segunda-feira, 30 de setembro de 2024
sábado, 28 de setembro de 2024
Formula 3 - de 1950 a 1973
Stirling Moss e a Cooper-JAP 500cc, motor de motocicleta usado
em vários carros nas corridas de club na Inglaterra, e usado no início da F.3.
Então, vamos a um pouco de pesquisa e outro de memória, devo
lembrar que escrevo principalmente das categorias que seguem as normas da FIA. Nos EUA apesar de seguirem as regras da FIA é tudo muito diferente, mais aberto, onde as
associações mandam, ao contrário do modelo federativo como o brasileiro, onde
os clubes elegem as federações e elas a diretoria da CBA – Confederação
Brasileira de Automobilismo.
A partir de 1950 é criada a categoria de fórmulas, que rege
um número enorme delas. É quando começa a F3, que vou tentar explicar agora.
De 1950 até 1964 a F.3 principalmente moldada nas corridas de
clube na Inglaterra e Europa usava os motores de 500cc, vindos das
motocicletas.
Em 1964 começa a vigorar o novo regulamento, nele os motores
de 1.000cc deveriam vir dos carros de montadoras com no mínimo mil exemplares
vendidos ao público, assim como os câmbios e o combustível. Aqui uma
observação; as montadoras desenvolviam carros com características esportivas
para seus modelos comerciais, e nelas ofereciam entre outros, motores mais
fortes, várias relações de cambio e diferencial que eram usadas conforme a
conveniência na F.3, depois de homologados e vendidas mil unidades. O carro completo
deveria pesar no mínimo 400 kg.
Os motores tinham um único carburador e a tomada de ar para
eles deveria ter 36mm, alguns não usavam o captador de ar, assim como o motor
Ford/Holbay de Emerson, mas aí o carburador ou difusor deve ter essa medida,
rendiam cerca de 100 hps. Os motores Ford com duplo comando de válvulas no
cabeçote foram os grandes vencedores desta época.
Em 1971 o regulamento continuava o mesmo, mas a capacidade cúbica
dos motores subiu para 1.600cc e a medida do captador de ar para os
carburadores, “air inlet”, passaram a ter a medida máxima de 20mm.
Os principais campeonatos ingleses dessa época – me baseio no
de 1973 - eram Forward Trust F3, Lombard North Central F3, John Player, foram trinta
e nove etapas, algumas com duas corridas no mesmo dia, o grande nome deste ano
foi Tony Brise, que infelizmente não teve tempo de mostrar todo seu talento na
F.Um. Venceu em um dos principais campeonatos o Jonh Player de Alan Jones (Walter
e o Caranguejo vão vibrar!). Tudo isto mais o campeonato europeu, italiano,
sueco e francês os mais importantes do continente e mais dez ou vinte mundo
afora.
A grande mudança veio a partir de 1974, quando os motores
passaram a dois litros, com blocos originais das montadoras, e vou deixar para
o próximo post.
Até aqui tínhamos três nomes se destacando na F3 inglesa,
Emerson campeão do Les Leston e Lombank Trophy, Pace campeão no Foward Trust
Trophy e Wilsinho. E “apenas” um campeão mundial da F.Um ...
Ao amigo Miguel Crispim Ladeira; Mestre em sua arte e na vida.
Agradeço a contribuição dos amigos Walter e Caranguejo.
Caranguejo – Carlos Henrique Mércio – prepara mais um post de
outra categoria dos anos 1970.
Abraços
Rui Amaral Jr
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
Formula 3 – Hoje
Pode ser que esteja muito enganado, afinal sobre a Formula 3 dos anos 1970 escrevo de memoria e lá se vão cinquenta anos. Em 1973 ou 74 recebi uma carta de meu amigo Teleco – Luiz Antonio Siqueira Veiga -, nela conta que depois de sua temporada de estreia na categoria, correndo com um March, havia recebido uma oferta para correr a temporada seguinte pela equipe oficial da marca, e que deveria levar um patrocínio de US$25.000,00, algo que corrigido para os dias atuais seria em torno de US$185.000,00, para correr os principais campeonatos ingleses e o europeu. No contrato tudo incluso, carro, motor, pneus, inscrições, viagens, menos suas despesas pessoais, seria o segundo patrocínio já que a March corria com as cores da STP.
No final do ano quando ele voltou ao Brasil conversamos
muito, revimos o orçamento, e as possibilidades dele nos campeonatos.
Na época fabricávamos um salgadinho, líder de vendas do
seguimento e em nossa verba publicitária destinada a ele caberia muito bem tal
alternativa e mais os custos de divulgação aqui no Brasil, infelizmente para
meu amigo, e para mim, o projeto não avançou.
Nesta época amigos que corriam na F3, FF e outras categorias
de fórmula com equipes próprias, geralmente tinham o carro, obviamente, no
máximo dois motores e poucas peças de reposição, uma carreta, carro de apoio,
um mecânico, e assim se mandavam num mesmo final de semana para uma ou duas
corridas, nas pistas os fornecedores de equipamentos, motores e outros, sempre estavam presentes para vender seu produtos. Neste ponto não posso deixar de pensar e homenagear o saudoso amigo
Antônio Ferreirinha que nesta época ajudou a muitos.
Havia uns dez fabricantes de chassis, cinco ou seis
montadoras que forneciam motores homologados, e uma ou duas dezenas de preparadores desses
motores. A guerra entre eles era ferrenha.
Pilotos e mecânicos tinham que acertar seus carros em muitos
itens, da calibragem dos pneus até o ângulo das asas, daí saíram os grandes
acertadores como Emerson e Nelson.
E hoje?
Bem, outra vez vou escrever sem pesquisar a fundo, apenas que
mostrar como tudo mudou. Depois de 2007 se não me engano, um campeonato mundial
foi estabelecido, as corridas dez ou doze, em datas do Mundial de F.Um, onde
segundo a FIA os pilotos teriam grande visibilidade, os grandes chefes da F.Um
poderiam observá-los. Fora outros campeonatos disputados mundo afora.
Para este modesto observador o primeiro grande erro foi
tornar a categoria monomarca, coisa que sou totalmente contra. O chassi deve
ser o Dallara, o motor Mecachrome, cambio Hewland, pneus Pirelli, ora, o pacote
já vem pronto, e onde vamos buscar a verdadeira competição, onde a capacidade
de acerto de um equipamento vinha da equipe e do piloto, para mim tudo nivelado
por baixo.
As grandes equipes da F.Um também estão presentes neste
mundial, como na F.2, geralmente patrocinam pilotos desde o kart, como o
caso de Hamilton e tantos outros. Hoje um certo Candango, chegado de longe,
tendo em duas temporadas trabalhado com afinco, acertado carros e motores com
sua esperteza nata nem seria notado, aliás, nem um certo Rato, ou Pace, ou
Wilsinho, ou Ayrton..
O pacote com o chassi Dallara F3-2009 rodando, com cambio
Hewland de seis marchas, o motor Mecachrome V6 de 3,4 litros e 380 hps custa
cerca de duzentos mil euros, e o mundial com as corridas precedendo as de F.Um
cerca de um milhão de euros, vejam que é mais de cinco vezes o valor que cito
acima para o começo da década de 1970.
Minha critica à monomarca desta forma é que nivela por baixo
tudo, vejam que a Super-Vê, V, Fórmula Ford, Fiat e outras usavam motores de
cada uma das marcas, massssss ... com chassis de várias procedências, aqui no Brasil projetados e feitos por entre entre outros por meus amigos Ferreirinha, Minelli, Avallone e Ricardo
Achcar que com seu Polar, totalmente projetado e feito no Brasil dominou a
categoria, inclusive sobre os Austro-Kaimann importados. Além dos grandes
preparadores que nela atuaram, como os amigos Ferreirinha, Manduca, Chapa, Jr Lara, Gigante e tantos outros.
É ... hoje a mesmice tomou conta, tem até um príncipe,
presidente de nossa máxima entidade, que gosta de aparecer mais que os
verdadeiros atores do circo. Comissários que repreendem pilotos que falam
palavrões nos rádios em situações de estresse, e atuam de forma atabalhoada
quando fazem valer regras absurdas.
Escrevendo vou lembrando dos amigos; Ao Manduca, Chapa,
Teleco. Baixinho e Ferreirinha, foi bom demais dividir tantas com vocês, ficou
a lembrança e a saudade.
Abraços a todos.
Rui Amaral Jr
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
Formula 3 - Anos de ouro...
Desde a criação pela FIA – Federação Internacional de
Automobilismo - da categoria denominada Formula a partir de 1952, criando então
as Formulas 1/2/3/4 e suas variantes, como a nossa icônica Super V, um vasto
mercado se abriu para fabricantes de carros, câmbios, motores e demais
componentes. Para suprir estes carros várias montadoras homologaram motores
para as categorias, e mais preparadores deles começaram a mostrar ao mundo seus
potenciais, Novamotor, Cosworth, Holbay, Vegantune e muitos outros. Era um
mercado imenso para seus produtos, tanto das montadoras como dos fabricantes de
chassis, preparadores e demais envolvidos.
Os fabricantes de carros/chassis brigavam também por este
imenso mercado, March, Lotus, GRD, Brabham, Ensign, Merlyn e outras batalhavam
neste mercado imenso, onde uma vitória poderia render a venda de centenas de
seus produtos.
Para termos uma ideia, apenas no começo da década de 1970, em
1973 para ser mais exato, foram mais de oitenta corridas da F3 apenas na
Inglaterra, divididas em vários campeonatos. Em alguns finais de semana mais de
duas ou três, tendo os pilotos e equipes decidirem quais eram mais importantes
para seus interesses, muitos correndo no sábado em certo campeonato e no
domingo em outro em outra pista.
No continente além do Campeonato Europeu mais uma dezena
deles, até na então Cortina de Ferro, em 1973 contabilizei mais de cento e
tantas corridas.
Na época conversei muito com meus amigos que participavam dela,
era uma verdadeira loucura, a maioria corria na Inglaterra, imaginem o
seguinte. No sábado uma corrida no rapidíssimo Silverstone e no domingo em Outon
Park, geralmente corridas de 15/20 minutos, as vezes com duas bterias, com um
treino também rápido, isto sem contar as variantes destes circuitos.
O gajo tinha que acertar o carro num dia e no dia seguinte outra
vez para um traçado totalmente diferente. Imaginem mexer em asas, amortecedores,
barras estilizadoras, pressão de pneus e outros? As equipes maiores tinham
esses dados anotados e ao chegarem já partiam mais adaptadas.
Nos anos 1950/60/70/80 era assim essa categoria maravilhosa,
sendo que até o final dos anos 60 e começo dos 70 vários nomes que atuavam na
Formula Um e já pilotos graduados, participavam dela para promover seus carros,
no entretanto sem pontuar para os campeonatos.
Era assim...
Abraço a todos,
Rui Amaral Jr
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
Teleco – Luiz Antonio Siqueira Veiga – 1973 na Formula 3
Teleco, March 733 Ford/Novamotor, tendo ao seu lado Sandro Angeleri, diretor da March e um grande incentivador dele, até o final da vida Teleco guardava sua amizade com carinho.
Provocativo, o Caraguejo – Carlos Henrique Mércio – me envia uma foto do Teleco - Luiz Antonio Siqueira Veiga – em seu March 733 da Formula 3. Logicamente eu sabia quem era o gajo!
Vamos ao que ele contou depois;
Crédito das fotos, Arthur Griffin.
Apenas dezesseis carros nessa 11ª etapa. Havia a esperança da
participação de alguns pilotos franceses, mas eles não apareceram. Alan Jones
foi o pole position, mas já na largada, a disputa ficou entre Richard Robarts e
Tony Brise. Teleco bateu o March logo na primeira curva e abandonou, bem como o
castelhano Pedro Passadore, que rodou. Brise venceu o pega com Robarts e o
japonês Masami Kuwashima completou o pódio. Jones, com problemas de câmbio foi
P-4 e Larry Perkins, outro que andou na F1, P-6.”
Carlos Henrique “Caranguejo” Mércio
Fotos Arthur Griffin
Aos amigos, Teleco e Caranguejo.
Rui Amaral Jr
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
Histórias...
Meu amigo Zé Carlinhos vinha me falando deste belo projeto há muito, na verdade o nome dele é Carlos, mas eu o chamo de Zé, velho fotógrafo do automobilismo. Numa live ouvir pilotos e outros participantes do automobilismo contarem suas histórias, na verdade abrirem suas vidas. Com perguntas de amigos pré-gravadas e os espectadores fazendo-as ao vivo. Então o Zé se juntou ao Rodrigo Carelli, que já tinha um canal no YouTube onde falava de automobilismo, blogueiro sério, coisa difícil hoje em dia e conhecedor de nosso automobilismo, e hoje levam estas entrevistas que mostram a alma de nosso automobilismo,
Entre outros vou citar meus amigos Luiz Evandro “Águia”
Campos, que num show de memória contou por mais de três horas suas aventuras
como piloto e outras atividades que teve dentro do automobilismo, do Fabinho
Sottomayor e todos outros.
Abaixo vou deixar o link do canal onde vocês encontram todas
entrevistas e na barra lateral um link permanente para o programa, onde vocês
poderão vê-las completas.
Como as “lives” são longas, as vezes não conseguimos
acompanhar na integra, mas todas estão no canal para sempre, e o bom é que
podemos sorvê-las em qualquer tempo disponível, um registro para a história.
Você que tanto batalhou conseguiu Zé.
Ao Rodrigo e ao casal querido Denise e Zé muito sucesso
sempre e parabéns.
Rui Amaral Jr
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
Lembranças...
Meu irmão me contava que o motorista do carro madrinha havia
contado a ele que era apavorante andar na frente das feras com um carro que
devia ter uns quarenta hps, as feras vinham pressionando o tempo todo.
E na foto que deve preceder a largada nota-se isto, as feras
emboladas a Ferrari Testa Rossa de Aguinaldinho de Goes tentando se enfiar
entre os ponteiros, a Maserati de Celso Lara visivelmente irrequieta e lá no
meio do pelotão meu irmão bem quietinho num canto da pista logo após a saída da
Junção. Garoava forte, foi sua primeira e única corrida e fico imaginando a
tenção da largada, notem os pneus molhados.
Notem lá no alto da foto a curva Três e como era inclinada na
época, lembrei daquele dia em que fui a um treino, lá um mecânico pilotando uma
Ferrari voou, não sei o nome dele e nem de quem era a Ferrari.
Lembro muito bem que de repente os boxes ficaram vazios,
todos desciam ao local do acidente, eu com nove anos fui atrás, ali ao lado dos
carros que estão à esquerda na pista, vocês podem ver o mato cortado e
amontoado ao lado, pois no dia em que descia ele estava bem alto, eu na beira
da pista só prestando atenção se não vinha nenhum carro. Para atravessa a
Junção, com o mato também muito alto prestei muita atenção, poderia vir um
carro apesar da corrida e treinos ser apenas pelo Anel Externo.
Lembro depois de atravessar a pista e subir até a Três, era
um subidão, chegando lá uma ambulância parada, todos pilotos que havia visto e
conhecido nos boxes, não lembro de ver meu irmão ou o Luciano. E lembro
perfeitamente dos socorristas carregando na maca o mecânico ferido, não tenho e
mínima ideia do que aconteceu com ele.
Da corrida... Não, não me deixaram ir, provavelmente neste
dia que relato minha mãe estava viajando e pude ir com os dois plays boys, meu
irmão e o Luciano!
Bem, dez anos depois fiz o caminho inverso, pois num dos
treinos de minha primeira corrida dei uma deliciosa rodada na Junção, daquelas
que depois de sentir o carro saindo vê-se a pista de onde vinhamos e logo rodar
mais. Como o Autódromo saía da grande reforma o
acostamento ainda era de terra e o carro ficou encalhado na parte interna da
curva. Este foi o primeiro de muitos que dei naquele ano de aprendizado.
Nesta outra foto, que já mostrei aqui, o acompanhante no Gordini parece pedir calma às feras, notem que estão todos mais ou menos “calmos” e alinhados! rs Vejam a descida que era da Três.
Obrigado por aturarem minhas lembranças, abraço a
todos.
Rui Amaral Jr