segunda-feira, 7 de maio de 2018

INTERPREDIOS...NUNCA!

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO - 7 DE MAIO DE 2018


 À partir de um comentário do Chico Lameirão e posteriormente um meu no Fórum dos Leitores do Estadão - O ESTADO DE SÃO PAULO - tivemos a grata surpresa de sermos contactados através do senhor Luiz Francisco Baptista da prestigiosa AUTOMOTOR que nos apresentava o arquiteto Professor Luiz Eduardo Lefèvre que de pronto ofereceu a sua prestigiosa ajuda em nossa batalha para salvar o Autódromo José Carlos Pace-Interlagos das mãos de quem claramente através de uma manobra pretendia transforma-lo num amontoado de prédios!
Conversei muito com o Professor Lefèvre e trocamos muitos e-mails, sempre mantendo o Chico e depois o Roberto Zullino ao par de tudo. Depois de um almoço onde compreendi seu interesse por nossa causa...acontece que o Professor Lefèvre é um aficionado por automobilismo, frequentava Interlagos desde a adolescência conhece todos nossos heróis do tempo em que Interlagos era o Templo e...fã do Chico!
Marcamos outro almoço no dia  da Audiência Publica na Câmara Municipal, e na audiência para nossa surpresa lá estava o Professor Candido Malta Filho prestigiando nossa demanda!
Acontece que desde nossa primeira troca de e-mails o Professor Lefèvre já havia consultado seu amigo o Professor Candido Malta Filho e ele manifestado seu apoio como nos e-mails que mostro à seguir com a autorização deles.
Foi onde li pela primeira vez a palavra Interpredios cunhada por este renomado arquiteto, ferrenho defensor de um crescimento consciente de nossa cidade e opositor de muitos que a querem transformar num amontoado de concreto mesmo que para isto milhares percam seus empregos, como no caso de Interlagos e relegando nossa história à segundo, ou terceiro plano.
Na quarta feira teremos novo encontro e com a certeza dos muitos apoios que conseguimos tiraremos Interlagos das mãos sequiosas de seus algoses! 
Quero deixar aqui bem claro que nós não temos nenhum interesse financeiro nesta ação...queremos apenas preservar nosso Templo para futuras gerações!

Muito obrigado Professor José Eduardo Lefèvre, agora meu amigo Zé Eduardo, por sua iniciativa. Muito obrigado Professor Candido Malta Filho, seu apoio é fundamental e muito obrigado à todos que vierem a se juntar nesta batalha.

Interlagos não vai acabar!!!!!

Rui Amaral Jr


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À  seguir os e-mails trocados com o Professor Lefèvre e o Professor Candido Malta Filho.

12 de Março de 2018

Caros amigos Rui e Chico,

Repasso a troca de mensagens que mantive com o Professor Cândido Malta, figura de relevo no meio técnico do urbanismo e planejamento,  que será  essencial na nossa iniciativa de obter  apoio para barrar a tentativa de implantar prédios no meio do autódromo, para alguns ganharem muito dinheiro às custas de um patrimônio público e coletivo.
Peço para seja mantido uma certa discrição quanto à divulgação das palavras do Professor Cândido pois, assim como ele tem amigos e admiradores, também tem detratores, e o seu apoio pode gerar alguma animosidade entre os que não vão com a sua cara.

Um abraço, até amanhã !

José Eduardo 

Prezado José Eduardo : autorizo a divulgação entre aqueles que voce julgar conveniente. Abraços de Candido Malta.
  
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12 de Março de 2018

Prezado amigo Prof. Cândido,

Como tem passado  ?  Estimo que esteja tudo bem consigo!

Envio esta mensagem para receber um comentário seu, se possível, a respeito da proposta da atual gestão municipal de permitir a construção de prédios residenciais e comerciais dentro da área do Autódromo de Interlagos.

Considero esta iniciativa totalmente esdrúxula e motivada pelo interesse em extrair dinheiro  de uma área municipal que tem um uso público, favorecendo o setor imobiliário em detrimento do interesse geral da população.

Claro, há o interesse do setor ligado ao automobilismo em continuar com o uso para essa finalidade. Esta é uma atividade que congrega um número razoável de pessoas e empresas, o que representa uma movimentação financeira e econômica não desprezível e não imobilizada, pela sua própria natureza.

Pessoalmente, posso lhe confirmar, tenho uma ligação emocional com o automobilismo, que vem de longa data, mas nenhuma  ligação financeira. Assim como o nosso saudoso colega Ludovico Martino gostava de relógios, eu gosto dos automóveis antigos, é um fato. Mas isso não vem em conta agora.

O bairro de Interlagos tem tombamento ambiental, com limitação de gabarito de altura construída. Há  também uma área preservada pelo Estado, do chamado Laguinho de Interlagos (que não é o lago do autódromo).

A ocupação do Autódromo com prédios como pretende a administração,  e ainda mais como imagina o atual presidente da Câmara, representaria uma excrescência  ambiental horrível e predatória.

Na minha opinião,o melhor aproveitamento para Interlagos seria sua efetivação como parque, com uma densa arborização em suas bordas, que valorizasse o ambiente interno, mantendo a visibilidade necessária, e o convívio com as atividades normais do  autódromo, o que é perfeitamente possível.

O tombamento do autódromo, apesar de sua importância como local de memória e seu valor histórico, seria uma medida de valor questionável, a menos de um tombamento ambiental, pois a sua materialidade não inclui construções de interesse arquitetônico ou histórico. O que se pretenderia preservar, que é a atividade, não é passível de tombamento. Foi encaminhada ao CONPRESP há uns dois anos, depois de minha gestão na Presidência, uma solicitação de inscrição do automobilismo como bem imaterial, mas esse registro não cria limitações legais físicas. Mesmo o outro ponto de interesse, que é o da visibilidade interna, deveria ser objeto de uma legislação de visuais, e não de tombamento material. O tombamento ambiental talvez possa dar conta das visuais.

Encaminhei ao nosso amigo Vereador Natalini uma consulta semelhante para conhecer a opinião dele a respeito. Creio que será apenas com a soma de manifestações e posicionamentos a respeito deste assunto que o trator em marcha poderá ser contido.

Com grande estima e apreço,

José Eduardo de Assis Lefèvre

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2018-03-12 16:45 GMT-03:00

Prezado José Eduardo : Compartilho de suas opiniões. Um tombamento como espaço de valor ambiental seria muito bem acolhido. Quando se desfruta das corridas desfruta-se simultaneamte da paisagem Interlagos.Uma paisagem aberta de amplas visuais para o entorno. Com bairro tombado estritamente residencial ao lado, que compõe essa paisagem . Com os edifícios obstruindo essa largueza de visão, a paisagem deixa de ser Interlagos. Se torna "Interprédios: entre "Interlagos" ou :"Interprédios" a população paulistana em sua maioria não tenho duvidas optará pela primeira opção. O Setor Imobiliário, através de  sua cúpula dirigente,  só tem sabido ganhar dinheiro  entupindo a cidade de prédios, a despeito da capacidade de suportre infraestrutural , destacadamente a de transporte, impedindo que cálculos técnicos determinem  quantos m2 podem ser construídos em cada região da cidade, completando a lei de zoneamento . Um cálculo que dirigi tecnicamente em 2008 , que custou 2,5 milhões de reais ,   foi contratado pela Secretaria de Transportes Metropolitanos em convênio com a Prefeitura de São Paulo , sendo Serra Prefeito e Alckmin governador, acabou por ser abortado depois de pronto  na gestão do Prefeito Kassab e, ao que eu sei, por determinação política  dos mesmos empresários . E buscou-se transforma-lo em mero estudo acadêmico, porém ele atendia a uma exigência do Plano Diretor da Gestão da Marta Suplicy, sendo secretário do planejamento Jorge Wilheim. Uma exigência técnica legal que o Plano Diretor de Haddad infelizmente eliminou, em grande retrocesso. E que agora a Gestão Dória também está desconhecendo, como se, mais e mais prédios coubessem, sem verificar se há ou não capacidade de suporte em suporta-los,  por toda a cidade, inclusive na sensível região dos mananciais. Lá se coloca além da capacidade de suporte do sistema de transporte, a capacidade de suporte ambiental. Qual é a resiliência dos mananciais em receber mais e mais edificações?  O conceito de resiliência se aplica perfeitamente a essa especialíssima região. A medida que novos loteamentos são abertos e mais edificações vão impermeabilizando o solo, menor se torna a absorção das águas de chuva pelo solo, recarregando o lençol freático. Soma-se  o prejuízo da poluição difusa que os esgotos não são capazes de retirar, a qual, somada ao assoreamento que a abertura de ruas e lotes  produz , que reduz progressivamente a capacidade de diluição dessa mesma poluição difusa, aponta para a perda total desses mananciais  da Billings e Guarapiranga : os principais da metrópole. E o adensamento na região de Interlagos , na boca de entrada da região , estimulará de vez essa ocupação urbana predadora ambiental , que levará a perda irreversivel desses mesmos mananciais. Não apenas como  a cada vez mais  escassa agua potável metropolitana, mas também com a maior área de lazer  com muito verde  e grandes lagos de nossa metrópole, uma das maiores do planeta.  Manter Interlagos, amplo e horizontal, com um máximo de verde e pequenos lagos em seu interior, sim. transformá-lo em Interprédios, nunca. 

Um abraço de Candido Malta .   



Prezado José Eduardo : autorizo a divulgação entre aqueles que você julgar conveniente. Abraços de Candido Malta.







5 comentários:

  1. Obrigado meu amigo, contamos com seu apoio, um abraço.

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  2. Hoje, li devagar o material.
    É muito rico e coloca Interlagos numa perspectiva de onde eu nunca havia me colocado. Parece irrespondível, porque o "Interprédios" tiraria da Cidade uma coisa raríssima e valiosa (o enorme complexo, gramado, não-edificado), para entregar prédios (coisa banal e hiper-ofertada na Cidade).
    Os emails revelam que a questão urbana não melhora com uma linha política, ou outra: todas geraram bagunça.
    Gostei da abordagem, porque não fala só de nós, apaixonados pelo automobilismo, mas fala da Cidade como um todo.
    E o apelido é letal: Interprédios? Deus me livre!

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  3. Enche meu coração de orgulho ver o esforço para derrotar esses alucinados.Parabéns e fé!

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    1. Muito obrigado Jonatha, vc pode ter certeza que a batalha é dura e estamos nos empenhando para valer, logo escrevo mais, um abraço.

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Rui Amaral Jr