Tarde de domingo ensolarado, início de verão. Dia de ver Euclides Pinheiro, o Campeão das Duas Rodas. Eu o vi em ação pela primeira vez lá por 1974 e não era na TV não. Era real e ali estava aquele piloto corajoso, audacioso, equilibrando um Chevette azul e branco, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Quem era ele? Mais tarde vinha a saber que já fora um piloto de aviões e competira na primeira prova de Kart disputada no Brasil, no Jardim Marajoara, em agosto de 1960. Com os automóveis, disputara pelo menos dois 500 Km de Interlagos, chegando sempre entre os ponteiros. Mas na época isso não importava.
Fascinava era vê-lo dirigir e fazer com o carro o que queria. O show era composto de uma primeira parte com derrapagens controladas, propiciando um incrível “duelo sobre rodas” entre o Chevette e um Opala, o outro carro da equipe. Como podiam passar tão perto um do outro sem danos? Para Euclides era moleza. Ele era o discípulo direito do francês Jean Sunny, que para cá veio nos anos sessenta, promover o lançamento do Simca no país.
http://www.sallorenzo.com.br/
Recebi do fotografo Paulo Sallorenzo estas fotos do Euclides feitas no Rio na década de setenta. Junto um comentário dizendo que como na época tinha conseguido ficar tão perto dos carros andando em duas rodas e fazendo todas acrobacias, ele credita isso ao fato de na época ter uns vinte anos e toda empolgação da mocidade, já eu credito ao grande fotografo que ele já era.
Obrigado Paulo pelas fotos e ao Caranguejo pelo texto.
Quando Sunny retornou à França, Euclides Pinheiro assumiu o comando do “Simca Show”, viajando por capitais e pelo interior do país, com suas incríveis manobras e de vez em quando, fazendo aparições na televisão ou levando sua perícia a lugares distantes. Depois, nos anos setenta, a equipe teve prosseguimento com o apoio da Chevrolet. Retornando no tempo àquele distante domingo, a segunda parte era a mais emocionante, com os carros percorrendo o trajeto improvisado em duas rodas. Euclides promovia uma interação entre homem e carro, com paradas de mão na frente do veículo ou plantar bananeira na lateral do Chevette inclinado. Resumindo, um pioneiro, o mentor de tantos outros pilotos-acrobatas que surgiram depois. Uma lenda, cuja mão senti-me orgulhoso em apertar.
Caranguejo
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Recebi do fotografo Paulo Sallorenzo estas fotos do Euclides feitas no Rio na década de setenta. Junto um comentário dizendo que como na época tinha conseguido ficar tão perto dos carros andando em duas rodas e fazendo todas acrobacias, ele credita isso ao fato de na época ter uns vinte anos e toda empolgação da mocidade, já eu credito ao grande fotografo que ele já era.
Obrigado Paulo pelas fotos e ao Caranguejo pelo texto.