terça-feira, 6 de junho de 2017

O Templo por Milton Bonani


A vinte quilômetros de Milão, a bela cidade de Monza - que por si só já vale uma visita - abriga aquele que é considerado por muitos o Templo do automobilismo. Dentro de um dos maiores e belos parques da Europa, o autódromo de Monza pode ser visitado de segunda a domingo das 10:00 às 18:00 horas durante todo o ano.

Na entrada, a foto de São Cristóvão o padroeiro dos motoristas.

Tanto no parque, como no autódromo a entrada é gratuita, mas para conhecer realmente o que há de melhor, a empresa Infopoint oferece 2 opções de passeio pelo circuito: um, onde se conhece as principais dependências, como a tribuna principal, sala de imprensa e o famoso pódio. Outro, onde se anda pela pista em uma volta completa sendo a parada para conhecer as famosas sopraelevate obrigatória.

Vencedor da prova em 1954, Fangio e a bela W196, na estátua que foi cedida pela Mercedes.

Construída em 1922 no tempo recorde de 104 dias, a pista tinha como objetivo principal servir para testes de velocidade máxima dos carros e de testes de pneus, mas já no próprio ano de construção foi realizada a primeira competição automobilística. Nesta época, apenas o vencedor era homenageado e, para tanto, o público invadia a pista e o carregava nos braços. Nasce aí a tradição que permanece até hoje de permitir que o público invada a pista.

Até hoje a “Pista Pirelli” conserva os tijolos originais que eram molhados para testes de aderência.

A pista de Monza possui muitas características interessantes. Seu pódio é único no mundo pois é construído sobre a pista.



Sua linha de largada é em local diferente da linha de chegada e seu traçado era muito peculiar pois possuía duas curvas de alta velocidade com 85º de inclinação. São chamadas de sopraelevate e foram utilizadas pela Fórmula 1 a partir de 1955 e apesar de nunca ter havido nenhuma morte nelas, foram consideradas perigosas e abandonadas pela Fórmula 1 em 1961.




Continuaram a ser utilizadas por outras categorias até 1970 sendo então definitivamente abandonadas. Apesar disso, estão bem conservadas e sua primeira parte é utilizada em rally e comemorações de carros históricos.


Já foram ameaçadas de demolição, mas atualmente existe um projeto de transformá-las em monumentos históricos coisa pela qual todo fã do esporte torce.


Suas chicanes são extremamente fechadas e dizem que a prima variante como é conhecida a curva a direita no final da reta dos boxes foi modificada em 2000 para que ficasse mais lenta a pedido do grande campeão Schumacher.

São as histórias que o famoso autódromo viveu.


Milton Bonani

9 comentários:

  1. Muito interessante, Miltão! Muitas curiosidades que não conhecia. Belas fotos, também (câmera boa, né, hehehehe...)! O recorde da pista ainda é do Barrichello, tanto na corrida (257,178 km/h) como na classificação (260,395 km/h) de MÉDIA! Fantástico! Para mim, a curva Parabólica é uma das mais sensacionais.

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  2. Ótimo post, Fratello! Boas histórias é o que não deve faltar a um Templo do Automobilismo Mundial, com quase cem anos de existência. Que todos tenham juízo e consigam manter o traçado, suas dependências, suas curvas famosas (mesmo que não utilizadas), suas tradições e suas histórias para sempre.

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  3. Vendo essas fotos lindas, viajei nos pensamentos.
    Se eu fosse a Monza, ia ficar horas, talvez dias ali.
    Primeiro, na reta de chegada, lembrando de 1972, Emerson Fittipaldi campeao do Mundo! O carro do Stewart quebrado no fim dos boxes, a torcida imensa invadindo tudo, bela lembrança.
    Depois seguiria "pela contramão" para a Parabólica, com Cristian Fittipaldi voando de Minardi e Derek Warwick se arrastando de cabeça para baixo. Contornaria a Parabolica por dentro, para entender a curva.
    Lembraria das frenagens de prototipos, da F1, das corridas malucas de F3.
    Pararia ali onde morreu o Jochen Rindt. Sentaria para pensar nisso. Pra que ele morreu? Que coisa besta.
    Voltaria até a Variante e imaginaria como era ANTES: uma curva aberta e muito rapida! Lembraria de novo do Emerson em 1972, estreando a Variante pra ser campeao.
    Subiria pra Lesmo ansioso para conhecer Essa curva dupla, tão rápida, onde o Watson partiu sua McLaren em dois e saiu do carro andando.
    Também sentaria ali e ficaria passando "filmes" na cabeça desde o GP de 1971, que o Gethin ganhou e a cada volta os caras passavam numa ordem diferente, até o Piquet, de Brabham BMW ou de Williams. Imaginem as Ferrari 512 e Porsche 917 vindo na primeira volta dos 1000km de Monza de 1971! Primeiro o ronco ecoando entre as árvores e depois os caras a mil... demais!
    Seguiria na contramao ate aquela chicane boba (nao sei o nome) e nao perderia tempo ali.
    Voltaria ate a "primeira curva" prá olhar a reta da largada. Uma curva muito rápida, pouco relevante, porque nao rende ultrapassagens, mas é fundamental para encher o motor na reta seguinte.
    Pararia depois na primeira chicane. Tétrica essa. Ali morreu Peterson (embora a culpa seja do hospital, onde morreu por embolia). Ali Brambilla levou uma "pneusada" na cabeça.
    Ali, o imbecil completo do Schlesser tirou a vitoria do Senna em 1988.
    Logo depois tem aquela posição para fotografar a reta de chegada com o grande placar luminoso.
    Mas, mais importante, tem a curva que leva à grande curva inclinada. Andaria por ela, ia ficar horas ali. Lamentaria que ninguem corra mais ali.
    Andaria pelos boxes, mais para conhecer. E sentaria na linha de chegada. Horas talvez dias...
    Monza é tão bonito e tão importante para o automóvel do mundo que merece um passeio de uma semana.
    Obrigado ao Rui por dividir as fotos e fatos do Bonani conosco.

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    1. Walter, seu comentário valorizou muito o nosso post. Obrigado pela aula.

      Um abraço.

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  4. O Wolfgang Von Trips não morreu em acidente numa das curvas sopraelevate?

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    1. Na entrada da Parabólica Renato....veja
      http://ruiamaraljr.blogspot.com.br/2010/03/o-homem-de-kerpen-por-henrique-mercio.html

      Um abraço.

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  5. Monza... junto a Spa-Francorchamps, Hockenheim y Nurburgring, los circuitos que se deberían conservar -por siempre- tal como eran en esos bellos años.
    Abrazo Ruí!

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Rui Amaral Jr