A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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terça-feira, 22 de abril de 2014

RECLAMES


1968, Clark na Tasmânia.

Dizem por aí que o “inventor” do patrocínio no automobilismo foi Colin Chapman, através da marca Gold Leaf,em 1968. É verdade que Chapman assinou com a Imperial Tobacco um contrato para a Lotus nas categorias onde ela se apresentasse. Mas na primeira corrida da temporada de 68, vencida pelo inesquecível Jim Clark a equipe ainda portava o green british Racing. O carro só apareceu vermelho, branco e dourado na Tasman Series, dando início a uma fase nova do automobilismo no mundo. 

Tean Guston 1967
1968 com a bela Brabham BT20
1967 em Kyalami Jonh Love chega no segundo lugar com a Cooper T79 atrás de Pedro Rodriguez de Cooper T81  

Mas na verdade, devemos agradecer ao Dr. Anton Rupert, executivo da indústria tabagista sul-africana, bilionário e crítico do apartheid. Foi Rupert quem criou o Team Gunston, equipe que surgiu em dezembro de 1967 e participou do GP em Kyalami/68, com dois carros, um Brabham BT20 para John Love e um LDS para Sam Tingle. Antes da Lotus. Então foram esses obscuros afrikaners quem criaram o patrocínio? Na verdade, a primazia, ainda que acidental, deve ser mesmo creditada ao Lotus Team. 

A Lotus 25 Climax de Geki Russo no GP da Itália em Monza 1965

E ao piloto italiano Giacomo “Geki” Russo, tetra campeão italiano da Fórmula 3 e que participou do GP da Itália em 64-65-66. Sua únicas participações na F1, Geki fez uma tentativa em 1964 com um Brabham BRM BT11, mas não obteve qualificação; no ano seguinte, reapareceu com um Lotus Climax 25 e um inusitado apoio, como podemos ver na foto. Dizem que Chapman, recebeu o patrocínio em espécie...Finalmente em 1966, foi o nono colocado com o Lotus Climax 33, mas quis o destino que este pioneiro ficasse mais conhecido como uma das vítimas do terrível GP de F3 em Caserta, 1967. E nunca podemos descobrir aonde o salame o levaria.

1968 Jarama,  Hill vence a primeira corrida em mundial de F. Um com a Lotus 49 com as cores da Gold Leaf, na foto à frente de Hulme e a McLaren M7A.

CARANGUEJO

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

GP da Espanha 1968 - Jarama

Amon sem combustível!

Pedro toma a ponta seguido por Beltoise.
Amon já à frente de Pedro

Ontem meu amigo Charger Le Mans me enviou no Face a bela foto de Chris Amon, logo notei que era de 1968 e procurando encontrei a corrida!
Jarama 1968 GP da Espanha a segunda prova do campeonato, Jim Clark após a vitória na primeira etapa havia na Africa do Sul havia perecido em uma corrida de F2, quem seria o novo Rei?
Na minha imaginação de 15 anos apenas Amon poderia substituir meu ídolo à altura na Lotus, com todo respeito e admiração que nutria por Hill, Rodriguez, Bruce, Courage, Rindt... 
Apenas treze carros largaram em Jarama, Amon na pole com a Ferrari 312, a seguir Pedro Rodriguez - BRM
Denny Hulme - McLaren M8/Ford
Ludovico Scarfiotti - Cooper/BRM
Jean-Pierre Belboise - Matra/Ford
Graham Hill - Lotus/Ford 

 Hill estreando o patrocínio da Gold Leaf seguido por Hulme.

Na corrida Rodriguez toma a ponta seguido Beltoise estreando um carro de Formula Um já que Kyalami havia pilotado um Formula Dois, tendo logo à seguir Amon. Logo a seguir é a vez do novato Beltoise liderar a corrida, logo em sua segunda participação na categoria. Problemas o levam ao Box quando o pole Amon toma a liderança para  faltando poucas voltas para o final parar por falta de combustível entregando a liderança à Grahan Hill que corre pela primeira vez com a Lotus vermelha e dourada  patrocinada pela Gold Leaf.

RESULTADO 

1º  #10  Graham Hill - Lotus-Ford  90 voltas
2º  #1    Denny Hulme - McLaren-Ford
3º  #14  Brian Redman - Cooper-BRM
4º  #15  Ludovico Scarfiotti - Cooper-BRM
5º  #6    Jean Pierre Beltoise - Matra/Ford

Melhor volta: Jean Pierre  Beltoise 1'28.300


Alguns amigos meus acertaram, o Hélio, Paulo, os irmãos Heitor Luciano Nogueira Filho e Clovis Nogueira que enviou o vídeo. Barba, Tony Marx, Cuca até que tentaram!
Tohmézinho pensou ser um alicatão e passou longe!

À todos meu forte abraço!



terça-feira, 19 de março de 2013

THE RIME OF THE ANCIENT MARINER *

Jimmy

Ano de 1968, véspera da Corrida dos Campeões, disputada como sempre na pista de Brands Hatch. Colin Chapman, todo poderoso da Equipe Lotus, recebe um telefonema de um alto executivo da ITV, rede de televisão encarregada de transmitir a prova. O sujeito logo foi dizendo o que queria: se Colin não desse um jeito na cabeça de marinheiro que aparecia em seus carros, a transmissão seria cancelada. Que marinheiro, se a prova nem era de vela? Resposta, a embalagem dos cigarros Gold Leaf, que patrocinavam a Lotus e que traziam estampadas a cabeça de um velho marujo. Para a TV, aquilo caracterizava uma marca e eles não queriam fazer publicidade de graça para ninguém. 

 Jimmy e a Lotus 25
Jimmy e Hill na  Lotus 49 antes da Gold Leaf
 Hill em Mônaco
 Jimmy na Tasmânia 
 Andretti largando na pole em Watkins Glem 1968
Emerson na vitória em Watkins Glem 1970

Eram os primórdios do automobilismo com o apoio de empresas não necessariamente ligadas à indústria automotiva. No começo, o espaço para propaganda nos carros era reduzido, medido com régua se fosse o caso. E obrigatoriamente, tinham de ser fabricantes ligados aos automóveis: pneus, auto-pecas, carburantes e por aí vai. Mas o desenvolvimento dos carros de competição, exigia quantias cada vez maiores. Em 1968, a Equipe Gunston, da Rodésia (atual Zimbabwe) tornou-se a primeira a inscrever seus carros em um GP, no caso o da África do Sul, pintados nas cores de uma embalagem de cigarros. Colin Chapman viu abrir-se aí uma grande oportunidade e firmou contrato com a Imperial Tobacco, uma multinacional tabagista britânica, para divulgar um de seus produtos, o cigarro Gold Leaf. Os Lotus, que até então usavam a cor oficial da Grã-Bretanha nas pistas, o verde, passaram a ser vermelho, branco e dourado, a cor das embalagens e tudo começou. A Lotus apareceu com a novidade na disputa da Tasman Series de 1968 e mesmo os oceânicos torceram o nariz. Mas foi na Corrida dos Campeões que os puristas ingleses ficaram mesmo indignados e ameaçaram com o boicote. Colin resolveu o impasse com um símbolo acima de qualquer suspeita: cobriu a cabeça do lobo-do-mar com a Union Jack, a célebre bandeira do Reino Unido. E a prova foi ao ar; vencida por Bruce McLaren e todos viveram felizes.

*Sim, é uma referência à canção da banda inglesa Iron Maiden.

CARANGUEJO – automobilista e roqueiro.