1974 a Ferrari não vencia um Mundial de Formula Um há treze anos, lembro bem era uma batalha na imprensa italiana, grandes pilotos tinham passado pela equipe e bons carros foram feitos e nenhum campeonato vencido. Lembro bem de um texto de Jacky Ickx para a revista Autosprint quando ele saiu da Ferrari, escreveu que foi um dos grandes vencedores da equipe, mostrava as vitórias, as voltas na liderança e muitas outras peculiaridades de sua passagem na equipe, só que titulo não conseguiu nenhum.
Outros grandes pilotos correram pela equipe, Arturo Merzario, Chris Amon, Mario Andretti e tantos outros, todos pilotando carros complicados e que também não trouxeram campeonatos a Casa de Maranello.
Em 74 o acordo Ferrari/Fiat já estava consolidado e por influencia da Fiat foi nomeado Luca Cordero di Montezemolo para dirigir a equipe, formado em Direito pela Universidade de Roma e pós graduado em Direito Comercial pela Universidade de Columbia, estava na Fiat já algum tempo quando foi designado para Ferrari.
Montezemolo trouxe em 74 Niki Lauda que estava na equipe BRM e lhe deu o lugar de primeiro piloto, junto com ele correria um baita bota de quem sou fã, o aguerrido Gianclaudio Regazzoni ou simplesmente Clay Regazzoni.
1974 começou com Clay vencendo o GP da Alemanha em Nurburgring, e Lauda as duas primeiras vitórias de sua carreira vencendo o GP da Espanha em Jarama e o da Holanda em Zanvoort pilotaram a 312 B3 trabalhada na Itália por Forghieri depois da desastrada fase de projetos feitos na Inglaterra por John Thonpson. Sob o comando de Montezemolo e Mauro Forghieri a Ferrari já preparava o carro para o ano seguinte, a 312T. Lauda se queixava do grande substerço (saída de frente ) da 312 B3, isso se devia a maior distancia entre eixos que o motor Flat12 obrigava o carro ter se comparados aos V8 Ford Cosworth que vinha dominando a categoria desde 1968. O beberrão Flat 12 foi sendo aperfeiçoado durante o ano de 74, e segundo Lauda sua curva de Torque suave e sua incrível potencia, por volta de 500hp contra 470 dos Cosworth, eram os trunfos do carro.
Então Forghieri e sua equipe desenharam para 312T um cambio transversal, o que trazia toda massa mais para o centro do carro, com isso tornando mais fácil o acerto e tornando-o mais neutro nas curvas, podendo assim aproveitar todas características do motor.
Lançado em 1974 o 312T venceu pela primeira vez com Clay Regazzoni o GP da Alemanha em Nurburgring e logo depois na Holanda e Espanha com Lauda.
1975 trouxe a consagração do 312T tendo Lauda vencido cinco corridas do Campeonato, Mônaco onde a Ferrari não vencia desde 1955, Bélgica, Suécia, França e EUA e tendo Clay vencido na Itália em Monza dando a Niki Lauda o titulo Mundial.
Carlos Reutmann venceu no Rio de Janeiro com evolução da 312 a T2.
Gilles vence em Long Beach 1979 com a T4.
Carlos Pace a frente de Lauda pouco antes do acidente em Nurburgring 1976.
Ferrari 312 B3 com Mario Andretti.
312 T
MOTOR
Traseiro, longitudinal, V12 a 180º
Diâmetro 80mm , curso 49,6mm
Cilindrada unitária 249,31 cc
Cilindrada total 2991,80 cc
Taxa de compressão 11,5:1
Potencia máxima 495 hp a 12.200 rpm
Potencia especifica 165 hp/litro
Distribuição, comando de válvulas duplo com 4 válvulas por cilindro
Alimentação, injeção indireta LUCAS
Lubrificação, cárter seco
Fricção multidisco.
CHASSI
Monocoque com tubos de aço e painéis de alumínio
Suspensão dianteira: Indenpendente com quadrilateros transversais, molas helicoidais associadas aos amortecedores telescópicos on board e barra estabilizadora.
Suspensão traseira:Independente com braço superior e trapézio inferior e braço central. Molas com amortecedores helicoidais on board e barra estabilizadora.
Cambio: Transversal com 5 marchas e ré.
Direção: Pinhão e cremalheira.
Combustível: Reservatório de 200 litros.
Pneus; Dianteiros 9,2 - 20 - 13
Traseiros 16,2 - 26 - 13
Comprimento: 4,143mm
Largura: 2,030mm
Altura: 1,275mm
Peso: 575kg com agua e óleo