Rui Amaral Jr
Rui Amaral Jr
Dos meus mil e um
defeitos talvez o mais imperdoável é deixar de escrever sobre os amigos, coisa
que gosto muito, sobre o Jan já escrevi algo, mas certamente muito aquém do seu
valor para o nosso automobilismo.
Ao menos quando escrevi
sobre a vitória de Camilo/Celidonio nas Mil Milhas Brasileiras de 1966 dediquei
ao Emerson, Pace e meus dois queridos amigos Miguel Crispim Ladeira e Jan o
seguinte trecho...
“Suprema ousadia, a
prova era liderada pelo Pace com KG Porsche seguido se não me engano pela dupla
Jan Balder/Emerson Fittipaldi com Malzoni, para nós na época simples figurantes
no palco montado para vitória de nosso campeão. Não sabíamos nós de todas as
glórias que estes três rapazes nos trariam no futuro, já estávamos vendo uma
página da história.”
Semana passada recebi o
convite dele para o lançamento de mais este livro na pizzaria Cristal, além de
não postar aqui não fui, um toró imenso me impediu, mas já que falamos sobre
amigos queridos o Erasmo De Boer foi e no sábado à noite me
surpreendeu com o exemplar e uma deliciosa dedicatória do amigo.
No QRCode vocês encontram
a obra completa do Jan e como fazer o pedido das mesmas, não esqueçam de pedir
a dedicatória. Caso não consigam acessar
o e-mail dele é janbalder@terra.com
Valeu Lou, Erasmo e
Jan.
Rui Amaral Jr
Tazio e Gilles ....Os
preferidos de Enzo FerrariI
"I piloti... che
gente" Roberto Martinez
Rui Amaral Lemos Junior
-Tazio foi o maior de todos, Gilles não teve tempo.
Carlos Mano - concordo,
mas ambos representavam o espírito de competição da Ferrari.
O dialogo acima foi no
Facebook depois que o Roberto postou a foto montagem que mostro acima, comentei
e logo a seguir o Carlos e prometi a ele que escreveria lago sobre... então!
Antes sobre meus amigos;
Carlos piloto bota de kart, Roberto outro bota que correu em diversas
categorias, já postei sobre ambos, na busca do blog citando seus nomes vocês encontrarão.
Na foto o grande Varzi
explica a essência do que foi Tazio, não lembro onde li mas me parece que Enzo
disse sobre o Mantuano “nunca houve, não há e jamais haverá um piloto como
Tazio!”. Pelo que sei e li Enzo deixou de correr depois de ver Tazio pilotando...
O Caranguejo – Carlos Henrique Mércio - e eu escrevemos inúmeros textos sobre ele, assim como outros de nossos grandes ídolos Fangio e Clark. Meu amigo Adolfo – Cilento Neto – me apresentou mais intimamente a Tazio, eu o conhecia desde bem jovem, mas na época meu grande ídolo era Clark e fim de papo. Nos livros que ganhei do Bambino pude conhecer a grandeza de Tazio e nunca mais deixei de ler sobre ele.
Sem falar do começo de
sua carreira nas motos que foi épico, quando chegou ao automobilismo encarou de
frente os grandes nomes da época, Varzi, Antonio Ascari Giuseppe Campari...começou
vencendo e nunca mais deixou de vencer, venceu de Alfa Romeo da equipe Ferrari,
de Maserati...e pouco antes do começo da II Guerra antes da parada do
automobilismo foi para sua arquirrival Auto Union para novamente vencer. Venceu
na Europa, Africa e EUA, onde tivesse uma corrida lá estava ele, sempre na
ponta. Venceu a Targa Florio, Le Mans, Mille Miglia.
Já aos sessenta anos testou com a Cisitalia-Porsche da Formula Um
Tazio e a Cisitalia
link
https://ruiamaraljr.blogspot.com/2011/12/tazio-e-cisitalia.html
Caranguejo escreveu um
delicioso post sobre seu final de carreira...
TAZIO NUVOLARI – CARRO nº1049
link
https://ruiamaraljr.blogspot.com/2018/11/tazio-nuvolari-carro-n1049.html
Tazio não foi só
grande, foi único!
E Gilles?
Gilles foi um daqueles
talentos naturais que raramente aparecem e enchem nossos olhos com sua
magnifica tocada, sua busca incessante pelo limite, sendo que o seu era
certamente mais alto que dos carros que pilotou. Era o espetáculo em cada
classificação e corrida, aquele espetáculo que faz o coração de quem ama as
corridas bater mais forte.
Não teve tempo para
mais...
Ao Caranguejo.
Tazio no Histórias
https://ruiamaraljr.blogspot.com/search?q=Tazio+Nuvolari
Gilles no Histórias
https://ruiamaraljr.blogspot.com/search?q=Gilles
Rui Amaral Jr
Mulher de piloto sofre,
sofre de ansiedade ao vê-lo na pista, com a ansiedade dele, e mais do que tudo
com tudo que ele apronta para estar naquele lugar.
Então vou contar apenas
uma historinha de três amigos de uma vida, que estão sempre em meu coração...qualquer
problema com o texto nego veementemente a autoria do mesmo!
Vera e Ricardo Bock são
como uma família para mim, assim como o filho Rafa, as mães deles... afinal
gosto muito de todos.
Acontece que o grande
professor não sabe dizer não, sempre alguém pedindo algo e ele fazendo, o que
deixa a Vera um pouco brava. Numa época onde fazer adesivos era complicado ele
recortava os decalques à mão com a pericia e criatividade que só ele tem.
Acredito que nas Mil
Milhas Brasileiras de 1983 Ricardo resolve fazer uma parceria com ninguém menos
que nosso querido amigo Adolfo Cilento Neto. Correram no Passat D3 do Ricardo. Passei
a noite ajudando-os nos boxes.
A historinha...
Adolfo chega ao box
onde a Vera pacientemente observa a louca correria dos dias que antecedem a icônica
prova e lá não estando o Ricardo vira para ela e conta “consegui um patrocínio da
Gazeta Esportiva pede ao Ricardo fazer o adesivo grande para o para-brisa”.
No dia da corrida, que
largava à meia noite, a agitação é grande e todos chegam com muita antecedência,
menos o Adolfo que sempre estava correndo, dentro ou fora das pistas.
Chega um repórter da
Gazeta e ao ver o adesivo agradece de forma efusiva a Vera e Ricardo. Acontece
que mais tarde chega o representante do jornal que bancava o patrocínio e ao
ver o titulo do rival estampado no vidro fica fulo da vida e fala um monte,
obviamente que para o Ricardo já que o Adolfo...
Ele havia simplesmente
trocado o nome do jornal ao falar para Vera!
Neste dia dedico este à
todas mulheres e muito especialmente às queridas Vera, Vera Ligia, a saudosa e
querida Lia Lara Campos mãe, irmã e mulher de pilotos, às queridas amiga Regina,
Lou e muitas outras que sempre estão ao meu lado e à querida namorada Cláudia.
Um fraterno beijo no
coração de todas.
Rui Amaral Jr
1972 - Cheguei na
loja/oficina de mestre Silvano – Pozzi – se não me engano na rua Tabapuã, pedi
a ele dois Weber 48 IDA, os coletores, acionamento e poucas coisas mais. Mais
tarde ficaria sabendo que aquelas “poucas coisas” eram muito importantes para o
acerto deles.
Naquela noite dormi com
eles no criado mudo e talvez os tenha examinado umas cem ou duzentas vezes.
Novato no ano anterior
já os havia usado, mas novato e em carro alugado não podia dar muitos palpites,
muito menos tocar neles.
Naquele ano estava com
meu amigo Expedito Marazzi na escola de pilotagem, que nunca fiz, ajudando e
preparando meu VW D3. Apesar dos pedidos dele nunca saí na pista com nenhum
aluno, muito menos palpitei, estava lá para trabalhar e aprender, não para ensinar.
Tempos depois com o
Chapa aprendi muito sobre eles, e com a chegada do Carlão em 82 mais ainda, era
um mestre no acerto deles.
Aprendo que as “poucas
coisas” eram ou são muitas...
A altura dos coletores
de admissão, geralmente combinando com o comando e escapes, cruzados ou quatro
em um. As canetas onde iam os giclês, duas que podiam ser F2, F7, F11 e por aí
vai, centenas de giclês, brocas para abri-los e medidor. Tudo isso e muito mais
acondicionado em uma caixa com divisões, eram centenas de peças e reparos para
os dois que os VW usavam, alguns ainda devem ter o privilégio de usá-los.
Hoje meu amigo Roberto
Mombelli Jr parece que acordou acelerando com eles, foi essa a impressão que
passou ao me dar bom dia no Facebook.
Muitos mais detalhes técnicos
eu poderia tentar lembrar, deixei de falar de difusores e outras “cositas”, mas
o que nunca esqueço era daquelas quatro bocas sugando o ar para misturar com o combustível,
este barulho as vezes era bem audível quando os acelerávamos.
Com álcool em Interlagos
ou no Tarumã os VW D3 faziam cerca de 1.6 km/l no Rio talvez 2km/l, sempre
alimentados por bombas elétricas, como já comentei outro dia.
Valeu Roberto, teu
sonho me inspirou a escreve estas pequenas lembranças.
Rui Amaral Jr