A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

domingo, 14 de agosto de 2022

1976 – Parte 2 – Audetto "Vou falar sobre o campeonato mundial roubado de Lauda"

 



Toda vez que Binotto apronta das suas escrevo no Face ou comento com amigos uma canção de Pepino di Capri.

“Lo sai Non è vero Che non ti voglio più... ascoltami Ritorna ancor, ti prego Con te Ogni istante Era felicita....” Daí concluo- Ritorna Forghieri, Ritorna.

Enzo não era muito chegado a Niki, que levado à Ferrari por Clay se mostrou um vencedor. Acertador de carros sabia “impor” suas preferencias a Forghieri, depois a Audetto que substituiu Forghieri como DS da escuderia, sendo que Forghieri continuou com DT e com Lauda desenvolvia modificações e avanços, o câmbio transversal da T3 foi um deles, Clay também participava, mas Niki era o interlocutor mais ouvido.





Depois do vídeo do Audetto meu amigo Walter envia um que é uma perola, o próprio Forghieri numa deliciosa entrevista/palestra contando sobre aqueles tempos, com alguns jornalistas de automobilismo.


 A palestra de Forghieri mostra um poeta do automobilismo, alguém que admira muito Clay, Vileneuve, Bruce, Niki, sou um pouco ou muito como ele.

Sobre o GP do Japão ele reproduz uma frase se não me engano do “Corrieri Della Sera” quando em destaque e não sei escrito por quem estampa “a coragem de ter medo!”.

Destaca que muitos pilotos achavam a pista impraticável naquela situação, entre eles Niki. E dá sua opinião sobre Niki dizendo que fisicamente estava em plena forma, mas mentalmente não, ainda mais para encarar aquela situação.

"Vou falar sobre o campeonato mundial roubado de Lauda"

Já Audetto, que havia assumido o lugar de DS naquele ano, não faz este tipo de comentário.

Vamos lembrar que àquela altura Lauda tinha no campeonato três pontos de vantagem sobre Hunt, largava com o terceiro tempo, atrás do pole Andretti e Hunt em segundo. Mantendo-se essas posições  era bicampeão do mundo.

Audetto fala das reuniões do pedido de Eclestone interessado no mercado e  na divulgação do evento mundo afora, talvez apenas meia dúzia de voltas em fila indiana.

Comenta também que havia um “acordo” entre Hunt e Lauda, em que o inglês naquela situação não tentaria tomar o título para si.

Duvido...

Hunt, apesar do que comentam era um profissional, trabalhava para um patrão que havia perdido o piloto que trouxera para sua equipe o patrocínio da Marlboro e ao final de dois anos de contrato deixara a equipe e patrão à ver navios. Não vou me manifestar mais sobre este assunto, ainda mais pelo enorme respeito que tenho pelo piloto Emerson Fittipaldi. Piloto rápido e batalhador Hunt jamais deixaria patrocinadores, equipe, demais apoiadores e fãs perderem por uma atitude que seria antiprofissional. Também queria o título. Não acredito de maneira nehuma que o tenha roubado.

Aqui um parêntese meu: Todo piloto é “bicho” caso contrário seria jogador de ping pong, futebol de botão... Você está no box 1, convicto que não vai largar naquela situação e centenas de metros à frente no box 30 um motor é ligado, imediatamente você se paramenta, entra no carro, manda apertarem o cinto e ligarem o motor....E, apesar das papagaiadas ditas pelos locutores e outros, piloto tem medo sim, sabe controla-lo, mas sempre ou um dia ou outro vai além, é o espirito da coisa!

Sobre a situação do abandono de Lauda comenta Forghieri, o poeta, que estava no Japão como DT, volto a lembrar, assumindo uma posição que poderia lhe trazer consequências junto ao patrão, diz a Lauda, que poderia, encontrar uma desculpa, um problema elétrico ou outra coisa qualquer ao que o Campeão replicou que não, abandonava pois não havia condições de haver daquela forma uma corrida de automóveis.

As falas de Forghieri vão de encontro ao que escrevi há mais de dez anos em “Atitude Corajosa” Lauda era um grande piloto e também um grande homem, segundo Forghieri “teve a coragem de dizer que sentia medo”.

Mauro continuou por muitos anos na Ferrari e ao final da entrevista falando sobre a fabula que o projetista Jonh Barnard veio ganhando na equipe, algo dez vezes mais do que ele diz “Eu paguei minha liberdade, não tenho débitos...e quero mantê-la”.

Deixo com vocês a entrevista de Mauro, agradecendo meu amigo Walter o envio. Ele me provoca com esses envios, me provoca a escrever e talvez ele como poucos entenda esta minha maneira atabalhoada de escrever sobre o que gosto.

Walter: Ouvi dez vezes a fala de Enzo ao telefone depois da corrida e não consegui entender, você conta caso tenha ouvido perfeitamente.

Ao Mauro, Niki e Walter.

 

Rui Amaral Jr 


6 comentários:

  1. 1976 tá imortalizado nas telas dos cinemas.

    Mas essas entrevistas são realmente uma delícia: velhos profissionais, livres das amarras dos contratos e das necessidades de proteger ao futuro de suas carreiras, começam a falar coisas que antes não falariam. São as Histórias que Vivemos.

    Sobre a fala do Enzo, sugiro você ouvir como se ele estivesse falando francês: ele fala um dialeto estranho como palavras mais afrancesadas, por exemplo o nosso 'diga', que seria 'dica' em italiano ele usa 'di'. Isso ali no trecho em que o Ferrari manda o Villeneuve cuidar do carro para ensaiar um motor especial (e o Villeneuve bate na largada...).

    No trecho do pós Gp do Japão, eu verteria para o português o trecho que começa em 9'36" do video do Forghieri, assim:

    "Você pensa um pouco agora e vamos continuar com o filme. Me disse Franco Gozzi -- infelizmente, uma salva de palmas, porque foi um grande -- basta pensar um pouco. Gozzi retorna do Japão (dilúvio). O Corriere della Sera tem uma manchete de nove colunas: Lauda, dois pontos, a coragem do medo. Mauro está agora lhe dizendo o que acontece ali dentro, então todo esse fermento, essa tempestade, tanto fora como também dentro das mentes. Gozzi chega em casa, toca o telefone, ele acabou de chegar do Japão, sua esposa atende o telefone, o descansa e avisa: “o Commendatore, no telefone”. Para contar o assunto, o cinismo... chega o Gozzi e diz “Buon giorno?” ... “Buon Giorno.” Do outro lado da linha, é o velho diz “escuta, abandonou porque chovia.”* Bum! bate o telefone. Essa é a síntese óbvia do patrão de uma máquina que deve vencer, independente de quem está ali e de quem morre, ou de quem vive, e que se expressou em uma síntese: “Você ouviu? Se retirou porque chovia”. Isso é a síntese extrema de uma história que estamos analisando em mil facetas."

    *‘senti a se retirê parche pioveva’

    Obrigado, Rui, por voltar a essa História que ficou ainda mais saborosa.

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    1. Walter, foram tantas as falas que me perdi um pouco, não consegui ouvir a fala de Enzo, agora vc esclareceu. Ele ficou fulo, para quem teve Campari, Varzi, Fangio, Ascari Antonio e Ciccio, foi algo inaceitável. Vamos juntos voltar ao tema, obrigado meu amigo.

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  2. Pois é... relendo esse material, mantenho meu "anti-ferrarismo".

    O Comendatore foi um grande Ferrari, com bons e maus momentos.

    Gênio, na minha visão, foi o Colin Chapman. Ferrari soube construir sua lenda.

    Obrigado, Rui!

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    1. Alias , Ferrari sempre foi protegida pela FIA , o Ferrari 365 GT/B ( GT de primeira classe entre 1970 a 1975 ) , tinha menos unidades produzidas do que o minimo requirido , enquanto a Maserati desenvolveu o Bora Competizione e a FIA barrou o carro , infelizmente sempre foi burocratica as corridas

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    2. Tenho esperança que os carros da S5000 der certo e conseguia atrair o mercado americano ( seja nas maos da USAC ou a SCCA principalmente ) ja que eles resgatam um pouco do que era F1/F5000 dos anos 70 . Mesmo que fossem com um V6 ou quatro cilindros com um aerodinamica um pouco reduzida ao carro original . O que eh interessante dessa epoca eh a dificuldade que os carros davam aos pilotos , nem ligo pra questao de velocidade

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    3. Já no campeonato mundial de 1952/53 Enzo conseguiu que a categoria corresse com os formula dois e o dele era o melhor!rsrsr Ferrari 500 https://ruiamaraljr.blogspot.com/2011/12/ferrari-500-195253-ii.html

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Rui Amaral Jr