Fangio à frente de Fagioli
1950 o GP da Belgica em Spa era o quarto GP da primeira temporada da Formula Um, fora Indianápolis, a Alfa Romeo com o modelo 158/50 vinha dominando amplamente o campeonato, com seus três pilotos Nino Farina, Luigi Fagioli e Juan Manuel Fangio.
Silverstone com Nino seguido por Fagioli
Sobre a primeira corrida do campeonato já escrevi aqui, foi a vitória de Nino Farina em Silverstone, depois veio Mônaco, onde Fangio deu um show, sabendo aproveitar a maré de acidentes, em Bremgarten no GP da Suíça nova vitória do italiano. E agora chegavam em Spa.
Nino e Fangio fizeram o mesmo tempo na classificação, 4m37s cravados, mas Il Dottore largava na pole, por ter feito antes, a seguir a outra Alfa com Fagioli com 4.41 e depois já bem longe Gigi Viloresi com a Ferrari 125 exatos 10s mais lento que a pole.
Na largada Nino toma a ponta, mas já na segunda volta é ultrapassado por Fangio, e durante muitas voltas andam nestas posições, até que Nino com problemas em seu carro é ultrapassado por Fagioli na outra Alfa e Louis Rosier com o Talbot-Darracq T26C-DA.
Nino termina em quarto e Ciccio Ascari com a Ferrari 125/275 em quinto e Gigi Villoresi com Ferrari 126 em sexto.
Nesta altura do campeonato, Farina e Fangio tinham duas vitórias cada, tendo o italiano 22 pontos, contra 17 do argentino, e faltavam duas corridas para o final do campeonato, Reims e Monza...
Rui Amaral Jr
"Na verdade, o GP de Spa de 50 foi o início de uma reação do Chueco, que depois de vencer em Mônaco, tivera mau resultado em Bremgarten. Era preciso uma boa colocação na pista belga pois Farina estava muito confortável.
A prova foi esvaziada pela falta de carros. Apenas catorze apareceram: as Alfas dominantes, as Ferraris e alguns Talbots-Lago que eram a metade do grid, além de um Alta filho único, de Geoffrey Crossley. Destaque-se a presença de Pierre Levegh, mais tarde tristemente conhecido por Le Mans-55.
Fangio largou na frente e brigou muito com o Dottore. Prova longa, tiveram que parar para o pit e Sommer com um Talbot assumiu a ponta. Mas quando parou, Ciccio assumiu a ponta com sua Ferrari 125/275. Ele estava com um dos novos V12 atmosféricos com que a equipe se dispunha a enfrentar a Alfa (que usava motores comprimidos).
Carro novo, problemas novos. Ascari explodiu o engenho e Fangio voltou na frente e lá ficou. O Dottore teve problemas de transmissão nas voltas finais e terminou em quarto. Uma colocação que se revelaria decisiva meses mais tarde."
Caranguejo