Brasileiros e
Argentinos já combatiam há muito nas pistas, com carreteras, na Mecânica
Continental que eram carros da Formula Um já em desuso na Europa e que na
América do Sul eram retirados seus motores originais e equipados com motores
V8.
No Brasil grandes nomes
se destacavam na organização de torneios, entre eles Mario Patti, Antonio
Carlos Scavone e Antonio Carlos Avallone.
Neste ano duas forças
do automobilismo Sulamericano se encontraram, a Berta e a Equipe Z, depois
Hollywood.
Berta Tornado
Chassi semi monocoque
em aço e alumínio. Motor traseiro entre eixos.
Motor seis cilindros em
linha derivado do Tornado 380, Berta elevou sua cilindrada á 4.000cc mudando
sua configuração de curso x diâmetro, diminuindo o curso e aumentando o
diâmetros fazendo com que o motor girasse a 6.800 rpm, ajudado por um novo
cabeçote de dois comando na cabeça alimentados por três Weber 48. Esta joia
desenvolvia aproximadamente 360/370 hps. Bloco de ferro e cabeçote de alumínio.
Cambio Saenz 750 de
cinco marchas.
Freios Girling.
Comprimento: 4.050 mm.
Largura: 1.880 mm.
Bitola dianteira: 1.550
mm.
Bitola traseira: 1.528
mm.
Distância entre eixos:
2.320 mm.
Rodas;
Dianteiras 15x10.
Traseiras 15x15.
Peso 750/800 kg.
Porsche 908/2
Motor
Configuração flat 8 cilindros contrapostos.
Localização traseira,
montado longitudinalmente
Construção bloco e
cabeçote em liga.
Cilindrada 2,996 litros
Diâmetro x curso 85,0
milímetros x 66,0 milímetros
Taxa de compressão
10.5:1
2 válvulas por
cilindro, duplo comando
Alimentação de combustível
injeção Bosch.
Potencia 350 CV a 8500 rpm
117 cv/litro
Chassis em alumínio
tubular.
Suspensão dianteira
triângulos duplos, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos
Suspensão traseira
braços superiores e inferiores, braço tensor, molas helicoidais, amortecedores
hidráulicos
Direção cremalheira e
pinhão
Freios Dunlop-ATE,
discos nas quatro rodas
Caixa de cambio Porsche
5 marchas
Tração traseira
Dimensões
Peso 600 kg.
Comprimento 4.320
milímetros.
Largura 1830 mm.
Altura 1020 mm.
Distância entre eixos
2300 milímetros.
Bitola dianteira 1.486
milímetros.
Bitola traseira 1453 mm
Rodas;
Dianteiras 15x10 pol.
Traseiras 15x15 pol.
Algumas considerações.
Dois carros de duas
épocas, o 908/2 projetado cerca de 4/5 anos antes quando os pneus slick ainda
estavam longe das pistas, para o uso deles foi projetado e construído seu
substituto o 908/3 muito diferente em todas configurações e com o motor cerca
de 20 hps mais forte. Já o Berta Tornado deriva do Berta Cosworth concebido no
final de 1969 para temporada de 1970, além disso ao contrário do 908/2 corria na
equipe que o projetou e construiu, podendo o gênio argentino inserir nele
diversas modificações no decorrer do ano, coisa que a Z não fazia no 908/2,
apenas mais para frente alguma coisa na aerodinâmica.
No primeiro duelo entre
eles Luiz Pereira Bueno se queixou muito dos pneus, o que mais tarde com testes
e muitas corridas foi resolvido, culminando com sua espetacular participação
nos 500 Quilômetros de Interlagos de 1972.
A primeira prova da
temporada em Tarumã foi vencida por Tite Catapani com a Lola T210 ex Emerson Fittipaldi,
massss as duas feras, Luis & Luiz não estavam presentes, logo conto sobre.
Vejam a situação de
nosso automobilismo, depois da era de ouro quando as montadoras dominaram o espetáculo,
tivemos alguns anos de corridas minguadas. Agora a Formula Ford chegava com
força, algumas grandes equipes eram montadas, logo teríamos a Divisão Um forte,
assim como a Divisão Três. Ainda em 71/72 correram os carros do Grupo Cinco e
Seis, no final de 1972 os importados foram banidos e chegou a bela Divisão
Quatro, quando um certo Baixinho visionário começou à montar aqui carros da
Lola e a equipe Hollywood encomendou a Berta o super Hollywood-Berta, com o motor
Ford 302 V8 que aqui equipava o Maverick.
O Hollywood Berta na visão de dois amigos, Ararê e Rogério, mestres em suas artes.
Quase ao final do texto numa conversa com o Chico uma referencia a alguém que faz muita falta, Avallone e seu Avallone Divisão Quatro.
Mas vejam nesta
entrevista o que pensava Angelo Juliano, presidente do ACB - Automóvel Club do
Brasil – que anos antes, na gestão do Presidente Castello Branco, havia perdido
o mando de nosso automobilismo para CBA – Confederação Brasileira de Automobilismo. A briga nefasta entre as duas instituições durou muitos anos, trazendo grandes desavenças e um atraso imensurável
ao nosso automobilismo.
Rui Amaral Jr
Como sempre peço perdão
por algum erro ou informação desencontrada, escrevo principalmente de memória,
e também com o coração.
Lembrando Cascavel
deixo aqui meu forte abraço ao Milton Serralheiro e ao grande amigo Miguel Beux
que herdou de seu pai Zilmar, o talento a competência e a força.