A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Primeiro 500 Km de Porto Alegre - Circuito da Pedra Redonda - 1958


Amanhece o domingo, vento minuano havia dado trégua, para esta que seria a primeira prova dos 500 Km de Porto Alegre que se tornaria um clássico do automobilismo gaúcho.
A cidade estava movimentada com porto-alegrenses e o público vindo da região e outros Estados.
Os ânimos exaltados, adrenalina em alta, agitava e muito os pilotos, mecânicos e preparadores. Seria o primeiro, grande e belo confronto entre os paulistas e gaúchos após os incidentes da final das Mil Milhas Brasileiras de 1957. E ainda com a participação dos ‘hermanos’ exímios pilotos argentinos e uruguaios o que só engrandeceria esta.
De São Paulo vieram os pilotos Camillo Christófaro, Celso Lara Barbéris, Chico Landi, José Gimenez Lopes e Luiz Margarido.
Os gaúchos que participaram, Aristídes Bertuol, Catharino Andreatta, Ítalo Bertão, José Asmuz, Nacticvo Camozzato, Orlando Menegaz entre outros.
Os argentinos Juan Galvez e Felix Peduzzi e o uruguaio Rômulo Buonavoglia entre outros.
Os treinos de sábado foi de muita emoção e tristeza, o piloto José Gimenez Lopes, bateu em uma árvore destruindo sua Chevrolet N° 82 tirando também Chico Landi.
A prova consistia em 40 voltas no Circuito da Pedra Redonda. A largada foi às 8h e 45min, com Barbéris na ponta, sendo logo ultrapassado por Orlando Menegaz, fazendo a segunda volta com média de 140 km/h, em sua cola Juan Galvez e Aristides Bertuol. Que superou com maestria Galvez, dando início a um duelo entre os gigantes gaúchos com suas possantes Chevrolet/Corvette N° 24 e N° 4.
O ritmo forte fez com que Menegaz abandonasse a prova na 25ª volta, com problemas no diferencial. Os pilotos que já se encontravam fora desta eram Galvez, Barbéris, Christófaro, Catharino, Felix e Menegaz.
Peduzzi capotou na Praça da Tristeza, saindo também da prova, mesmo assim teve muita sorte pois não teve nenhum ferimento.
Nactivo Camozzato, que vinha em segundo lugar, assumiu a liderança da prova ultrapassando Bertuol que tentou alcançar Camozzato, na 26ª volta Bertuol, perde o controle de sua carretera N° 4, batendo forte em uma árvore e ficando entalado entre duas outras, na rótula da Caixa d’Água de Ipanema. Camozzato conquistou a vitória com bravura.
A prova que iniciou com 19 pilotos, acabou com apenas 6, se tornando num festival de carreteras quebradas e acidentes. O Circuito da Pedra Redonda exigia muita habilidade dos pilotos e resistência das máquinas.

Curiosidades sobre esta prova:

- Aristides Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4, que tinha câmbio de quatro marchas para frente e a ré embaixo, como se fosse um afogador, ao ser dada a largada não viu que estava com a ré engatada e largou de marcha ré. Por sorte não bateu em nenhum concorrente, mas teve de ser dada uma segunda largada;
- Aristides Bertuol e Orlando Menegaz, cada um com sua respectiva Chevrolet/Corvette , apostaram Um Milhão de Cruzeiros para ver qual deles seria o vencedor. Quando Daniel Winik e outros pilotos ficaram sabendo rasgaram o cheque, pois isto levaria-os a pilotarem em extrema alta velocidade que poderia ocasionar grave acidente.


Agradeço ao amigo Rui Amaral Lemos Jr. pelo convite para escrever sobre esta tão importante fase do automobilismo gaúcho. A Fabio Poppi que nos presenteou com as fotos e a Carlos de Paula que nos apoiou. Aos amigos Daniel Winik, único piloto passo-fundense de carretera, ainda vivo e meu pai, Nelson Marques da Rocha, ambos enciclopédias vivas que me auxiliaram neste.

Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS

Cantando o Hino Nacional - antes da largada
Momentos antes de alinharem

Largada
"Cupecita la Galera" dos argentinos hermanos Dante e Torcuato Emiliozzi
 Carretera Ford N. 52


Ford 1 e Juan Galvez a direita
Chevrolet N. 3 de Peduzzi
 Ford N. 18, a Gilda, de Nicanor Ollé
 Ford N. 30 e ao fundo Ford N. 53 de Buonavoglia
 Chico Landi e Celso Lara Barberis
 Carretera Ford N. 6 com Camozzato a esquerda
 Ítalo Bertão que correu com a Ford N. 48 de Daniel Winik
Orlando Menegaz com sua carretera Chevrolet/Corvette N. 24
 Aristides Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4
Buonavoglia com sua Ford N. 53 
Carretera Chevrolet N. 16 de João Galvani
 Diogo Ellwanger com sua Ford N. 22 - descida para a curva da Pedra Redonda

 Rótula da Caixa d'Água
 Saída da Praça Tristeza, Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4 atrás de Menegaz com sua Chevrolet/Corvette N. 24
Camozzato com sua Ford N. 6

Carretera Chevrolet N. 82 de Chico Landi
NT: Quem está ao lado parece se José Gimenez Lopez

Quadriculada vai para... 
Aldo Costa com sua Ford N. 12 - ao completar a prova

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Aproveito para mostrar novamente o vídeo dos  500 KM de Porto Alegre de 1962, que recebi de meus amigos Nelson e sua filha Graziela Marques da Rocha, editado e disponibilizado no You Tube  por meu amigo Fernando Fagundes.



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Interessante, hoje ao abrir a pagina de estatísticas do Historias mais de 10 visitas a este post. 
Foi a primeiro post da sempre competente Graziela, nas fotos que eu havia recebido do Fabio Poppi.
São  fotos antológicas de nosso automobilismo, de uma época de raça e pilotos privilegiados, que corriam com dificuldades e amor ao esporte.
Com este post, me aproximei de alguns amigos do Sul, entre eles o sempre presente Caranguejo e Leandro Sanco que em seu ótimo blog, conta muitas das historias do automobilismo.
À Graziela, Nelson, Fernando e Fabio meu muito obrigado, e um forte abraço!


Rui Amaral Jr

Post original de 13 de Julho de 2009




domingo, 15 de julho de 2012

A CORRIDA WASHINGTON LUIZ


Uma das grandes provas automobilísticas nacionais do século 20 se deu em 1949. Foi a corrida Washington Luiz, realizada em São Paulo, em dezembro daquele ano, ao longo de dois dias de muita chuva e muitos percalços. E um gaúcho terminou vencedor.
Largada simbólica da prova Washington Luiz, com bandeirada do então governador paulista Ademar de Barros.
Fotos: arquivo pessoal
Promovida pelo Automóvel Clube do Brasil e patrocinada pelo governo paulista, a disputa apresentou problemas de organização. Várias das curvas do trajeto - que passou por municípios como São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Sorocaba, além da própria São Paulo capital - não estavam sinalizadas. Alguns trechos da pista não tinham proteção - inclusive uma ponte, na qual o piloto gaúcho Aristides Bertuol acabou caindo. Outro competidor do Rio Grande do Sul, Argemiro Pretto, foi abalroado por um trem, em um trecho próximo à via férrea.
Largada oficial da corrida, no quilômetro 12 da Rodovia Anhanguera
Mas um representante gaúcho, Catarino Andreatta, saiu vitorioso da prova, com seu Ford V8 número 10. Além dos troféus, ele ficou com o título de Campeão Brasileiro de Estradas. Oscar Bay, Ernesto Ranzolin, Adalberto Moraes e Americo Cecconi também representaram o Sul na competição em São Paulo

(colaboraram Graziela e Nelson M. Rocha)
Publicado no jornal ZERO HORA, coluna: ALMANAQUE GAÚCHO de Ricardo Chaves
Postado por Luís Bissigo, às 6:20
Categorias: automobilismo
09 de julho de 2012
http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2012/07/09/a-corrida-washington-luiz/?topo=13,1,1,,,13





domingo, 7 de novembro de 2010

ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS DE PILOTOS GAÚCHOS, CONVIDADOS (PILOTOS) E CIRCUITOS GAÚCHOS, LAMENTAVELMENTE AS MORTES FORAM MUITAS - capítulo I

1˚) GP Cidade de Porto Alegre, 15 de novembro de 1935, no Circuito do Cristal (1˚ de ruas da capital gaúcha) acontecia também a exposição do Centenário da Revolução Farroupilha.

O resultado foi homologado junto a F.I.A:

1˚ lugar: Norberto Jung com Ford V/8, #16

2˚ lugar: Olyntho Pereira com Ford V/8, # 12

3˚ lugar: Oscar Bins com Ford V/8, # 4

4˚ lugar: Joaquim Fonseca com Ford Modelo A, #8

O piloto uruguaio Ramon Sierra, capotou seu Ford V/8, # 2 nos treinos, felizmente ele e seu co-piloto não se machucaram.

2˚) G.P Folha da Tarde (vespertino gaúcho), em 14 de fevereiro de 1937, no Circuito do Cristal

Resultado da prova:

1˚ lugar: Nascimento Junior com Ford V/8, #6

2˚ lugar: Olyntho Pereira com Dodge, #2

3˚ lugar: Quirino Landi com Bugatti, #10

Oscar Bins, ótimo piloto gaúcho, capotou seu Ford V/8, #8, fraturando a clavícula

3˚ ) Prova Rádio Gaúcha/Folha da Tarde, em 17 abril de 1938, no Circuito do Cristal

Resultado:

1˚ lugar: Júlio Carvalho com Ford V/8, #4

2˚ lugar: Clemente Rovere com Ford V/8, #14 de Santa Catarina

3˚ lugar: Norberto Jung com Ford V/8, #10

4˚ lugar: Oscar Bins com Ford V/8, #16

5˚ lugar: Diogo Ellwanger com Ford V/8, #22

Diogo inicia nesta prova, aos 22 anos de idade carreira esplendorosa, foi tetra campeão gaúcho, sempre na Força Livre.

Morreu num acidente durante os treinos, o repórter da Folha da Tarde, Plauto Azambuja Soares e feriu-se gravemente, o repórter do Correio do Povo, Saady R. Saady quando davam uma volta no circuito, no carro Ford V/8 do piloto Carlos de Martini, que emprestara o carro para a dupla sentir a sensação.

Ainda na 1ª volta, aconteceu outro acidente, gravíssimo, o piloto Antônio Costa Fonseca, chocou-se com um poste, ferindo-se gravemente, seu mecânico, Oswaldo Mancini morreu.

4˚) Copa Rio Grande do Sul, 26 de setembro de 1948, promoção do jornal Diário de Notícias/Banco Agrícola Mercantil

Prova esta disputada por 824 km, que teve como resultado:

1˚ lugar: Alcídio Schröeder com Ford 1939, #14, de Passo Fundo-RS

2˚ lugar: Ernesto Ranzolin com Ford 1947, #14, de Lages-SC

3˚ lugar: Oscar Antônio Silva com Mercury 1940, # 40

4˚ lugar: José C. F. Bastos com Ford

5˚ lugar: Nicolau Corvina com Mercury

Nesta prova aconteceu gravíssimo acidente quando quatro espectadores morreram e quarenta ficaram feridos, quando um dos últimos pilotos largou, sobrou na curva fechada, quase no fim da Avenida Farrapos, o protagonista, Antônio Fonini de Guaporé-RS, dirigia carretera Ford V/8.

A prova não foi suspensa.

*Ernesto Ranzolin, radicado em Lages-SC era gaúcho de Antônio Prado, na serra gaúcha.

5˚) Prova Washington Luiz, em 08 e 09 de outubro de 1949, na capital e interior de São Paulo

Resultado da prova:

1˚ lugar: Catharino Andreatta com Ford V/8

2˚ lugar: Oscar Bay com Ford V/8, de Caxias do Sul

3˚ lugar: Luiz Ambrósio com Ford V/8

4˚ lugar: Godofredo Viana Filho

Acidentes: Aristides Bertuol, caiu num rio com sua Sedanete Chevrolet 1948, ele e o acompanhante não se feriram;

Argemiro A. Pretto foi atropelado por um trem em sua carretera Chevrolet;

Ambos acidentes aconteceram por falta de sinalização.

O acidente fatal envolveu Chico Landi que ficou sem freio em sua Nash 1948, atropelando um espectador ao jogar carretera numa parede.

Agradeço ao amigo Nelson Marques da Rocha, de Passo Fundo-RS, a parceria neste.

Continua na próxima semana!


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os gaúchos e suas brilhantes carreteiras - por Ari Moro

Alcidio Schröeder ocupa lugar de destaque na galeria formada pelos mais expressivos pilotos de carreteira do Rio Grande do Sul, ao lado de Catarino Andreatta, Breno Fornari, Diogo Luis Ellwanger e muitos outros.

Um de seus feitos mais brilhantes foi vencer na categoria Força Livre, uma prova da Copa Rio Grande do Sul de automobilismo de competição, disputada em 26 de setembro de 1948.

Dessa memorável prova participaram 28 carros, numa distância de 824 quilometros de estradas de chão, com saída de Porto Alegre/RGS e passagem pelas cidades gaúchas de São Leopoldo, Caxias do Sul, Vacaria, Lagoa Vermelha e Passo Fundo, onde pilotos e carros paravam para descanso, consertos e reabastecimento.

Dali partiam a Marau Casca, Guaporé, Bento Gonçalves, Farroupilha, Feliz, São Sebastião do Caí e novamente Porto Alegre. A chegada, para quem resistisse, acontecia na avenida Farrapos esquina de rua São Pedro, bairro Floresta, na capital gaúcha.

Numa das fotos de hoje (acervo do antigomobilista gaúcho Nelson M. Rocha), flagrante da chegada do vencedor Alcídio Schröeder e sua carreteira Ford 1939, número 14, recebendo a bandeirada dada pelo então Governador Valter Só Jobim, avô do ex-Ministro do Superior Tribunal Federal e atual Ministro da Defesa Nelson Jobim.

Em segundo chegou Ernesto Ranzolin, gaúcho radicado em Lages/SC, com a carreteira Ford 1947 número 10 e em terceiro lugar Oscar A Silva com a carreteira Mercury 1941 número 40.

Taça Bardhal

Outro piloto de carreteira gaúcho de expressão cujo nome está gravado naquela galeria é Orlando Menegaz.

Nos dias 23 e 24 de novembro de 1957 ele disputou e venceu, em parceria com outro astro do automobilismo de competição do Rio Grande do Sul - Aristides Bertuol, a II Mil Milhas Brasileiras, tendo como palco o autódromo de Interlagos, em São Paulo/SP.

Na oportunidade, pilotou a carreteira Chevrolet número 4, equipada com motor de Corvette, perfazendo 200 voltas no traçado de 8 quilometros. Em segundo ficou a dupla Catarino Andreatta/Diogo Luis Ellwanger com a carreteira Ford número 2 e em terceiro lugar a dupla Julio Andreatta/Dirceu Oliveira com a carreteira Ford número 6, todos pílotos gaúchos.

A grande experiência dos gaúchos em provas de longa duração explica o sucesso deles nas primeiras Mil Milhas. Na outra foto de hoje (acervo daquele antigomobilista também) aparecem funcionário da Promax (E), radialista Antonio Augusto Meireles Duarte e Orlando Menegaz (Passo Fundo/RS), ao lado da carreteira número 4 e da imensa Taça Bardhal, esta com 1,80m de altura. Este maravilhoso troféu trazia, ao seu pé, plaqueta na qual eram gravados os nomes dos vencedores das provas Mil Milhas Brasileiras.

Agradeço ao jornalista e amigo Ari Moro de Curitiba-PR, a cedência deste que foi publicado primeiramente no Jornal do Automóvel de Curitiba e Paraná Online.
26/08/2010 às 00:00:00 - Atualizado em 25/08/2010 às 20:57:18

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Orlando Menegaz foi um pioneiro das corridas de carreteiras - Ari Moro


No que diz respeito às corridas de carreteiras no Brasil, nas décadas de 1940/50, o motor mais "quente", o mais utilizado pelos pilotos para equipar seus veículos e o que se apresentava mais disponível na praça, era o que vinha de fábrica nos automóveis Ford ou Mercury V8, com maior ou menor cavalaria, cerca de 100 ou de 130 HP respectivamente, o qual, devidamente preparado com equipamento fabricado nos Estados Unidos poderia chegar aos 150 ou 200 HP.

Mas, como dizia o piloto curitibano Paulo Buso, não era nada fácil conseguir isso e pior ainda um motor mais forte, bem como a "perfumaria" necessária para torna-lo competitivo.

Em consequência, os mecânicos da época eram obrigados a realizarem verdadeiros milagres mecânicos para que, utilizando os parcos recursos que tinham à mão, fazer com que o motor preparado rendesse o que era esperado pelos pilotos dos carros.

Uns poucos pilotos tinham condições de ir aos Estados Unidos buscar os equipamentos necessários ou importa-los. A maioria, recorria aos "hermanos" argentinos para conseguirem as peças, caras com certeza.

Os pilotos em condições de obter os melhores motores e equipamentos importados para "envenena-los", certamente tinham maior chance de vitória nas corridas.

É o caso, por exemplo, do destacado piloto gaúcho de Passo Fundo - Orlando Menegaz - que, já em 1957 equipou sua carreteira Chevrolet 1938 com motor V8 e câmbio do esportivo Chevrolet Corvette, carro este que havia sido lançado pela General Motors norte-americana em 1953 com motor de 6 cilindros em linha e que a partir de 1955 começou a ser equipado com motor de 8 cilindros em V, de alto desempenho.

A instalação e testes da nova mecânica e acerto do diferencial da carreteira consumiram um ano de trabalho, mas, a partir de 1958 Menegaz começou a colher bons resultados, vencendo as seguintes provas: Centenário de Passo Fundo - 02-02-1958, Festa da Uva/RS - 09-03-1958, Circuito Automobilístico de Melo/Uruguai - 30-03-1958, VI Mil Milhas Brasileiras/SP - 25-26-11-1961, II 500 Quilometros de Porto Alegre/RS - 23-09-1962.Esse motor, novo, superava 200HP e foi vendido a Menegaz por outro piloto de carreteira gaúcho - Argemiro Adolfo Pretto - dono de concessionária Chevrolet na cidade de Encantado/RS e que havia importado três unidades pela então CACEX do Banco do Brasil.

Isto, além de obter o terceiro lugar no Circuito Internacional de Automobilismo do Uruguai - 23-03-1958 e terceiro e quarto lugares em duas provas do Circuito Cavalhada/Vila Nova/RS.

Em 1957, Menegaz, correndo em parceria na carreteira equipada com motor V8 Corvette também de outro piloto gaúcho - Aristides Bertuol, venceu mais uma Mil Milhas Brasileiras.

Bertuol buscou esse motor nos Estados Unidos, transportando-o ao Brasil num avião da Varig Internacional comandado pelo gaúcho Gastão Werhang, que por sua vez pilotava a carreteira do conterrâneo João Galvani, equipada com motor Corvette também.

São fatos que mostram ao leitor a dificuldade em se conseguir bons equipamentos automobilísticos de competição naqueles tempos... Aliás, o antigomobilista passofundense Nelson M. Rocha afirma que Orlando Menegaz foi o primeiro piloto de carreteira a usar cinto de segurança no banco, "emprestado" de um avião Douglas DC-3 da Varig em 1961! Na foto, a carreteira de Menegaz na vitória deste nos 500 Quilometros de Porto Alegre em 1962.

ParanáOnline http://www.parana-online.com.br/canal/automoveis/news/483222/?noticia=ORLANDO+MENEGAZ+FOI+UM+PIONEIRO+DAS+CORRIDAS+DE+CARRETEIRAS 14/10/2010 às 00:00:00 - Atualizado em 13/10/2010 às 21:34:06


Agradeço ao jornalista e amigo Ari Moro de Curitiba-PR, a cedência deste.


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um pouco mais sobre a carretera de Orlando Menegaz: a Chevrolet/Corvette


Como sabemos a Corvette lançada no ano de 1953 era acionada pelo velho e bom 6 cilindros em linha, que foi repetido em 1954 e 1955. Agora junto com o motor V/8.
A partir de 1956 somente o V/8 utilizado até os dias de hoje.
Orlando Menegaz adquiriu seu V/8 Corvette com a caixa de câmbio de 3 marchas + ré em 1957, do colega Argemiro Adolfo Pretto, também piloto de carretera e dono da concessionária Chevrolet da cidade de Encantado-RS, através do qual, importou 3 motores pela então CACEX... era o ano de 1957.
Armando C. Burlamaque, sobrinho do Antoninho Burlamaque - único piloto de carretera a morrer na lide, passou por Encantado, visitou Pretto e trouxe para o Orlando notícia do motor.
Armando é a pessoa que mais conhece o assunto carretera, na região. Foi concessionário Chevrolet em Passo Fundo-RS, também daí as ligações.
A colocação do motor/caixa de câmbio Corvette, na “barata” Chevrolet 1938, o acerto do diferencial que resiste o tranco consumiu o resto do ano.
1958, a carretera N˚4, 9, 24, e 1 está pronta, ganhando as seguintes provas:
Centenário, de Passo Fundo em 02 de fevereiro de 1958,
Festa da Uva em 09 de março de 1958,
Circuito Automobilístico de Melo (Uruguai) em 30 de março de 1958,
VI Mil Milhas de Interlagos em 25 e 26 de novembro de 1961, agora com Ítalo Bertão,
III 500 km de Porto Alegre em 23 de setembro de 1962. Com Orlando ao volante.
Foram 6 vitórias.
Recordando que Orlando é o único piloto interiorano a ganhar duas Mil Milhas Brasileiras. A 1ª foi em 1957 com a Corvette do Aristides Bertuol, cujo motor viajou num avião da Varig Internacional em 1957, com o comandante gaúcho Gastão Werlang, que também corria de carretera (era sócio do João Galvani - Chevrolet/Corvette N˚16).
Bertuol viajou para os EUA para comprar tal motor.
Ainda em relação a motores:
A Cadillac usava desde 1930 até 1940 motores V/8, V12, V/16. A partir de 1941, até hoje a top da linha da GMC passou a usar só o V/8.
Agradeço ao amigo Nelson M. da Rocha a cedência deste.

terça-feira, 29 de junho de 2010

OS GAÚCHOS



O automobilismo Gaúcho sempre foi forte e muito antes da inauguração de Tarumã já se fazia presente com grandes nomes em todas corridas de vulto pelo Brasil. Prova disso são as vitórias deles nas Mil Milhas Brasileiras em Interlagos nos anos 50 com grandes pilotos como Catharino Andreatta, Orlando Menegaz, Breno Fornari, Aristides Bertuol, Italo Bertão.
O que sempre me admirou nesses pilotos era que traziam os nomes de suas cidades pintados no carro, como uma bandeira, Passo Fundo, Bagé, Encantado, Lageado, Erechim e por aí vai. Sei que na época havia uma certa rivalidade entre eles, e este é um assunto para pesquisar e escrever sobre um dia.



José Otero #26 na largada em Encantado.

Pois é, meu amigo Caranguejo -Henrique Mércio - é de Bagé e quando viu a foto do piloto  José Otero na largada do 1º Circuito do Alto Taquari RGS na cidade de Encantado largando com sua carretera #26 atrás de outra carretera #4 logo me enviou um e-mail contando que o piloto era Bajeense e algumas lembranças de sua carreira.

Infelizmente temos pouco material sobre o José Otero, sabemos que participou da 1ª Mil Milhas Brasileiras, portanto se alguém souber mais e quiser nos dar os detalhes mostraremos com toda certeza a carreira dele.



José Otero largando na prova Porto Alegre-Bagé.
Circuito da Zona Sul, interessante prova que largava em Guaiba, região metropolitana de Porto alegre e seguia para Bagé, passando por cidades como Caçapava do Sul e Lavras. Depois, retornava à Guaiba, mas pela estrada de Pelotas, passando por Camaquã.
Na foto de Francisco Landi, que participou dessa prova em 1950 e foi o segundo colocado na primeira etapa com seu Nash.


A meu amigo Bajeense Caranguejo e todos pilotos Gauchos que levaram o nome de suas cidades e estado com muita garra a todos os lugares onde havia uma competição automobilistica. 




segunda-feira, 13 de julho de 2009

Orlando Menegaz


Quem foi Orlando Menegaz
Nasceu em 16 de agosto de 1918, no interior de Caxias do Sul-RS.
Disputou e venceu várias provas.
Venceu duas vezes as Mil Milhas Brasileiras em Interlagos-SP, uma em 1957 quando fez dupla com Aristides Bertuol e a segunda em 1961, em dupla com Ítalo Bertão.

Curiosidades deste audaz e corajoso piloto
- Sua primeira prova foi em marcha ré, no perímetro urbano de Carazinho-RS, com média de 55 Km/h;

- foi o primeiro piloto a usar cinto de segurança abdominal (tomado 'emprestado' de um avião DC-3 da Varig em vôo de Chapecó-SC à Passo Fundo-RS, por seu sobrinho Nelson Marques da Rocha). Seus colegas recomendaram que não o usa-se, pois em caso de acidente ele estaria 'amarrado'. E o perigo de incêndio era muito grande;

- a famosa carretera Chevrolet/Corvette de números 9, 4, 24 e 1 desafiada para correr contra um cavalo, de Vacaria-RS, na distância de 100 metros. Após vários testes, Orlando não topou a parada, ele soube antecipadamente do tempo do eqüino... A aposta era polpuda;

- Orlando com a poderosa carretera Chevrolet/Corvette foi desafiado por Daniel Winik que correria a pé desde que Orlando largasse de 'capivara' (virado ao contrário). Ninguém explicou nunca o porquê do nome.
Local da largada ponte do Passo até o posto de gasolina na Avenida Brasil a subir, na distância de mais ou menos 300 metros. Tiro dado, os contendores foram à luta. Resultado, Winik ganhou com Orlando nos seus calcanhares.

As vitórias que mais ecoaram foram:
- novembro de 1957: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos), vencida por Orlando Menegaz e Aristides Bertuol com a Chevrolet/Corvette de Bertuol representante, de Bento Gonçalves-RS;

- Circuito Centenário de Passo Fundo em 02 de fevereiro de 1958;

- Circuito Festa da Uva em 09 de março de 1958;

- Circuito Automobilístico de Melo (Uruguai) em 30 de março de 1958 - onde tinha prêmio por largada;

- VI Mil Milhas Brasileiras (Interlagos) em 25 e 26 de novembro de 1961, vencida por Ítalo Bertão e Orlando Menegaz com a Chevrolet/Corvette da dupla passo-fundense;

- III 500 Km de Porto Alegre em 1962;

- Orlando Menegaz foi o único piloto interiorano, a ganhar duas vezes as Mil Milhas Brasileiras de Interlagos, a prova mais importante do País.

A Evolução do Motor de sua Carretera
A carretera Chevrolet melhorou muito com o cabeçote WAINE, mas deu salto importante quando usou motor V8 Chevrolet/ Corvette. Passando a ser candidata a vitória em todas as provas que disputou.

A grande mexida no Chassis/Carroçaria
Aconteceu com a vinda do exímio piloto argentino Juan Galvez, que disputou o 8º Circuito da Pedra Redonda - Porto Alegre, em 14 de julho de 1957 e que ganhou com sobras com carretera Ford. Terminada a prova, os pilotos gaúchos e a imprensa assimilaram o que o 'hermano' ensinou: "Hay que sacar hierro".

Como ficou a Chevrolet Coupe 1938
Aliviada (foram retirados mais de 300 kg de ferro, principalmente do chassis e carroçaria, abaixo de furadeira elétrica portátil e brocas afiadas), com motor e caixa Corvette e diferencial blocante, de picape Chevrolet.
Ela foi preparada pelos mecânicos passo-fundenses: José Moreno (Sudeto), Oribes Marques Rosa e Jaci Bonatto (Cabo).


Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS

Primeiro 500 Km de Porto Alegre - Circuito da Pedra Redonda - 1958

Amanhece o domingo, vento minuano havia dado trégua, para esta que seria a primeira prova dos 500 Km de Porto Alegre que se tornaria um clássico do automobilismo gaúcho.
A cidade estava movimentada com porto-alegrenses e o público vindo da região e outros Estados.
Os ânimos exaltados, adrenalina em alta, agitava e muito os pilotos, mecânicos e preparadores. Seria o primeiro, grande e belo confronto entre os paulistas e gaúchos após os incidentes da final das Mil Milhas Brasileiras de 1957. E ainda com a participação dos ‘hermanos’ exímios pilotos argentinos e uruguaios o que só engrandeceria esta.
De São Paulo vieram os pilotos Camillo Christófaro, Celso Lara Barbéris, Chico Landi, José Gimenez Lopes e Luiz Margarido.
Os gaúchos que participaram, Aristídes Bertuol, Catharino Andreatta, Ítalo Bertão, José Asmuz, Nacticvo Camozzato, Orlando Menegaz entre outros.
Os argentinos Juan Galvez e Felix Peduzzi e o uruguaio Rômulo Buonavoglia entre outros.
Os treinos de sábado foi de muita emoção e tristeza, o piloto José Gimenez Lopes, bateu em uma árvore destruindo sua Chevrolet N° 82 tirando também Chico Landi.
A prova consistia em 40 voltas no Circuito da Pedra Redonda. A largada foi às 8h e 45min, com Barbéris na ponta, sendo logo ultrapassado por Orlando Menegaz, fazendo a segunda volta com média de 140 km/h, em sua cola Juan Galvez e Aristides Bertuol. Que superou com maestria Galvez, dando início a um duelo entre os gigantes gaúchos com suas possantes Chevrolet/Corvette N° 24 e N° 4.
O ritmo forte fez com que Menegaz abandonasse a prova na 25ª volta, com problemas no diferencial. Os pilotos que já se encontravam fora desta eram Galvez, Barbéris, Christófaro, Catharino, Felix e Menegaz.
Peduzzi capotou na Praça da Tristeza, saindo também da prova, mesmo assim teve muita sorte pois não teve nenhum ferimento.
Nactivo Camozzato, que vinha em segundo lugar, assumiu a liderança da prova ultrapassando Bertuol que tentou alcançar Camozzato, na 26ª volta Bertuol, perde o controle de sua carretera N° 4, batendo forte em uma árvore e ficando entalado entre duas outras, na rótula da Caixa d’Água de Ipanema. Camozzato conquistou a vitória com bravura.
A prova que iniciou com 19 pilotos, acabou com apenas 6, se tornando num festival de carreteras quebradas e acidentes. O Circuito da Pedra Redonda exigia muita habilidade dos pilotos e resistência das máquinas.

Curiosidades sobre esta prova:

- Aristides Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4, que tinha câmbio de quatro marchas para frente e a ré embaixo, como se fosse um afogador, ao ser dada a largada não viu que estava com a ré engatada e largou de marcha ré. Por sorte não bateu em nenhum concorrente, mas teve de ser dada uma segunda largada;
- Aristides Bertuol e Orlando Menegaz, cada um com sua respectiva Chevrolet/Corvette , apostaram Um Milhão de Cruzeiros para ver qual deles seria o vencedor. Quando Daniel Winik e outros pilotos ficaram sabendo rasgaram o cheque, pois isto levaria-os a pilotarem em extrema alta velocidade que poderia ocasionar grave acidente.


Agradeço ao amigo Rui Amaral Lemos Jr. pelo convite para escrever sobre esta tão importante fase do automobilismo gaúcho. A Fabio Poppi que nos presenteou com as fotos e a Carlos de Paula que nos apoiou. Aos amigos Daniel Winik, único piloto passo-fundense de carretera, ainda vivo e meu pai, Nelson Marques da Rocha, ambos enciclopédias vivas que me auxiliaram neste.

Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS




Aldo Costa com sua Ford N. 12 - ao completar a prova

Quadriculada vai para...


Rótula da Caixa d'Água

Diogo Ellwanger com sua Ford N. 22 - descida para a curva da Pedra Redonda



Saída da Praça Tristeza, Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4 atrás de Menegaz com sua Chevrolet/Corvette N. 24

Camozzato com sua Ford N. 6

Emoção na largada

Momento da largada!

Cantando o Hino Nacional - antes da largada

Momentos antes de alinharem

Chevrolet N. 3 de Peduzzi

Ítalo Bertão que correu com a Ford N. 48 de Daniel Winik

Buonavoglia com sua Ford N. 53

Ford N. 50 de Luiz Américo Margarido com Chico Landi (a esquerda) e Celso Lara Barbéris (a direita)

Ford 1 e Juan Galvez a direita

Ford N. 18, a Gilda, de Nicanor Ollé

Ford N. 30 e ao fundo Ford N. 53 de Buonavoglia

Carretera Chevrolet N. 16 de João Galvani

Carretera Ford N. 52

Orlando Menegaz com sua carretera Chevrolet/Corvette N. 24

Carretera Ford N. 5

Aristides Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4

Carretera Ford N. 6 com Camozzato a esquerda

Carretera Chevrolet N. 82 de Chico Landi