A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Contem Walter & Chico...

Foto: ALFREDO MASLOSKI -Goiânia - Nelson, Chico, Tite, Julio Caio, Zé Pedro Chateubriant, Chulan... 

Conta Walter 

"Vejam só como é a vida... Em 1975 eu tinha 14 anos e era fanático pelo Lameirão, o verdadeiro campeão da Fórmula Super Vê. Deveria ser bi - campeão, mas o destino favoreceu ao Marcos Troncon, em 1974.

Lameirão bateu Guaraná, Nelson Piquet, Ingo Hoffmann...

Passam os anos e virei leitor do genial "Histórias que Vivemos" e, pela mão do Rui, pude ler Lameirão, o cara cujas mãos no volante era a minha grande alegria da adolescência. Agora, vamos de mão-no-teclado!

Entendo claramente essa sensação do Lameirão, de falar para as paredes: ele imagina o futuro genial, possível! e olha para o lado e não vê ninguém comprometido. É chato...

Não sou fã da Inglaterra, mas não tem como tirar o mérito deles. Dentre tantos méritos, voltar a viver, depois do massacre da II Guerra Mundial. A batalha fortalece e, talvez, para os brasileiros, a falta de batalhas nos tenha deixado meio moles.

Talvez o grande mérito inglês, alemão, seja o da experimentação permanente (hoje chamamos de R&D, Research and Development), a também chamada Inovação (tá na Lei 10973/2004). O domínio da aerodinâmica é um desses campos (viva Jim Hall, e viva as calotas do Lameirão, em 1976). Mas o Lameirão e o Histórias já nos falaram de muitas outras revoluções, especialmente mecânicas.

E essa experimentação vira um monte de empresas que investem (se arriscam!) em tecnologia. O mundo baba na California, mas não entende que as Big Tech nasceram com liberdade e muito capital, não foi por geração espontânea. Ao invés de, por exemplo, a Prefeitura de São Paulo fazer prédios em Interlagos, devia fomentar o 'cluster' de tecnologia ao seu redor.

E dá - lhe escola! Se os alunos crescem com curiosidade científica, estímulo para a experimentação, estímulo para empreender, isso gera frutos. Se aprendem que o Estado dá casa, comida e roupa lavada, crescem esperando mais favores...

Obrigado ao Rui pela oportunidade de tietar ao campeão. Obrigado ao Lameirão, por seguir uma poderosa usina de inteligência e por dividir isso conosco.

Walter"


Conta Chico

"......... , Caro RUI , enfim meu cel recomeçou a funcionar e agora deu para encontrar o texto de WALTER ......., a bem da verdade , passado o primeiro susto pós eleições , agora um pouco mais refeito , tentarei escrever ao  ex- jovem de 14 anos que me via em minha lida nos """  Polares da vida  """" .  Quanto a esses , um papiro de coisas e causos a contar , um dia talvez ....!!!!!  No teclado , sendo em doses homeopáticas ainda dá para enfrentar , mas um livro como deve ser escrito , mui provavelmente 'é muita """ areia para o meu caminhão """" .


             Á época da fantástica SUPER V , eu dentro da EQUIPE MOTORADIO , trabalhava no dia a dia dela em desenvolvimentos e organização  do TEAM , só me resguardando um pouco mais quando era em semana de corrida , pois ai tinha que estar preparado para enfrentar a """" novelle vague """" da terceira geração de pilotos por que passei . Ainda como meio representante da POLAR , levando peças fundidas da SCORRO de MARCO GRILLI para a fábrica no RIO de JANEIRO  em um ir (((( tomava um café )))) e vir  mais ou menos constante ....., coisa de louco mesmo , mas graças a DEUS tinha saúde para tais feitos ....!!!!! O pilotar dessa época , já era diferente do de ser piloto de fábrica como o fui na EQUIPE WILLYS e na EQUIPE VEMAG principalmente , pois aí a responsabilidade financeira era zero e isso muito muda  na arte .....!!!!!  Quantas corridas na SUPER V  , em que está eram em três baterias e pela soma do tempo , na última bateria você apenas administrava com a corrida já ganha pelo que tinha """" aberto """" nas primeiras duas ou uma conforme o caso , pois o principal  era marcar o maior número de pontos para os campeonatos , pois aí  , se a contento , iria suavizar em muito o martírio  dos finais e começos de ano  , para a renovação dos contratos com os patrocinadores ......., uma angustia para todos os membros do TEAM  , até saber- se se estávamos empregados ou não  para o ano seguinte ......., ninguém imagina isso ...... , acho ....!!!!!


             Você    Walter mencionou , no item desenvolvimentos , duas grandes feras , JIM HALL e COLLIN  CHAPMAN  , daqueles que eu chamo de ENG  de parachoque a parachoque , absolutamente fantásticos ......, em que em aerodinâmica deitaram regras com os WING CARS em que HALL colocou dois pequenos motores para sugar o """" ar entre o chao e o assoalho do carro """" colando de vez os pneus no asfalto e COLLIN colocando as laterais como se fossem enormes aerofolios , os dois com excelentes resultados , mas , mas se pesquisarmos os anos trinta , o trabalho mais especificamente de CHAPMAN foi exemplificado em um desenho por um ENG italiano cujo nome me foge ao momento ........ , """" nada se inventa , tudo se copia """" ou se desenvolve ........, sejamos mais fidalgos ......!!!!! Realmente , deve ser raro começar- se com uma ideia do zero absoluto , só em cientistas extremados deve acontecer . Outros nomes também  foram consagrados neste metiê , como MAURO FORGHIERI  da FERRARI que dizem que era desse mesmo naipe , CARLO CHITI da ALFA ROMEO , este mais na questão de motores .....!!!! 

                  Me lembro agora , ainda , quanto o """" colar """" o auto ao chão  , que o ALPINE  M63 do saudoso CHRISTIAN HEINZ , tinha essa característica , pois assim  seu pai me contou que. BINO lhe havia comentado que ao passar os 170//180 KLM/ h  , sentia o auto grudar ao chão ......, e aí já estamos falando do ano de 1963 , muito antes como vemos dos feitos de JIM HALL e CHAPMAN .......!!!!!!


                  Por último , WALTER , gostaria de comentar sobre FANGIO , não o piloto , mas sim sua pessoa , do que ele conseguiu para o automobilismo de competição de sua ARGENTINA , em convencer PERON  a (((( não sei a palavra certa )))) fazer uma lei em que para cada auto zero KLm vendido , 01 % seria destinado para competição , em que os argentinos com essa """" mola """" conseguiram  elaborar e fazer um """ parque industrial de competição """ de respeito e muito forte ........, sendo hoje em dia talvez a terceira ou quarta força mundial do setor ......!!!!!!


                   Porque não aqui ...........!!!!!!!!!!?????????????

                                                                                               Abraço amigo , CHICO. LAMEIRÃO

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Pois bem, vamos lá...Walter é um amigo que prefere assinar seus posts e comentários com o primeiro nome, ele e o Chico ainda não se conhecem pessoalmente e sou o elo de ligação entre eles.
De seu segundo comentário no post ( link ) anterior a resposta do Chico é a que aqui está, um grande prazer poder dividir com vocês o papo entre eles.
Já que tive o privilégio de ler os dois textos antes de postar quero lembrar aqui um grande inovador, um engenheiro super competente que fez de sua cátedra na FEI uma verdadeira miríade de engenheiros espalhados pelas montadoras do mundo, Ricardo Bock meu irmão do coração e amigo e parceiro do Chico muito fez e ainda há de fazer por este mundo.
À vocês Walter e Chico e à vocês queridos amigos Vera & Ricardo Bock.  

Um abraço

Rui Amaral Jr  





7 comentários:

  1. Obrigado, Rui, Obrigado! Não tem palavras para descrever a honra de ler Lameirão no "Histórias". De novo: obrigado, Rui!

    Peço licença para comentar duas coisas:

    a. "cópia de idéias", ou desenvolvimento, como diz o mestre Lameirão, sendo fidalgo, hoje a gente chama de 'wiki', a Wikipedia, por exemplo. A invenção do avião, por Santos Dumont, foi assim, com inúmeros inventos paralelos e simultâneos, uns olhando e tentando entender aos outros, até que alguém, por sorte e por competência, acerta a mão. Colin Chapman acertou a mão em 1978, depois de aproximações sucessivas, em 1976 e 1977; em 1979, a Ligier era a melhor 'asa' e em 1980, Patrick Head fez a Williams de Alan Jones. Chapman se estrepou, em 1980, porque passou da fronteira do regulamento. Jim Hall já tinha trabalhado em asas e 'efeito asa' em 1969. Ninguém copiava, simplesmente, a coisa era mais sofisticada e estava mesmo para desenvolvimento. Prá isso o automobilismo é tão importante: mistura a paixão, a ambição da competição, com ciência e desenvolvimento, do que resulta o carro do século XXI. "Grand Prix" não é um nome à tôa; é que no século passado, os inventores (de aviões, de motos ou de automóveis) disputavam prêmios em dinheiro, como o prêmio Deutsch, que o Santos Dumont ganhou em 1901.

    b. O 1% que Fangio conquistou para o automobilismo argentino (como conta o Lameirão acima) poderia existir no Brasil (de certa forma, existe), através de CIDEs (um tipo de imposto cujo investimento é "carimbado" para uma determinada atividade econômica). Assim como tem fomento para o cinema brasileiro, deveria ter fomento para a tecnologia automobilística brasileira. Quem sabe o próximo presidente da república olha prá isso. E sem aumento de carga tributária.

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  2. Que bela foto para esse 'post'!

    Muita chuva em Brasília (ao que parece, pois ainda não havia Goiânia). Piquet saindo de traseira, com um Polar da Gledson, cujo santantonio é uma tomada de ar. Nessa temporada, aerofólios eram proibidos. Atrás de Piquet vem o Polar do campeão, Lameirão, se equilibrando no freio e de olho no Catapani. Catapani vem de Kaimann, cores da imbatível equipe Hollywood, que nunca foi protagonista da SuperVê. Em seguida, outro Kaimann (seria um Heve?), de Julio Caio de Azevedo Marques, o Kaimann de Ricardo Di Loretto e o Polar de Maurício Chulam, também da equipe Hollywood.

    Tudo diferente, tudo experimental: o radiador do Chulam não está no bico do Polar, o bico do Julio Caio era só dele, as entradas de ar do Catapani, no estilo Eifland, depois "copiadas" pelo Chapman em 1976. E nisso só falamos de aerodinâmica...

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  3. Oi Walter, é Goiânia, e sim é meu amigo Júlio Caio, no carro vermelho é o Zé Pedro, assim me disse o Júlio e o Chico... Chico venceu esta e depois escrevo sobre. Obrigado pela participação e comentários, um abraço.

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  4. Falou, está falado!
    Confesso que não lembrava do Chateaubriand na equipe Condugel (dos irmãos di Loreto).
    O carro do Tite é mesmo um Avallone: também tinha esquecido essa marca, na SuperVê.

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  5. Lavoisier químico francês disse: nada se inventa, tudo se transforma.

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  6. Melhor dizendo nada se copia tudo se transforma.
    Desculpem me a chateação, mas sempre gostei muito desse dizer.
    Outra coisa: sempre fui fan do Lameirão desde os tempos da estinta revista Auto Espirte

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Rui Amaral Jr