quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
Garoto....
...continuando sobre o
sábado e as corridas que antecederam as Mil Milhas...
No começo da semana anterior
recebo um Zap do Águia; “vou correr no sábado, é uma corrida dos “velhinhos” e
vou correr com o Puma do Mauro, te espero lá”.
Espera lá! Assim como o Chico, dois ou três anos mais moço, o Águia aos 79 sim setenta e nove anos, pode ser chamado de tudo menos de “velhinho”. Ele não para, cada dia em algum lugar do Brasil, não deixa de comparecer a nenhum encontro, e onde existe uma pista lá está ele. Lá pela quarta ligo e ele estava no aeroporto e diz “vou até Floripa e volto para o treino!”. A seguir alguns trechos de nossas conversas e um depoimento dele...
OS "VELHINHOS"
1 - SILVIO ZAMBELLO ALFA GTAM 25
2 - TONINHO MARANGUELO
FILHO
ALFA GTA N 21
3- TONINHO
MARANGUELO PAI N 22
4 - ALFONSO ABRAMI DKW
- N 13 .
5 - PAULO LOMBA n 27
MAVERICK
6 - RODRIGO LUNA - ALFA
GTA -
N 33.
7 - NENE FINOTTI
PORSCHE SPYDER N 538 .
8 - RENATO ALFA 155
AZUL .
9 - PAULO LOCO ,
ALDEROMEU N 77
10 - EDSON FURIE , PUMA N 10 .
11 - PAULO VISCARELLI ALFA ROMEU GTAM ,N 65
12 - WANDERLEY
NATALI, ALFA BERLINA N 46.
13 - ALMIR DONATO -
BERLINETA N 5
14 - LUIS GUERREIRO
KARMANGUIA
15 - CLAUDIO
CORDEIRO PUMA
16 - FERNANDO
BROCK , MINI COPER 69 .
17 - Águia , PUMA 12
18 - PAULO GOMES ,
OPALA 22 .
19 - MARCELO BELLISE
GTAM 20
20 - ERICL GROSSO ,
ALFA 156 .
[16:25, 08/01/2022]
Águia: Puma gentilmente cedido pelo amigo gaúcho Mauro Kern.”
“Dei poucas neste
auto
Preciso me adaptar
melhor com alavanca pq este cambio que não é sincronizado e é muito
"justinho"
Errei várias vezes as mudanças
de marcha , perdi muito tempo
Mas após 18 anos sem
andar em interlagos e não saber como iria se comportar este Puma com motor AP 2.0
foi ótimo.
Amanhã teremos duas
baterias de 30 min cada uma.”
“O Puma #12 do amigo Mauro Kern estava perfeito na 1a bateria da Golden Classic estava
liderando mas quase no final da prova
deu um problema na pressão de combustivel e parou ; tentaram arrumar
para eu participar das minhas baterias
na Historic Alfa Race mas não foi possível
Na minha 1a bateria da Históric com esse mesmo Puma #12 eu só consegui entrar na pista atrás do último carro do grid...pq estavam tentando solucionar o problema, mas o Puma continuava dando falta, mesmo assim passei vários carros e qdo ja estava na 4a posição o motor cortou e parei antes da entrada da subida dos boxes...o Dimas me chamou e convidou para colocar o DKW Dimep no grid da 2a bateria da Historic Race, foi divertido pilotar o DKW Dimep mesmo com um motor fraco o carrinho é muito estável ..”
Foi assim...tenho certeza que ainda vamos conversar muito sobre este dia, e ainda uma certeza maior ainda que daqui a uns dez anos meu amigo Águia vai ligar e dizer "vou correr uma corrida de velhinhos..." e pergunto, alguém acredita na parte em que ele fala "velhinhos"?
Garoto Águia, obrigado pelo exemplo, amizade e carinho, baita abração,
Rui Amaral Jr
segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
Conta Chico...
Caro Rui, tudo em riba
com você .....??
Então, sobre a
Reedition da famosa Alfa Romeo 159 do Gran Juan Manuel Fangio e outros grandes,
da única volta que pude fazer deu para ter uma leve noção do que era em 1950
...... !!!!
Em primeiro lugar, os
pneus da época deveriam ser bem piores em relação aos que ontem usei. Mas
embora em velocidade reduzida senti que se tem que vir apoiando a traseira full
time ..... claro que “lavorando” a pressão de pneus poderá - se amenizar esse
sintoma .... mas como andei “”depacito “”” na hora do vamos ver isso será a
tônica .
O cokpit é uma sauna. Então tinha tudo em haver de os pilotos da
época terem massa muscular até com certo exagero .... a lembrar que as Carreras
eram de 2 a 3 horas de duração ...... hoje os pilotos são uns atletas olímpicos
mas massa sempre e’ massa muscular.
Os pneus Dianteiros
você tem que usar um binóculo para os enxergar .... afinal entre eles e você
tem dois motores de 4 cilindros {{8 portanto}} .... isso me lembra o totalmente
oposto de quando pilotei a Lola T 200 em que o trem dianteiro ficava na altura
dos joelhos. A alavanca do câmbio fica no centro e trabalhei com a mão esquerda
... gostei, pois fica-se a lavorar com a mão direita no volante .... a lembrar
que era um dos pontos fortes do Gran Senna pois como canhoto que era sua mão
“”” boa “” ficava no volante com a direita no câmbio. Um ponto que sugiro de um
redesenho será o pedal do freio pois sua altura e’ muito diversa da altura do
acelerador, não se tendo possibilidade de trabalhar o “”” punta e taco “””. O
auto está muiiiiiito bem executado pelo amigo Aldemar Moro de Porto Alegre
sendo com total apoio do Paulo Figueiredo, este um grande entusiasta e
excelente entendedor do assunto Motor Racing de qualquer área ...!!! A pena e’
que só pude dar uma volta ..... mas como o Paulo me emprestou um óculos da época,
que certamente ele quererá que o devolva, o farei quando levarmos para a pista
para dar umas voltas a “””” sério “”” ......!!!
Lembrei os tempos passados do não uso de macacão,
cinto de segurança e Sto. Antônio .... e outros penduricalhos atualmente em
voga e obrigatórios ...... o PS que deixo e’ que poderia se fazer uma categoria
com esse tipo de auto ...... as bodys teriam que ser como eram mas não
monomarca please .....
Abraço a todos , Chico
Um outro PS e’ que se
sempre tive respeito pelos pilotos de outrora, com essa única volta o respeito
aumentou em muito ...... imagino o Gran Ciro Cayres quando estabeleceu o Record
de Interlagos de 7 km em 3’ 37” que perdurou por 10 anos .....
segundo o Gran Bird
Clemente na Curva que hoje e’ chamada do Café a Maserati de Ciro veio no ar
fazendo ele a correção com as quatro rodas fora do asfalto .... !!!!
Sábado a noite seria a
largada das Mil Milhas, depois conto como foi, e durante o dia foi uma festa de
várias categorias, autódromo lotado de carros, e Chico usaria a Alfa como carro
madrinha da Clássicos.
Durante a semana ele
estava entusiasmado com a experiencia, conversamos várias vezes.
Saí de casa, perto de
Jundiai e fui buscar o Ricardo-Bock- na Aclimação, da saída de casa pela
Anhanguera até a Marginal trinta minutos, depois no trânsito maluco de minha
querida São Paulo uma hora e tanto até chegar ao autódromo. Neste tempo todo
Chico não atendia o tal do aparelho maluco como ele denomina o celular.
Paramos no
estacionamento do outrora Sargento, fomos procurar o Águia (outra bela história
que amanhã conto para vocês) e no caminho até os boxes fomos encontrando os
amigos e com cada um alguns minutos, quando chegamos lá no alto o Chico já
tinha andado e não vimos nosso amigo.
Foi uma pena!
Confesso a vocês foi
emocionante ver o entusiasmo dos dois garotos na pista, Chico com 76 primaveras
e Águia com 79, andando como se fosse pela primeira vez numa pista de corridas.
Chico, desculpa revelar
sua idade, muito obrigado por dividir sua experiencia e um forte abraço.
Rui Amaral Jr
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
Berta Tornado x Porsche 908/2
1971 começou com grandes promessas para nosso
automobilismo, Interlagos estava em reformas, Tarumã, Guaporé e Cascavel
inaugurados ao final de 1970. Os autódromos gaúcho e paranaenses com traçados
de cerca de três quilômetros, tres pistas desafiadoras que trouxeram ainda mais
os pilotos e equipes daqueles estados ao topo de nosso automobilismo. Grandes
iniciativas de abnegados visionários que viram no esporte motor o caminho para
o desenvolvimento. Deixo aqui minha homenagem ao grande Zilmar Beux, que
capitaneando um grupo de esportistas colocou Cascavel em lugar de destaque no
nosso automobilismo.
Brasileiros e
Argentinos já combatiam há muito nas pistas, com carreteras, na Mecânica
Continental que eram carros da Formula Um já em desuso na Europa e que na
América do Sul eram retirados seus motores originais e equipados com motores
V8.
No Brasil grandes nomes
se destacavam na organização de torneios, entre eles Mario Patti, Antonio
Carlos Scavone e Antonio Carlos Avallone.
Neste ano duas forças
do automobilismo Sulamericano se encontraram, a Berta e a Equipe Z, depois
Hollywood.
Berta Tornado
Chassi semi monocoque
em aço e alumínio. Motor traseiro entre eixos.
Motor seis cilindros em
linha derivado do Tornado 380, Berta elevou sua cilindrada á 4.000cc mudando
sua configuração de curso x diâmetro, diminuindo o curso e aumentando o
diâmetros fazendo com que o motor girasse a 6.800 rpm, ajudado por um novo
cabeçote de dois comando na cabeça alimentados por três Weber 48. Esta joia
desenvolvia aproximadamente 360/370 hps. Bloco de ferro e cabeçote de alumínio.
Cambio Saenz 750 de
cinco marchas.
Freios Girling.
Comprimento: 4.050 mm.
Largura: 1.880 mm.
Bitola dianteira: 1.550
mm.
Bitola traseira: 1.528
mm.
Distância entre eixos:
2.320 mm.
Rodas;
Dianteiras 15x10.
Traseiras 15x15.
Peso 750/800 kg.
Porsche 908/2
Motor
Configuração flat 8 cilindros contrapostos.
Localização traseira,
montado longitudinalmente
Construção bloco e
cabeçote em liga.
Cilindrada 2,996 litros
Diâmetro x curso 85,0
milímetros x 66,0 milímetros
Taxa de compressão
10.5:1
2 válvulas por
cilindro, duplo comando
Alimentação de combustível
injeção Bosch.
Potencia 350 CV a 8500 rpm
117 cv/litro
Chassis em alumínio
tubular.
Suspensão dianteira
triângulos duplos, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos
Suspensão traseira
braços superiores e inferiores, braço tensor, molas helicoidais, amortecedores
hidráulicos
Direção cremalheira e
pinhão
Freios Dunlop-ATE,
discos nas quatro rodas
Caixa de cambio Porsche
5 marchas
Tração traseira
Dimensões
Peso 600 kg.
Comprimento 4.320
milímetros.
Largura 1830 mm.
Altura 1020 mm.
Distância entre eixos
2300 milímetros.
Bitola dianteira 1.486
milímetros.
Bitola traseira 1453 mm
Rodas;
Dianteiras 15x10 pol.
Traseiras 15x15 pol.
Algumas considerações.
Dois carros de duas
épocas, o 908/2 projetado cerca de 4/5 anos antes quando os pneus slick ainda
estavam longe das pistas, para o uso deles foi projetado e construído seu
substituto o 908/3 muito diferente em todas configurações e com o motor cerca
de 20 hps mais forte. Já o Berta Tornado deriva do Berta Cosworth concebido no
final de 1969 para temporada de 1970, além disso ao contrário do 908/2 corria na
equipe que o projetou e construiu, podendo o gênio argentino inserir nele
diversas modificações no decorrer do ano, coisa que a Z não fazia no 908/2,
apenas mais para frente alguma coisa na aerodinâmica.
No primeiro duelo entre
eles Luiz Pereira Bueno se queixou muito dos pneus, o que mais tarde com testes
e muitas corridas foi resolvido, culminando com sua espetacular participação
nos 500 Quilômetros de Interlagos de 1972.
A primeira prova da
temporada em Tarumã foi vencida por Tite Catapani com a Lola T210 ex Emerson Fittipaldi,
massss as duas feras, Luis & Luiz não estavam presentes, logo conto sobre.
Vejam a situação de
nosso automobilismo, depois da era de ouro quando as montadoras dominaram o espetáculo,
tivemos alguns anos de corridas minguadas. Agora a Formula Ford chegava com
força, algumas grandes equipes eram montadas, logo teríamos a Divisão Um forte,
assim como a Divisão Três. Ainda em 71/72 correram os carros do Grupo Cinco e
Seis, no final de 1972 os importados foram banidos e chegou a bela Divisão
Quatro, quando um certo Baixinho visionário começou à montar aqui carros da
Lola e a equipe Hollywood encomendou a Berta o super Hollywood-Berta, com o motor
Ford 302 V8 que aqui equipava o Maverick.
Rui Amaral Jr
Como sempre peço perdão
por algum erro ou informação desencontrada, escrevo principalmente de memória,
e também com o coração.
Lembrando Cascavel
deixo aqui meu forte abraço ao Milton Serralheiro e ao grande amigo Miguel Beux
que herdou de seu pai Zilmar, o talento a competência e a força.