domingo, 31 de outubro de 2021
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
Siffert 50 anos... por Ronaldo Nazar
Jo Siffert após a má
largada vinha recuperando terreno. Da 10ª posição na 1ª volta , já
encontrava-se na 4ª posição na 14ª volta duelando com Jackie Stewart pela 3ª colocação.
Aí veio o acidente na 15º volta encerrando prematuramente uma brilhante
carreira.
O grid formado momentos antes da corrida. Aqui a 1ª fila . A partir da
esquerda, Jo Siffert na pole position com a BRM n° 5. A sua direita, Peter
Gethin com a BRM n°6. Fechando a 1ª fila com o 3° tempo Emerson Fittipaldi com
a Lotus n° 8.
Largaram......Peter
Gethin pega a ponta seguido de Emerson Fittipaldi com Howden Ganley na 3ª
posição. Jo Siffert que tinha feito a pole larga mal e aparece bem à esquerda
na foto na 10ª posição.
Jo Siffert e a BRM P 160 minutos antes do acidente fatal.
Os boxes da equipe Yardley BRM em Brands Hatch. Cena SURREAL hoje em dia. A partir da direita em pé de macacão Jo Siffert. Sentado com a mão no rosto,
o neozelandês Howden Ganley. Ao seu lado esquerdo o inglês Peter Gethin que foi
o vencedor da corrida.
No dia 24 de outubro de 1971, o excelente piloto suíço Jo Siffert , viria a falecer devido a um acidente quando disputava a corrida de fórmula 1 não válida pelo campeonato mundial, denominada "World Championship Victory Race". Após largar mal na pole position Siffert vinha recuperando terreno, quando ao passar pelo declive de Pilgrim ,ao reduzir uma marcha o câmbio quebrou, as rodas traseiras travaram, a BRM P 160 saiu da pista para a esquerda subindo no barranco que margeava a pista (não havia guard rails) capotando duas vezes e explodindo .
Exato momento do impacto com a BRM correndo a pista de cabeça pra
baixo. O atrito com o asfalto somado ao tanque cheio provocou o incêndio que
matou Jo Siffert que está preso ao carro.
O que sobrou da BRM de Jo Siffert. A corrida que teria 40 voltas foi
encerrada com 14 voltas. O que seria uma festa em comemoração ao bicampeonato
de Jackie Stewart virou pesadelo.
O estado que ficou a BRM de Jô Siffert após os bombeiros apagarem
tardiamente o incêndio. Siffert pagou com a vida a ineficiência do serviços de
segurança do circuito de Brands Hatch.
Os pilotos tiveram que parar seus carros antes da curva do acidente de
Jo Siffert. Notem andando de volta carregando seu capacete ao lado dos três
homens, Emerson Fittipaldi.
Reportagem com depoimento fantástico de Emerson Fittipaldi da última
conversa com Jô Siffert um dia antes da morte do espetacular piloto suíço.
Era a 15ª volta, o tanque estava com cerca de 60 litros de gasolina. Os fiscais de pista chegaram rapidamente ao local, mas por incrível que possa parecer, quado foram acionar os extintores , os mesmos estavam descarregados. Até o caminhão dos bombeiros chegar e montar as mangueiras passaram-se cerca de 4 minutos, tempo mais do que suficiente para que Joseph Siffert, viesse a falecer por inalação dos gases oriundos do acidente.
No momento do acidente
quem liderava a corrida era o inglês Peter Gethin com outra BRM, seguido na
cola pelo brasileiro Emerson Fittipaldi com a Lotus 72. Se tivessem as cercas
de proteção, os extintores funcionando, Jo Siffert teria sobrevivido e alguns
meses depois estaria competindo, pois foi constatado que ele só teve o
tornozelo direito quebrado no acidente.
Jo Siffert pulando pra dentro do copickt do Porsche 908 na largada das
24 hs de Le Mans 1969. O suíço liderou a prova até o seu companheiro de equipe
Brian Redman quebrar.
Jo Siffert tocando o Porsche 917 spyder CanAm. O piloto suíço foi o responsável pelo desenvolvimento do projeto para tornar o 917 um adversário capaz de vencer a equipe Mclaren na série dos super protótipos. Infelizmente a morte prematura não permitiu que Siffert colhesse os frutos desse incrível trabalho.
1971. Jo Siffert à direita e a equipe técnica da Porsche que
desenvolveram a 1^ versão do Porsche 917 Can Am . Em 1972 com a adição do turbo
o carro ficou imbatível. Siffert infelizmente não pôde usufruir desse sucesso.
O time de pilotos da equipe Gulf Porsche, bicampeã mundial de marcas 1970/71.
A partir da esquerda. Jo Siffert, deitado no Porsche 917 Pedro Rodríguez, o
inglês Brian Redman e o finlandês Léo Kinunenn.
Zeltweg 1969 . Jo Siffert na foto é perseguido por Jacky Ickx no Gulf
Mirage , obtém a 1ª vitória do Porsche 917 no mundial de marcas. Siffert foi o
piloto que encabeçou o desenvolvimento desse incrível carro.
1970 , 6 horas de Watkins Glen. Jo Siffert e Brian Rednan vencem a
prova final do campeonato de Marcas , sacramentando o título para a Porsche e
seu fabuloso 917. Foi um verdadeiro MASSACRE sobre as Ferraris 512S que aparece
na foto com Mário Andretti e Ignazio Giunti.
Siffert estava no auge de uma carreira vencedora aos 35 anos. Lá se vão 50 anos dessa estúpida morte. Em 1971, três grandes pilotos faleceram. Em janeiro em disputa dos 1000 km de Buenos Aires, prova de abertura do Campeonato Mundial de Marcas, o italiano Ignazio Giunti faleceu depois que sua Ferrari chocou-se com a Matra do francês Jean Pierre Beltoise. Giunti morreu queimado. Coincidentemente quem ganhou a corrida foi o Porsche 917 de Jo Siffert e Derek Bell. Em junho o mexicano Pedro Rodriguez também morreu queimado , depois que sua Ferrari bateu em um Porsche 906. Rodriguez era colega de equipe de Jo Siffert tanto na equipe Gulf Porsche do Mundial de Marcas, como na Fórmula 1 na equipe BRM.
Bela foto da BRM P160 com Jo Siffert ganhando o GP da Austria 1971. O
suíço obteve o seu único GRAN CHELEM, pole position, volta mais rápida e
liderou todas as voltas da corrida
Áustria. Circuito de Zeltweg 1971. Jo Siffert vence a sua 2^ e última
corrida na F1. Emerson Fittipaldi foi o 2° colocado. Dois meses depois o GRANDE
PILOTO suíço viria falecer.
Brands Hatch 1968. Jo Siffert dá à equipe Rob Walker a sua última
vitória na F1 em ferrenho duelo com a Ferrari do neozelandês Chris Amon.
Siffert perderia a vida 3 anos depois nessa mesma pista.
Jo Siffert não teve na fórmula1 o sucesso que conseguiu no Mundial de Marcas. Ele foi campeão mundial pela Porsche nos anos de 1968,69,70 e 71. Era o principal piloto da marca alemã tendo desenvolvido os Porsches 907,908,917. Na CanAm foi o principal piloto da Porsche ao desenvolver e correr com o 917 aspirado spyder na famosa série americana. Infelizmente Siffert não participou do campeonato em que a marca alemã finalmente derrotou a poderosa equipe Mclaren, 1972. Siffert já tinha tudo acertado para correr o campeonato completo. Na Fórmula 1 Siffert correu de 1962 a 1971. Teve apenas 2 vitórias em 96 GPS válidos pelo campeonato Mundial de F1. A primeira delas justamente em Brands Hatch em 1968 com uma Lotus 49 da equipe Rob Walker que ele defendeu por longos 4 anos. A sua outra vitória foi no GP da Áustria 1971, 2 meses antes de morrer. Essa vitória, foi o seu único Grand Chelem ao marcar a pole position, melhor volta e liderar todas as voltas.
O cortejo do enterro de Jô Siffert. Notem o homem à frente levando o
seu capacete, em seguida o Porsche 917 com uma faixa preta. Uma multidão
acompanhou a cerimônia.
O sarcófago onde Jo Siffert foi enterrado. Ele era muito querido e
respeitado no meio automobilístico.
Foto espetacular de Jo Siffert no grid aguardando instalado na sua BRM P 160. Após a morte do mexicano Pedro Rodriguez, Jo Siffert assumiu o desenvolvimento da equipe BRM fazendo os testes de pista. Foi notória a melhora de performance da equipe conquistando 2 GPS, Monza com Peter Gethin e Áustria com Jo Siffert. Siffert era muito bom em desenvolvimento.
Jo Siffert, deve sempre
ser relembrado pelos amantes do automobilismo.
Ronaldo Nazar
domingo, 24 de outubro de 2021
GP Brasil 1972 - O recorde e a corrida de Luiz Pereira Bueno
A ideia de colocar Luiz no grid da corrida que homologaria o Autódromo
de Interlagos, hoje José Carlos Pace, no calendário da Formula Um era excelente,
e a ela num evento antes da corrida, no sábado após a classificação em algumas
voltas Luiz andaria pelo Anel Externo na tentava de estabelecer uma nova marca.
Tudo muito bem orquestrado por Antonio Carlos Scavonne com o apoio da
Hollywood, rede Globo, e acredito que da Ford.
“Cavalo dado não se olha os dentes”
O carro alugado da March era o mesmo pilotado por Lauda e outros
pilotos no ano anterior, se não me engano Niki apenas no GP da Áustria, quando Ronnie
com o primeiro carro da equipe largou em decimo primeiro e Lauda em vigésimo
primeiro! Era o carro, assim como outros
que a March alugava a pilotos iniciantes ou sem equipe, e à cada GP era um que
pilotava.
A corrida foi mais um espetáculo para a homologação da pista, tanto que
o campeão do ano anterior e sua equipe não vieram. A March veio com quatro
carros, para Carlos Pace, um nome em ascensão na Europa e Henri Pescarolo, com
boa experiência na F.Um, que corriam pela equipe de Frank Williams. Na equipe
de fábrica o vice-campeão da Formula Um no ano anterior Ronnie Peterson, e o
carro alugado para Luiz.
Carro alugado é geralmente decepcionante em 99.999% das vezes. Obviamente
que o carro de Ronnie recebeu toda atenção da equipe, fora o que de melhor ela
trouxe ao Brasil, assim como motores, pneus e outras coisinhas mais. A Luiz
coube o que deram, certamente um motor com menor potência...
Os dois mecânicos designados para o carro pouco sabiam, e recebiam
ordens da equipe, fora a troca de relações do cambio, que estavam erradas,
pouco ou nada mais fizeram. (nas fotos os relatos dele)
No sábado após a classificação que o colocou em decimo segundo no grid, foram se me lembro umas dez voltas pelo Anel Externo, o suficiente para virar 52`0140/1000 (cinquenta e dois segundos e quatorze milésimos) à média de 221.963 km/h, sendo que o recorde anterior era seu com o Porsche 908/2, acredito que nos 500 Km de 1971, com 53`860/1000 (cinquenta e três segundo e oitocentos e sessenta milésimos).
Este recorde permanece, até por que nosso Autódromo foi descaracterizado,
para mim violentado.
Para quem não conheceu Luiz posso afirmar que era um ser afável, apesar
do vozeirão, educado e muito consciente do que fazia e de quem era, pouco esta
corrida iria acrescentar ao seu Curriculum e acredito que viu que nada mais
podia fazer, sentou no carro e fez o que fazia com grande maestria, sentou a
bota. Luiz era um ser do bem, uma alma pura.
Da corrida pouco à acrescentar, parou duas vezes com problemas e
terminou em sétimo ou oitavo, como disse antes, nada à acrescentar ao seu
Curriculum.
Campeão, não esquecemos de você, sempre em nossos papos e lembranças, e
cada vez que vemos um talento natural acelerando excepcionalmente lembramos que
tivemos a honra de vê-lo pilotando.
Ao Ronaldão e Chico.
Rui Amaral Jr
PS: Desculpem as fotos com a narrativa dele, o livro não ajeitava no
scanner e não quis danifica-lo, vou tentar melhorar na corrida de 1973.
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
IL ZINGARO È RE
domingo, 17 de outubro de 2021
Mestre Luiz...
“Peço licença ao Rui para mais uns pitacos:
Sobre os 500 km de Interlagos de 1972, tem um belo 'post' aqui no
Histórias: https://ruiamaraljr.blogspot.com/2012/04/500-km-de-interlagos-1972.html
. Nesse 'post' tem um vídeo com imagens geniais em que (não tenho certeza)
esteja o único registro da batida do Rolando (Ricardo?) Nardi (Berta) na Curva
1.
Sobre o tempo de volta, não consigo encontrar nenhuma informação do
tempo do grande Luiz Pereira Bueno, no March 711, naquela sacada de marketing
da equipe Hollywood, em 1972: qual teria sido o tempo?
Por falar em L.P.B., parece que esse Berta LR3 que largou na primeira
fila é o que virou Berta Hollywood: será?
Ainda quanto aos tempos de volta, o Nilson Clemente mandou bem,
colocando um Avallone no meio do grid, bem posicionado, entre protótipos
europeus.
Para os mais novos, esses 500 km foram como se hoje estivessem em
Interlagos as Oreca, Rebellion, Ligier, junto com protótipos Tubarão.
Walter”
Mea culpa...
Walter, meu caro amigo, bem que eu disse no post que nunca fui um
historiador!
Escrevi lembrando da marca estabelecida pelo Luiz com o March 711, sei
que escrevi aqui mesmo alguma coisa, mas não procurei, sinto muito.
Depois de ler seu comentário vim para o computador e eis que aqui ao
meu lado, na estante me olhando, estava o livro “Paixão e Técnica ao Volante”
de Luiz Pereira Bueno, que ganhei de meu amigo Ronaldo Nazar. Confesso que
comecei a ler o livro anos atrás, mas me veio à lembrança tantas coisas e
triste deixei de lado, nunca conclui, hoje o farei.
“Cavalo dado não se olha os dentes”
Ouvi a história deste Record do próprio Luiz e das agruras que sofreu
para pilotar o March alugado, apenas não lembrava o tempo de volta, então nada
citei no post anterior, até porque minha ideia era fazer uma analogia com o que
veio à minha mente.
A ideia da promoção do Record foi de Antonio Carlos Scavonne, alguém
que muito fez por nosso automobilismo e pouco é lembrado. Scavonne pereceu no
trágico acidente de Orly, e o automobilismo brasileiro perdeu o seu grande
incentivador.
Agruras: Tal qual a cavalo dado carro alugado o que se tem é aquilo que
vem, Chico sofreu o mesmo na Formula 2 e eu quando fiz algumas corridas de Estreantes
& Novatos.
A March, do senhor Mosley, entregou a Luiz para aquela corrida que
homologaria Interlagos para Formula 1 um carro que ele não pode acertar, coisa
que ele fazia com maestria, e além de tudo com o motor Cosworth DFV com o
limite de giros cerca de 1.000 rpm a menos que esses motores permitiam.
https://ruiamaraljr.blogspot.com/2010/03/ford-cosworth-1967.html
Enquanto nos outros motores da equipe o limite era de 11.500 rpm o seu
era de 10.500, lendo meu post sobre o Cosworth DFV escrito mais de dez anos
atrás, e conversando com o Chico, calculo que o motor do Record tivesse cerca
de 420 hps.
Luiz virou com o March 711 o tempo de 52`014/1000 à média de 221.963
kmh. Ligeiramente mais rápida que os 52.404/1000 de Joest na pole dos 500 Km de
1972, mas muito aquém do que um Formula Um acertado e pilotado por ele conseguiria.
Então pesquisei; Tomando como base Monza 1971 e a Formula Um e os
Esporte Protótipo, uma pista de alta, na época muito parecida com o anel
Externo de Interlagos.
Na Formula Um, Ronnie Peterson com o March 711 largou na sexta posição
com o tempo de 1`23”460/1000, com a pole de Chris Amon de 1`22”400/1000 com a
Matra MS 120B. A melhor volta na corrida foi de Henri Pescarolo com a March
711, 1`23”800/1000.
Nos Esporte Protótipos a classificação foi com chuva, a pole de Vic
Elford/Gerard Larrousse Porsche 917K 1`32”930/1000 sendo que Herbert Muller com
a mesma Ferrari 512M foi decimo e o primeiro Porsche 908/2 de Ernesto
Brambilla/Eicky/Mattli foi vigésimo. Na corrida, no seco, a melhor volta foi de
Pedro Rodriguez 1`24” à média de 246.429 kmh.
Quanto ao Record acredito que Luiz com 711 acertado e um motor de ponta
girasse cerca de um segundo ou segundo e meio mais rápido. E nos 500 Km ele foi
soberbo, levando o 908/2 a brigar com gente bem mais forte! Aqui algo que ficou
no tempo e em minha memória, e outro dia o Chico Lameirão comentou comigo,
Reinold Joest impressionado com a corrida do Luiz convidou-o para fazer parte
de sua equipe na Europa, convite declinado pois aqui no Brasil sua Equipe
Hollywood ia de vento em popa...
Sobre o Berta LR não tenho informações, mas certamente o Mago de Alta
Gracia fez o Berta-Hollywood desenvolvendo este carro, que aqui corria na
Divisão 4, com motor V8 302 da Ford o mesmo do Maverick-Berta. Nos 500 Km o LR
correu com o motor seis cilindros em linha com 3.800cc, motor desenvolvido por
Berta, igual ao nosso Chevrolet Opala, era uma joia que desenvolvia cerca de
380 hps.
O vídeo é de meu amigo Luis Guimarães.
Fico devendo os 500 Km que o Chico e o Lian correram com o Porsche.
À memória de Luiz e Scavonne.
Aos amigos Chico e Walter.
vídeo sobre a corrida e o recorde do Luiz.
Agradeço ao meu amigo Fabio Farias
Rui Amaral Jr
quinta-feira, 14 de outubro de 2021
Tempos...
Por volta do 1983/84 conversava com meu irmão Paulo, que me mostrava um
recorte de jornal de seu primeiro treino pelo Anel Externo de Interlagos com o
Porsche 550 RS Spyder em 1961, quando ele e seu parceiro Luciano viraram 1`20” a
média de 144 km/h e brincando lhe disse que se assim fosse eu que havia feito
uma corrida pelo externo o ano anterior com meu VW D3, quando virei a melhor
volta da corrida com 1`3” 990/1000 à média de 180 km/h, à cada quatro voltas e
pouco colocaria uma sobre ele. Depois ele me contou que na classificação havia
virado 1`14” a média de 156 km/h, mas mesmo assim a cada seis voltas uma
colocaria nele.
Brincadeiras à parte podemos ver nestas antigas corridas pelo belo e
hoje violentado autódromo a evolução dos carros.
Não sou e nem pretendo ser um historiador, apenas conto histórias sem
me aprofundar muito em pesquisas, então vamos lá.
500 Km de 1961
link
Nos 500 Km de 1961 a pole foi do
grande Ciro Cayres com uma Maserati-Corvette com o tempo de 1`10”300/1000 à
média de 164.23 km/h. Na corrida e melhor volta 1`13”800/1000 à média de 156.44
km/h, garoava, foi de Ruggero Peruzzo que venceu conduzindo a Maserati 300S com
Celso Lara Barberis e Emilio Zambelo.
Onze anos depois, e por iniciativa do genial Antonio Carlos Avallone, nos 500 Km de 1972 correram uma miríade de carros e pilotos que venciam corridas mundo afora. Herbert Muller, que do alto de seus metro e cinquenta e poucos tocava muito, com a Ferrari 512M, Reinold Joest com o Porsche 908/3, a esperança argentina o Berta RL com Angel Manguzzi, o grande Luiz Pereira Bueno com o Porsche 908/2, Marivaldo Fernandes com Alfa T33/3 e muito mais. Alfas T33/3, McLaren, Porsches de vários modelos, Lolas, Fiat Abarth como a da grande Lela Lombardi, Ford GT40 e o protótipo Avallone derivado da Lola, um deles com motor Ford pilotado por Nilson Clemente e o próprio Avallone com outro com motor Chevrolet.
A pole foi de Reinold Joest que com o 908/3 virou 52` 404/1000 à média
de 220.31 km/h. Na corrida Muller e a 512M fizeram a melhor volta com 53”020/1000
à média de 217.75 km/h.
Comparando as quatro corridas, sendo que em 1982 quando corri o
autódromo estava muito melhor e mais rápido, mesmo que nos 500 Km de 1972;
Certamente Ciro e Celso com as Maserati com motores de mais de 300 hps,
e em 82 com pneus mesmo sem serem slicks muito melhore que os de vinte anos antes,
seriam bem mais rápidos que eu num VW com 150 e poucos hps, apesar dos slicks,
o 550 não sei, talvez virassem o mesmo que eu.
Na corrida de 1966 os tempos me decepcionaram um pouco, acredito que o KG-Porsche
de Marivaldo não estava então com o motor Porsche de dois litros com cerca de
200 hps e o Mark I segundo conversas com amigos tinha cerca de 135/140 hps.
Dezesseis anos depois e com a evolução da pista e dos pneus não creio que chegassem
a virar 1`4”.
Aqui cabe uma explicação, os pneus silicks são muito mais rápidos que
os radiais em tempo de pista, mas a velocidades, até pelo menor atrito da banda
de rodagem menor, são maiores em linha reta.
Já comparando com 1972 e aquele espetáculo inesquecível, eu teria
tomado de Luiz, Joest, Muller e outros, uma volta à cada cinco, talvez mais já
que de 1972 no começo dos slicks até 1982 os pneus evoluíram uma barbaridade,
assim com a pista melhorou.
Apenas por curiosidade, meu tempo de 1`3” alto me deixaria em 20º no grid, logo à frente do Porsche 910 de Clovis Ferreira.
E como sonhador fico aqui imaginando...Não tivessem violentado nosso
autódromo quanto viraria hoje um Formula Um ou Indy? Numa média de cerca de 310
km/h que acredito ser possível, estariam virando em mais ou menos 37` 200/1000,
imaginem o quão seria maravilhoso assistir uma corrida destas!
Rui Amaral Jr
PS: Deixei de lado uma consideração importante sobre o traçado, da saída da curva Quatro, a que entra para o circuito completo, até o lugar dos antigos boxes, onde hoje chamam de Café, a subida é acentuada, prejudicando muito os carros de menor potência.
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
Viagem no tempo...
La storia della Scuderia Ferrari
Sempre que posso entro no site da Ferrari e fico lendo e olhando a história, viagem por ela.
Rui Amaral Jr