Dragoni e Enzo em Monza 1961
Eugenio Dragoni, diretor esportivo da Ferrari na década de
sessenta sempre deixou claro que além de chefe de equipe, era bairrista e
beneficiava descaradamente os pilotos d'Itália.
Big Jonh e Scarfiotti
Big John e a 275P
Em 1963, para as 12 Horas de
Sebring, John Surtees estabeleceu parceria com Ludovico Scarfiotti. Eles eram
das mesmas dimensões e não teriam maiores problemas para se enfiar no mesmo
carro, a Ferrari 275P. Testaram-na em Modena e acharam que estavam prontos,
juntamente com o carro. Mas ao chegarem a Sebring, uma surpresa: o
"Perfumista" Dragoni entregara seu carro à equipe NART de Luigi
Chinetti, o braço yanquee da Ferrari. E aqui um parêntese. A família de Dragoni
fizera fortuna com uma fábrica de cosméticos no norte da Itália. Eugenio, um
velho amigo de Enzo, passara antes pela Scuderia Sant' Ambroeus e de lá
trouxera um moço chamado Lorenzo Bandini. Devido à sua estável condição
financeira, oferecera-se para trabalhar na Ferrari...de graça. Quando ouviu
isso, os olhos do Velho devem ter brilhado atrás daquelas lentes escuras.
Pedro Rodriguez
Graham Hill
Pedro
Perplexos com a decisão do chefe, Surtees/Scarfiotti teriam de pilotar uma outra Ferrari, na qual puseram os olhos
pela primeira vez quando chegaram à pista. A tentação de mandar tudo às favas
da parte de Surtees foi grande, mas após conversar com Lulu Scarfiotti, eles
decidiram preparar o carro da melhor forma possível e tentar. Foi uma ótima decisão, pois venceram, apesar dos
gases do escape invadirem o cockpit, porque a vedação da tampa do motor não foi
realizada como o combinado. No pódio, Surtees e Scarfiotti mal puderam ficar
muito tempo junto à rainha da beleza que foi saudá-los. Saíram de fininho para
vomitar...Mas o Perfumista não se deu por vencido:protestou o carro de sua
própria equipe, alegando que o carro da NART (P.Rodriguez/G.Hill) percorrera
mais voltas.
Big John à frente de Hill
Porém os mapas da corrida - dos organizadores - e o de Pat, a
esposa do Big John confirmaram o resultado e Dragoni teve de engolir. Essa foi
apenas a primeira vez que Big John estranhou-se com seu chefe. A rusga culminou
em 1966, quando aborrecido por ter sido barrado nas 24 Horas de Le Mans,
Surtees foi embora.
Dragoni em Spa 1964
Intrigas e fofocas dignas de novela, mas corriqueiras num time
que de uma só vez, demitiu oito de seus executivos em 1961.
CARANGUEJO
Para Yasmin/Ysabeli.
Eu tive a sorte de sempre torcer contra a Ferrari, pois comecei a curtir corridas em 1969 e os brasileiros não andavam de Ferrari.
ResponderExcluirNos primeiros anos 1970, a Ferrari era um vexame, além de ter um piloto de rara antipatia, o Icks.
Nos protótipos, confesso, tocavam meu coração, tantos as 512 (me apaixonei pela do Gian Piero Momo Moretti, na Copa Brasil), quanto as 312 que o Pace pilotou.
Mas a Ferrari manipulava resultados e a política, no pior sentido, conseguiu acabar com Pironi e Villeneuve numa só temporada e quando, afinal, teve brasileiros (Barrichelo e Massa), tirou deles as chances de resultados honestos (um campeonato...).
Essas brigas com John Surtees, bem contadas neste 'post', são um aperitivo para o que viria nas décadas seguintes.
Aguarde Walter, o Caranguejo prepara um texto sobre o Tavoni, tenho até medo de ler!rsrsrsrssrss
ExcluirUm abraço
Eccelente, grazie!
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