Desde a criação pela FIA – Federação Internacional de
Automobilismo - da categoria denominada Formula a partir de 1952, criando então
as Formulas 1/2/3/4 e suas variantes, como a nossa icônica Super V, um vasto
mercado se abriu para fabricantes de carros, câmbios, motores e demais
componentes. Para suprir estes carros várias montadoras homologaram motores
para as categorias, e mais preparadores deles começaram a mostrar ao mundo seus
potenciais, Novamotor, Cosworth, Holbay, Vegantune e muitos outros. Era um
mercado imenso para seus produtos, tanto das montadoras como dos fabricantes de
chassis, preparadores e demais envolvidos.
Os fabricantes de carros/chassis brigavam também por este
imenso mercado, March, Lotus, GRD, Brabham, Ensign, Merlyn e outras batalhavam
neste mercado imenso, onde uma vitória poderia render a venda de centenas de
seus produtos.
Para termos uma ideia, apenas no começo da década de 1970, em
1973 para ser mais exato, foram mais de oitenta corridas da F3 apenas na
Inglaterra, divididas em vários campeonatos. Em alguns finais de semana mais de
duas ou três, tendo os pilotos e equipes decidirem quais eram mais importantes
para seus interesses, muitos correndo no sábado em certo campeonato e no
domingo em outro em outra pista.
No continente além do Campeonato Europeu mais uma dezena
deles, até na então Cortina de Ferro, em 1973 contabilizei mais de cento e
tantas corridas.
Na época conversei muito com meus amigos que participavam dela,
era uma verdadeira loucura, a maioria corria na Inglaterra, imaginem o
seguinte. No sábado uma corrida no rapidíssimo Silverstone e no domingo em Outon
Park, geralmente corridas de 15/20 minutos, as vezes com duas bterias, com um
treino também rápido, isto sem contar as variantes destes circuitos.
O gajo tinha que acertar o carro num dia e no dia seguinte outra
vez para um traçado totalmente diferente. Imaginem mexer em asas, amortecedores,
barras estilizadoras, pressão de pneus e outros? As equipes maiores tinham
esses dados anotados e ao chegarem já partiam mais adaptadas.
Nos anos 1950/60/70/80 era assim essa categoria maravilhosa,
sendo que até o final dos anos 60 e começo dos 70 vários nomes que atuavam na
Formula Um e já pilotos graduados, participavam dela para promover seus carros,
no entretanto sem pontuar para os campeonatos.
Era assim...
Abraço a todos,
Rui Amaral Jr
Pois é... como contar para a molecada de hoje que o piloto faria duas corridas, em duas pistas diferentes, no mesmo fim de semana? Como os fãs de Hamilton e Verstappen poderiam compreender a pofusão de pilotos, de chassis, de motores, de campeonatos? Difícil explicar...
ResponderExcluirMas era genial, competitivo, criativo, inovador. Para nós, brasileiros, teve um sabor especial: nossos pilotos ganharam muita coisa na Fórmula 3 bitânica.
E quem ganhava a Fórmula 3 britânica tinha que ganhar uma chance na Fórmula 1, sem passar pela Fórmula 2.
Tem muitas imagens importantes, como essa do erro do Brise para cima do Alex Dias Ribeiro. Para mim, a mais eloquente é a do pneu do Senna estacionado na cabeça do Martin Brundle. Mas tem muita História!
Que delícia que o Histórias fale dos nossos pilotos na Fórmula 3, Teleco sendo um dos bons. Faltou dinheiro, pois com grana teríamos tido muito mais vencedores na Fórmula 1. Valeu, Rui!