A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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terça-feira, 28 de abril de 2015

Alfredo Menezes de Mattos, o Carioca!

Olá, moçada!

Já faz um bom tempo que não escrevo nada sobre automobilismo. Na verdade, não trabalho mais com assessoria de imprensa, então não há mais motivo para que eu escreva profissionalmente. Mas, sempre existe uma ocasião especial ou uma circunstância que faça com que a vontade de escrever reapareça. 
Desta vez, foi o reencontro com um amigo da minha adolescência, dos anos que passei em Niterói. Sou paulistano,mas meu pai era nascido no Estado do Rio, em São Fidélis. Ele sempre quis ficar perto da sua família, então resolveu mudar para Niterói. Eu saí ganhando, porque tinha dez anos na época e fomos morar numa linda casa, muito perto da praia de São Francisco, que é um lindo lugar.
Lá arrumei vários amigos, curti muito a praia e também pude fazer o que realmente adorava, que era dirigir. Na época a fiscalização não era tão intensa e o transito muito menor, e eu podia pilotar à vontade.


Alfredo Mattos e Ingo Hoffmann, no começo de carreira!
                                                             
                                                               Vitória de Alfredo Mattos em Curitiba

Eu e os meus amigos, Nelson Policarpo, Roberto Tacão e Alfredo Mattos sempre estávamos guiando os carros de nossos pais. (nem sempre com a autorização e o conhecimento deles). Esse último não era muito próximo, ele era um pouco invocado, muito grande, mas gente boa. Ele certamente não se lembra, mas cheguei a guiar sua Vemaguete e trocar umas ideias sobre pilotagem. Eu literalmente só pensava em automóveis!
                                                          
O tempo passou, a adolescência terminou, nós voltamos para São Paulo e eu continuei louco por carros e por automobilismo. 
Frequentava regularmente o Autódromo de Interlagos, era um verdadeiro “rato de pista” e tinha vários amigos pilotos, Ingo Hoffmann, Ney Faustini, Plinio Giosa, Jozil Garcia, Julio Caio, Di Loreto e etc, todos da equipe do Giba. Eu nesse tempo não era piloto, era apenas aficionado fanático!

Os nossos pilotos do Giba, começaram a falar de um piloto estreante, que estava incomodando bastante, era um tal de Carioca, piloto da Autozoom, equipe fortíssima na época, liderada pelo grande Alfredo Guaraná! O Guaraná era o inimigo número um dos meus amigos pilotos. Era o concorrente direto e mais aguerrido!

O Carioca já chegou andando na frente, com um Fusca laranja igual ao do Guaraná, disse a que veio. Veio para vencer! Me lembro que venceu na geral uma prova em Curitiba, na frente de carros duas vezes mais potentes, como os poderosos Opalas. Era um estreante cabeludo, invocado e vencedor!

Eu não sabia quem era esse tal de Carioca, nos boxes de Interlagos nem chegava perto da Autozoom para olhar a cara dos pilotos. Nós amigos e pilotos do Giba, não olhávamos para o pessoal da Autozoom, por um misto de respeito e antipatia! Até que um belo dia pude ver que aquele estreante que acelerava muito, o Carioca, era o meu amigo Alfredo, irmão do Maninho e do Flavio, de São Francisco! Agora 10 anos mais velho maior e mais compenetrado e se tornando um piloto famoso e respeitado. Não me lembro de ter falado com ele em Interlagos.

                                                                           
                                                                                         O super bravo fusca da Autozoom

                                                                    
O tempo passou, o Alfredo Menezes de Mattos continuou acelerando muito e fez seu nome na Divisão 3. Todos os grande pilotos da época ficaram surpresos com a rapidez com que ele se projetou e venceu corridas, numa categoria tão difícil e competitiva. É só pensar no nome de Ingo Hoffmann, ex formula Um e doze vezes campeão de Stock Car, para se entender o nível da Divisão 3! Até hoje o Alfredo Mattos é lembrado pelos admiradores da categoria e do forte automobilismo dos anos 70!
                  
Alguns anos depois, em 1979, eu estava participando como piloto, numa prova da Stock Car no Autódromo do Rio de Janeiro, quando fui visitado por um cara grandão, boa pinta, que eu não reconheci, que na verdade era o Alfredo Mattos, meu amigo de adolescência que tinha ido me cumprimentar! Fiquei muito feliz e nunca mais me esqueci desse encontro.

Stock Car Rio  Paulo Valiengo

Graças ao Facebook, 35 anos depois, pude reencontrar meu amigo e ex-grande piloto Alfredo Menezes de Mattos, o Carioca, e matar a saudade da nossa velha amizade, que já dura mais de 50 anos!

                                          
Eu, Julio Barbero e Ingo Hoffmann




Nos vimos pouquíssimas vezes, mas sempre estivemos ligados pela mesma paixão, o automobilismo. Parece que os nossos caminhos se cruzaram para sempre, porque alguns anos depois, eu corri com o Ingo e com o Guaraná, seus grandes adversários e companheiros de disputa nas pistas.





Largada das Mil Milhas - Eu, Guaraná e Aldo Pugliese.
(Giba em pé na porta)


                                                              
Alfredo Mattos

Nunca me esqueci dos meus amigos de Niterói, e sinceramente foi um tempo muito bom. Fiz este texto para homenagear o meu amigo Alfredo Mattos, e, para selar definitivamente nossa longa amizade. Qualquer hora dessas, vou visitá-lo e colocar nossa conversa sobre corridas em dia! Desejo a todos um Feliz 2015. É isso aí. Até a próxima.

Paulo Valiengo


terça-feira, 18 de março de 2014

Mil Milhas Brasileiras 1983

No Opala da Sândalus Luis Alberto Pereira/Marcos Gracia.

Largada das Mil Milhas de 1983, Eu, Alfredo Guaraná e Aldo Pugliesi, largávamos na primeira fila, com o Stock nº 4. Estavamos em primeiro na geral, quando mais ou menos as 6 horas da manhã de domingo, o motor estourou na entrada da curva Um. Por sorte não bati em nada nem em ninguém, e desci do carro sem me machucar. Só o sentimento ficou machucado, porque nós iríamos vencer a corrida. Já estávamos algumas voltas na frente do segundo colocado! 

Paulo Valiengo


terça-feira, 26 de março de 2013

Saudades...

Mil Milhas Brasileiras 1966 o KG-Porsche de Carlos Pace/Totó Porto/Anísio Campos é empurrado pelo Renault Rabo Quente de Élvio Ringel...

Hoje tive o prazer de reencontrar o grande ex-piloto Élvio Ringel. Não o via desde os 1.500 Quilômetros de Interlagos de 1970! O Élvio é um cara especial, e para homenageá-lo e mostrar quanto ele é diferente, vou postar uma foto muito antiga, de 1967, quanto ele com um pequeno Renault Rabo Quente, "empurrou" até a linha de chegada e à vitória, o Karmann Guia da dupla Moco/Anisio Campos. Esse era o automobilismo que eu fui apaixonado!

Paulo Valiengo

NT: O entusiasmo do Paulinho, mostra como eram bonitas nossas corridas. As MM são na realidade as de 1966, vencida pela dupla Camilo/Celidonio.
Obrigado Paulo, sei que esse depoimento saiu do coração.

Um abraço

Rui 

NOBRES DO GRID


quinta-feira, 24 de março de 2011

Stock




Olá, moçada!

Todos nós que gostamos e acompanhamos o automobilismo de competição, já vimos pilotos rápidos despontarem no cenário nacional e internacional, e se tornarem grandes promessas. Muitas que não se cumprem. Não é o caso do Thiago Camilo. Desde que começou na Stock Car, já mostrou muita rapidez e coragem, fazendo grandes ultrapassagens e dividindo a pista palma a palmo com os seus muito mais experientes adversários.
Mas o que eu quero aqui destacar, além da óbvia competência do Thiago Camilo, é o fato de que ele começou sua carreira no automobilismo, já na categoria Stock Car light, isto é, sem nunca pilotar carros de fórmula, nem muito menos correr fora do Brasil. Embora não tenha experiência internacional Camilo é um dos melhores pilotos do automobilismo contemporâneo. Como já disse em outro oportunidade, Camilo é filho legítimo da Stock Car!


Essa primeira etapa da Stock Car V8 que aconteceu em Curitiba (20/03), com a brilhante vitória de Thiago Camilo, também serviu como abertura da WTCC - World Touring Car Championship (Campeonato Mundial de Carros de Turismo), teve o condão de demonstrar o desenvolvimento do automobilismo brasileiro, tanto na tecnologia dos carros quanto na dos pilotos.

Os nossos carros da Stock Car V8 são infinitamente mais bonitos, rápidos e bravos que os carros da WTCC, que parecem os carros da Stock Car de 25 anos atrás, com pequenas rodas aro 15. Não importa se o regulamento foi concebido desta forma, o que importa é que na comparação, o que é natural, eles perdem de longe para os nossos carros.


Por outro lado, os nossos pilotos são muito mais técnicos e arrojados que estrangeiros que disputam o WTCC. Os carros não fazem nenhum barulho, porque são turbo, tem as rodas muito pequenas e os pilotos são extremamente comedidos, com raríssimas ultrapassagens. Chegam até a demonstrar certa ingenuidade na defesa de posições.
O que pude ver na corrida do domingo, bem como os chefes de equipe da BMW, que estavam do meu lado no alambrado, foi uma vitória espetacular do Thiago Camilo, que largou lá de trás e teve inteligência e maturidade para não se envolver em nenhuma confusão, imprimir um ritmo fortíssimo sem estragar os pneus e vencer brilhantemente a primeira etapa do campeonato, correndo por outra equipe.
Camilo provou que o bom piloto pode vencer na sua estréia em outra equipe (RC Competições), mesmo que sem o melhor carro e que nessa nova casa já existam dois pilotos campeões, como é o caso de Ricardinho Maurício e Max Wilson.
A Stock Car confirmou que não deve nada a nenhuma categoria internacional e o Thiago Camilo provou que está maduro e pronto para conquistar o seu primeiro título de campeão. É isso aí. Até a próxima.

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mil Milhs de 1981 - Paulo Valiengo

Mostrei na semana passada as Mil Milhas Brasileiras de 1981 nas fotos dos arquivos Ricardo Bock, muitos amigos correram essas MMB, e ontem recebo um e-mail do Paulinho Valiengo com duas preciosidades, uma foto dele no Grid e outra do Podium na mesma corrida. Um dia vamos reunir todos que correram e contar a história de cada um. Obrigado Paulo e um abração.
Paulo e Giba.
No podium Darcio, Xandi, Giu, Chico Serra, Affonso e Zeca Giaffone, Paulo, Guaraná, Aldo Pugliese. 


Olá Rui, tudo bem?
Estive no seu blog, que gosto muito de acompanhar, e vi uma matéria e fotos sobre as Mil Milhas de 1981.
Fiquei envolvido nas lembraças desta prova e tomei a liberdade de enviar para você duas fotos, uma do pódio e outra de momentos antes da largada, comigo ao volante do meu Opala Stock Car.
Esta foto é histórica, porque quem está ao meu lado no grid, é o Gilberto de Oliveira Magalhães, o Giba, um dos maiores preparadores do automobilismo brasileiro.
Como você sabe, o Giba lançou dentre outros, o Ingo, o Nelsinho Piquet (Pai), o Guaraná, Julio Caio e etc.
Nestas Mil Milhas corri com o Guaraná e com o Aldo Pugliese, com apoio total dos irmãos Giaffone, e com o carro preparado pelo grande Jayme Silva. Terminamos a prova na terceira colocação na geral.
Esta prova também é marcante, porque foi o primeiro contato do Giba com os Opalas, uma vez que até então só preparava motores VW.
Espero que goste deste material.
Um grande abraço, Paulinho.





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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

COPA MONTANA - STOCK CAR

Marcelo Tomasoni

Curitiba (PR) - 05/12/2010 - Na última etapa da Copa Chevrolet Montana, que teve a vitória dupla do paranaense Diogo Pachenki, que brilhantemente venceu a corrida e o campeonato, o paulistano Marcelo Tomasoni (CM Capital Markets/SPFITCLUB/liveWright), piloto da Carlos Alves Competition Team, largou na décima sétima posição do grid e terminou a corrida na sétima colocação, na prova realizada no Autódromo Internacional de Curitiba (PR). 

No treino livre da manhã de sábado, Tomasoni que vinha sempre andando entre os seis primeiros, escapou no "S" de alta, e bateu forte o contra a proteção de pista, danificando a suspensão dianteira de sua Montana 98.

Sua equipe comandada pelo experiente Carlão Alves conseguiu refazer o carro para a classificação, mas não houve tempo para que se fizesse um alinhamento perfeito, serviço que demora mais de 4 horas para ser bem realizado. Tomasoni então partiu para a classificação com o carro sem o alinhamento correto, e ainda conseguiu a décima sétima posição do grid composto por 29 carros.

O domingo amanheceu com muita chuva, que persistiu na parte da tarde. Com muitas poças na pista, a largada foi dada com todos os carros utilizando pneus de chuva e em fila indiana. Foi a primeira corrida desta temporada realizada sob chuva, o que ocasionou diversos acidentes e intervenções do carro de serviço. 

Na realidade, no meio de tanta confusão, permanecer na pista já poderia ser considerado uma grande performance, na medida em que três ponteiros da prova, sairam da pista numa mesma curva, o que facilitou o trabalho do paranaense Diogo Pachenki.

Marcelo Tomasoni que largou lá atrás, sem praticamente enxergar nada, confirmando sua evolução e maturidade, não se envolveu em nenhum acidente e conseguiu cruzar a linha de chegada com o seu carro praticamente inteiro e ainda ganhou 10 posições, marcando pontos importantes na prova mais difícil do campeonato.

Os 10 primeiros colocados na derradeira etapa da Copa Chevrolet Montana:
1º - Diogo Pachenki
2º - Serafin Jr
3º - Marco Cozzi
4º - João Paulo Mauro
5º - Thiago Riberi
6º - Rafael Daniel
7º - Marcelo Tomasoni
8º - Thiago Penido
9º - Denis Navarro
10- Duda Bana

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STOCK CAR

A vitória na etapa de Curitiba, foi de Diego Nunes e o campeonato foi para Max Wilson



sábado, 4 de dezembro de 2010

COPA MONTANA - Curitiba

Marcelo e Galid Osman da equipe Carlos Alves.



Curitiba - 04/12/2010 - O piloto paulistano Marcelo Tomasoni (CM Capital Markets/SPFITCLUB/LiveWright), da Montana nº 98 da Carlos Alves Competition Team, foi extremamente prejudicado pela escapada de pista que aconteceu no treino da manhã deste sabado, e vai ter que largar na 17ª posição do grid, para a última etapa da Copa Chevrolet Montana, que será realizada no domingo (05/12), no Autódromo Internacional de Curitiba (PR).

Nos dois treinos de sexta feira, Tomasoni acompanhou de perto seu companheiro de equipe Galid Osman, ficando sempre muito próximo dos melhores tempos da pista. No treino de hoje pela manhã, quando tentava se aproximar um pouco mais do melhor tempo, Tomasoni escapou no "S" de alta e acabou batendo na proteção da pista.

Com o impacto, seu carro ficou completamente desalinhado e teve que ser refeito as pressas para a classificação, principalmente o trem dianteiro, que é o maior responsável pela estabilidade no contorno de curva.

O resultado foi que Tomasoni não conseguiu reprisar a boa performance da sexta feira e vai ter que se conformar em largar na 17ª posição do grid. O único consolo, é que a pista de Curitiba é bastante larga com vários pontos de ultrapassagem, permitindo uma pilotagem mais agressiva, com um certo nível de segurança.

A largada acontecerá as 13,00 hs do domingo, e terá transmissão ao vivo da REDETV!

Resultado oficial do treino classificatório:
1 22 Rafael Daniel Montana 1:24.581 157.3 12 - Scuderia 111
2 28 Galid Osman Montana 1:24.684 157.1 4 0.103 Carlos Alves Comp.
3 9 Eduardo Leite Montana 1:24.795 156.9 7 0.214 Hot Car Racing
4 8 Douglas Soares Montana 1:24.802 156.9 5 0.221 Gramacho Racing
5 48 Gustavo Sondermann Montana 1:24.804 156.9 10 0.223 J. Star Racing
6 17 Serafin Jr Montana 1:24.955 156.6 5 0.374 W2 Racing
7 11 Pedro Boesel Montana 1:25.045 156.4 15 0.464 Petrópolis Motor.
8 6 Diogo Pachenki Montana 1:25.084 156.3 6 0.503 Nascar Motorsport
9 90 Thiago Riberi Montana 1:25.109 156.3 7 0.528 W2 Racing
10 26 Wellington Justino Montana 1:25.262 156.0 8 0.681 Hot Car Racing
11 3 Denis Navarro Montana 1:25.318 155.9 15 0.737 RC3 Bassani Racing
12 56 João Pretto Montana 1:25.334 155.9 6 0.753 Mottin Racing
13 1 Cadú Pasetti Montana 1:25.409 155.7 6 0.828 Gramacho Racing
14 88 Leandro Romera Montana 1:25.416 155.7 10 0.835 J. Star Racing
15 23 Marco Cozzi Montana 1:25.440 155.7 3 0.859 Racequip Motor Sport
16 18 Rodrigo Navarro Montana 1:25.453 155.7 9 0.872 M4t Motorsport
17 98 Marcelo Tomasoni Montana 1:25.465 155.6 2 0.884 Carlos Alves Comp.
18 60 Sérgio Ramalho Montana 1:25.472 155.6 10 0.891 Bazzo Racing
19 25 Tiago Geronimi Montana 1:25.486 155.6 8 0.905 Bazzo Racing
20 21 Lucas Finger Montana 1:25.599 155.4 2 1.018 A.M.G. Motorsports
21 38 Thiago Penido Montana 1:25.714 155.2 6 1.133 M4t Motorsport
22 20 Gustavo Martins Montana 1:25.830 155.0 11 1.249 Motortech Comp.
23 49 Marcelo Cesquim Montana 1:26.163 154.4 15 1.582 Mottin Racing
24 47 Duda Bana Montana 1:26.187 154.3 7 1.606 CKR Racing
25 2 João Paulo Mauro Montana 1:26.409 153.9 6 1.828 Nascar Motorsport
26 75 Henrique Assunção Montana 1:26.538 153.7 10 1.957 CKR Racing
27 29 Anderson Faria Montana 1:26.596 153.6 6 2.015 A.M.G. Motorsports
28 7 Kau Machado Montana 1:26.784 153.3 5 2.203 Max Power Racing
29 0 Eduardo Furlanetto Montana 1:28.241 150.7 6 3.660 Racequip Motor.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

STOCK CAR



"Na maioria das atividades humanas, as decisões corretas não são tomadas de cima para baixo. Pelo contrário, elas devem atender aos anseios da maior parte dos seus membros. Senão, seria autoritária e não teria o condão de ter valor real. No automobilismo as coisas também são assim. 

Quando em 1979 surgiu a mais nova categoria do automobilismo brasileiro, com o expressivo nome de Stock Car, algumas pessoas não entenderam qual seria o seu propósito, inclusive argumentaram que a nova modalidade não iria para frente, acreditando na dificuldade de captação de patrocínios, que como sempre, rondava os campeonatos de turismo. Em função desse constante problema de contenção de custos, todas as provas da categoria "Classe C", que englobava os Opalas 4.100 e alguns Mavericks, eram realizadas apenas no eixo Rio-São Paulo.


Jr Lara Campos.


Para os críticos de plantão, seria impossível conseguir pilotos e patrocinadores para um evento monomarca, com provas nos autódromos de vários outros estados, quase todos muito distantes das duas maiores capitais brasileiras.
Realmente o calendário da Stock Car no seu primeiro ano de existência, contava com corridas no Rio Grande do Sul, no Paraná, em Goiás, em Brasília e até no Ceará, além de São Paulo e Rio de Janeiro.



Saída do Box, Rio de Janeiro e entrada do "Esse" Interlagos, Mike Mercede.


O tempo mostrou que eles (os críticos), estavam absolutamente enganados, e que a Stock Car iria se tornar na categoria de maior durabilidade da historia do automobilismo brasileiro. 
Cresceu tanto, que se tornou até pano de fundo da novela Passione, da Rede Globo! No próximo ano, sera sua 32ª temporada. O número de carros inscritos, e a qualidade de seus pilotos, comprova o sucesso e a estabilidade da Stock Car.
Numa etapa em que participam todas as três categorias que compõem a Stock Car, estão na pista treinando e correndo, quase 90 carros com seus respectivos pilotos. Na Copa Caixa são 34 carros, na Copa Chevrolet Montana largam também em torno de 34 carros e no Mini Cooper são mais 20 carros.



Copa Montana, Marcelo Tomasoni.
Largada do Mini Cooper em Interlagos


A Stock Car hoje.



São números muito expressivos, que comprovam que a Stock Car veio naturalmente ocupar espaços deixados por outras categorias e demonstram a preferência do público brasileiro, por corridas de carros de turismo.
Por outro lado, ao longo desses mais de 30 anos de existência, existiram momentos de grids minguados, e, talvez o pior de toda a história tenha acontecido já no primeiro ano da Stock Car, numa corrida em Cascavel, no oeste do Paraná.
Estávamos mais ou menos nessa época, de fim de temporada, acho que em outubro ou novembro. Depois de uma corrida muito disputada no Rio de Janeiro, em que 25 carros alinharam no grid de largada, seguimos para a prova de Cascavel.
Como a distância era muito grande, e o campeonato já estava praticamente decidido em favor de apenas três pilotos, Affonso Giaffone Jr, Alencar Jr e com menores chances o Paulão Gomes, poucos pilotos se animaram para a corrida no interior do Paraná. Apenas 13 pilotos foram participar desta inusitada prova. Eu próprio só fui, porque fazia parte da equipe dos irmãos Giaffone, que era comandada por Jayme Silva, e tinha grande chance de vencer o campeonato.

Na sexta feira treinamos normalmente, mas a pista era realmente seletiva, com uma curva muito difícil, o Bacião, tão difícil que um piloto paulista, Valtemir Spinelli, o Bolão, capotou nos treinos, ultrapassou o guard-rail e foi cair lá embaixo no bambuzal. Por sorte nada sofreu, mas preocupou todo mundo.


No sábado houve uma grande confusão na classificação, com a vistoria técnica realizada no carro do pole position, e, depois de muito bate boca e pouca solução, fomos forçados a não participar da corrida. Éramos oito pilotos fora do grid. Portanto só sobraram cinco carros, número insuficiente para que houvesse a largada no domingo.

Paulo Valiengo.








Mas, para o warm up domingo de manhã, "apareceram" mais dois Opalas, regularmente inscritos e "vistoriados", um até com ar condicionado e santoantonio de madeira, e assim o grid estava completo, com apenas sete carros. Cinco Stocks e dois "mais ou menos" Stock. Sem dúvida o menor e mais estranho grid de toda a história da categoria. Apenas três carros terminaram a corrida!

Este talvez tenha sido o pior momento da Stock Car, mas que soube superar todas as dificuldades naturais do automobilismo brasileiro e hoje é um evento consagrado pelo público e pela maioria dos pilotos nacionais. É isso aí. Até a próxima
." Paulo Valiengo



Texto de Paulo Valiengo para revista  ALLRACING, fotos Mike Mercede, Jr Lara Campos e Luiz Fernando Silva.




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