá corria com o motor Ford-Cortina-Lotus 1.600cc, e fazia frente a carros de maior cilindrada, a ponto de Enzo tentar barrar sua homologação. Em minha opinião um carro feio, muito feio, mas carros de corrida se tornam belos quando vencem e o 47 GT venceu muito.

E um dos 47 que veio participar das Mil Milhas Brasileiras de 1967 serviu de base para construir o Bino Mark II.

Relatos de amigos próximos à equipe contam que no primeiro teste Luiz se queixou dizendo que o carro havia ficado muito curto entre eixos e não fazia curvas de alta, ao que Greco olhando o carro e abrindo a mão abriu o indicador e polegar, que em minha mão dá uns 12cms e na dele devia dar uns 10, e disse “aumenta este tanto”! E feito ficou acabado o carro que mais vitórias teve em nosso automobilismo. É sério, quem quiser ou tiver vontade apresente outra versão!  


Segundo Toni a Mão de Deus conduzia as suas quando criava, a deusa outra criação Divina.

QR março de 1967


Bino bebe a champaghe, abraça Aguinaldo de Goes ao lapo Grego. As mãos de Toni desenhavam, as de Brizzi produziam vitórias. 








  Pois bem...1967, eu tinha de 14 para 15 anos, já me aventurava pelas noites daquela São Paulo que não existe mais. Ia à mais distinta das cafieiras o “Som de Cristal”, lá cheguei a ouvir o grande Jamelão, lugar onde lindas mulatas dançavam com senhores de terno elegantes, mostrando sua arte. Na maioria das “boites”, que não eram muitas, não me deixavam entrar, já tinha quase meus 1.90m de hoje, mas a cara era de 12 anos, se tanto. Mas na rua Nestor Pestana havia uma que fazia furor o “Ton Ton Macoute”, que meus irmãos mais velhos que eu frequentavam, ficava ao lado do escritório das Cestas de Natal Amaral e lá com certeza ninguém me barrava. Acredito que foi lá que pela primeira vez vi esta deusa que embeleza ainda mais a criação de Toni, talvez 8/9 anos mais velha que eu, só olhava, era apenas um sonho impossível. Dois anos mais tarde já entrava lá com a namorada, que modéstia à parte nada devia à beleza dela. 


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Rui Amaral Jr

PS: Perdoem minhas divagações.













quarta-feira, 2 de março de 2022

Expedito

 


  Meus amigos, fiquei afastado deste espaço que tanto gosto, há um mês que nada escrevo ou posto. De repente o mundo ficou um pouco confuso e acredito que eu também.

Tanto a escrever; as Mil Milhas e o encontro com amigos que não via há muito, o encontro com o amigo Zé Carlos, a Copa Sulam de 1971 - não esqueci -. A Formula Um, onde muitos andam palpitando, mas onde temos um grande campeão, de fato e de direito.

Então recebo esta foto do Gabriel na frente da placa da estrada que leva o nome de seu pai.

Há poucos anos atrás ao ir visitar uma amiga que mora em Jaú me perdi pelas estradas da região, entrando em uma delas me deparo com a placa indicando o nome da rodovia. A emoção aflorou, a lembrança do amigo, tantas histórias...

Expedito era formado em engenharia pela Universidade Federa de São Carlos e nada mais justo que a homenagem ao grande jornalista.

Ao Expedito, saudoso amigo e ao Gabriel, amigo de tanto tempo.

 

Rui Amaral Jr

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Garoto....

 

Águia e a carretera DKW do Dimas.

No Puma com Mauro.

...continuando sobre o sábado e as corridas que antecederam as Mil Milhas...

No começo da semana anterior recebo um Zap do Águia; “vou correr no sábado, é uma corrida dos “velhinhos” e vou correr com o Puma do Mauro, te espero lá”.

Espera lá! Assim como o Chico, dois ou três anos mais moço, o Águia aos 79 sim setenta e nove anos, pode ser chamado de tudo menos de “velhinho”. Ele não para, cada dia em algum lugar do Brasil, não deixa de comparecer a nenhum encontro, e onde existe uma pista lá está ele. Lá pela quarta ligo e ele estava no aeroporto e diz “vou até Floripa e volto para o treino!”. A seguir alguns trechos de nossas conversas e um depoimento dele...


OS "VELHINHOS" 


 1 - SILVIO ZAMBELLO  ALFA GTAM 25

2 - TONINHO MARANGUELO FILHO

ALFA GTA N 21

3- TONINHO MARANGUELO  PAI N 22

4 - ALFONSO ABRAMI DKW - N 13 .

5  - PAULO LOMBA n 27

MAVERICK

6 - RODRIGO LUNA - ALFA GTA -

N 33.  

7 - NENE FINOTTI PORSCHE SPYDER N 538 .

8 - RENATO ALFA 155 AZUL .

9 - PAULO LOCO , ALDEROMEU N 77

10  - EDSON FURIE , PUMA N 10 .

11  - PAULO VISCARELLI ALFA ROMEU GTAM ,N 65

12 - WANDERLEY NATALI,  ALFA BERLINA N 46.

13 - ALMIR DONATO - BERLINETA N 5

14 - LUIS GUERREIRO KARMANGUIA

15 - CLAUDIO CORDEIRO  PUMA

16 - FERNANDO BROCK  , MINI COPER 69  .

17 - Águia , PUMA 12

18 - PAULO GOMES , OPALA 22 .

19 - MARCELO BELLISE GTAM 20

20 - ERICL GROSSO , ALFA 156 .

[16:25, 08/01/2022] Águia: Puma gentilmente cedido pelo amigo gaúcho Mauro Kern.” 


Águia no Puma...

Opa! O mais rápido na classificação!



“Dei poucas neste auto 

Preciso me adaptar melhor com alavanca pq este cambio que não é sincronizado e é muito "justinho"

Errei várias vezes as mudanças de marcha , perdi muito tempo

Mas após 18 anos sem andar em interlagos e não saber como iria se comportar este Puma com motor AP 2.0 foi ótimo.

Amanhã teremos duas baterias de 30 min cada uma.”

Águia e Dimas no DKW da segunda bateria.



“O Puma #12  do amigo Mauro Kern   estava perfeito   na 1a bateria da Golden Classic estava liderando mas quase no final da prova  deu um problema na pressão de combustivel e parou ; tentaram arrumar para eu participar das minhas  baterias na Historic Alfa Race mas não foi possível

 

Na minha 1a bateria da Históric com esse mesmo Puma #12 eu só consegui entrar na pista atrás do último carro do grid...pq estavam tentando solucionar o problema, mas o Puma continuava dando falta, mesmo assim passei vários carros e qdo ja estava na 4a posição o motor cortou e parei antes da entrada da subida dos boxes...o Dimas me chamou e convidou  para colocar o DKW Dimep no grid da 2a bateria da Historic Race, foi divertido pilotar o DKW Dimep  mesmo com um motor fraco o carrinho é muito estável ..”


Foi assim...tenho certeza que ainda vamos conversar muito sobre este dia, e ainda uma certeza maior ainda que daqui a uns dez anos meu amigo Águia vai ligar e dizer "vou correr uma corrida de velhinhos..." e pergunto, alguém acredita na parte em que ele fala "velhinhos"?

Garoto Águia, obrigado pelo exemplo, amizade e carinho, baita abração,


Rui Amaral Jr