Outro dia contei aqui uma pequena história do grande Lucky Casner, seu sonho e realizações. De forma alguma sou um historiador, nem pretendo se-lo, divido com vocês aqui o muito que leio, escuto, vejo e vivo. Às vezes estou quietinho em meu canto e vem alguém, por telefone ou ao meu lado e diz "Sabe Rui...", e quem sabe desta conversa sai algum post interessante. O bom de tudo é, por não ter nenhum interesse financeiro, muito menos ganhar um simples Dolar com este blog, posso falar à vontade do que pensar que possa ser interessante para vocês que prestigiam meus amigos e eu nesta jornada.
Desculpem o blá, blá, blá e vamos ao que interessa...
O sonho de Lucky Casner rendeu muitos frutos, o homem morre, mas seus sonhos continuam, ainda mais quando são firmes e fortes.
Dan correu para Lucky, e certamente conversaram horas e horas, dividiram ideias e sonhos.
E Dan sonhou com uma grande equipe. Nasce a "All American Racers", e talvez ele tenha saído em busca de apoiadores ou patrocinadores. Mas uma simples ideia, não sei se dele, o colocou no caminho do sonho.
Pedir a cada americano que acreditasse em seu potencial, que enviasse à "All American Racers" um envelope com um dólar, um único dólar...
Aí entra o povo americano, o médio americano, aquele que reverencia sua bandeira e a pátria. Aquele que saúda seus heróis, heróis que lutaram em guerras justas, ou talvez injustas, mas que carregaram o nome de sua pátria e sua bandeira com orgulho!
Este americano médio enche os cofres da "All American Races" com mais de US$ 5.000.000,00, sim, cinco milhões de dólares, que na década de sessenta do século passado era uma quantia absurda, talvez algo com cem milhões hoje.
É, o americano acreditou no sonho, e no guerreiro!
A "All American Racers" parte para construção de seu Formula Um, e dá ao carro o nome de Eagle, tão emblemático ao povo norte americano.
Procura a Weslake, empresa inglesa especialista em preparação de motores, e encomenda o motor V12 de três litros para seu carro, nascia o Eagle-Weslake. Com eles Dan venceu em 1967 a Corrida dos Campeões em Brands, não válida para o campeonato, e o GP da Bélgica em Spa.
Vitória em Spa.
Mais vocês encontram na internet, no link da "All American Racers", e inúmeras páginas que escrevem sobre.
Tomo a liberdade de colocar o texto de meu amigo Ricardo Achcar abaixo.
Desculpe Ricardo, depois de nossa longa conversa hoje pela manhã, eu precisava escrever sobre sonhos e realizações, coisas em que você é especialista.
Dan vive.
Dedico este post a Wilson Fittipaldi Jr, que sonhou e realizou, e a meu amigo Walter.
Rui Amaral Jr
Conta Ricardo
Amigo Rui, revendo este texto que escrevi há
cerca de três anos, percebo que se reduz a uma súmula do que foi a criação na
coragem do "All American Racing Team"...Sinto não poder juntar mais
informação. Mas, o texto na época era uma chamada para o projeto MONOMIL (registrado em meu nome) baseados em
monopostos de 1000 cc com motores de três cilindros, um projeto que eu fiz e
está completo e uma estrutura de auxílio a interessados em construir
monopostos, privados, universidades(engenharia) e interessados em geral desde
que fossem homologados FIA, nacionais em categorias escola, juniores e
profissional. E o tempo passou mas ainda sonho nisso com o meu sócio Eduardo.
DAN GURNEY e a AMÉRICA dos sonhos – All American
Racing Team, de tirar o chapéu.
“O carro foi projetado,
construído e montado em Santa Ana, Califórnia, pela minha empresa, “All
American Racers , que eu tinha fundado em 1965 com Carroll Shelby como meu
parceiro.“
está lá: ... http://allamericanracers.com/eagle-f1-story/
Lá se vão 70 anos.
Ninguém me inspirou mais ao longo de muitos anos do que Dan Gurney. Em
contrapartida muito pouca gente sabe como, no final dos anos 50 e início de
60 de fato aconteceu o que veio a ser o
All American Racing Team...só o idioma inglês permite um título com essa força.
All American Racing Team..o que seria no idioma nosso mais ou menos “unidos
venceremos” tipo espaguete...
O apelo de Dan foi ao
que podia na época ser o máximo no campo da divulgação: a imprensa e suas
notinhas de suporte. Reuniu mais muito mais de cinco milhões de dólares pela
via dos aficionados nos envelopes dos correios da América. Dólar após dólar.
Num envelope. De cada um. Que acreditou em nome da América. Não é o bastante ter
a vontade de pensar, desenhar, projetar e muito mais. É preciso ter por trás o
espírito consolidado na fé de uma consciência nacional soldada numa boa
reputação. Dan tinha a reputação bairrista e local na Santa Ana da Califórnia.
“All American Racing Team” me propulsionou ao inferno das fantasias de um
brasileiro no esporte motor.
Os “Fittipaldi” se
viram com o tapete puxado no ostracismo da dúvida, aquele ostracismo... irmão
da calúnia por não ser vitorioso no ano seguinte! Emerson, campeão mundial, tinha deixado a Mc
Laren na quimera de brindar o brasil com B maiúsculo. Tal quais otários
solitários no país da lei da enganação. Meu respeito é ilimitado por esse
esforço premiado com solidão e total abandono.
Bem, hoje temos a
internet. Eu tenho no presente um currículo um pouco superior ao que o Dan
tinha quando invocou parceria nacional e 50 anos mais do que ele na época. Mas
eu não tenho público. Muito menos correio...já viu né! Venho ao encontro da
eletrônica na internet nesse momento chamar atenção dos que gostariam de ver
acontecer um automobilismo de formação profissional, regulado pela FIA,
portanto capaz de receber e vice versa competidores estrangeiros, pilotos,
mecânicos, construtores, engenheiros, universitários, novos projetos e um
automobilismo tal qual ou superior ao que nos foi brindado pelo suporte da VW
sob a rédea do Wolfgang Sauer. Mas Sauer se foi e a VW igualmente quase...
A década gloriosa de 70
se desvaneceu na bruma do descaso, mas não da memória dos aficionados.
Existe hoje no Brasil
uma massa pública com conhecimento do automobilismo como esporte e noção dos
seus ídolos...vencedores lá fora que deixa saudades. Esse é o nosso lucro
absoluto se conseguem enxergar. A massa
indispensável resíduo da investida da Globo existe latente. Meio cega sem saber
para onde vai. Mas existe. Razoavelmente formada. Necessitando apenas
reconhecer seu Ídolo, se identificar com seu ídolo, torcer pelo seu Ídolo AQUI
e AGORA. Estão em expectativa, prontos para torcer, consumir, identificar,
optar e popular um autódromo. Ligar a televisão, adotar uma marca. De repente
estamos prontos para termos os nossos “Tifosis”.
Você está pronto para
em vez de perguntar, discutir, afirmar, fantasiar, finalmente colaborar por
associação a um projeto capaz de botar um B maiúsculo no Brasil do esporte
motor?
Monopostos de
competição certificados FIA, Monoposto Escola de R$38.000,00, Júnior por
R$55.000,00 e Sênior por R$165.000,00 virando Interlagos em 1minuto e 40
segundos? Ao alcance de todos com financiamento da Caixa Econômica Federal e
muitos patrocinadores? Eu assino: Ricardo Achcar porque faço acontecer a minha
parte.
Ricardo Achcar
Muito sério esse "post", muito sério.
ResponderExcluirOs EUA são ricos, no pós guerra, nadavam em dinheiro, de modo que é natural que Achar fizesse o Polar e o Gurney fizesse o Eagle.
Tiro o chapéu para ambos!
Wilson Fittipaldi fez o Copersucar, coisa que nem Berta (que fez um protótipo que largou junto com Porsches 917) conseguiu fazer. Wilson abandonou a F1, num momento promissor da carreira, depois de apenas duas temporadas! A história dele precisa ser contada; por ele, entre lágrjmas e fatos, essa história enche a qualquer um de orgulho.
Mas esse texto do Achcar me pegou numa.coisa óbvia, mas de que eu não me dava conta:
"Existe hoje no Brasil uma massa pública com conhecimento do automobilismo..."! Pois é! Há um "capital humano".
Obtigado ao Rui por lembrar desse fã, que aplaude o "Histórias", aqui da arquibancada: que belo serviço abrir espaço aqui para o Achcar. Valeu!
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirObrigado à vc Walter, que prestigia, e principalmente nos apóia com seus comentários pertinentes.
ExcluirAo citar Wilsinho, mostrei o paralelo entre ele e Gurney. Outro dia comentando um post meu, alguém no Face disse "brasileiro só Wilson, Emerson, Divila, Darci...." veja que bobagem! O também patriota Dan Gurney, buscou uma empresa inglesa para construir seu motor. A Fittipaldi era sim Brasileira, independentemente de onde fosse feito seu carro.
Muita bobagem se escreve e fala sobre a Fittipaldi, não sou o dono da verdade, mas esta linda história merecia uma releitura digna de tudo que fez...acertos, que foram muitos, e erros.
Um abraço.
A "massa indispensável resíduo da investida da Globo existe latente" a que se refere o Achcar diminuirá um pouco mais, com a saída da Globo do mundo da F1.
ResponderExcluirO próprio Gp do Brasil parece morto sem uma grande televisão por trás.