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terça-feira, 25 de abril de 2017

Porsche 550 RS Spyder - por Roberto Zullino

Von Stuck largando em Interlagos com o carro que trouxe ao Brasil.
Bino Heins largando e Interlagos já com o carro que trocou na Alemanha...
...para vencer Ferraris e Maseratis!
Celso Lara Barberis
Chico Landi
Jean Louis Lacerda Soares e de óculos José Gimenez Lopez que vendeu o carro a Paulo Amaral.
Paulo Amaral
Paulo nos 500 KM de Interlagos 1961

Esse carro veio para cá trazido pelo Hans Stuck e era um dos primeiros, tinha o farol vertical e carroceria um pouco diferente. Veio equipado com um motor VW com alguns mandraques. A Porsche antes de 1955 quando saíram os primeiros 550 de produção, usou motores VW 1100 em Le Mans em protótipos para ganhar o tal Índice Enérgético, uma patriotada francesa para jacatraias dos Renné Bonet e Dyna Panhard ganharem o que os franceses teimavam ser o prêmio princioal, cada uma.
O carro não era do Stuck, era da Porsche e a missão do Stuck era vendê-lo, o que conseguiu, mas não lembro para quem. Certamente, o carro trazido pelo Stuck foi fabricado em 53/54 e não era modelo de produção, os 550 só foram fabricados em 55. Para encurtar a história, o carro foi enviado para a Alemanha para reforma e voilá, mandaram um 550 de produção equipado com motor Furhman Quad Cam 1500 roletado e carroceria de 550 normal já com os faróis de Fusca. Correu na mão do Heins fazendo picadinho de Maseratis e Ferraris e no final foi abandonado na oficina do Seu Chico na Rua Afonso Brás em estado lastimável em cima de outras sucatas. O Darci Medeiros era aprendiz, entrou lá com 14 anos e lembra direitinho do carro, tanto que uma vez me perguntou se o meu era o tal carro. O carro foi comprado pelo Marivaldo que o repassou para os irmãos brothers que fizeram o Fitti-Porsche. A mecânica usada foi dos KG Dacon usando motor Furhman Quad Cam de 2 litros, mas usando bronzinas, a Porsche abandonou os roletes que quando davam problema nem Jesus arrumava. Fora que com o passar do tempo a qualidade das bronzinas melhorou. Na mão dos irmãos fez algumas corridas sem muito sucesso de resultados, mas o carro dava espetáculo, sendo o mais rápido em quase todas as provas que participou. Foi repassado para a escolinha Bardhal sem a mecânica Porsche, usava mecânica VW. Foi vendido para o Sergio Magalhães que fez algumas corridas e vendeu para um cara de Bauru que vendeu para um cara de MG ou Brasília. A última vez que foi visto foi disputando arrancadas em MG. Certamente, sua carroceria de alumínio, feita pelo funileiro Picciuto, virou panelas e os tubos do chassis devem ter sido levados pelo garrafeiro e virado aço de construção. No entanto, como a esperança é a última que morre pode ser que um dia apareça.
O pior nem é isso. Há uns anos um cara estava anunciando o Porsche do Stuck na Europa em um desses foruns ingleses. Entrei e desanquei o cara e acabei com o negócio dele contando a história toda. Hoje não faria isso, porque pode ser que ele tivesse razão, o chassis dele devia ser o original que ficou lá na reforma, já que o carro que veio para cá depois da reforma parecia outro. Ou não trocaram o chassis e deram uma modernizada no carro que virou esse da foto e o cara era um pilantra que devia saber das coisas e falsificou um chassis. Who knows? Nas fotos do Stuck com ele aqui o carro é diferente.
abs,

Roberto Zullino

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De um comentário em post da semana passada meu amigo Zullino, contou um pouco, ou muito, da trajetória deste carro que von Stuck trouxe ao Brasil.
Valeu Zullino, um abraço.

Rui Amaral Jr

terça-feira, 21 de julho de 2015

Porsche 550


Transcrevo à vocês o e-mail que recebi de Andrew Hosking historiador especialista no Porsche 550, à cerca de seis meses estamos conversando, foi quando ele viu no Historias algumas das matérias que escrevi sobre o carro e a participação de meu irmão Paulo nos   500 KM de Interlagos no ano de 1961.
Pouco pude esclarecer à ele sobre o destino que meu irmão, falecido o ano que passou, deu ao carro, eu tinha oito anos na época e lembro do 550 RS na garagem de casa por longo tempo e meu irmão não lembrava para quem vendeu. Contei  à ele que meu irmão comprou o carro de José Gimenez Lopez parceiro de “seu” Chico Landi em muitas empreitadas e que o carro é o mesmo usado por eles, Christian Heins e outros grandes pilotos.
Expliquei que por volta do ano de 1967 os irmãos Fittipaldi usaram seu chassi para fazerem o Fitti-Porsche e que nele usaram o motor 2.000cc do Porsche 904 vindo dos KG-Porsche da equipe Dacon, creio que   também usaram o cambio deste carro já que outro dia lendo uma antiga Quatro Rodas descobri que o Fitti-VW bi-motor dos irmão também usava um cambio Porsche provavelmente o do 550.
Por fim gostaria de comentar que meus contactos com o Andrew foram dificultados pelo fato de que apesar de conseguir ler um pouco no idioma inglês não escrevo e vínhamos tentando nos comunicar em italiano, desde este e-mail venho contando com a ajuda de meu amigo Benjamim “Biju” Rangel à quem agradeço a amizade e carinho.

Rui Amaral Jr 
















 Annie Busquet
link para o texto do Caranguejo
link para vários posts no Historias
    

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Porsche 550-1500 RS Spyder “Carrera Panamericana”


Volto ao assunto do Porsche 550 RS Spyder depois de alguns papos com amigos mais velhos que o conheceram de perto e parte de sua história. Volto sem empáfia ou soberba pois queiram ou não sou uma modestíssima parte desta história e afinal os “dotes” acima não fazem parte de meu ser já que desde que me propus a escrever tomo cada um de vocês como amigos e escrevo apenas para dividir o pouco que sei.
Hans Stuck Von Villiez foi um piloto famoso que pilotou para grandes marcas na Europa e por volta de 1954/55 aportou em terras brasileiras onde já havia corrido e obviamente como uma locomotiva da sociedade havia deixado amigos.  
Stuck trouxe ao Brasil em sua longa estada alguns grandes carros e entre eles um Porsche 550 que utilizou na Alemanha em provas de subida da montanha(adiante dou uma dica deste fato).
Não tenho a mínima idéia do que fez com o Porsche aqui, sei apenas que por volta de 1956/57 este carro aparece nas mãos de grandes pilotos brasileiros alguns como Chico Landi adversário dele na Europa e aqui.

Largada em Interlagos o própio Hans von Stuck com o que trouxe ao Brasil...
 derrepente aparece o 550RS Spyder para derrotar nas mãos de Christian alguns bichos papões de nossas pistas!
"Prova Prefeito Ademar de Barros" realizada em 30/11/1958. 
Os participantes são: 
82 - José Gimenez Lopes - Ferrari 250 TR (4ºlugar)
36 - Jean Louis Lacerda - Ferrari 750 Monza (2ºlugar)
46 - Celso Lara Barberis - Ferrari 250 TR (5º/Abandonou)
12 - Álvaro Varanda - Ferrari 250S (3ºlugar)
Na segunda fila 
9 - Christian Heins - Porsche 550RS (1ºlugar)
Bandeirada para Christian.
Chico Landi e o 550
Depoimento de Fernando Chaves "Rui, o Porsche 550 Spyder foi trazido pelo alemão Hans von Stuck, primeiro para o Circuito da Gávea e, depois para a corrida comemorativa do IV Centenário de São Paulo, ambas as provas realizadas em janeiro de 1954, conforme descreve o Bird Clemente em seu livro Entre Ases e Reis (pag.23). Bird ainda nos informa que esse carro foi adquirido pelo Ricardo Fasanello e que após um acidente de rua foi vendido ao Christian Heins. Ainda, de acordo com o Bird o carro foi enviando para Alemanha e voltou com um novo motor de quatro comandos. O Ciro Caires correu com esse carro em parceria com Christian nos Mil Km de Buenos Aires em 1957. Quando o Bino foi para Europa ele vendeu o carro para o Fritz D’Orey, conforme ele mesmo conta em entrevista para o Lito Cavalcanti. O Fritz fez cinco corridas com esse Porsche, quatro em Interlagos e uma no Rio no Circuito da Boa Vista. Em 1959 ele também vai para a Europa e o carro fica com o José Gimenes Lopes da Escuderia Tubularte. Nesse mesmo ano o Celso Lara Barberis corre com Porsche em Poços de Caldas MG e em 1960 em Piracicaba. Chico Landi também participou de três provas com esse carro. Em 1961 o seu irmão Paulo Amaral comprou o carro do Gimenes e correu com ele os 500 km de Interlagos, como está amplamente relatado em seu Blog. Esse carro voltou a pertencer ao Chico Landi e posteriormente ao Marivaldo que vendeu o chassi para os irmãos Fittipaldi que a partir dele construíram o Fitti-Porsche. Espero ter contribuído um pouquinho, com a história desse “lendário” carro que andou por nossas terras. Um grande abraço."

Sei que “seu” Chico venceu com este carro uma prova de subida da montanha na Serra Velha de Santos e me parece que depois o carro foi vendido à Christian Heins...até então o Porsche era um 550 provavelmente 1952/53 com motor derivado do VW, Christian leva o carro para Porsche na Alemanha e o 550 volta um 550 RS 1500 Spyder totalmente diferente de carroceria e com o motor 1.500cc de duplo comando que tanto sucesso fez na América e Europa.
O que ouvi e o pouco que me lembro o 550 RS 1500 Spyder foi pilotado no Brasil e venceu com grandes pilotos como “seu” Chico, Christian Heins, Ciro Cayres, Celso Lara Barberis, José Gimenez Lopez e acredito que até Jean Loius Lacerda Soares.

José Gimenez Lopes e Jean Louis Lacerda Soares no Porsche que venderia ao meu irmão Paulo

 A carreta que transporta o Porsche era de Celso Lara Barberis

Os 500 KM de Interlagos 1961

Abaixo em Amaral em Revista

Talvez a primeira volta da corrida, Paulo largou...

Revista Quatro Rodas






1961 meu irmão Paulo e seus amigos Luciano Mioso e Victor Simonsen (Victor era então namorado de minha irmã Cida) compram o carro de Gimenez Lopez para correrem os 500 KM de Interlagos daquele ano, por problemas outros Victor não correu e Luciano e Paulo levaram o carro ao 5º lugar e primeiro da categoria até 2.500cc. Nunca mais correram com este carro ou outro, não eram pilotos e sim entusiastas e o 550 RS Spyder ficou na garagem de nossa casa por um longo tempo e junto com meus amigos sentávamos ao volante fingindo pilotar em Interlagos, Le Mans, Spa até chegar um adulto e sermos expulsos dele! 
Já escrevi sobre, foi o primeiro carro de corridas em que andei, tinha então 8 anos e meu irmão me levou à algumas voltas pelo Anel Externo de Interlagos...desde a primeira vez que entrei em um Box o cheiro da gasolina, óleo, pneus entrou pelas minhas narinas e se alojou em meu ser, o vento que bateu em meu rosto naquelas poucas voltas ainda hoje agita meus cabelos e essa paixão perdura até hoje...fez parte de cada vez que entrei em uma oficina, nas horas e horas em que passei vendo meus mecânicos mexendo em meus carros, nas inúmeras horas em que numa pista lutava para acertar um chassi ou motor e nas inúmeras largadas e bandeiradas...e ainda hoje agita meus cabelos cada vez que piso em uma pista!
Pois bem, aquele carro prateado com os bancos vermelhos escuro ficou em minha casa por um bom tempo depois dos 500 KM, os troféus no quarto de meu irmão, o capacete com aquela viseira eu afanava de vez em quando para descer feito louco aquelas belas ladeiras do Pacaembu em meu super carrinho de rolimã.
Da corrida meu irmão falecido no ano que passou já contou aqui alguma coisa, algumas coisas que ficaram para trás lembro agora, como no dia em que ele me contou que ao se preparar para largada chega Christian Heins e diz à ele que com aquela garoa venceria facilmente a corrida. Outra coisa que me chamou atenção foi o Paulo contar que o cambio apesar de ser o tradicional 4 marchas e H possuía uma marcha que ele chamava “primina”, situada ao lado da primeira precisava que a alavanca de cambio fosse levantada para engatar e eles nunca usaram essa marcha pois era muito curta! 
Depois do tempo em que ficou em nossa garagem o carro foi vendido ou trocado por um dos carros de rua de meu irmão, ele nunca lembrou para quem foi...
Não pesquisei o suficiente  para saber quem mais pilotou o carro depois dos 500 KM de 1961...




...quase ao final do ano de 1967 aparece a noticia que os irmãos Fittipaldi estavam fazendo um protótipo com motor Porsche e este protótipo nada mais era que o Porsche 550RS com um motor Porsche 2 litros que equipava um dos KG-Porsche da Dacon. Pelo que me contaram do carro usaram o chassi, suspensões, freios e cambio, fazendo uma bela carroceria usando rodas bem mais largas, carro rapidíssimo e que com a ida dos irmãos para Europa foi vendido ao piloto brasiliense Antonio Martins e pouco se sabe sobre o seu paradeiro atual.
Cerca de seis meses atrás fiquei sabendo pelo então dono do motor original que havia vendido um pouco antes.

Final do ano passado, após a morte de meu irmão minha sobrinha Viviane Amaral me entrega um dos troféus que ele recebeu nos 500 KM, lembro que eram dois, este pela vitória na categoria e outro pela colocação na geral que cada um dos pilotos recebeu. Hoje ele repousa muito bem guardado em minha casa.   

É um pouco do que sei e me foi transmitido por meu irmão e alguns amigos..

Rui Amaral Jr


A réplica de meu amigo Juan!


Porsche 550-1500 RS Spyder “Carrera Panamericana”1954-1955

Motor: refrigerado a ar quatro cilindros flat
Válvulas: duas por cilindro acionadas por dois comandos por cabeçote. 
Cilindrada: 1,498 ccm
Diâmetro e curso: 85 x 66 mm
Potencia máxima: 117 bhp (86 kW) at 7,800 rpm
Torque: 129 Nm (95 ftlb.) à 5,300 rpm
Alimentação: dois carburadores Solex 40 PJJ duplos
Transmissão: cambio 4 marchas + ré, diferencial autoblocante ZF 
Freios: Hidráulicos à tambor
Velocidade máxima: 220 km/h (137 mph)
Peso: 550 kg
Pneus; dianteiros 5.00-16 traseiros 5.50-16
Entre eixos: 2100 mm
Comprimento:3.600mm
Largura:1.550mm
Altura:1.015mm 


Meu muito obrigado ao grande Bird, Milton Bonani e Fernando pelas fotos e pelo carinho! 

sábado, 9 de novembro de 2013

Porsche 550 Spyder

1961 Interlagos, Paulo Amaral e o Porsche 550 Spyder.