A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Siffert 50 anos... por Ronaldo Nazar

 

Jo Siffert após a má largada vinha recuperando terreno. Da 10ª posição na 1ª volta , já encontrava-se na 4ª posição na 14ª volta duelando com Jackie Stewart pela 3ª colocação. Aí veio o acidente na 15º volta encerrando prematuramente uma brilhante carreira.


O grid formado momentos antes da corrida. Aqui a 1ª fila . A partir da esquerda, Jo Siffert na pole position com a BRM n° 5. A sua direita, Peter Gethin com a BRM n°6. Fechando a 1ª fila com o 3° tempo Emerson Fittipaldi com a Lotus n° 8.


Largaram......Peter Gethin pega a ponta seguido de Emerson Fittipaldi com Howden Ganley na 3ª posição. Jo Siffert que tinha feito a pole larga mal e aparece bem à esquerda na foto na 10ª posição.

Jo Siffert e a BRM P 160 minutos antes do acidente fatal.

Os boxes da equipe Yardley BRM em Brands Hatch. Cena SURREAL hoje em dia. A partir da direita em pé de macacão Jo Siffert. Sentado com a mão no rosto, o neozelandês Howden Ganley. Ao seu lado esquerdo o inglês Peter Gethin que foi o vencedor da corrida.


 No dia 24 de outubro de 1971, o excelente piloto suíço Jo Siffert , viria a falecer devido a um acidente quando disputava a corrida de fórmula 1 não válida pelo campeonato mundial, denominada "World Championship Victory Race". Após largar mal na pole position Siffert vinha recuperando terreno, quando ao passar pelo declive de Pilgrim ,ao reduzir uma marcha o câmbio quebrou, as rodas traseiras travaram, a BRM P 160 saiu da pista para a esquerda subindo no barranco que margeava a pista (não havia guard rails) capotando duas vezes e explodindo .

Exato momento do impacto com a BRM correndo a pista de cabeça pra baixo. O atrito com o asfalto somado ao tanque cheio provocou o incêndio que matou Jo Siffert que está preso ao carro.

A BRM de Siffert após o acidente envolta em chamas. O piloto suíço não teve chance.

O que sobrou da BRM de Jo Siffert. A corrida que teria 40 voltas foi encerrada com 14 voltas. O que seria uma festa em comemoração ao bicampeonato de Jackie Stewart virou pesadelo.

O estado que ficou a BRM de Jô Siffert após os bombeiros apagarem tardiamente o incêndio. Siffert pagou com a vida a ineficiência do serviços de segurança do circuito de Brands Hatch.

Os pilotos tiveram que parar seus carros antes da curva do acidente de Jo Siffert. Notem andando de volta carregando seu capacete ao lado dos três homens, Emerson Fittipaldi.

Reportagem com depoimento fantástico de Emerson Fittipaldi da última conversa com Jô Siffert um dia antes da morte do espetacular piloto suíço.

Cartaz alusivo à prova. Notem que o brasileiro Emerson Fittipaldi é um dos destaques da corrida.
O cartaz da corrida homenageando o campeão d temporada de 1971, Jackie Stewart.

 Era a 15ª volta, o tanque estava com cerca de 60 litros de gasolina. Os fiscais de pista chegaram rapidamente ao local, mas por incrível que possa parecer, quado foram acionar os extintores , os mesmos estavam descarregados. Até o caminhão dos bombeiros chegar e montar as mangueiras passaram-se cerca de 4 minutos, tempo mais do que suficiente para que Joseph Siffert, viesse a falecer por inalação dos gases oriundos do acidente.

No momento do acidente quem liderava a corrida era o inglês Peter Gethin com outra BRM, seguido na cola pelo brasileiro Emerson Fittipaldi com a Lotus 72. Se tivessem as cercas de proteção, os extintores funcionando, Jo Siffert teria sobrevivido e alguns meses depois estaria competindo, pois foi constatado que ele só teve o tornozelo direito quebrado no acidente.

Jo Siffert pulando pra dentro do copickt do Porsche 908 na largada das 24 hs de Le Mans 1969. O suíço liderou a prova até o seu companheiro de equipe Brian Redman quebrar.


Jo Siffert tocando o Porsche 917 spyder CanAm. O piloto suíço foi o responsável pelo desenvolvimento do projeto para tornar o 917 um adversário capaz de vencer a equipe Mclaren na série dos super protótipos. Infelizmente a morte prematura não permitiu que Siffert colhesse os frutos desse incrível trabalho.  

1971. Jo Siffert à direita e a equipe técnica da Porsche que desenvolveram a 1^ versão do Porsche 917 Can Am . Em 1972 com a adição do turbo o carro ficou imbatível. Siffert infelizmente não pôde usufruir desse sucesso.

O time de pilotos da equipe Gulf Porsche, bicampeã mundial de marcas 1970/71. A partir da esquerda. Jo Siffert, deitado no Porsche 917 Pedro Rodríguez, o inglês Brian Redman e o finlandês Léo Kinunenn.

Zeltweg 1969 . Jo Siffert na foto é perseguido por Jacky Ickx no Gulf Mirage , obtém a 1ª vitória do Porsche 917 no mundial de marcas. Siffert foi o piloto que encabeçou o desenvolvimento desse incrível carro.

1970 , 6 horas de Watkins Glen. Jo Siffert e Brian Rednan vencem a prova final do campeonato de Marcas , sacramentando o título para a Porsche e seu fabuloso 917. Foi um verdadeiro MASSACRE sobre as Ferraris 512S que aparece na foto com Mário Andretti e Ignazio Giunti.

Siffert estava no auge de uma carreira vencedora aos 35 anos. Lá se vão 50 anos dessa estúpida morte. Em 1971, três grandes pilotos faleceram. Em janeiro em disputa dos 1000 km de Buenos Aires, prova de abertura do Campeonato Mundial de Marcas, o italiano Ignazio Giunti faleceu depois que sua Ferrari chocou-se com a Matra do francês Jean Pierre Beltoise. Giunti morreu queimado. Coincidentemente quem ganhou a corrida foi o Porsche 917 de Jo Siffert e Derek Bell. Em junho o mexicano Pedro Rodriguez também morreu queimado , depois que sua Ferrari bateu em um Porsche 906. Rodriguez era colega de equipe de Jo Siffert tanto na equipe Gulf Porsche do Mundial de Marcas, como na Fórmula 1 na equipe BRM.

Bela foto da BRM P160 com Jo Siffert ganhando o GP da Austria 1971. O suíço obteve o seu único GRAN CHELEM, pole position, volta mais rápida e liderou todas as voltas da corrida

Áustria. Circuito de Zeltweg 1971. Jo Siffert vence a sua 2^ e última corrida na F1. Emerson Fittipaldi foi o 2° colocado. Dois meses depois o GRANDE PILOTO suíço viria falecer.

Brands Hatch 1968. Jo Siffert dá à equipe Rob Walker a sua última vitória na F1 em ferrenho duelo com a Ferrari do neozelandês Chris Amon. Siffert perderia a vida 3 anos depois nessa mesma pista.

Jo Siffert não teve na fórmula1 o sucesso que conseguiu no Mundial de Marcas. Ele foi campeão mundial pela Porsche nos anos de 1968,69,70 e 71. Era o principal piloto da marca alemã tendo desenvolvido os Porsches 907,908,917. Na CanAm foi o principal piloto da Porsche ao desenvolver e correr com o 917 aspirado spyder na famosa série americana. Infelizmente Siffert não participou do campeonato em que a marca alemã finalmente derrotou a poderosa equipe Mclaren, 1972. Siffert já tinha tudo acertado para correr o campeonato completo. Na Fórmula 1 Siffert correu de 1962 a 1971. Teve apenas 2 vitórias em 96 GPS válidos pelo campeonato Mundial de F1. A primeira delas justamente em Brands Hatch em 1968 com uma Lotus 49 da equipe Rob Walker que ele defendeu por longos 4 anos. A sua outra vitória foi no GP da Áustria 1971, 2 meses antes de morrer. Essa vitória, foi o seu único Grand Chelem ao marcar a pole position, melhor volta e liderar todas as voltas.

O cortejo do enterro de Jô Siffert. Notem o homem à frente levando o seu capacete, em seguida o Porsche 917 com uma faixa preta. Uma multidão acompanhou a cerimônia.

O sarcófago onde Jo Siffert foi enterrado. Ele era muito querido e respeitado no meio automobilístico.

 Foto espetacular de Jo Siffert no grid aguardando instalado na sua BRM P 160. Após a morte do mexicano Pedro Rodriguez, Jo Siffert assumiu o desenvolvimento da equipe BRM fazendo os testes de pista. Foi notória a melhora de performance da equipe conquistando 2 GPS, Monza com Peter Gethin e Áustria com Jo Siffert. Siffert era muito bom em desenvolvimento.


Jo Siffert, deve sempre ser relembrado pelos amantes do automobilismo.

 

Ronaldo Nazar     




terça-feira, 4 de outubro de 2016

Porsche 908 1.000 KM de Nurburgring 1968 Jo Siffert e Vic Elford

O 908 de Seppy Siffert e Vic Elford voa para vitória!

1968 a Porsche lança o fabuloso 908, apesar do começo dificil neste mesmo ano vence os 1.000 KM de Nurburgring com a dupla Jo Siffert/Vic Elford, na foto voando para vitória.
Em 68 a FIA anuncia o novo regulamento para carros do grupo 6 Protótipos que usaria motores de no máximo 3.000cc.
Assim nascia o 908 com chassi tubular motor de 3 litros boxer com duas válvulas por cilindro que apesar da concepção conservadora garantia 350hp para um peso liquido de 650 kg.A versão de 68 era fechada o 908 LH ou como prefiro chamar "coda lunga".
À partir de 1969 a Porsche lança o 908/2 conversivél e com cerca de 100 kg à menos, um carro colecionador de vitórias nas mãos de grandes pilotos pelo mundo afora. No Brasil Mestre Luiz Pereira Bueno tocou um com sua  maestria habitual primeiro pela Equipe Z depois transformada em Hoolywwod.
Lembro de Luiz me contando sobre o carro e como com todos Porsches de clientes a fábrica fazia uma revisão do motor à cada 50 horas de uso, ocasião em que Luiz e Tite Catapanni aproveitaram e correram na Austria uma corrida do mundial.

A maravilhosa "coda lunga"! Com este carro Hans Herrmann/Gérard Larrousse em 1969 quase venceram as 24 Horas de Le Mans chegando apenas 100 e poucos metros atrás do Ford GT40 de Jacky Ickx/Jackie Oliver.

Caro Walter, eis o 908/2 com que Jochen Rindt correu os 1.000 KM de Buenos Aires em 1970 com Alex Soler Roig.

Mestre Luiz
Tive a honra de assistir a primeira corrida de Luiz com o 908/2 da Equipe Z em Interlagos, quando largando da última fila chegou na curva "Um" na ponta, meu irmão Paulo me contava que seu amigo Walter sócio de Luiz e Anísio Campos na Equipe Z quase teve um ataque cardíaco na ocasião! 

  500 KM de Interlagos 1972, Luiz com o 908/2 já da Equipe Hoolywood vem à frente de Reinold Joest com o 908/3 um carro bem mais avançado...essa também tive a honra de ver de perto! 

O parceiro de Luiz na corrida de Zeltweg Tite Catapani à frente de Ronnie Peterson na Ferrari 312P, quando o Porsche foi fazer a revisão na fábrica. Um dia ainda conto sobre esta corrida!

Rui Amaral Jr


quinta-feira, 26 de julho de 2012

1.000 KM de Buenos Aires 1971

Pole do 917K #32 de Pedro Rodriguez/Jo Siffert e a seu lado a Ferrari 312PB de Ignácio Giunti/Arturo Merzario.

Em janeiro, nos 1.000 Km de Buenos Aires, etapa do Mundial de Marcas, morre o italiano Ignazio Giunti, ao bater sua Ferrari 312 na Matra Simca do francês Jean Pierre Beltoise, num dos mais bizarros acidentes de que se tem conhecimento. O capacete de Ignazio, aliás originalíssimo, era enfeitado com o desenho de uma águia asteca. O incêndio terrível ceifou a vida de Giunti, mas a prova prosseguiu e o suíço Jo Siffert e o inglês Derek Bell vencem, seguidos do mexicano Pedro Rodriguez e de outro britânico, Jackie Oliver.

Caranguejo




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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

XIUHTECUHTLI, O DEUS DO FOGO ASTECA

Ignazio Giunti

Xiuhtecuhtli, é na mitologia asteca, povo formador do México, o deus do fogo. É um deus ferreiro, ligado também ao ferro e ao metal.



Jo e Pedro

E o que isso tem a ver com automobilismo? Tudo. Nada. Depende de quem estiver lendo. Vejamos.
O ano de 1971, foi um ano tão cheio de acidentes quanto qualquer outro naquela década, onde as baixas de pilotos eram computadas entre três ou quatro, ao final da temporada.
Na temporada de que lhes falo, destaco três batidas onde encontramos o fogo, metal e o México. Elementos que remetem a divindade citada lá em cima.

1.000 KM de Buenos Aires 1971,o Porsche vencedor de Jo Siffert passa pela Ferrari de Ignazio Giunti.
Giunti e a Ferrari em Buenos Aires. 

Em janeiro, nos 1.000 Km de Buenos Aires, etapa do Mundial de Marcas, morre o italiano Ignazio Giunti, ao bater sua Ferrari 312 na Matra Simca do francês Jean Pierre Beltoise, num dos mais bizarros acidentes de que se tem conhecimento. O capacete de Ignazio, aliás originalíssimo, era enfeitado com o desenho de uma águia asteca. O incêndio terrível ceifou a vida de Giunti, mas a prova prosseguiu e o suíço Jo Siffert e o inglês Derek Bell vencem, seguidos do mexicano Pedro Rodriguez e de outro britânico, Jackie Oliver.

Pedro na BRM em sua última corrida na Formula Um.
Acima e abaixo Pedro, na Ferrari 512M  pouco antes do acidente.

Em julho em Nuremberg na Alemanha, numa prova da Interseries , justamente Pedro Rodriguez, orgulho dos mexicanos, tem destino semelhante ao de Giunti, também em uma batida seguida de fogo ao tentar ultrapassar com sua Ferrari 512M o retardatário Kurt Hild. Três meses mais tarde, em Brands Hatch, numa prova de Fórmula 1 extra-campeonato que está utilizando a data reservada ao GP do México (cancelado devido à morte de Pedro) , Jo Siffert perde o controle de seu BRM P160 , bate numa elevação, capota e incendeia. Mais tarde seria apurado que a suspensão do carro de Siffert fora afetada num toque com Ronnie Peterson. O componente não parecera ter ficado avariado, até ser tarde demais. Três pilotos diferentes. Destruídos pelo fogo. Em acidentes com participação direta ou não de um outro companheiro. Três categorias distintas. O México, país presente em pelo menos um detalhe que compõe cada um desses dramas.

Jo
Jo e a BRM P160.

Uma triste coincidência. Azar. Outra hipótese.
Eu não sei a resposta.
Como já disse, depende do leitor.

CARANGUEJO

*Dedicado ao TOHMÉ, o Rei das Miniaturas e que me deu essa idéia quando postou o célebre Porsche 917K, que Emerson Fittipaldi e Carlos Reutemann utilizaram nos 1.000 Km de B.A.

ALGUMAS OUTRAS FOTOS

Emerson voa sobre Giunti em Monza 1970.
Siffert, Porsche 908/3 reclama de Giunti, Ferrari  512M.
Pedro ,BRM P133, seguido por Jean Pierre Beltoise na Matra Cosworth MS10 em Jarama/68.
Jo na BOAC 500 em  Brands Hatch.
Jo de Lotus, Formula Um.
Jo, Porsche 908/3 vence a Targa Florio, 1970.
Pedro
Ignazio