Abarth Fiat 2.000 Sport Spider
Coincidência ou não, tempos atrás conversava com Chico Lameirão e começamos a falar sobre os motores pendurados, atrás do eixo traseiro. Ele com sua vasta experiência da época da Willys, com os Gordini, as carreteras Gordini com o motor R8 e as Berlinetas.
Talvez ele me contradiga depois de ler este post, mas o que conversamos é que ao contrário dos motores centrais, a tocada quando eles são pendurados é muito mais previsível. Nos motores centrais o sobresterço quando vem é violento, já nos pendurados ele é anunciado, e de mais fácil correção.
Posto isto vamos à Abarth-Fiat Sport.
Em 1968, a grande maioria dos protótipos que corriam no Grupo 4 da FIA, já acompanhavam a característica que a Formula Um lançara no final da década anterior, quando Jack Brabham e a pequena Cooper foram campeões do mundo, o motor central traseiro.
Carlo Abarth e sua Abarth tinham uma enorme experiência nos pendurados, desde os rapidíssimos Fiat Cinquecento, que ele transforma em bólidos, passando pelas maravilhosas Simca-Abarth que tanto venceram no Brasil, trazidas para Simca por "seu" Chico Landi e tocadas com maestria por Ciro Cayres, Jayme Silva, Toco Martins e outros grandes pilotos da equipe.
Carlo resolve fazer, contrariando seu engenheiro projetista, o novo carro com o motor "pendurado", atrás do cambio e eixo traseiro. Nas diversas categorias do Grupo 4 e 6, usaria uma gama imensa de motores, desde os de 1.000cc até o poderoso Fiat com cabeçotes Abarth de 2.000cc.
Chassi tubular - superleggera - reforçado por placas de fibra, pesava apenas 47 kg.
Suspensão dianteira com triângulos.
Suspensão traseira com triangulo inferior e acima braço ancorado no chassi.
Peso total 575 Kg.
Comprimento 3.85m.
Largura 1.78m.
Altura 970cm.
Entre eixos 2.085m.
Distribuição de peso 38% da dianteira e 62% na traseira.
Freios a disco.
Cambio de cinco marchas mais ré.
Seu motor era uma joia desenvolvida pela Abarth sobre um motor Fiat.
Bloco e cabeçotes em liga de alumínio.
Quatro cilindros em linha.
Diâmetro 88mm x 80, 1946cc.
Duplo comando de válvulas no cabeçote.
Quatro válvulas por cilindro.
Taxa de compressão 11.5:1.
Alimentado por dois carburadores Weber 58 DOC3 e bomba elétrica de combustível.
Carter seco.
Potencia 256 hps à 8.700 rpm.
Para homologação foram construídos vinte e cinco carros, sendo que o total durante os próximos anos chega a cinquenta unidades.
O piloto escolhido para desenvolver a joia foi Peter Schetty, sim o mesmo que poucos anos depois seria o Diretor Esportivo da Ferrari.
Logo de cara vence uma prova do Campeonato Europeu de Subida de Montanha. Coisa que se tornaria habitual nos próximos anos nas mãos de outros grandes pilotos como Arturo Merzario, Lella Lombardi...
Em 5 de abril de 1968 correndo os 500 Km de Nurburgring, pelo Grupo 6 da FIA, motores até 1.600cc, Schetty vence, tendo Johannes Ortner chegado em segundo e Arturo Merzario em terceiro, os três pilotando os Abarth-Fiat Sport Spider.
Renault Gordini. Na foto dois da equipe Willys, se não me engano com Carol Figueiredo e Anisio Campos.
Vencendo as Mil Milhas Brasileira de 1967 com Luiz Pereira Bueno/Luiz Fer4nando Terra Smith, com Bird Clemente/Marivaldo Fernandes em segundo.
Um pequeno foguete desenvolvido pela Abarth.
VW
É isto meus amigos, desculpem minhas falhas, a vontade de escrever é maior.
Ao meu amigo Chambel.
Depois do post um longo papo com o Chico, seu depoimento:
"Caro Rui ..... parabéns pela escrita do motor “””” Pendurado “””” , que sempre o chamei de “”” Rabeta “”” que advém das lanchas com motor “”” Rabeta “””” da época que esquiava na Guarapiranga ..... realmente tocar um motor “”” Pendurado “””com uma tracao Traseira e’ uma dádiva do. Céu ..... hoje com tantos recursos fica fácil de se o trabalhar .... vide os Porsches família 911 .....!!!!
Abraço Chico"
Valeu Chico.
Rui Amaral Jr