A Maserati de Ciccio na Gávea - 1949
Que o piloto Alberto
Ascari, bicampeão mundial da Fórmula 1 em 52/53, tem uma impressionante série de vitórias de Spa/52 a
Spa/53, talvez alguns saibam. Aqui neste prestigiado Blog, o italiano é
frequentemente citado, ora como
o irredutível Homem do Casco Azul, que se recusava a correr sem seu capacete da sorte, ou como a
vítima de um misterioso acidente na pista de Monza/55, que custou-lhe a vida.
Hoje acrescentamos outra a
sua série de histórias, esta passando-se no Brasil em 1949. Ciccio
apresentava-se na Gávea, para a
disputa do X Grande Prêmio da Cidade do Rio de Janeiro. Ascari tivera antes uma
atuação mais que discreta
em uma prova em São Paulo. O mais provável é que estivesse se poupando para a prova da Gávea. E com
efeito, no Rio ele andou muito. Líder com grande vantagem em sua Maserati 1500, Ciccio topou-se com o
Bugatti de Domingos Lopes, o sétimo colocado. Na pressa de livrar-se do
retardatário, Ascari acertou a
roda traseira esquerda do carro de Lopes, batendo num barranco à direita e em
seguida chocando-se outra
vez com o Bugatti, terminando sua trajetória ao colidir com árvores do outro
lado da pista. A Maserati teve
seu motor arrancado e o piloto foi socorrido por populares. Uma ambulância
do Hospital Miguel Couto o
recolheu e o Dr. Jair Nobrega o examinou. Como Ascari nem sequer perdera os
sentidos, o Dr. Jair
aguardou o término da prova para então conduzir Alberto Ascari ao Hospital,
onde o piloto submeteu-se a uma
bateria de Raios X, ficando constatada a fratura da omoplata esquerda, além de
contusões generalizadas.
Gigi Villoresi e Ciccio Ascari
Antes de ser removido à Casa de Saúde São Sebastião, foi visitado pelo vencedor da Gávea, Gigi
Villoresi, que deve ter-lhe dito que teria melhor sorte outra vez. Mas Ascari
não retornou ao Brasil. O bicampeão
faleceria em circunstâncias até hoje pouco explicadas, seis anos depois e
cercado de trágicas coincidências.
Seu pai, o também piloto Antonio Ascari, igualmente, morreu aos 36 anos; era o 26º dia do mês e sofreram
o acidente após uma curva rápida à esquerda, deixando uma esposa e dois filhos.
Quanto a mim,
inspirei-me a fazer estas mal-traçadas linhas, depois de uma foto que o amigo
Rogerio Machado postou no
Facebook, mostrando a Maserati de Ascari, acidentada no Rio.
Antigamente, um piloto ia aonde o povo
estava. O título estranho, faz referência a um romance de Mark Sullivan onde
Ascari é citado.
Para Yasmin.
CARANGUEJO
Um texto fenomenal como sempre.
ResponderExcluirObrigado Rogerio, um abraço!
ExcluirMuita sorte, na época algo assim normalmente seria fatal. Grande abraço.
ResponderExcluirBaita abração Carlos!
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