Jimmy com o Vollsted -Ford
Jim Clark, o
inesquecível campeão, pilotou muitos carros em sua carreira, como o
DKW Sonderklasse ou o obscuro Lycoming Special
neozelandês. Nessa relação também há o Vollstedt-Ford 67B, o
carro com que Jimmy andou na Rex Mays 300, no Riverside International Raceway, em novembro de 1967, cinco
meses antes de seu acidente fatal em Hockenheim.
O
camarada Luiz Carlos Dias, que é arqueólogo do
automobilismo foi quem citou esse pouco conhecido monoposto
pilotado por Clark. O terceiro Gigante só o conduziu
uma vez mas ficou uma forte impressão. Nome
conhecido também nos Estados Unidos por sua conquista na
Indy 500 de 1965, Jim Clark desenvolvia sua
carreira nos dois lados do Oceano. Após uma temporada em que
fixara residência na França, tinha uma nova namorada –
Kate Eccles – e estreara um carro promissor, o Lotus 49
com o motor Cosworth DFV V-8.
Jimmy e o Vollsted em Riversid-1967
Havia boas perspectivas
para a temporada de 1968 da Fórmula 1, que
começaria no dia 1º do ano. Até lá, poderia aproveitar para
aumentar seu pé-de- meia participando em outras
competições, no intervalo entre as temporadas.
Lembrem-se que estamos falando de um escocês e naqueles
tempos, um piloto costumava acertar individualmente com os
promotores de uma corrida, o valor de sua
participação. Quanto mais famoso, maior o prêmio de largada e
ninguém era mais famoso que Jim Clark. Assim, em
novembro de 1967, inscreveu-se na prova de Riverside,
para conduzir o carro que Rolla Vollstedt projetara e
construíra em Portland/Oregon. Cale Yarborough já o
pilotara em Indianápolis, mas não completou a prova.
Jimmy, pela primeira vez em muito tempo longe das Lotus,
a princípio desconfiou da performance do
Vollstedt, especialmente devido a uma superfície plana de
alumínio, com borda de arrasto ajustável, instalada em
cima do motor.
Nos treinos porém, o bicampeão
mudou de ideia. Ao fazer o segundo mehor tempo, logo
atrás de Dan Gurney, ficou tão entusiasmado que pensou
que esse recurso poderia ser experimentado na
Lotus/F1.
Jimmy com o Vollsted encara Gurney na Rex May-1967
A prova, de 116 voltas, mostrou um desempenho
inicial muito bom de Jimmy, que ultrapassou o
Eagle-Ford de seu amigo Gurney. Por Vinte e cinco voltas,
Clark sustentou o primeiro lugar, mas ele teve problemas com
uma válvula e abandonou. Sem seu maior adversário,
Daniel disparou para a vitória, fazendo dobradinha da
Eagle com Bobby Unser e um certo Mario Andretti
levando seu Brawner-Ford à terceira colocação.
Jimmy perseguindo George Follmer em Riverside-1967
No final,
outra demonstração de grandeza de Clark: sentindo-se
responsável pela quebra, dizem que pediu desculpas
pessoalmente a todos os membros da equipe, além de ter
passado ao projetista Rolla Vollstedt, sugestões para
melhorias no projeto, que sem dúvida, foram importantes e
permitiram que a equipe do Oregon continuasse sua
trajetória nas pistas até 1976. Com bons resultados, mas jamais
voltou a ter um piloto daquele quilate. Pena...De
volta à Europa, sabe-se que Jimmy levou adiante seu
projeto de testar a inovadora asa traseira, mas parece
que Chapman não gostou e impediu que continuasse, até
dar o braço a torcer, na temporada de 1968. Mas já então,
Clark se tornara uma lenda, correndo apenas na
imaginação daqueles que o admiravam
Caranguejo
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Mais uma vez vou palpitar no texto do amigo e sócio...muitas vezes me emociono ao ler ou escrever alguns textos e este foi um deles, ao escrever "Terceiro Gigante" ele obviamente se refere ao Trio Nuvolari/Fangio/ Clark nossos três heróis que levaram a arte de pilotar ao limite extremo!
Rui Amaral Jr
Certo está o Rui. Os três Gigantes são Tazio Giorgio Nuvolari, Juan Manuel Fangio e Jim Clark. Dia desses alguém perguntou o que eu queria dizer por "Gigantes".
ResponderExcluirGigantes eram, na nossa opinião, pilotos que se destacavam não só pelos resultados e vitórias mas pelos seus feitos incríveis, beirando a sobrenaturalidade, pela marca indelével que deixaram nas pistas e por serem inesquecíveis. Isso os faz Gigantes. Falei.
Caranguejo