A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Celso Lara Barberis

A bela foto de Celso, recebi de um amigo, não sei a autoria, identificando o autor darei o devido crédito.


 No começo da década de 1960 Celso era um nome muito comentado no meio do automobilismo, já havia vencido por duas vezes os 500 KM de Interlagos, venceu a primeira edição da prova em 1957, e repetiu em 1958. Nos Mil Km de Buenos Aires de 1960, prova válida para o Campeonato Mundial de Carros Esporte, correndo com Christian "Bino" Heins foram quartos colocados com a Maserati 300S atrás de 1º #4 Phill Hil / Cliff Allison com Ferrari 250 TR 59/60, 2º #2 Richie Ginther/ von Trips Ferrari 250 TR 59/60 e 3º #30 Jo Bonnier /Graham Hill Porsche 718 RSK.

Box em Buenos Aires, Christian conversa com Celso ao volante,  de camisa branca ao lado de Christian me parece "seu" Chico Landi.
As duas fotos acima são do excente livro "Bino - A trajetória de um vencedor" do amigo Paulo Scali. Me perdoem a péssima digitalização, para não macular o livro fiz com o celular!  


 Vi Celso pela primeira vez quando meu irmão Paulo me levou a um treino dos 500 Km de Interlagos em 1961, eu estava com nove anos. Meu irmão treinava e ia correr com o Porsche 550 RS com o qual grandes pilotos haviam vencido, e Celso havia chegado em segundo lugar e primeiro na categoria no II Circuito de Piracicaba.

Com o Porsche 550 RS em Piracicaba. Foto que me foi cedida pelo grande Bird.
Capa da revista Quatro Rodas, de minha coleção. Celso e a bela Maserati.
500 Km de Interlagos 1961.
500 Km de Porto Alegre 1958, Celso ao lado de Chico Landi na carretera em que correu, quebrou.
Largada da prova " Prefeito Adhemar de Barros" em Interlagos. 
Christian "Bino" Heins larga atrás com o Porsche 550 RS, Celso com a Ferrari Testa Rossa #46.
Bino venceu após Celso fazer a melhor volta e quebrar. 2º Jean Louis Lacerda Soares, Ferrari Monza #36, 3º Alvaro Varanda Ferrari 250S #12 e 4º José Gimenez Lopez, Ferrari 250 Testa Rossa #82. 

 
 1961, o Porsche, agora de meu irmão Paulo e Luciano Mioso, chega a Interlagos para os treinos dos 500 Km. Tempos atrás, antes de sua morte, meu irmão me contou que certo dia, depois dos 500 Km, Celso chega à nossa casa e diz que a carreta era sua. Paulo tira o carro e ele a leva...

Celso, apesar de ter começado tarde, correu principalmente com carros esporte, venceu muito em suas cinquenta e tantas corridas. No link abaixo sua carreira no excelente site de meu amigo Paulo Peralta. 
link

1963 largada para os 500 Km de Interlagos, Celso está na 5ª fila com o Landi-Bianco-Alfa Romeo #2.

  1963 500 Km de Interlagos. Tinha onze anos, estava no barranco cerca de 100/150 metros da ponte da Bongotti, pouco adiante da curva que leva à Reta dos Boxes, fui provavelmente com meu irmão. Me desculpem, mas tudo isso se passa em minha cabeça, não lembro exatamente de meu irmão comigo, mas minha mãe não me deixaria ir com outra pessoa. 
Os carros passaram com o carro madrinha na frente, em outra volta ele entra nos boxes, e aquele som tremendo dos motores acelerando, os da frente querendo abrir vantagem, os de trás brigando por posições. No Retão muitas trocas de posições, e derrepente alguém grita " o Celso bateu". Não vi nada, apenas a balburdia a confusão, o susto. Para logo depois outra pessoa gritar "ele morreu".
Anos depois, em 1971/72, numa daquelas conversas intermináveis que tinha com o querido amigo Expedito Marazzi, ele me contou que naquela fatídica corrida, antes da largada quando foi dar um abraço no Celso ele estava "verde". Acredito que este "verde" fosse uma figura que meu amigo usou para dizer que ele estava tenso e preocupado...
Muitos jornais, revistas e hoje sites ou blogs, jogam a culpa do acidente ao piloto Amaral Junior (não é meu parente) , coisa em que não acredito. Nenhum piloto em sã consciência iria trocar "carícias" com outro carro de formula, andando à 200 e tantos quilômetros por hora! 

Conta a lenda, que "seu" Chico -Landi- após o acidente, picou a machadadas o chassi do Landi-Bianco, verdade ou não, prefiro não conferir, com quem talvez saiba a verdade.

Na foto meus queridos amigo, Luiz Carlos Lara Campos e seu filho Junior com Celso, "seu" Chico e Eloy Gogliano.

 Acredito mais do que tudo, que Celso morreu fazendo o que gostava, nas pistas, na água, no remo ou nos cavalos...morreu competindo. 


Rui Amaral Jr



    





 





  







 

13 comentários:

  1. Rui, também estava em Interlagos nesse dia da morte do Celso. Ia muito com meu irmão, meu pai e primos. Abraços Rui.

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  2. Nunca mais vou esquecer o dia 7 de setembro de 1963. Eu tinha 17 anos e já era fissurado em corridas de automóveis,nesse dia meu saudoso pai me deu uma carona até o autódromo de Interlagos para assistir a corrida dos 500 kms.Eu era um fã do Celso e sempre vibrava com o retrocesso da sua Maserati 300S no fim do retão.
    Nesse dia entrei com um amigo em Interlagos pela lateral que ia dar na subida do box. Chegando na pista sentamos na beira para esperar a corrida começar e assistir de lá.
    A primeira volta foi normal com o Celso passando no bloco intermediário porque seu Landi Bianco JK não era dos mais potentes.
    Na segunda vinha ele nessa subida com o Amaral Junior quando foi fechado por este, levando um toque que fez o seu carro derrapar e virar na direção do barranco da lateral, perto de onde estávamos.
    Depois um baque seco e o carro capotou na direção do mato que havia lá.
    Corremos para o local mas não vimos o Celso, somente o formula de cabeça para baixo.
    Logo depois chegou socorro e todos sabemos o que se seguiu.
    Um dia muito triste que foi há 57 anos lembro como se fosse ontem

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    1. Verdade Nelson, muito triste, aquele gosto amargo na boca, que veio logo após saber da morte dele ainda está vivo em minha memória, infelizmente depois vi e vivi mais alguns. É o esporte que amamos...

      Muito obrigado pelo depoimento.

      Abraço

      Rui

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  3. Parabéns pelo seu blog, muito interessante e divulga a memória do automobilismo brasileiro

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Rui lendo aqui seu post sobre o Celso Lara Barberis fiquei sabendo que o Paulo Scali editou o livro Bino.
    Conheço o Paulo e seu excelente trabalho, até tenho todos os livros dele.
    Na época que estava escrevendo o livro sobre Interlagos tentei ajuda-lo fornecendo programas de corrida em Interlagos dos anos 50 e 60. Também contribui com algumas fotos, inclusive essa do Ciro Cayres na Maserati 450S que aparece na página 130 do livro Bino.É a foto preferida da minha coleção,consegui com um amigo fotógrafo profissional que trabalha na pista de Interlagos.
    Bom que deu ainda mais valor de memória a esse livro do Paulo.

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    1. Nelson, soube depois de postar que a foto é do Laranjeira, confere?

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    2. Rui, a foto da Maserati 450S é de meu acervo fornecida ao Paulo Scali. A autoria é de um fotografo do passado, meu amigo Arnaldo Fiaschi.
      Ela apareceu pela primeira vez na página 78 do livro INTERLAGOS
      Do Paulo Scali.
      Está registrado na página de agradecimentos na parte de créditos fotograficos.
      Nessa página também está o meu nome na parte de agradecimentos (última página do Livro) por ter cedido esta é outras fotos de meu acervo bem como muito material de minha coleção como programas de competições dos anos 50 e 60.

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    3. Rui, o Paulo Scali ainda mora em Petrópolis?

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    4. Se quiser outras fotos e cópias de material sobre aquela época, me avise

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    5. Bom dia Nelson, vou dar os créditos ao Arnaldo Fiaschi. Me parece que o Paulo ainda mora em Petrópolis, um grande historiador, vou perguntar ao Chico. Quero sim seu material, vai ser uma honra postar. Meu e-mail ruiamaraljr@hotmail.com deixe seu telefone e conversamos, muito obrigado novamente.

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  6. Bom dia Nelson, vou dar os créditos ao Arnaldo Fiaschi. Me parece que o Paulo ainda mora em Petrópolis, um grande historiador, vou perguntar ao Chico. Quero sim seu material, vai ser uma honra postar. Meu e-mail ruiamaraljr@hotmail.com deixe seu telefone e conversamos, muito obrigado novamente.

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Rui Amaral Jr