A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 1 de junho de 2019

A foto inédita... Não tão inédita agora.







                Há sete anos, publiquei essa foto no meu Facebook. Na época era uma foto inédita, que somente eu tinha. Os comentários na minha timeline  foram muitos, alguns ficaram surpresos, outros fizeram perguntas até inocentes, tipo: esse é o "uniforme" que o Senna usava no dia do acidente?  Ou ainda: essa é a médica que tentou salva-lo?  E por ai foi. Porem, houve muito mais perguntas "in box", e, a maioria bastante desagradáveis. Umas mórbidas, outras me ofendendo, como se eu estivesse manchando a memória do Senna.  Na época, me arrependi de ter publicado, mas dias depois, passei por cima da ignorância alheia, mesmo assim, fiquei pensando o quanto há de maldade nos corações das pessoas. Enfim, vamos em frente.
Celso Lemos
                Essa senhora é a minha "tia" Cirene Lemos, mãe do meu "primo" Celso Lemos, que era diretor do Instituto Ayrton Senna. Digo "tia" e "primo", pois não somos parentes, mas tivemos uma convivência muito próxima, e assim nos tratávamos, como se fossemos realmente parentes.
                Meu primo, por motivos que só ele pode explicar, quis ficar fora dessa historia do acidente, mas ele estava em Imola com o Senna, tanto no famoso jantar que o Galvão Bueno tanto fala, mas não menciona o Celso, assim como foi o primeiro do staff do Senna a chegar na Tamburello, e acompanhou o Senna até o hospital no helicóptero. Ele contou ao meu irmão, toda a historia do acidente, do jantar na noite anterior, até o desfecho fatal, mas não deu autorização para divulgar o relato, por esse motivo, não posso contar tudo que sei, mas garanto, foi tudo muito triste, e Senna, realmente não queria correr naquele dia.

 
O broche.
              
Em 1995, meu tio, José Lemos e tia Cirene, vieram a Macaé visitar meus pais, e ganhei de presente, essa foto, e mandado pelo Senna através do meu primo, um broche do capacete do Senna (foto) uma camiseta que o Ayrton tinha usado um dia antes do acidente, e estava manchada com molho de macarrão, por tanto, não podia ser lavada. Mas, minha desavisada esposa, achou que tinha sido eu quem tinha sujado, e colocou na trouxa de roupas sujas. Infelizmente, procurei hoje a camiseta para fotografá-la, mas não achei, deve estar tão bem  guardada em algum "lugar para eu não esquecer", que não lembro onde, uma hora eu acho e escrevo outro texto. Meu primo havia comentado com o Senna, que eu gostava muito de automobilismo, então ele tirou a camisa, juntou com o broche, e disse:
-Então manda essas lembranças minhas para ele.
Apesar de não ser Sennista, fiquei muito emocionado quando recebi os presentes, e é claro que tenho um enorme respeito pela sua carreira.
                O macacão foi dado ao meu primo por algum funcionário do hospital, ele quis devolver a Viviane Senna, mas ela não o quis, e eu entendo os dois lados, o do Celso em tentar devolver, e o da Viviane em não aceitar. Na foto, minha tia estava vendo com poderia costurar o macacão. A ideia, não era emendar, mas dar alguns pontos para que ele não se desfizesse. Tia Cirene era muito divertida, e me disse que só costurava durante o dia, pois morria de medo de mexer no macacão a noite, pois o Senna podia puxar o pé dela. Infelizmente ela e o meu tio Zé, não estão mais com a gente.
                Não sei qual foi o destino do macacão, pois perdi o contato com meu primo. Porem, acredito que continue com ele.



Meus tios e minha família.
                Achei essa foto com meus tios e minha família. Essa camiseta que estou usando, é a que ganhei. Se eu achá-la, escrevo outro texto só para colocar as fotos.
Um forte abraço.
Mario Souto Maior,

2 comentários:

  1. Assim são as coisas da morte: mexem com todos, para o bem e para o mal (no sentido do mau, um video interessante da polícia alemã, zoando e multando motoristas que fotografam vítimas de acidentes na estrada: https://video.corriere.it/poliziotto-tedesco-da-lezione-uomo-che-scatta-foto-luogo-un-incidente-stradale/344f4704-8372-11e9-89bd-2f20504508c1?intcmp=video_wall_hp&vclk=videowall%7Cpoliziotto-tedesco-da-lezione-uomo-che-scatta-foto-luogo-un-incidente-stradale ).

    Acho que, como em mortes históricas (Kennedy, Gandhi etc...) as mortes esportivas vão ganhar novas versões e detalhes mais verdadeiros, com o passar do tempo.

    Uma coisa é incontrastável: pena que Senna morreu cedo.

    Outras coisa incontrastável: quando o sujeito é vítima, vira mito, casos de Villeneuve e Senna, dos quais sou fã. Quando morre velhinho, perde o charme (embora eu seja fã de velhinhos geniais como Emerson, Wilson e Piquet).

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  2. Assisti à este vídeo Walter, tanto na Alemanha quanto aqui é de assustar a morbidez das pessoas.
    Tazio, Fangio e tantos outros viveram para contar suas histórias, felizmente.

    Um abraço

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