Confesso a vocês que
não tenho a mínima ideia de quantas vezes quebrei, meus arquivos de corridas
desapareceram e garanto que foram mais de setenta por cento das vezes em que
larguei, algumas como a Copa Brasil de 1972 nem cheguei a largar.
Lembro uma vez em 1971
ainda novato quando uma correia de meu VW D3 pulou, era Porsche a correia
comprada na Dacon por uma bela grana, quem me devolveu foi meu amigo Julio Caio
que estava com sua mãe e pai e na época corria de kart.
De 1978/79 não tenho
ideia e pouco lembro, ah! Aquele dia em que testava um comando de válvulas novo
e se não me engano uma relação de marchas um pouco mais curta, o Chapa mandou
que desse duas voltas para conferir as válvulas e quando fui colocar as luvas
chiou e disse “vai sem luvas mesmo....”, na época a saída dos boxes em Interlagos
contornava a curva Um por dentro, um muro as separava. Pois bem...ao olhar o
retrovisor de meu lado vi que estava desregulado e enfiei minha mão na janelinha
do acrílico para ajustar, e meu relógio, um presente de minha mãe ameaçou cair,
ao tentar segura-lo enfiei o pé no acelerador e o motor que tinha se tanto quatrocentos
metros de pista foi para o espaço. O contagiros marcava algo como 9.000 rpm,
quando enfiei a mão atrás do mesmo para procurar a chave de retorno da espia
não encontrei, o Chapa havia guardado com ele, da bronca que levei faço
absoluta questão de não lembrar, apenas que fiquei macambuzio no box enquanto
um novo motor era colocado.
Esta foto é de 1982 na
TEP/D3, minha primeira corrida na temporada, vinha brigando pelo segundo lugar
quando na saída do Sargento, na reta que levava ao Laranja o motor apagou.
Esforçando a memoria e agora escrevendo penso que foi a bomba elétrica de combustível
logo depois trocada por uma de Cesna.
“Rui, vai no Campo de
Marte e compra uma bomba de Cessna...”, e a mando do Chapa lá fui eu, sem saber o
modelo da aeronave comprei uma que conversando com o vendedor pensei ser a
certa. Bomba nova fui ligar o motor, chave de ignição ligada quando liguei a da
bomba só um barulho esquisito, ao apertar o botão de partida nada! Não vinha o combustível.
Algumas tentativas e o Chapa resolve abrir um dos Weber 48, a boia da cuba
estava parecendo um papelão, amassadinha que só ela, no outro a mesma coisa.
Tinha comprado a bomba de alimentação do motor, com uma pressão talvez umas dez
vezes da que precisávamos. Lembro que voltei e conversando com o vendedor
troquei por uma de transferência de combustível entre os tanques que foi a que
usei durante a temporada, foi muito gentil o vendedor em aceitar uma peça cuja
caixa havia sido aberta.
E por aí vai...
A você Chapa, amigo querido de tanto tempo.
Rui Amaral Jr