A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 29 de abril de 2021

CULTURA DO AUTOMÓVEL - MAIO 2021


 

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Comparações....

 

1973 - Mark Donohue, Porsche 917/30, pole em Watkins Glen.

1973 - Ronnie, Lotus 72E pole em Watkins Glen.

 De seu comentário Walter fui buscar os tempos de classificação no longínquo 1973 e 74, dois anos em que as duas categorias correram em Watkins Glen, para comparar a CanAm com a Formula Um.

1973

Na CanAm Donohue fez a pole com 1`38"846, seu companheiro de equipe com o mesmo carro um segundo atrás, em terceiro Jody com o 917/10 da Vassek Polak três segundos do pole. O quarto Hobbs com a McLaren M20 Chevrolet cinco segundos da pole. 

Do primeiro até o sétimo os Porsche 917/10 ou 30, apenas a McLaren de Hobbs entre eles. O sétimo Jackie Oliver, que seria campeão no ano seguinte, com o Shadow DN2 a longos nove segundos do pole.

 Na Formula Um, naquele duelo com o Rato, a pole fica com Ronnie, 1`39"657, exatos 657/1.000 mais lento que Donohue. A grande diferença das categoriss é que o tempo de Ronnie é dois segundos e 22/1000 mais rápido para o décimo segundo, Chris Amon em sua rara aparição com o Tyrrel 005.

 A melhor volta da corrida na CanAm foi de Donohue com 1`39"571 e a da F.Um de James Hunt com March 731 Ford com 1`41"652. Na CanAm foram duas baterias de trinta voltas, a F.Um cinquenta e nove voltas.

Não dava para deixar de comentar, em 1973 a Ferrari perdida e com a desistência de Ickx  depois de Monza, leva o valente Arturo Merzario com a 312 B3 para as corridas do Canadá e EUA. A foto mostra um pouco do que o pequeno grande Merzario fez nestas duas corridas. Sou fã do baixinho, poucas vezes teve um carro à altura de seu talento.

 



1974

Reutmann, Brabham BT44, pole e vitória.
Carlos Pace, melhor volta 1`40"608.
Pace, a primeira vez que o vi andando foi em Interlagos, corrida no sentido inverso, sentido horário, ele em um VW da Dacon contra as carreteras do Camilo, Carlinhos Aguiar, Caetano Damianni. Na chegada da subida dos boxes, descendo para Junção, onde eu estava, ele chegava lançado depois de descer da Um, as carreteras na frente com no mínimo o triplo da potencia, ele descia igual a um azougue, lá chegava bem perto delas, sempre no limite, no fio da navalha! 


George Follmer, Shadow DN4 Chgevrolet 7.519cc, pole e melhor volta 141"`883.
Jackie Oliver, Shadow DN4 Chevrolet 8.112cc, o vencedor.
A belíssima McLaren M20 Chevrolet 8.125cc de  Scooter Patrick, terceiro colocado.


 Com os turbos abolidos do regulamento a CanAm parte para seu último ano desta maravilhosa forma que gostamos tanto. Não sei por que mas vejo um dedo do Don Nichols nesta história, e antes de tudo já aviso a ele que não tenho a mínima ideia de quem sumiu com o monocoque daquele DN1 batido em Buenos Aires e que se perdeu aqui no Brasil, não tenho conhecimento da história e muito menos conheço nenhum dos atores!
 Follmer faz a pole com 1`39"969 seguido de Oliver, a McLaren M20 de Scooter Patrick em terceiro a mais de dois segundos e meio atrás. Outro pequeno grande piloto Herbert Muller com Ferrari 512M faz o sexto longos oito segundos da pole.
 Reutmann fez a pole com 1`38"978, um segundo mais rápido de Follmer. A melhor volta na CanAm foi de Follmer 1`41"883, e na FUm de Pace 1`40"608.





  Em 1973 com os 917/30 despejando muito mais de mil hps foram mais rápidos que os F.Um, com cerca de 470 hps de seus Ford Cosworth DFV, mas em 1974 mesmo com os carros de ponta da CanAm tendo mais de 600 hps os F.Um foram mais rápidos. 

Nas duas fotos do Porsche 917/10 da equipe Vasek Polak pilotado por Steve Durst, na primeira ele em aceleração, quase tirando as rodas dianteiras do chão, na outra apertando os alicates com firmeza, quase encostando a dianteira no asfalto. 


Ford Cosworth DFV
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Aos amigos, abraços a todos.

Rui Amaral Jr

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Monstros velozes...

 

Notem os dois turbos saindo de cada bancada de cilindros.

 Vou escrever como se estivesse sentado com vocês numa mureta de box em algum autódromo, como tanto fiz e ainda faço com meus amigos. De um comentário de meu amigo Walter, vou tentar escrever, sem pesquisas, apenas o que vier a mente, descontraído. Aliás, descontração é uma coisa que sempre tenho quando escrevo para vocês, não sou um historiador, apenas um contador de histórias que gosta do que faz.
 As corridas do Grupo 7 da FIA proliferavam pelo mundo, já mostrei aqui muitas delas, Graham Hill na Inglaterra e inúmeras outras, inclusive aqui no Brasil quando o fantástico Avallone promoveu algumas copas. 
 Mas as corridas do Grupo 7 eram em abundancia nos EUA, talvez dezenas de corridas nos muitos autódromos todos finais de semana, e os americanos amavam estes monstros.
 O regulamento do Grupo 7 da FIA era bem simples, os carros deveriam ser bipostos, suas rodas cobertas, simples, deixando na cabeça e imaginação dos construtores e equipes todo o resto, inclusive o tamanho dos motores..
 O grande mercado para esses bólidos era sem dúvida os EUA, na grande nação eram talvez milhares de corridas, de todas as categorias, em cada temporada.
 Este imenso mercado, de carros de pista e rua alavancou os fabricantes europeus. Ferrari, Porsche, MG, Austin Healey, Jaguar, Maserati e outros lá fizeram a "américa".  
 A Ferrari tinha em Luigi Chinetti e sua NART - North American Racingo Tean - seu grande vendedor, tanto dos carros de rua quanto os de pista. O nome do grande representante da Porsche me foge agora, mas foi lá que a alemã cresceu.
 As equipes europeias corriam em alguma dessas provas, mas acredito que não disputassem seriamente nenhum dos campeonatos, nem o nacional.
 Foi aí que apareceu o palco principal para eles, o desafio entre canadenses e americanos, com cerca de nove corridas nos dois países, altamente patrocinados e divulgados. Com belíssimos prêmios nascia a CanAm em 1966.
 Lola e McLaren logo viram aí sua galinha dos ovos de ouro, era o palco perfeito para divulgação de seus carros, e venda de centenas deles. 
 A primeira prova da CanAm foi vencida, assim como o campeonato, por Big Jonh Surtees com a Lola T70 MK II com um "motorzinho" Chevrolet de "apenas" 5.900cc e talvez "meros" 350/400 hps!
 Depois vieram os cinco campeonatos seguidos da McLaren, que na última vitória da equipe em 1972 Hulme correu com motor Chevrolet de 8.100cc, que segundo relatos da época desenvolvia cerca de 600 hps.
 Ferrari e Porsche fizeram alguns carros para CanAm e Europeu, sendo que a italiana, se não me engano, usou até um motor de sete litros em carro pilotado pelo grande Chris Amon. A Porsche com seu 917/10 aberto correu até 1971 com seu "motorzinho" de cinco litros que desenvolvia cerca de 500 hps

Willy Khausen na Copa Brasil, com o 917/10.

 De olhos no mercado a Porsche pega o 917/10 com seu motor de 5.000cc e adiciona dois turbos compressores, um para cada bancada de cilindros e já em 1972 tira deles cerca de mil hps. 
 Foi a derrocada da McLaren e Lola, apesar de Hulme haver vencido em 72 a vitória da Porsche no campeonato foi arrasadora. 
 Tendo a equipe Penske como sua principal aliada venceu de forma absoluta os campeonatos de 1972/73 quando a Porsche se retirou.
 A evolução dos 917/10 foi o 917/30, com 5. 374cc e dois turbo compressores KKK trabalhando com até 1.5 bar, alguns relatos da época falam de cerca de 1.300/1.400 hps em classificação.



    
 Fico aqui imaginando como seria pilotar um monstro desses, que mesmo com as rodas traseiras que chegaram, se não me engano, às 20 polegadas de tala, sem controle de tração e nada das frescuras dos carros de hoje.
 Sair do Sargento e acelerar forte, chegar a Um de Tarumã depois de sair acelerando da Nove e descer forte a reta, ou mesmo entrar na grande reta de Jacarepaguá pisando fundo e chegar a curva Sul em maior velocidade que a desenvolvida por um Boeing para alçar voo. 

 Bem, como disse bem gostaria de estar papeando com vocês, ouvindo e falando ao invés de escrever solitário neste feriado e isolamento. Papos longos como sempre bato com  Chico, Bird, Ricardo Bock, Julio Caio e batia com meus amigos saudosos Expedito e Arturão, Avallone. Outro bom de conversa é o Elcio Pelegrini, papudo como só um bicampeão pode ser, outro ser único como vários de meus amigos que deixo de citar.

 Ótimo feriado e um forte abraço.

Rui Amaral Jr.

PS: Todo piloto é papudo, em nossos encontros,  falando de algumas corridas, mais de um a venceu, todos fizeram a melhor volta, pole...! Isso é bom demais!


 

          
   
  



    


segunda-feira, 19 de abril de 2021

François na CanAm - 1972

Sempre bem assistido!

 No ano anterior François já estava entre os melhores do mundo, havia vencido seu primeiro Grand Prix em Watkins Glen, sendo terceiro no mundial de Formula Um, atrás de seu parceiro de equipe Stewart e do veloz Ronnie Peterson. Estava inscrito pela Matra, no fatídico  1.000 KM de Buenos Aires mas não correu, sua dedicação a F.Um foi total, era o preferido de Ken Tyrrel para o lugar de Stewart, quando este parasse. 
 Agora era hora de colocar no bolso os lucros de uma fantástica carreira. Contei vinte e nove corridas dele em 72, doze na F.Um, onde foi quinto no campeonato, sete na CanAm pela equipe Young American Racing pilotando o McLaren M8F Chevrolet de 8.000cc. Uma na Itália onde com seu parceiro Stewart pilotou um Ford Capri, e as demais pela Matra Simca no Mundial de Endurance. 
 Com bons resultados em todas categorias foi na CanAm com este McLaren das fotos que venceu sua única corrida no ano, em Donnybrooke.

Liderando um Porsche - Foto enviada por meu amigo Zé Carlinhos.

 1972 foi o ano em que a equipe Penske, com o Porsche 917/10 desbancou o domínio de  cinco temporadas da McLaren. A primeira corrida do ano em Mosport foi vencida por Denny Hulme, com a McLaren M20, que venceria também a terceira em Watkins Glen. Depois foram as vitórias arrasadoras da Penske com os 917/10 pilotados por Mark Donohue e George Follmer o campeão. 
 Em Donnybrook Cevert largou com o sexto tempo,. atrás dos dois carros da Penske com Donohue e Follmer, das duas McLaren de Hulme e Revson e o Porsche 917/10 de Milt Minter.
Na briga de gigantes os dois carros da McLaren ficaram pelo caminho, assim como o 917/10 de Donohue. 
 François venceu à frente de Milt Minter, Jack Oliver com o Shadow MK III Chevrolet e o 917/10 de Follmer.  
 No campeonato Follmer teve o dobro de pontos do segundo Hulme, era o Velho Urso que mesmo com um carro inferior mostrava suas garras. Milt Minter empatado com Hulme foi o terceiro e Donohue o quarto. Terminando Cevert em quinto, atrás apenas dos fabulosos 917/10 e de toda experiência de Hulme, bicampeão da categoria.   





François Cevert um grande piloto.


Rui Amaral Jr 


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