A marcha inexorável do tempo acaba de trazer à tona mais uma vez a figura de Paulo Buso e com ela a lembrança deste que foi um dos mais destacados pilotos de carreteira paranaenses na década de 1950, falecido a 25 de fevereiro de 2002.
Entre outras, ele venceu por três vezes a prova Curitiba/Ponta Grossa, promovida pelo jornal Paraná Esportivo. Aproveitando a ocasião remexemos o velho baú que encerra as histórias das corridas de carreteiras em Curitiba e lá encontramos relato de Celestino Buso, irmão de Paulo e piloto de carreteira também, envolvendo os dois e ainda o então estudante de engenharia Marcos Corção, cujas teorias sobre engenharia mecânica eram aplicadas nos carros de competição.
O motor rateava muito" - segundo Celestino. O problema foi deixando todos nervosos e lá pelas tantas Paulo, desesperado, baixou violentamente o capô do motor do carro, dizendo que não aguentava mais, não participaria da prova e foi embora para sua casa, na avenida Guaíra, hoje Kennedy. Celestino e Corção reestudaram a situação e acharam que o problema era causado pela precária alimentação do motor.
Munidos de agulhas apropriadas, foram abrindo os buracos dos giclês, até que o motor "arredondou". Isto, pelas 4,00 horas da manhã do dia da prova. Foram então testar a máquina na "pista" da Mal. Floriano, Celestino de carreteira e Corção de motocicleta. O motor chegou a 5.000 giros sem ratear.
Satisfeito, Celestino levou a carreteira à casa de Paulo, ali perto, que tinha ouvido o ronco firme do motor, na madrugada. Lá chegando, encontrou, no portão da casa, numa noite de frio, Paulo e sua esposa Othalia, vestidos com roupa de dormir. Sem graça, Paulo observou: "... é, agora está bom, né?
Celestino, por sua vez, irritado com o sacrifício que fez, falou: "Gordo (apelido de Paulo), se você não ganhar essa corrida nós vamos conversar...". Paulo Buso não só correu mas, venceu, ganhando prêmio em dinheiro, troféu e diploma entregue pelo então Governador Bento Munhoz da Rocha Neto.
Numa foto de hoje, Paulo e seu primeiro carro de corrida, em Curitiba. Na outra, com sua carreteira logo atrás do carro 86 de Perereca, indo à Interlagos, em São Paulo/SP.
Por Ari Moro
Agradecemos ao amigo Ari Moro a cedência deste.
Publicado primeiramente no Jornal do Automóvel/Tribuna de Curitiba-PR e Paraná Online
10/03/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 09/03/2011 às 23:07:26
Grande Ari e Graziela!
ResponderExcluirJá mostramos aqui um emocinante texto do Ari sobre esse grande piloto e homem o Paulo Buso.
A ele ou eles nossa grande admiração.
Você está se tornando uma historiadora de primeira sempre com a grande ajuda de seu pai Nelson e do Ari.
Um forte abraço
Rui
Grande Rui,como eu sempre digo,elas tem "ALMA",se eu não me engano a família tem uma CARRETERA até hoje guardada do Sr Paulo Buso,não sei se é a mesma da história!!!
ResponderExcluirÉ Fabiani, depois procuro o link e te envio.
ResponderExcluirUm abraço
Rui,
ResponderExcluirEu imagino o que era pilotar uma carretera nas curvas da serra que separa Curitiba e Ponta Grossa, em pista simples, sem acostamento.
Que bom você lembrar um nome do automobilismo paranaense, que já teve expoentes como o Altair Barranco, o Pedro Muffato, o Luiz Moura Brito, representantes dos anos românticos. Depois, na F1, Raul Boesel, Maurício Gugelmin e Ricardo Zonta.
Obrigado
Danilo Kravchychyn
Ponta Grossa - PR
Danilo e Fabiani, aqui no Histórias tem no miinimo uns 20 posts em que o Ari Moro, decano dos jornalistas de automobilismo brasileiros nos privilegiou contando um pouco do muito que conhece. A Graziela e ele vem nos trazendo algumas jóias dessa época de ouro.
ResponderExcluirNeste link alguns posts deles,
http://ruiamaraljr.blogspot.com/search/label/Ari%20Moro
Vale dar uma espiada.
Forte abraço a todos
Olá Fabiani e Rui,
ResponderExcluiras carreteras não tem idade nem seus fãs!
A pouco conversei com o grande Ari Moro que te envia forte abraço!
Quanto a carretera do saudoso exímio piloto Paulo Buso, quem a tem é a filha, Mirian Buso, vice-presidente do Clube Elas de Curitiba-PR.
Um forte abraço aos amigos,
Graziela