quarta-feira, 5 de novembro de 2025
México 2025 - Max x Norris/Piastri
terça-feira, 29 de abril de 2025
Pronto para ser campeão ... GP da Europa 1972 Brands Hatch
Encontrei há cerca de duas semana um canal no YouTube com
antigas corridas da F.Um, e a primeira que assisti foi a do GP da Europa de
1972 em Brands Hatch, justamente uma corrida que assisti in loco.
A pole foi de Ickx com a Ferrari 312B2, com Emerson ao seu
lado, Revson em 3º com a McLaren M19A e Stewart em 4º com a Tyrrel 003.
Dada a largada Ickx toma ponta com Emerson logo atrás, os
30/40 hps a mais do motor Ferrari dando o tom acima dos Ford-Cosworth DFV de
Emerson, Revson e Stewart. Nota-se claramente que Ickx vem no limite,
aproveitando o maior torque do motor em saídas de curvas, quando visivelmente
usa e abusa do motor e pneus, enquanto isto Emerson de perto vem cozinhando o
Belga em fogo lento, não usa a pista toda controla pneus e tudo mais.
Lá por um terço da corrida Stewart que se livrou de Revson
começa a chegar em Emerson, e aí talvez o único erro do Rato pois em uma freada
na entrada da floresta seu carro escapa e o Escocês toma seu lugar. Para
infelicidade volta logo atrás de Walker, que depois de parar e estar algumas
voltas atrasado dificulta querendo mostrar serviço. Nestes momentos podemos ver
a grande diferença de tocada de Emerson e Walker, pois este mesmo usando toda a
pista e freando em seu limite vem muito mais lento. Emerson gesticula para o
alicatão, nota-se que está bravo, isso dura volta ou volta e meia quando o
deixa para trás e sai em busca de Stewart.
Ora pois! Justo agora que ia rever o vídeo ele desaparece do
canal! Mas vamos lá!
Emerson encosta rápido em Stewart, briga de cachorro grande,
quando encontram três ou quatro carros disputando posições, entre eles Wilsinho
Fittipaldi com a Brabham BT19, e justo quando o Escocês vai passá-lo titubeia e
Emerson de uma só vez os deixa para trás.
Wilsinho de Brabham BT34 e Peterson de March 721 G
Vejam que tudo isto aconteceu na parte alta de Brads, a
floresta, e das arquibancadas não dava para ver.
Emerson encosta em Ickx, mas no meio da corrida a Ferrari do
Belga entra nos boxes e abandona, mais para frente no vídeo dá para ver um
mecânico mostrando a Ickx uma pequena peça, daquelas que custam certamente no
máximo US$10., e que forçou seu abandono.
Algumas notas; Wilsinho com a Brabham BT34 chegou em 12º lugar
depois de largar em 22º, Pace com a March 711 da equipe Willians depois de
largar num ótimo 13º. Infelizmente o vídeo não está mais acessível lá vocês veriam
que Walker não tinha a mínima condição de pilotar um F.Um, que o Eifelland
Caravans ( se não me engano uma fabrica de trailers ) que era um March 721
enfeitado, que além de horroroso não andava nada, mesmo assim o abnegado Rolf
Stommelen apesar de tomar cinco voltas do vencedor ainda chegou em decimo
lugar.
Minha ideia era capturar alguns instantâneos do vídeo, mas ando
letárgico e apesar de ter ideia de escrever este demorei um pouco e por algum
motivo que não sei explicar o vídeo foi retirado do canal. Porém o canal Ourafilmes
– ourafilmes.com - vem mostrando à cada dia antigos vídeos e vale à pena
acompanhar. Link https://www.youtube.com/@ourafilmes/videos
Agradeço ao amigo Ary Koeppl o envio das fotos garimpadas na
internet e como sempre as informações
precisas da página Racing Sports Cars, link https://www.racingsportscars.com/f1/photo/Brands_Hatch-1972-07-15.html
quinta-feira, 20 de outubro de 2022
CABEÇA DE VACA - por Henrique Mércio
Muito antes de Fernando
Alonso tornar-se um ídolo do automobilismo, os espanhóis torciam por Alfonso de
Portago nas pistas. Um piloto diferente, “Fon” era um nobre, autêntico marquês
que não se importava de disputar freadas com os “plebeus”. De curta carreira
(1953-1957), ele poderia ter entrado para a história da categoria como o piloto
de nome mais exótico a passar por ela: chamava-se Alfonso Antonio Vicente
Eduardo Angel Blas Francisco de Borja Cabeza de Vaca y Leighton Carvajal y Are.
Para evitar as piadas, incorporou o seu título nobliárquico (Marquês de
Portago) ao seu primeiro nome. Como dinheiro não era problema, nunca teve
dificuldades para comprar o carro que quisesse, até mesmo uma Ferrari.
Audacioso, uma de suas primeiras façanhas foi na aviação. Apostou com um amigo
que seria capaz de passar com um pequeno aparelho por baixo dos arcos de uma
ponte. De Portago ganhou a aposta, mas nunca pode tirar o brevê, ele que era
recém saído da adolescência. Gostava de correr com cavalos também e foi
integrante do primeiro time espanhol de bobsleigh (uma espécie de trenó),
competindo nas Olimpiadas de Inverno/56. Porém, como o próprio Fon disse certa
vez numa entrevista, sua paixão era o automobilismo. Casado, tinha dois filhos,
mas nunca deixou de agir como um latim lover, tendo muitas namoradas. Estava
quase sempre vestido de preto e com um cigarro na boca. Vestia-se de maneira
frugal, mas denunciava sua origem nobre ao falar. Na equipe a qual esteve por
mais tempo ligado, tinha uma relação difícil. Enzo Ferrari gostava de Portago
como cliente, não como piloto. Mas o convidou para substituir Luigi Musso
quando o italiano não pode continuar competindo em 1956. Das seis corridas em
que participou, a melhor foi em Silverstone, onde estava em terceiro, atrás de
Fangio e Moss, até ser chamado ao box, para ceder seu carro ao companheiro de
equipe, Peter Collins. Nesses casos, os pilotos dividiam os pontos da colocação
obtida. Fon de Portago entretanto, quis deixar bem claro sua insatisfação e
pegou na Ferrari de outro companheiro, Eugenio Castelotti, que havia batido.
Ele deu-se ao luxo de empurrar o carro abandonado e parou próximo à linha de
chegada. Então acendeu um cigarro, pulou para dentro do cockpit e esperou.
Quando o líder Juan Manuel Fangio recebeu a bandeirada e a corrida terminou, o
espanhol desceu e empurrou os metros que faltavam, recebendo a bandeirada em
10º lugar. Já sua parceria com Collins rendeu a 2ª posição, a melhor em sua
passagem pela F1. Em 57 ele continuou sua convivência instável com a casa de
Maranello. Escrevia à Scuderia, pedindo uma vaga na equipe de fábrica e como
resposta recebia uma foto sua, dando uma estampada em algum lugar. Em maio,
depois de nova desistência de Luigi Musso (virose), é escalado num dos carros
oficiais que participarão da Mille Miglia, uma singular competição de estrada
na Itália. A Ferrari tinha o modelo 335-S e contava com Piero Taruffi, Wolfgang
Von Trips, Peter Collins e Olivier Gendebien, além de Portago. A Mille Miglia
era disputada em estradas nem sempre fechadas ao público. Os carros tinham
numeração de três dígitos, de acordo com o horário de saída.
Partia da cidade de Brescia e seguia para Roma. Na capital dava meia-volta e retornava para o norte, para Brescia. Dias antes, reunido com seus pilotos, o Comendador provocou: “Não ficarei surpreso se Olivier (Gendebien) terminar na tua frente”, disse ele para de Portago, que não respondeu. Na verdade era mais que uma provocação, pois Gendebien iria correr com uma Ferrari GT, portanto menos potente que as 335-S da categoria principal.
O espanhol resolveu que
daria a resposta na pista e aquela madrugada, largou às 5:31, na companhia do
co-piloto Edmund G. Nelson, um velho amigo jornalista. Até Roma tudo foi bem.
Chegaram à capital na 5ª posição e encontraram a atriz Linda Christian (apesar
do nome anglicizado, era mexicana de nascimento), a grande paixão de Portago.
Ele freou perto dela, que foi até o carro e conversaram. O casamento nunca foi
motivo para que o marquês e Christian escondessem o namoro. Depois, trocaram um
beijo e ele prosseguiu até Bolonha, onde faria os reparos. Lá, uma surpresa
desagradável: seus mecânicos descobrem que a suspensão dianteira esquerda está
avariada e que seria melhor desistir, porque o carro não agüentaria até
Brescia. Fon toma a decisão condizente com o homem sem medo que era: ele ignora
e segue em frente. No retorno, não economiza o carro. Ultrapassa Manfredi em
Parma e depois Gendebien em Cremona.
Estava na terceira
posição, com Taruffi em primeiro e Von Trips em segundo. Collins um dos
ingleses queridinhos de Enzo desistira. A ordem final era clara: nada de
disputas domésticas. Taruffi deveria vencer, Von Trips seria o segundo e Fon, o
terceiro. A idéia de afrontar o velho arrogante desobedecendo-lhe os mandos,
devia estar germinando na cabeça de Portago desde aquela reunião de pilotos.
Faltando 30 km para a bandeirada, a Ferrari nº 531 aproxima-se da cidadezinha
de Guidizzolo e está num trecho de reta, a 220 km/h. Na entrada da cidade, a
quebra da suspensão comprometida (ou um pneu estourado) a faz guinar à
esquerda, bater num marco de sinalização de quilômetros e levantar vôo. Acerta
e derruba um poste telegráfico, que muda sua trajetória e a faz ir parar em
cima do público que está assistindo à beira da estrada.
Totalmente destruída, a
335-S vai finalmente parar numa vala à direita da estrada. Muitos feridos, dez
mortos, dos quais cinco crianças. Fon de Portago (28) e Eddy Nelson(40) foram
jogados fora do carro, depois da batida no poste. Nelson faleceu horas mais
tarde e o marquês morreu no ato. No blusão que vestia, havia além de seu
passaporte, uma pequena nota, dizendo que era católico e que se algo lhe
ocorresse, deveria ser chamado um padre.
Consideradas perigosas
tanto para pilotos quanto para o público, as Mille Miglia não foram mais
disputadas.
O acidente também
custou ao Commendattore um processo de quatro anos, que esvaiu os recursos do
time, forçando o início das malogradas negociações de sua venda para a Ford.
Enzo Ferrari terminou inocentado.
Henrique Mércio - Caranguejo
Post original de 16 de agosto de 2010
domingo, 14 de agosto de 2022
1976 – Parte 2 – Audetto "Vou falar sobre o campeonato mundial roubado de Lauda"
Toda vez que Binotto
apronta das suas escrevo no Face ou comento com amigos uma canção de Pepino di
Capri.
“Lo sai Non è vero Che
non ti voglio più... ascoltami Ritorna ancor, ti prego Con
te Ogni istante Era felicita....” Daí concluo- Ritorna Forghieri, Ritorna.
Enzo não era muito
chegado a Niki, que levado à Ferrari por Clay se mostrou um vencedor. Acertador
de carros sabia “impor” suas preferencias a Forghieri, depois a Audetto que
substituiu Forghieri como DS da escuderia, sendo que Forghieri continuou com DT
e com Lauda desenvolvia modificações e avanços, o câmbio transversal da T3 foi
um deles, Clay também participava, mas Niki era o interlocutor mais ouvido.
Depois do vídeo do
Audetto meu amigo Walter envia um que é uma perola, o próprio Forghieri numa
deliciosa entrevista/palestra contando sobre aqueles tempos, com alguns jornalistas de automobilismo.
Sobre o GP do Japão ele
reproduz uma frase se não me engano do “Corrieri Della Sera” quando em destaque
e não sei escrito por quem estampa “a coragem de ter medo!”.
Destaca que muitos
pilotos achavam a pista impraticável naquela situação, entre eles Niki. E dá
sua opinião sobre Niki dizendo que fisicamente estava em plena forma, mas
mentalmente não, ainda mais para encarar aquela situação.
"Vou falar sobre o
campeonato mundial roubado de Lauda"
Já Audetto, que havia
assumido o lugar de DS naquele ano, não faz este tipo de comentário.
Vamos lembrar que
àquela altura Lauda tinha no campeonato três pontos de vantagem sobre Hunt,
largava com o terceiro tempo, atrás do pole Andretti e Hunt em segundo.
Mantendo-se essas posições era bicampeão
do mundo.
Audetto fala das
reuniões do pedido de Eclestone interessado no mercado e na divulgação do evento mundo afora, talvez
apenas meia dúzia de voltas em fila indiana.
Comenta também que
havia um “acordo” entre Hunt e Lauda, em que o inglês naquela situação não tentaria
tomar o título para si.
Duvido...
Hunt, apesar do que
comentam era um profissional, trabalhava para um patrão que havia perdido o
piloto que trouxera para sua equipe o patrocínio da Marlboro e ao final de dois
anos de contrato deixara a equipe e patrão à ver navios. Não vou me manifestar
mais sobre este assunto, ainda mais pelo enorme respeito que tenho pelo piloto
Emerson Fittipaldi. Piloto rápido e batalhador Hunt jamais deixaria
patrocinadores, equipe, demais apoiadores e fãs perderem por uma atitude que
seria antiprofissional. Também queria o título. Não acredito de maneira nehuma
que o tenha roubado.
Aqui um parêntese meu:
Todo piloto é “bicho” caso contrário seria jogador de ping pong, futebol de
botão... Você está no box 1, convicto que não vai largar naquela situação e
centenas de metros à frente no box 30 um motor é ligado, imediatamente você se
paramenta, entra no carro, manda apertarem o cinto e ligarem o motor....E,
apesar das papagaiadas ditas pelos locutores e outros, piloto tem medo sim,
sabe controla-lo, mas sempre ou um dia ou outro vai além, é o espirito da coisa!
Sobre a situação do
abandono de Lauda comenta Forghieri, o poeta, que estava no Japão como DT,
volto a lembrar, assumindo uma posição que poderia lhe trazer consequências junto
ao patrão, diz a Lauda, que poderia, encontrar uma desculpa, um problema elétrico
ou outra coisa qualquer ao que o Campeão replicou que não, abandonava pois não
havia condições de haver daquela forma uma corrida de automóveis.
As falas de Forghieri
vão de encontro ao que escrevi há mais de dez anos em “Atitude Corajosa” Lauda
era um grande piloto e também um grande homem, segundo Forghieri “teve a
coragem de dizer que sentia medo”.
Mauro continuou por
muitos anos na Ferrari e ao final da entrevista falando sobre a fabula que o
projetista Jonh Barnard veio ganhando na equipe, algo dez vezes mais do que ele
diz “Eu paguei minha liberdade, não tenho débitos...e quero mantê-la”.
Deixo com vocês a
entrevista de Mauro, agradecendo meu amigo Walter o envio. Ele me provoca com
esses envios, me provoca a escrever e talvez ele como poucos entenda esta minha
maneira atabalhoada de escrever sobre o que gosto.
Walter: Ouvi dez vezes
a fala de Enzo ao telefone depois da corrida e não consegui entender, você conta
caso tenha ouvido perfeitamente.
Ao Mauro, Niki e
Walter.
Rui Amaral Jr
terça-feira, 22 de junho de 2021
S.E.F.A.C-FERRARI...










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