A Ferrari 158 de Big John com as cores da NART.
Naquele ano a Cidade do México veria a decisão do Mundial de Formula I, o Campeonato havia sido disputadíssimo. Jim Clark com o Lotus-Climax 33 ganhara os GP da Bélgica,Holanda e Inglaterra, John Surtees Alemanha e Italia, Lorenzo Bandini na Austria, Hill em Mônaco e nos EUA, e Dan Gurney o GP da França e por fim esse GP do México.
Na época o sistema de pontuação era 9 pontos para o primeiro a partir dai 6/4/3/2/1 até o sexto colocado. Apenas seis resultados valeriam para o campeonato, assim os pilotos descartavam os seus piores resultados, assim a F I chegou ao México com Hill tendo 39 pontos depois da vitória nos EUA, Surtees 34 e Clark 30. Em caso de vitória de Clark ele seria campeão não importando a colocação dos outros pilotos, pois havia abandonado em cinco corridas.
Na classificação o que se viu foi o Clark de sempre, abriu quase um segundo de Dan Gurney- Brabham BT7 Climax - vindo a seguir Bandini com uma Ferrari estranhamente azul e branca da NART - Nort American Racing Tean. Surtees, Spencer e Hill em sétimo. A Ferrari trouxe um terceiro carro para o ídolo local e depois mundial Pedro Ródriguez.
Na largada Clark a seu estilo dispara, Gurney em segundo a seguir Bandini, Spence, Richie Guinther de BRM. Surtes e Hill perderam várias posições e brigavam após o nono colocado. Numa recuperação surpreendente Hill na décima segunda volta toma o terceiro lugar de Bandini, só que não consegue partir para cima do Lotus-Climax de Clark e da Brabham de Gurney. Bandini segue colado a Hill quando Surtees chega e por ordens da equipe o ultrapassa mas não consegue chegar em Hill, vendo a situação a equipe manda Bandini tomar o lugar de Surtees para tentar tomar o lugar de Hill. Na frente Clark soberano caminha para seu Bi-Campeonato seguido de Gurney.
Bandini tenta tomar a posição de Hill, manobra desastrada ou proposital?
Numa manobra no mínimo descabida Bandini tenta ultrapassar Hill e os dois se enroscam tendo Hill levado a pior e Bandini assumindo o terceiro lugar para logo a seguir deixar Surtees que vinha em quarto ultrapassa-lo.
Não creio sinceramente que Bandini tenha feito de propósito, naquela altura da corrida Clark era Campeão do Mundo, depois de algumas voltas faltando apenas uma ou duas para o término Clark mais uma vez é vitima do destino e seu motor Climax começa a perder rendimento e outra vez o deixa a pé, mas mesmo assim na quinta posição. Vence Gurney com Surtees, Bandini, Spence, Clark e Rodriguez.
Fazendo assim a Ferrari de Big John seu Campeão do Mundo de Formula I.
Surtees 40 pontos, Hill 39, Clark 32, Bandini 23, Richie Guinter 23 e Gurney 19.
Não creio de coração que Bandini tenha dado uma de Prost ou Schummi, naquela altura da corrida, Clark era campeão e Bandini que vinha sendo preparado por Enzo para trazer um campeonato para Itália depois do glorioso bi de Alberto Ascari em 1952/53, não se proporia a tal. Deixou Surtees passar no final num claro jogo de equipe, mas não acredito repito que tenha jogado seu carro contra o de Hill.
Obrigado ao meu amigo Caranguejo pelas fotos e toda colaboração.
A tentativa foi no grampo que como em todas as curvas com esta configuração propiciam que o piloto que vem atrás postergue a freada e mesmo fazendo o contorno da curva mais lento tome a posição.
O incrivél circuito do México, hoje Hermanos Rodriguez, que como nosso Interlagos, hoje José Carlos Pace, foi "alterado", transformando a sensácional Peraltada em uma...Chicane!
O incrivél circuito do México, hoje Hermanos Rodriguez, que como nosso Interlagos, hoje José Carlos Pace, foi "alterado", transformando a sensácional Peraltada em uma...Chicane!
Escrevi este post em 2010 depois em 2012 anexei mais duas fotos e postei novamente, tudo sem perceber, e sem que ninguém percebesse, um erro crasso meu. Ontem ao notar algumas visitas nele voltei a ler e percebi a bobagem. Creditei a Dan a pilotagem numa Lotus-Climax, quando na verdade ele estava com a Brabham BT7 da equipe de Black Jack. Então…
Rui Amaral Jr
Como eram lindos esses "charutinhos"!!!
ResponderExcluirEra tudo muito diferente, mais de verdade, aquela primeira foto da Ferrari é linda. E os Sto Antonio? Loucura total! Abração Alica.
ExcluirQue história genial; não conheço nada da F1 antes de 1970 e esse fim de campeonato foi mesmo épico. Viva Clark, viva Hill!
ResponderExcluirVinte anos depois, bater no adversário ficou mais frequente: Alan Jones contra Piquet, Senna e Prost, Schumacher e Hill etc.
Peço licença ao Rui para compartilhar uma entrevista de Carlos Reutemann, um cavalheiro, sobre não bater em Piquet, em 1981, para ser campeão. E Reutemann dá risada: "Piquet tinha sido tirado da pista pelo Jones, então estava muito atento". "Na Argentina, 50% queriam que eu não batesse, mas 50% preferia que eu batesse em Piquet". E Froilan Gonzales arremata: "É parte da História".
O video: https://youtu.be/okJZLpJm6AU?t=1295
Bela entrevista, Froilan e Reutmann dois dos grandes nomes da F. Um que em alguma fase de suas carreiras mereciam o titulo, realmente fizeram história. Obrigado Walter, forte abraço.
ResponderExcluirPor coincidência, vi um trecho de um video, no fim de semana, em que Bird Clemente analisa os pilotos destes tempos. Para ele, só Hill, Clark e Dan Gurney impressionavam. Peço licença para compartilhar: aos 8", fala Bird https://youtu.be/cQ39s8I5Q84?t=465 .
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