A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Formula 3 - Anos de ouro...

 

Nada melhor para ilustrar este post que Graham Hil de Brabham batalhando com Jim Clark de Lotus, na F3 em Goodwood, atrá se não me engano Jochen Rindt.
Teleco de March


 Confesso que minha ideia inicial era fazer um apanhado da categoria desde sua criação, porém ando um pouco disperso para pesquisar, mesmo aqui no Histórias, então vou me basear no post anterior quando mostramos meu amigo Teleco – Luiz Antonio Siqueira Veiga – no começo dos anos 1970.

Desde a criação pela FIA – Federação Internacional de Automobilismo - da categoria denominada Formula a partir de 1952, criando então as Formulas 1/2/3/4 e suas variantes, como a nossa icônica Super V, um vasto mercado se abriu para fabricantes de carros, câmbios, motores e demais componentes. Para suprir estes carros várias montadoras homologaram motores para as categorias, e mais preparadores deles começaram a mostrar ao mundo seus potenciais, Novamotor, Cosworth, Holbay, Vegantune e muitos outros. Era um mercado imenso para seus produtos, tanto das montadoras como dos fabricantes de chassis, preparadores e demais envolvidos.

Os fabricantes de carros/chassis brigavam também por este imenso mercado, March, Lotus, GRD, Brabham, Ensign, Merlyn e outras batalhavam neste mercado imenso, onde uma vitória poderia render a venda de centenas de seus produtos.

Para termos uma ideia, apenas no começo da década de 1970, em 1973 para ser mais exato, foram mais de oitenta corridas da F3 apenas na Inglaterra, divididas em vários campeonatos. Em alguns finais de semana mais de duas ou três, tendo os pilotos e equipes decidirem quais eram mais importantes para seus interesses, muitos correndo no sábado em certo campeonato e no domingo em outro em outra pista.

No continente além do Campeonato Europeu mais uma dezena deles, até na então Cortina de Ferro, em 1973 contabilizei mais de cento e tantas corridas.


De meus arquivos da excelente Autosport.


Piers Courage 
Autosport, maio de 1965.
Monza, Ronnie Peterson x Giovani Salvatti.
Dave Willianson, Brabah BT21B e Morris Numm, Lotus 41.
 
Monaco 1975. Toni Brise GRD encontra Alex Dias Ribeiro de March.

Dave Ealker, Wilsinho Fittipaldi, Carlos Pace e ... 



Na época conversei muito com meus amigos que participavam dela, era uma verdadeira loucura, a maioria corria na Inglaterra, imaginem o seguinte. No sábado uma corrida no rapidíssimo Silverstone e no domingo em Outon Park, geralmente corridas de 15/20 minutos, as vezes com duas bterias, com um treino também rápido, isto sem contar as variantes destes circuitos.

O gajo tinha que acertar o carro num dia e no dia seguinte outra vez para um traçado totalmente diferente. Imaginem mexer em asas, amortecedores, barras estilizadoras, pressão de pneus e outros? As equipes maiores tinham esses dados anotados e ao chegarem já partiam mais adaptadas.

Nos anos 1950/60/70/80 era assim essa categoria maravilhosa, sendo que até o final dos anos 60 e começo dos 70 vários nomes que atuavam na Formula Um e já pilotos graduados, participavam dela para promover seus carros, no entretanto sem pontuar para os campeonatos.

 

Era assim...

Emerson e a Lotus de Jim Russel, daí para F.Um e dois mundiais.
Carlos Pace.
Nelson, daí para F.Um e três mundiais.






 

Abraço a todos,

 

Rui Amaral Jr


Um comentário:

  1. Pois é... como contar para a molecada de hoje que o piloto faria duas corridas, em duas pistas diferentes, no mesmo fim de semana? Como os fãs de Hamilton e Verstappen poderiam compreender a pofusão de pilotos, de chassis, de motores, de campeonatos? Difícil explicar...

    Mas era genial, competitivo, criativo, inovador. Para nós, brasileiros, teve um sabor especial: nossos pilotos ganharam muita coisa na Fórmula 3 bitânica.

    E quem ganhava a Fórmula 3 britânica tinha que ganhar uma chance na Fórmula 1, sem passar pela Fórmula 2.

    Tem muitas imagens importantes, como essa do erro do Brise para cima do Alex Dias Ribeiro. Para mim, a mais eloquente é a do pneu do Senna estacionado na cabeça do Martin Brundle. Mas tem muita História!

    Que delícia que o Histórias fale dos nossos pilotos na Fórmula 3, Teleco sendo um dos bons. Faltou dinheiro, pois com grana teríamos tido muito mais vencedores na Fórmula 1. Valeu, Rui!

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Rui Amaral Jr