A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 12 de junho de 2024

CanAm - 1977-1984


Tambay, Lola 333 CS Chevrolet era o pole, mas Tom Klauser, Lola 332C tomou a ponta.

Prólogo: Comecei a escrever sobre os F.5000 na CanAm alguns dias atrás, depois lembrei que havia escrito uma comparação dos F. Um x F.5000, fui procurar e encontrei, um post de 12 de dezembro de 2012! Como estou velho e desmemoriado vou me apropriar de pedaços deste post, que colocarei entre aspas e mesclar com o que estava escrevendo.

F.Um X F. 5.000 

 Outro dia comentei sobre a nova CanAm, quando por problemas de custos resolveram adotar o regulamento de motores da F.5000, além de permitirem os fórmulas carenados, da categoria que corria pelo mundo afora.

Vou aos poucos comentar sem pesquisar muito, com minha memória e obviamente alguma pesquisa.

No ano de 1967 a Cosworth apresentou para o novo regulamento da F.Um seu motor, o Ford-Cosworth DFV, custava então US$12.000. que convertendo para os dias de hoje seria algo como US$110.000. mas era mais, outros tempos. Foi o primeiro motor do novo regulamento, vigente a partir de 1966 que seria vendido aos competidores da categoria. Antes o grande Jack Brabham e a Repco haviam feito o Repco-Brabham, sobre o bloco de alumínio do Oldsmobile, que venceu os mundiais de 1966/67, e eram usados apenas nos carros da Brabham. Ferrari e a Eagle-Weslake também tinha motores de certa forma competitivos, mas produzidos em pequena escala deviam custar absurdos, e a Cosworth ainda tinha vantagem da associação com a Ford, que investiu fábulas para vencer tanto na Esporte Protótipos quanto na F.um e devia subsidiar o preço deles.

Ford-Cosworth DFV 
O Chevrolet 5.000cc

” Em 1968 quando foi criada a categoria a Formula Um já vinha em seu terceiro ano com os motores de 3.000cc, 66/67 foram anos dominados pelos motores Repco/Brabham/Oldsmobile, um motor com bloco de série, mas tremendamente desenvolvido pelos Australianos da Repco e que deu dois campeonatos do mundo ao seu idealizador Jack Brabham, em 66 com ele mesmo e 67 com Denis Hulme. Alguns outros motores já vinham sendo desenvolvidos, como o Ferrari V12, depois Flat 12, BRM, Weslake, Alfa Romeo, especialmente para Formula Um. Acontece que esses motores eram de altíssima performance, feitos com tecnologia de ponta, para época, e caríssimos, um Cosworth DFV, por exemplo, na época de seu lançamento custava absurdos US$12.000, uma dinheirama para época, e ainda por cima sua manutenção também era cara.”

“A F.5000 usava motores de série, preparados obviamente, mas sem os requintes e a cara manutenção. Vários motores foram usados em seus campeonatos, nos EUA, Europa, Tasmânia e outros. De motores de 3.5 litros, passando por alguns de 4 e 4.5l até que a maioria dos carros passou a usar os small-bloc americanos de 302 pol³ ou 5.000cc (4.832cc).”

Voltando à CanAm 1974, o motor Chevrolet da Shadow DN4 de 8.000cc e que desenvolvia cerca de 800hps, devia ser caríssimo, principalmente em sua manutenção, pois tirar cerca de cem hps por litro de um motor de série, com bloco de ferro e comando central comprometia muito a parte de baixo dos motores, como bielas, bronzinas e seus assentos. Acredito que eram motores que rodavam no máximo trezentos ou quatrocentos quilômetros antes de uma revisão, quando a maioria desses componentes eram trocados. Sobre os 917/30 nem sei, deviam ser muito mais caros na manutenção.

“As diferenças; enquanto na F Um, tomando-se como base os Cosworth DFV V8, blocos e cabeçotes eram de alumínio ou alguma outra liga especial, os motores americanos como o Chevy, usavam blocos de ferro fundido e em grande parte dos casos cabeçotes do mesmo material. No DFV os comandos de válvulas eram nos cabeçotes, acionados por correntes, dois por cabeçote que tinha quatro válvulas por cilindro. Nos 5.000 o comando era central e no bloco, acionando ao válvulas através de varetas e balanceiros.

Vejam bem, enquanto os êmbolos do DFV acionavam diretamente as válvulas, no big bloc o comando central movia uma vareta, que acionava um balanceiro, isto além de dificultar o posicionamento das válvulas na câmara de combustão, criava um momento de inércia altíssimo, não permitindo que esses motores passassem das 7.500/8.000rpm, enquanto os DFV já em seu lançamento em 67 alcançavam 10.500rpm. Além disso a F. Um já usava injeção de combustível enquanto a 5.000 usava ainda carburadores, no caso os magníficos Weber 48 duplos, que eu tanto usei e aprendi a admirar.

Com cerca de 420hp os DFV tiravam 140hp/litro, mais tarde chegaram a quase 500 hps, enquanto os 5.000, que por volta de 69/70 deveriam ter entre 470 e 490hp tinham no máximo 100hp/litro.

O motor mais pesado e com torque aparecendo a rotações mais baixas exigia também uma caixa de câmbio mais forte, no caso da F. Um geralmente a usada era a Hewland DG300 e na 5.000 a Hewland LG600 ou DG400 ambas de cinco marchas.

Motor e caixa de câmbio mais pesados exigiam um chassi mais reforçado, e freios mais potentes, enquanto na F. Um o peso mínimo era de 500kg, os 5.000 eram bem mais pesados.”

Então a partir de 1977 a CanAm passou a usar o regulamento com os motores de cinco litros e vieram os carros da Formula 5.000, devidamente carenados, como exigia o regulamento do Grupo 7 da FIA, continuavam com os assentos central.

Depois de liderar Tom quebra.

E Patrick Tambay vence, rumo ao título.
Peter Ghetin com outra Lola 333CS Chevrolet chega na segunda posição.


A categoria para muitos, eu inclusive, perdeu um pouco da graça, mas nela grandes nomes foram campeões, como, Ickx, Tambay, Jacques Vileneuve, Peter Gettin, Al Unser Jr. Nesta fase os motores Chevrolet e os chassi Lola dominaram a categoria até seu fim em 1985, quando um chassi March, sempre com o motor Chevrolet venceu o último campeonato. 

Rui Amaral Jr

quarta-feira, 29 de maio de 2024

CanAm 1977 - O ressurgimento.

 

A primeira vitória na nova CanAm - 1977 Mont Tremblant 
Tom Klauser - Schekee DBI/Chevrolet ( Lola T332 )

  1966, surge a CanAm, torneio de seis provas, com corridas nos EUA e Canada, na entressafra dos grandes campeonatos e com prêmios altíssimos. Carros do Grupo 7 da FIA, que corriam em diversas campeonatos, tanto nos EUA como na Europa, e alguns grandes pilotos, que na folga da F.Um, Indy e outras categorias iam buscar os dólares de prêmios e participação.

Aos Grupo 7 se misturavam carros de outras categorias, iam em busca dos prêmios. Em Riverside 1966 nada menos que 66 carros inscritos para os 39 que se classificariam. Pedro Rodriguez com uma Ferrari Dino de 2.000cc, Doug Revson, irmão de Peter, com um Porsche 906,  em outras etapas vários Porsche 908 e outros, a grade maioria eram McLaren, Lola, carros europeus e também o norte americano Chaparral.

Big John e a Lola fizeram a festa, vencendo o torneio que teve seis etapas, de 11 de setembro a 13 de novembro, e levaram muita grana para casa.

A partir de 1967 até 1971 a McLarem de Bruce fez a festa, vencendo com ele, Denny Hulme e após sua morte com Peter Revson, cinco campeonatos seguidos e a venda de muitos carros, mostrou que Bruce além de um grande piloto era um belo comerciante. Bruce comprou a Elva para aumentar a produção e creio que entre os M8 até os M20 e Elvas mais cem carros foram vendidos para os EUA e Europa.

Com o tempo de um torneio de seis etapas a CanAm se tornou um campeonato com dez corridas do meio até o final do ano.

1972/73 a Porsche que já vinha participando logo nos primeiros anos com os 908/2/3 e os 917/10, entrega seus carros a Roger Penske e surgem os 971/30 com motores bi turbo que chegaram aos mil e muitos hps. Vencendo com certa facilidade tornou a categoria que antes era de certa forma com valores baixos para o alinhamento dos carros no grid de altíssimo custo.

1974 foi o último ano deste regulamento, com a vitória da Shadow, com motor de oito mil e tantos centímetros cúbicos, certamente com alto investimento para colocá-lo no grid.

Chris Amon - Wolf-Dalara WDI Chevrolet.
Peter Gethin - Lola T333CS Chevrolet/Chaparral
A primeira vitória na classe até 2.000cc - Tony Cicale - Chevron B26 Hart. 

Dois anos parada e a CanAm volta, agora com um grande patrocino e tem o título de “Sports Cars Club of America  Citicorp Can-Am Challenge”, e um novo regulamento, baseado nos carros que corriam a Formula 5.000, que era uma alternativa mais em conta que a F.Um e usava os motores de cinco litros de fabricação em série e com outra categoria para carros com motor até 2.000cc.

Um dia escrevo mais sobre esta fase da CanAm.


 

 Pesquisa e fotos; Racing Sports Cars

 

Rui Amaral Jr


quinta-feira, 23 de maio de 2024

Shadow DN4 e Jackie Oliver

 

Oliver e o DN4

   1974 os motores turbos foram banidos da CanAm, a era dos Porsche 917/30 da Penske chega ao fim. Don Nichols agora com o patrocínio da UOP - Universal Oil Products - contrata para a Shadow o projetista Tony Southgate, que projeta o carro para categoria e o F.Um Shadow DN3.

Na temporada de 73 o Shadow DN2 já usava o potente motor Chevrolet V8 big bloc de 8.100cc aspirado, que desenvolvia cerca de 800 hps, que não fazia frente aos mil e muitos hps dos 917/30. Sem poder fazer frente aos 917/30 a McLaren sai como equipe da CanAm, talvez mais para se dedicar à F.Um onde no ano seguinte contaria com Emerson, um grande patrocínio e uma equipe com três carros.

Southgate projetou o DN1/2 e o sucessor o DN4, um leve chassi monochoque reforçado com fibra de vidro, motor central, usava cambio Hewland  de quatro marchas, para grande faixa de potencia dos motores desde as rotações mais baixas era o suficiente. 

As enormes tomadas de ar na dianteira e o gigantesco aerofólio se destacam.

 

Diferente do MKI/II o DN4 era um projeto convencional, trazendo em suas configurações muito dos McLaren e outros carros da categoria. Com ele Oliver venceu quatro das cinco corridas da temporada, tendo seu companheiro de equipe George Follmer, como segundo nas três primeiras. Foram campeão e vice, na última prova da temporada venceu o McLaren M20 Chevrolet de Scooter Patrick.

 

Tempos atrás meu amigo Walter comparou os tempos dos Esporte/Protótipos e F.Um com os carros da CanAm. Agora tomei como base Watikns Glen 1973 quando os carros  CanAm ainda usavam os turbos, e depois 1974 nas vitórias do Shadow.

Watikns Glen

1973

CanAm

Pole – Mark Donohue, Porsche 17/30 Penske -1`38”848/1000

Melhor volta – Donohue – 1`39”571/1000

Jackie Oliver com o Shadow DN2 Chevrolet/Chaparral 8,095cc na corrida virou 1`47”

Formula Um

Pole – Ronnie Peterson, Lotus 72-Cosworth – 1`39”657/1000

Melhor volta – James Hunt, March-Hesket 731 – 1`41”652/1000

 

1974

CanAm

Pole – George Follmer, Shadow DN4 – 1`38”848/1000

Melhor volta – Follmer – 1`41”883/1000

Formula Um

Pole – Carlos Reutemann, Brabham-Cosworth BT44 – 1`38”979/1000

Melhor volta – Carlos Pace, Brabham-Cosworth BT44 – 1`40”608/1000

NT: Os carros da CanAm pesavam cerca 850 kg e seu motores geravam cerca de 800 hps, os da F.Um 550 kg e seus motores tinham cerca de 450 hps.


 Racing Sports Cars 

link

 

Rui Amaral Jr


sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Shadow MKI

 

Follmer encarando Lola, McLaren, Porsche...

Com outra roupagem...

 Oficial da inteligencia dos exercito dos EUA, Don escolheu um nome bem apropriado para sua equipe quando resolveu construir e competir. 

Algo no MKI me faz lembrar o "Caçador de Estrelas" e seu criador Bica Votnamis, afinal todos que lidam no automobilismo são caçadores de estrelas.

Don e o engenheiro projetista Trevor Harris partiram de uma ideia ousada para o MKI, menor área frontal possível, distancia entre eixos bem curta, menor peso num carro extremamente baixo.
Pelo que pesquisei entendi que Don tinha relações comerciais anteriores com a General Motors e Firestone, e na ideia ousada partiram a princípio de um motor Chevrolet big bloc de oito litros, sim, oito litros, e pneus Firestone já com os ‘slicks’ que chegavam.


Para diminuir a área de arrasto a Firestone desenvolveu pneus menores que os usados pelos demais carros da categoria. Na dianteira  para rodas de 10 polegadas (25,4 cm) de diâmetro por onze de largura/tala, as traseiras de 11 polegadas (27,94 cm) de diâmetro por 16 de largura/tala. Pelo que notei nas fotos e sem referências penso que os pneus dianteiros tinham 20 de altura e os traseiros 24/26, me baseio nos pneus que usávamos na D3.
Para caber nas rodas os discos de freios dianteiros eram pequenos, e os traseiros bem maiores in board.  O projeto inicial tinha aparatos aerodinamicos basculantes, como nos Chaparral, que logo no inicio de 1970 foram proibidos pela FIA.
O big bloc Chevrolet tinha 8.093cc, injeção de combustivel e 740 hps,  quando acredito que a grande maioria dos carros da CanAm usavam os Weber 48, e geravam "meros" 650/680 hps!   
Outra curiosidade, os amortecedores por ficção, coisa da décadas de 1920/30, pois era tudo muito diminuto e não havia espaço para os Koni e outros. Sei que escrevi algo sobre, mas não consegui encontrar, então peguei algo na internet e vocês vão descobrir como eram.



O primeiro modelo tinha o volante na horizontal, copiaram Bica, mas certamente a razão venceu e logo em seguida foi colocado na vertical, tudo num habitáculo minusculo!
Pedais apenas de acelerador e freio, pois a fricção era acionado por uma alavanca manual, provavelmente junto a do cambio.( Talvez eu seja mais detalhista, mas realmente não encontrei a tal posição )
No excelente link abaixo muitas fotos e muito sobre o MKI

Logo em sua estreia na primeira corrida da CanAm 1970 em Mosport Park, George Follmer faz o sexto tempo na classificação, para pouco antes da metade por um problema que seria recorrente ante as inovações, o superaquecimento do motor.
Em sua segunda corrida em Mont-Tremblant, quando estreia nova roupagem, larga em décimo e novamente abandona com superaquecimento.
Nas duas próximas corridas apesar de inscrito não participou.
Na quinta corrida da série, em Mid-Ohio, aparece pilotado por Vic Elford, que apesar de ter classificado em sétimo no grid, não corre, entregando o carro a Follmer que na corrida tem problemas de pneus.

Vic deve ter pensado muito bem...

Por minhas pesquisas na temporada de 1970 isso foi tudo, as inovações derrubaram o projeto, mas Don não desistiu e partindo para projetos mais convencionais venceu a CanAm 1974 com Jackie Oliver e o Shadow DN4A. Follmer também foi recompensado por sua coragem e na temporada da CanAm 1974, foi campeão pilotando o incrivel Porsche 917/10.






Na CanAm de 1972 trás Carlos Pace em quatro ou cinco etapas, sendo que na única corrida que terminou nosso campeão chegou em quarto lugar em Edmonton, pilotando o Shadow MKIII. Na sua frente dois 917/10 de Mark Donohue e Mark Donohue, e a McLaren de Denny Hulme.
Não sou pretencioso muito menos exibido, mas sabendo da participação de Pace na CanAm pela Shadow fui pesquisar no Google, e encontrei um post de doze anos de Henrique Mércio, assinado com seu codinome Caranguejo, certamente uma influencia de Don!

Rui Amaral Jr


Motor
Configuração - Chevrolet V8 à 90º.
Localização - entre eixos, montado longitudinalmente
Bloco e cabeçote de alumínio.
Deslocamento - 8.095 cc / 494 pol. cúbicos
Diâmetro / Curso 112,8 mm (4,4 pol.) / 101,6 mm (4 pol.)
2 válvulas/cilindro, OHV
Alimentação Injeção de combustível
Naturalmente aspirado
Potência - 740 cv/552 kW a 6.400 rpm
Torque - 888 Nm / 655 pés-lb a 5.600 rpm
91 cv/litro

Chassi
Chassis - Em fibra de vidro sobre monocoque de alumínio anodizado.
Suspensão - FDianteira e traseira braços duplos, molas helicoidais, amortecedores de fricção, barra estabilizadora.
Direção - cremalheira e pinhão
Freios - Discos ventilados, traseiro interno.
Cambio -  Hewland LG500 4 velocidades
Tração Traseira
Peso - 680 kg 



quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Carreras, son carreras...

 

Tony e o 908/2 em Road Atlanta

 1969 – Aquela pequena fera com seu motor de apenas três litros encara os grandes e quase vence Le Mans, conduzida por Gerard Larrousse e Hans Herrmann chegou a meros cento e vinte metros do GT40 vencedor de Jacky Ickx e Jackie Oliver. Na classificação largaram apenas atrás dos monstruosos 917 LH.

Ainda neste ano venceu duas provas do Mundial. A icônica Targa Flório com Gerhard Mitter e Udo Schuts, fazendo também o segundo, terceiro e quarto lugares e depois os 1.000 KM de Nurburgring com Jo Siffert e Brian Redmen, quando modestamente fizeram primeiro, segundo terceiro, quarto e quinto!

O carro era um sucesso, de fácil manutenção e rápido, logo muitas equipes o tinham, e venceu muito e muitos países, em diferentes categorias e com diferentes pilotos, aqui no Brasil a partir de 1971 com o grande e saudoso Luiz Pereira Bueno.

Na CanAm para enfrentou os monstruosos Grupo 7, pesquisando encontrei sua primeira participação em Watks Glen 1969, provavelmente numa data próxima ao Mundial de Marcas, quando com Jo Siffert foi sexto, cinco voltas atrás de Bruce, o vencedor com McLaren M8B. Nesta época a Porsche entrava na categoria com o 917 PA com Jo Siffert - motor 4.500cc -, mas Tony Dean participou de de algumas provas com o 908/2 inscrito pela Porsche AUDI.

1970 – Tony Dean estava sempre pronto para abiscoitar algum resultado entre os gigantescos Grupos 7, com motores que chegavam ou passavam os oito litros de cilindrada.

Em Road Atlanta larga em  decimo com o tempo de 1`25”50/100, quando Vic Elford faz a pole com o Chaparral 2J Chevrolet, crava 1`17”42/100 mais de um segundo mais rápido que a McLaren de Denny Hulme.

Masss...Fangio já dizia “carreras, son carreras” e Tony e o pequeno 908/2 vencem.

Certo que muitos quebraram, só ele e a Lola T163 Chevrolet de David Causey chegaram na mesma volta, e apenas seis carros completaram a corrida.

Mas já que corridas são corridas o que vale é bandeirada em primeiro, o braço levantado e os fartos dólares americanos no bolso.

 

Rui Amaral Jr

 

Racing Sports Cars

link

908/2

link

O 2J Chevrolet com Vic Elford, logo seria banido das corridas 

CHAPARRAL 2J

LINK


 

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Sábado passado, na fazenda de um amigo, à mesa com Jackie e Edimar Della Barba, Águia, Crispim e eu.

Della Barba e Crispim dois grandes mestres na arte de preparar motores. Ouvimos de Crispim a loucura de enquadrar o motor do 908/2, um dia quem sabe ele conta com detalhes para todos nós.

Bom demais estar com amigos do coração.

Rui






quarta-feira, 21 de abril de 2021

Monstros velozes...

 

Notem os dois turbos saindo de cada bancada de cilindros.

 Vou escrever como se estivesse sentado com vocês numa mureta de box em algum autódromo, como tanto fiz e ainda faço com meus amigos. De um comentário de meu amigo Walter, vou tentar escrever, sem pesquisas, apenas o que vier a mente, descontraído. Aliás, descontração é uma coisa que sempre tenho quando escrevo para vocês, não sou um historiador, apenas um contador de histórias que gosta do que faz.
 As corridas do Grupo 7 da FIA proliferavam pelo mundo, já mostrei aqui muitas delas, Graham Hill na Inglaterra e inúmeras outras, inclusive aqui no Brasil quando o fantástico Avallone promoveu algumas copas. 
 Mas as corridas do Grupo 7 eram em abundancia nos EUA, talvez dezenas de corridas nos muitos autódromos todos finais de semana, e os americanos amavam estes monstros.
 O regulamento do Grupo 7 da FIA era bem simples, os carros deveriam ser bipostos, suas rodas cobertas, simples, deixando na cabeça e imaginação dos construtores e equipes todo o resto, inclusive o tamanho dos motores..
 O grande mercado para esses bólidos era sem dúvida os EUA, na grande nação eram talvez milhares de corridas, de todas as categorias, em cada temporada.
 Este imenso mercado, de carros de pista e rua alavancou os fabricantes europeus. Ferrari, Porsche, MG, Austin Healey, Jaguar, Maserati e outros lá fizeram a "américa".  
 A Ferrari tinha em Luigi Chinetti e sua NART - North American Racingo Tean - seu grande vendedor, tanto dos carros de rua quanto os de pista. O nome do grande representante da Porsche me foge agora, mas foi lá que a alemã cresceu.
 As equipes europeias corriam em alguma dessas provas, mas acredito que não disputassem seriamente nenhum dos campeonatos, nem o nacional.
 Foi aí que apareceu o palco principal para eles, o desafio entre canadenses e americanos, com cerca de nove corridas nos dois países, altamente patrocinados e divulgados. Com belíssimos prêmios nascia a CanAm em 1966.
 Lola e McLaren logo viram aí sua galinha dos ovos de ouro, era o palco perfeito para divulgação de seus carros, e venda de centenas deles. 
 A primeira prova da CanAm foi vencida, assim como o campeonato, por Big Jonh Surtees com a Lola T70 MK II com um "motorzinho" Chevrolet de "apenas" 5.900cc e talvez "meros" 350/400 hps!
 Depois vieram os cinco campeonatos seguidos da McLaren, que na última vitória da equipe em 1972 Hulme correu com motor Chevrolet de 8.100cc, que segundo relatos da época desenvolvia cerca de 600 hps.
 Ferrari e Porsche fizeram alguns carros para CanAm e Europeu, sendo que a italiana, se não me engano, usou até um motor de sete litros em carro pilotado pelo grande Chris Amon. A Porsche com seu 917/10 aberto correu até 1971 com seu "motorzinho" de cinco litros que desenvolvia cerca de 500 hps

Willy Khausen na Copa Brasil, com o 917/10.

 De olhos no mercado a Porsche pega o 917/10 com seu motor de 5.000cc e adiciona dois turbos compressores, um para cada bancada de cilindros e já em 1972 tira deles cerca de mil hps. 
 Foi a derrocada da McLaren e Lola, apesar de Hulme haver vencido em 72 a vitória da Porsche no campeonato foi arrasadora. 
 Tendo a equipe Penske como sua principal aliada venceu de forma absoluta os campeonatos de 1972/73 quando a Porsche se retirou.
 A evolução dos 917/10 foi o 917/30, com 5. 374cc e dois turbo compressores KKK trabalhando com até 1.5 bar, alguns relatos da época falam de cerca de 1.300/1.400 hps em classificação.



    
 Fico aqui imaginando como seria pilotar um monstro desses, que mesmo com as rodas traseiras que chegaram, se não me engano, às 20 polegadas de tala, sem controle de tração e nada das frescuras dos carros de hoje.
 Sair do Sargento e acelerar forte, chegar a Um de Tarumã depois de sair acelerando da Nove e descer forte a reta, ou mesmo entrar na grande reta de Jacarepaguá pisando fundo e chegar a curva Sul em maior velocidade que a desenvolvida por um Boeing para alçar voo. 

 Bem, como disse bem gostaria de estar papeando com vocês, ouvindo e falando ao invés de escrever solitário neste feriado e isolamento. Papos longos como sempre bato com  Chico, Bird, Ricardo Bock, Julio Caio e batia com meus amigos saudosos Expedito e Arturão, Avallone. Outro bom de conversa é o Elcio Pelegrini, papudo como só um bicampeão pode ser, outro ser único como vários de meus amigos que deixo de citar.

 Ótimo feriado e um forte abraço.

Rui Amaral Jr.

PS: Todo piloto é papudo, em nossos encontros,  falando de algumas corridas, mais de um a venceu, todos fizeram a melhor volta, pole...! Isso é bom demais!


 

          
   
  



    


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

1966 Começa o Desafio...

 

John Surtees e a Lola T70 MKII Chevrolet 5.900cc - Foto da vitória e Riverside.

No final de 66 começa a Copa que faria a alegria de fãs pelos EUA e resto do mundo, como também de construtores e pilotos, começava a Canadian-American Challanger Coup. As corridas seriam no Canada e EUA, neste primeiro ano foram quatros nos EUA e duas no Canada. Regulamento o Grupo 7 da FIA. 

Suas três primeiras edições foram ao final do ano, quando a grande maioria dos mais importantes campeonatos mundiais havia terminado, ficando equipes e pilotos prontos a ganhar a grande quantia em prêmios  que eram distribuídos.  

Logo alguns grandes competidores se mostraram entusiasmados e aderiram. A Lola de Erick Broadley agora com Big John Surtees acertando suas T70 e montando uma equipe usando os motores Chevrolet de 5.900cc. 

A McLaren de Bruce comprou a Trojan para que ela construísse seus carros, que corriam como McLaren-Elva MKII, e cada equipe usava seu motor de preferencia, ou o que tinham. Na Equipe McLaren os Chevrolet, em St. Jovite Bruce usou o Oldsmobile de bloco de alumínio com 5.548cc, foi segundo. Em Riverside usou o motor Chevrolet preparado pela Traco. 

Na Penske Roger usava o motor Chevrolet de 5.500cc, já Mario Andretti da o motor 427 de 7.000cc, que apesar de toda cilindrada era pouco competitivo.

A All American Racers de Dan Gurney, também de Lola T70 MKII, usava o motor  Chevrolet de 5.000cc preparado pela inglesa Weslake.

Na Chaparral o motor Chevrolet, com o cambio automático de duas marchas!

Vários outros chassis e motores eram usados, por lá também correram alguns Porsche, Ferrari, Lotus...

O primeiro ano foi dominado por Big John, tendo vencido três das seis corridas da Copa. A primeira etapa em St. Jovite, a quinta e Riverside, e a última em Stardust. Na segunda etapa em Bridgehampton a vitória foi de Dan Gurney,  na terceira em Mosport venceu Mark Donohue e na quarta em Riverside Phil Hill com Chaparral 2E.


St. Jovite - Big John x Bruce. 
George Follmer e Chris Amon em sua cola.
John Cannon...
Chris Amon
Big John é perseguido por Bruce, Jerry Hansen com Wolverine LD65 Chevrolet saiu da frente!
Bob Harris, Genie MK10 (?) Olds.
Doug Revson, Porsche 906, 2.000cc.
Dan...
Lothar Mostschembacher, Trojan MKII Olds.
Mario Andretti, Lola T70 MKII, Ford 7.000cc.
Masten Gregory, Trojan Chevrolet/Traco.

Big Jonh vence.
Surtees e Gurney...
Grahan Hill pela equipe Surtees.


Pil Hill e o Chaparral 2E.

Parnelli Jones, Lola T70 MKII, Ford/Paxton, 4.727cc.


Pois bem...este foi o primeiro ano da CanAm, já escrevi muito sobre ela e muito ainda vou escrever. No post um pouco de minha memória de apaixonado pela categoria e também alguns arquivos pessoais, livros e revistas. E o mais importante, dois sites que qualquer apaixonado por automobilismo deve ter em seus favoritos...

GRAND PRIX HISTORY

Racing Sports Cars  Neste link toda CanAm. 


Feliz 2021 meus amigos,


Rui Amaral Jr



 








sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

CanAm Road America 1967 - Elkart Lake

 


 Ontem no perfil do Face de meu amigo Ararê a maravilhosa foto da largada  da Road America em Ekart Lake no ano de 1967. Primeiro li que seria 1971 e palpitei errado, me perguntando quem estaria pilotando o carro de Bruce, falecido no ano anterior...

 Pois bem...Em 1966 Big Jonh Surtees e a Lola T70MkII venceram o torneio com folga, tendo Bruce chegado em terceiro, mas sem nenhuma vitória,  com dois segundos  e dois quartos lugares, seu McLaren M1B ainda não era páreo para as Lolas!

 Chega 1967, e em busca dos fartos dolars do torneio Bruce vem com o novo carro de sua fabricação, o M6A Chevrolet, agora numa forte equipe tendo Denny Hulme como parceiro.

 Elkart Lake a primeira corrida do torneio de 1967, com seis corridas, que mostraria aos EUA e ao mundo a genialidade de Bruce. Sua equipe venceria o torneio deste ano e dos próximos quatro!    

GRID

  #4 Bruce McLaren McLaren M6A Chevrolet McLaren Cars Ltd. 2:12.600 174.770

#5 Denny Hulme McLaren M6A Chevrolet McLaren Cars Ltd. 2:12.700
#36 Dan Gurney Lola T70 Mk.3B Ford All American Racers, Inc. 2:14.400
#16 George Follmer Lola T70 Mk.2 Chevrolet Roger Penske Racing Ent. 2:15.700
#6 Mark Donohue Lola T70 Mk.3B Chevrolet Roger Penske Racing Ent. 2:15.800
#26 Chuck Parsons McLaren Elva Mark III Chevrolet Carl Haas Automobile Imports, Inc. 2:16.600
#7 John Surtees Lola T70 Mk.3B Chevrolet Team Surtees Limited 2:16.900
#52 Peter Revson Lola T70 Mk.3 Chevrolet Peyton Cramer, Dana Chev. 2:17.200
#66 Jim Hall Chaparral 2G Chevrolet Chaparral Cars 2:17.400
10º #11 Lothar Motschenbacher Lola T70 Mk.3 Chevrolet Peyton Cramer, Dana Chev. 2:18.600

Bruce larga na pole e quebra, o vencedor Denny Hulme.
  
RESULTADO

#5 Denny Hulme McLaren M6A Chevrolet McLaren Cars Ltd. 50 1:54:53.000 321.869 kms média 168.102
2º      #6 Mark Donohue Lola T70 Mk.3B Chevrolet Roger Penske Racing Ent. 50 1:56:26.000
#7 John Surtees Lola T70 Mk.3B Chevrolet Team Surtees Limited 50 1:56:50.000
#66 Jim Hall Chaparral 2G Chevrolet Chaparral Cars 49
#91 Skip Scott McLaren Elva Mark III Chevrolet Drummond Racing Organization 49
#44 Jerry Hansen McLaren Elva Mark III Chevrolet Jerry Hansen 48
#14 Skip Barber McLaren Elva Mark II Chevrolet Skip Barber 48
#13 Bud Morley McLaren Elva Mark II Chevrolet Morley Racing Team 48
#11 Lothar Motschenbacher Lola T70 Mk.3 Chevrolet Peyton Cramer, Dana Chev. 47
10º #25 Charlie Hayes McKee Mk.7 Oldsmobile Ralph Salyer 47


2º Mark Donohue - Lola T70 Mk3B, equipe Penske.
3º Big Jonh Surtes, Lola T70 Mk3B
Big Jonh venceu uma única corrida em 67 no circuito de Stardust, Las Vegas.
4º Jim Hall. Chaparral  2G
Mario Andretti e  seu belo Honke  II, motor Ford, não largou.
San Posey, Caldwell D7,  quebrou.
9º Lotar Motschenbacher, Lola T70 Mk3.
Lotar foi um nome constante nas competições, um dia gostaria de escrever sobre ele. 

 A Bruce e seu maravilhoso legado.

Ao meu genial amigo Ararê Novaes.

A todos vocês que  nos acompanham.

Rui Amaral Jr