Com tantas mulheres por aí dirigindo nas ruas, é de se perguntar por que não há mais delas pilotando nas pistas, dividindo também aí, o espaço com os homens. Certo que vez ou outra encontramos a Bia Figueiredo, a Simona de Silvestro, a Zizi Paiolli ou a Cristina Rosito fazendo boas apresentações. Mas é só? Vejamos.
No passado, a pioneira Helle Nice enfrentou o preconceito e o machismo nos anos trinta e nos primórdios da F1, a italiana Maria Teresa de Phillips algumas vezes esbarrou em proibições que a impediram de dar continuidade à sua carreira.
Agadir 1955.
Busquet e o Gordini.
Recebendo a premiação em Agadir 1954.
Parte disso pode ser creditado à tragédia de uma outra pioneira, a austríaca Annie Bousquet. Nascida Schaffer (em data desconhecida), Annie ficou famosa participando de competições na França, alternando aparições em rallys ou provas em circuitos.
Seu grande incentivador era seu marido Pierre Bousquet. A partir de 1953, obtém bons resultados com um Renault 4CV, derrotando até mesmo alguns homens mas no ano seguinte, sofre um sério acidente em Agen com um DB Panhard 500. Após um mês de molho, retorna à pistas participando da “Coupe des Dames”, reservada às mulheres e consegue uma segunda colocação, perdendo apenas para a belga Gilberte Thirion. Surge uma rivalidade entre elas... Com um Porsche Spyder, ela consegue o oitavo lugar no Tour de France, em dupla com Marie Claire Beaulieu, o melhor resultado de sua carreira.
Annie Busquet e
Marie Claire Beaulieu.
Em 1956 o incentivador e companheiro Pierre morre em um acidente de trânsito, mas ela não abandona às pistas, competindo com um Triumph TR2 nas Mille Miglia, terminando em quarto na sua classe. Participa também dos 1.000 Km de Montlhéry num Maserati 150S do argentino Alejandro De Tomaso. Em julho decide participar das 12 Horas de Reims, na Classe 1.500 com um Porsche 550 Spyder. Sua parceira seria a americana Isabel de Haskell.
O belo Porsche 550 Spyder.
Annie e o 550 Spyder.
Porém Annie acidentou-se logo no começo da prova. Seu Porsche azul saiu da pista e ela foi ejetada cerca de quinze metros do carro. Muito ferida, morreu no hospital.
Outros pilotos concluíram que Bousquet fora vítima de estafa, pois se deslocara até Zuffenhausen para realizar melhoramentos em seu Porsche e voltara dirigindo para correr. A proeza custara-lhe uma ou duas noites sem descanso e depois cobrou-lhe a vida. Após seu acidente, alguns organizadores franceses resolveram banir as mulheres das pistas ea tal proibição vigorou até a participação de Marie Claude Beaumont nas 24 Horas de Le Mans de 1971 .
Dedicado à Maria da Glória, minha companheira de equipe.
Carlos Henrique Mércio - Caranguejo
Rui, Caranguejo,
ResponderExcluirMais uma bela história do automobilismo internacional. O Caranguejo nos traz uma história de muita sensibilidade, de uma pessoa apaixonada pelas corridas. Não importa se homem ou mulher, o que vale, mesmo, é a determinação para superar os limites.....
Abraço,
Danilo Kravchychyn
Ponta Grossa - PR
Grande Rui,tu e o Caranguejo com mais um belo documento,sempre gostei de ve-las ao volante e principalmente nas corridas,nós aqui da TCC dividimos a pista com a esposa do Marquinho e foi muito legal a participação dela!!!
ResponderExcluirDanilo, Fabiani, obrigado pelo incentivo...
ResponderExcluirVem mais por aí.
Caranguejo