Toda vez que Binotto
apronta das suas escrevo no Face ou comento com amigos uma canção de Pepino di
Capri.
“Lo sai Non è vero Che
non ti voglio più... ascoltami Ritorna ancor, ti prego Con
te Ogni istante Era felicita....” Daí concluo- Ritorna Forghieri, Ritorna.
Enzo não era muito
chegado a Niki, que levado à Ferrari por Clay se mostrou um vencedor. Acertador
de carros sabia “impor” suas preferencias a Forghieri, depois a Audetto que
substituiu Forghieri como DS da escuderia, sendo que Forghieri continuou com DT
e com Lauda desenvolvia modificações e avanços, o câmbio transversal da T3 foi
um deles, Clay também participava, mas Niki era o interlocutor mais ouvido.
Depois do vídeo do
Audetto meu amigo Walter envia um que é uma perola, o próprio Forghieri numa
deliciosa entrevista/palestra contando sobre aqueles tempos, com alguns jornalistas de automobilismo.
Sobre o GP do Japão ele
reproduz uma frase se não me engano do “Corrieri Della Sera” quando em destaque
e não sei escrito por quem estampa “a coragem de ter medo!”.
Destaca que muitos
pilotos achavam a pista impraticável naquela situação, entre eles Niki. E dá
sua opinião sobre Niki dizendo que fisicamente estava em plena forma, mas
mentalmente não, ainda mais para encarar aquela situação.
"Vou falar sobre o
campeonato mundial roubado de Lauda"
Já Audetto, que havia
assumido o lugar de DS naquele ano, não faz este tipo de comentário.
Vamos lembrar que
àquela altura Lauda tinha no campeonato três pontos de vantagem sobre Hunt,
largava com o terceiro tempo, atrás do pole Andretti e Hunt em segundo.
Mantendo-se essas posições era bicampeão
do mundo.
Audetto fala das
reuniões do pedido de Eclestone interessado no mercado e na divulgação do evento mundo afora, talvez
apenas meia dúzia de voltas em fila indiana.
Comenta também que
havia um “acordo” entre Hunt e Lauda, em que o inglês naquela situação não tentaria
tomar o título para si.
Duvido...
Hunt, apesar do que
comentam era um profissional, trabalhava para um patrão que havia perdido o
piloto que trouxera para sua equipe o patrocínio da Marlboro e ao final de dois
anos de contrato deixara a equipe e patrão à ver navios. Não vou me manifestar
mais sobre este assunto, ainda mais pelo enorme respeito que tenho pelo piloto
Emerson Fittipaldi. Piloto rápido e batalhador Hunt jamais deixaria
patrocinadores, equipe, demais apoiadores e fãs perderem por uma atitude que
seria antiprofissional. Também queria o título. Não acredito de maneira nehuma
que o tenha roubado.
Aqui um parêntese meu:
Todo piloto é “bicho” caso contrário seria jogador de ping pong, futebol de
botão... Você está no box 1, convicto que não vai largar naquela situação e
centenas de metros à frente no box 30 um motor é ligado, imediatamente você se
paramenta, entra no carro, manda apertarem o cinto e ligarem o motor....E,
apesar das papagaiadas ditas pelos locutores e outros, piloto tem medo sim,
sabe controla-lo, mas sempre ou um dia ou outro vai além, é o espirito da coisa!
Sobre a situação do
abandono de Lauda comenta Forghieri, o poeta, que estava no Japão como DT,
volto a lembrar, assumindo uma posição que poderia lhe trazer consequências junto
ao patrão, diz a Lauda, que poderia, encontrar uma desculpa, um problema elétrico
ou outra coisa qualquer ao que o Campeão replicou que não, abandonava pois não
havia condições de haver daquela forma uma corrida de automóveis.
As falas de Forghieri
vão de encontro ao que escrevi há mais de dez anos em “Atitude Corajosa” Lauda
era um grande piloto e também um grande homem, segundo Forghieri “teve a
coragem de dizer que sentia medo”.
Mauro continuou por
muitos anos na Ferrari e ao final da entrevista falando sobre a fabula que o
projetista Jonh Barnard veio ganhando na equipe, algo dez vezes mais do que ele
diz “Eu paguei minha liberdade, não tenho débitos...e quero mantê-la”.
Deixo com vocês a
entrevista de Mauro, agradecendo meu amigo Walter o envio. Ele me provoca com
esses envios, me provoca a escrever e talvez ele como poucos entenda esta minha
maneira atabalhoada de escrever sobre o que gosto.
Walter: Ouvi dez vezes
a fala de Enzo ao telefone depois da corrida e não consegui entender, você conta
caso tenha ouvido perfeitamente.
Ao Mauro, Niki e
Walter.
Rui Amaral Jr
1976 tá imortalizado nas telas dos cinemas.
ResponderExcluirMas essas entrevistas são realmente uma delícia: velhos profissionais, livres das amarras dos contratos e das necessidades de proteger ao futuro de suas carreiras, começam a falar coisas que antes não falariam. São as Histórias que Vivemos.
Sobre a fala do Enzo, sugiro você ouvir como se ele estivesse falando francês: ele fala um dialeto estranho como palavras mais afrancesadas, por exemplo o nosso 'diga', que seria 'dica' em italiano ele usa 'di'. Isso ali no trecho em que o Ferrari manda o Villeneuve cuidar do carro para ensaiar um motor especial (e o Villeneuve bate na largada...).
No trecho do pós Gp do Japão, eu verteria para o português o trecho que começa em 9'36" do video do Forghieri, assim:
"Você pensa um pouco agora e vamos continuar com o filme. Me disse Franco Gozzi -- infelizmente, uma salva de palmas, porque foi um grande -- basta pensar um pouco. Gozzi retorna do Japão (dilúvio). O Corriere della Sera tem uma manchete de nove colunas: Lauda, dois pontos, a coragem do medo. Mauro está agora lhe dizendo o que acontece ali dentro, então todo esse fermento, essa tempestade, tanto fora como também dentro das mentes. Gozzi chega em casa, toca o telefone, ele acabou de chegar do Japão, sua esposa atende o telefone, o descansa e avisa: “o Commendatore, no telefone”. Para contar o assunto, o cinismo... chega o Gozzi e diz “Buon giorno?” ... “Buon Giorno.” Do outro lado da linha, é o velho diz “escuta, abandonou porque chovia.”* Bum! bate o telefone. Essa é a síntese óbvia do patrão de uma máquina que deve vencer, independente de quem está ali e de quem morre, ou de quem vive, e que se expressou em uma síntese: “Você ouviu? Se retirou porque chovia”. Isso é a síntese extrema de uma história que estamos analisando em mil facetas."
*‘senti a se retirê parche pioveva’
Obrigado, Rui, por voltar a essa História que ficou ainda mais saborosa.
Walter, foram tantas as falas que me perdi um pouco, não consegui ouvir a fala de Enzo, agora vc esclareceu. Ele ficou fulo, para quem teve Campari, Varzi, Fangio, Ascari Antonio e Ciccio, foi algo inaceitável. Vamos juntos voltar ao tema, obrigado meu amigo.
ExcluirPois é... relendo esse material, mantenho meu "anti-ferrarismo".
ResponderExcluirO Comendatore foi um grande Ferrari, com bons e maus momentos.
Gênio, na minha visão, foi o Colin Chapman. Ferrari soube construir sua lenda.
Obrigado, Rui!
Alias , Ferrari sempre foi protegida pela FIA , o Ferrari 365 GT/B ( GT de primeira classe entre 1970 a 1975 ) , tinha menos unidades produzidas do que o minimo requirido , enquanto a Maserati desenvolveu o Bora Competizione e a FIA barrou o carro , infelizmente sempre foi burocratica as corridas
ExcluirTenho esperança que os carros da S5000 der certo e conseguia atrair o mercado americano ( seja nas maos da USAC ou a SCCA principalmente ) ja que eles resgatam um pouco do que era F1/F5000 dos anos 70 . Mesmo que fossem com um V6 ou quatro cilindros com um aerodinamica um pouco reduzida ao carro original . O que eh interessante dessa epoca eh a dificuldade que os carros davam aos pilotos , nem ligo pra questao de velocidade
ExcluirJá no campeonato mundial de 1952/53 Enzo conseguiu que a categoria corresse com os formula dois e o dele era o melhor!rsrsr Ferrari 500 https://ruiamaraljr.blogspot.com/2011/12/ferrari-500-195253-ii.html
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