Seu Chico, com as mãos no bolso Ettore Beppe, atrás dele Eugeninho Martins e de boné Cacau mecânico por longos anos de "seu" Chico.
Nesta foto Ettore e Cacau conversam com "seu" Chico, atrás do carro com a gola levantada Toni Bianco e de costas acreditamos que Christian "Bino" Heins.
HISTÓRIA & FATOS
MANUEL de TEFFE ///' CHICO LANDI , TONI BIANCO , EUGENIO MARTINS /// O PORQUÊ ///
PRIMEIROS PASSOS de PILOTAGEM ///
GINETTA JUNIOR INGLATERRA 2010 ///
CAMPEONATOS /// VOLKSWAGEN. SUPER V /// PLURIMARCAS ///
MONOMARCAS ///
NASCE UM PARQUE INDUSTRIAL de COMPETIÇÃO
/// FABRICANTES de MOTORES 1 LITRO
FÓRMULA
JUNIOR no BRASIL ---- ANOS
60 .
Segundo PAULO SCALI,
escritor e historiador do automobilismo brasileiro, MANUEL de TEFFE foi quem
convenceu CHICO LANDI ,TÔNI BIANCO e EUGENIO MARTINS a fazerem o FORMULA JUNIOR LANDI/BIANCO e lançar a categoria para
fomentar o nascimento de uma nova geração de pilotos, pois nesta época não eram muitos que tinham condições de
possuírem uma FERRARI ou uma MASERATI e muito mais de manter esses autos em condições de
competir .
A categoria já existia
há época na EUROPA. Regida pela FIA, aceitava qualquer motor de produção de
até 1.1 litro. Portanto teríamos
teoricamente quase as mesmas condições técnicas do velho continente, pois por
aqui tínhamos a VEMAG com seu motor DKW de três cilindros de 1 litro e a WILLYS
OVERLAND com o motor RENAULT GORDINI da
mesma cilindrada .
Entusiasmado com a idéia
de MANUEL de TEFFE, " SEU " CHICO e TÔNI BIANCO fizeram três
monopostos com motor RENAULT GORDINI, sendo
um para a EQUIPE WILLYS para
CHRISTIAN HEINS, outro para OCTAVIANO CURY é um terceiro para ANTONIO CARLOS
SCAVONE. O quarto carro BIRD CLEMENTE comprou,
este com motor DKW que depois passou para a EQUIPE VEMAG, em que MARINHO e BIRD
iam pilotá-lo. Ainda tinha um outro fórmula de JEAN BEGEROUT, sendo que este
não tenho a certeza que fosse um LANDI
ou o próprio BEGEROUT o tivesse fabricado, pois sua aerodinâmica era
diferenciada . Como JEAN era piloto de aviação, pode ser que tenha modificado
sua carroceria, não sei...!!!!!! Além destes autos, LANDI fez mais dois sendo um com motor ALFA ROMEO e
o outro com motor SIMCA. Estes dois carros corriam na categoria MECANICA CONTINENTAL.
Iriam pilotá-los o próprio "" SEU"" CHICO e CELSO LARA BARBERIS e com o motor SIMCA ,
JAYME SILVA. No auto de SCAVONE, após ele ter um acidente no circuito de
ARARAQUARA em uma berlinetta INTERLAGOS
passou este para as mãos de LUÍZ PEREIRA BUENO
já em ARARAQUARA mesmo e depois nos 500 QUILOMETROS de INTERLAGOS em que
eu próprio iria fazer parceria com LUIZ. Mais tarde LUDOVINO PEREZ fez também
algumas corridas com esse carro. Com o passamento de BINO HEINS nas 24 HORAS de
LE MANS, WILSON FITTIPALDI passou a pilotar o monoposto da EQUIPE WILLYS .
OS PORQUÊS da
F. JUNIOR NÃO TER IDO PARA A FRENTE
Realmente uma pena, pois
tinha tudo para dar certo. Houve a bem da verdade uma grande pressão dos
pilotos da MECANICA CONTINENTAL, que eram em sua maioria os carros chamados de
"""" baratinhas """ com motores adaptados.
Está claro que os F. JUNIORS com suspensões mais modernas, autos mais leves e
ágeis estavam incomodando e não pouco...!!!!! Os cartolas, por sua parte, não
souberam fazer corridas específicas para
esta categoria. Se o tivessem feito com certeza que o rumo teria sido outro
pois mais pilotos começavam a ficar interessados. Mas largando todos juntos ficava
difícil. Está claro que os próprios carros LANDI ainda tinham muito campo para se desenvolverem,
mas mesmo como se encontravam eram uma """" pedra no sapato
""" da CONTINENTAL. Além dessa pressão houve o acidente com o CELSO LARA BARBERIS. A bem da verdade
uma disputa de pista que acabou muito mal. Talvez aí "" SEU
""" CHICO tenha se
desanimado em continuar com o projeto acrescido com a pressão da categoria CONTINENTAL e com a falta de visão dos cartolas da época
seu final estava declarado .......!!!!!!!!
Vejam bem , alguns anos mais tarde foi lançada a FORMULA V, com motores
VOLKSWAGEN 1.2 e posteriormente 1.3 .
Sem duvida carros bem menos competitivos dos que os F. JUNIORS. Em um comparativo pelo anel
externo de INTERLAGOS, enquanto um F. V
virava em 1'30"/1'28" os JUNIORS
anos antes com motor GORDINI 1.0 andavam em 1'16"/1'17" e os
da VEMAG próximo a 1' 10" .......!!!!!!!
Ludovino Perez larga para os 500 KM de Interlagos de 1965. Com motor Gordini de 1.000cc larga à frente de vários Mecânica Continental para chegar no oitavo lugar.
O Willys-Gávea, Formula 3 com motor de 1.100cc
O Willys-Gávea, Formula 3 com motor de 1.100cc
PRIMEIROS PASSOS
PARA SABER da ARTE de PILOTAR
UM CARRO de CORRIDA
A receita tem que passar
necessariamente por motores de pouca potência, pneus STREET de perfil alto, sem
apêndices aerodinâmicos, mas com o mesmo peso potência de um KART para os dias
de hoje. Nos anos 60 isso se traduzia
nos autos RENAULT GORDINI de 850 CC com """" 40HP de EMOCAO
""""" segundo a propaganda """, como se
dizia à época ......!!!!!!! Se você
andasse muito forte o motor """"" caia no chão
"""", pois não se tinha potência suficiente para te tirar
da """ entortada"""", anda-se que nem uma
"""" pata choca"""", não ia virar tempo
então andava- se naquele limite tênue para se virar um ótimo tempo. Dai
nasceram LUIZ PEREIRA BUENO, CARLOS PACE, CAROL FIGUEIREDO e todos da EQUIPE
WILLYS dispensando apresentações. Confrontando essa escola de pouca potência,
pneus finos e autos difíceis de se pilotar adequadamente com a outra de grande
potência, tenho um episódio a demonstrar acontecido à época na EQUIPE WILLYS:
1500
QUILOMETROS de INTERLAGOS, o auto era uma CARRETERA GORDINI, motor de 1.0 litro
traseiro mas colocado entre os eixos com um câmbio COLOTTI. GRECCO convidou um
piloto acostumado com as carreteiras com motores CHEVROLET CORVETTE. CARLOS
PACE e eu nunca havíamos pilotado essa CARRETERA GORDINI. Nos mandaram para que
chegássemos a INTERLAGOS no final da tarde. O piloto convidado, treinou praticamente
o dia inteiro, virando em sua melhor volta em 4'26". Quando chegamos
GRECCO pediu para eu ser o primeiro a sair para experimentar o carro. Na minha
segunda volta virei em 4' 18" 5"' e MOCO também em sua segunda volta baixou esse meu
tempo para 4' 17" 6"'. O piloto convidado , ficou tão desesperado que
na sua última saída piorou o seu próprio tempo , virando em 4' 28" e
alguns quebrados ......!!!!!! Isto foi um fato inconteste, sobre uma escola em
relação à outra...!!!
OUTRO FATO ESTE RECENTE...:
CATEGORIAS GINETTA JUNIOR
INGLATERRA/2010 - GINETTA G 40/GINETTA CARS FACTORY
A bela briga das Ginetta
Marcos Lameirão e a G40 projetada por ele.
A bela briga das Ginetta
Marcos Lameirão e a G40 projetada por ele.
O GINETTA G 40 é um carro GT com
um motor FORD de 4 cilindros de 180 CVs. A fábrica, resolveu reescalonar esse
mesmo auto para uma categoria de jovens de 13/14 anos recém saídos do KART. Sua potência foi
reduzida para 100 CVs por meio de uma flange na admissão, pneus STREET finos,
sem apêndices aerodinâmicos, a meu ver esse GINETTA é uma reencarnação dos
RENAULT GORDINIs da nossa época, no quesito
de pilotagem. O resultado está sendo fantástico, nascendo ótimos pilotos dessa
GINETTA JUNIOR. Saindo depois para outras categorias como a LE MANS SERIE, a
FÓRMULA 3, em que até a McLAREN TEAM de FORMULA 1 assinou um contrato para
bancar a carreira de um jovem nascido e saído dessa categoria, LAUDO NORRIS.
Como veem , bateu no que venho dizendo a alguns anos ......!!!!!! Aqui no
BRASIL , me dizem que os pais dos pilotos , falam que se o auto não tiver pneus
largos e aerofolios , seus filhos não vão andar , pois isso
"""" não 'é um carro de
corrida""""....!!!!!!!!! Acontece que 99,99 % dos pais ,
não entendem nada sobre esse assunto .
CAMPEONATOS
Os REGIONAIS devem ser
fortes, esse é o rumo a ser seguido. O
item viagens em terras tupiniquins, quebra qualquer orçamento. O BRASILEIRO,
poderia ser igual ao que o KART já faz, em sorteando uma pista, em um final de
semana se realiza o campeonato. Sem mais! Com isso, muitos mais pilotos
correrão durante o ano, sem dúvida alguma. A escolha dos cinco melhores pilotos
por temporada é extremamente importante. Desses cinco alguns poderão ter mais
sorte do que outros em sua carreira mas assim é a vida . Não é bom se apostar
em um único piloto, aí é deveras arriscado no meu modo de entender ......!!!!!!
VOLKSWAGEN SUPER V
Chico vencendo com o Polar construído por Ricardo e com o bico feito por Toni Bianco.
Quando ao chamado
para uma primeira reunião da VOLKSWAGEN do BRASIL no começo de 1973 na ALA-ZERO,
praticamente todo o pessoal do metier de corrida estava presente e curiosos estávamos, pois nunca esta grande
fábrica havia se pronunciado a favor do automobilismo de competição.
Extremamente organizados, sob a batuta de seu presidente SAUER, seu diretor
FLAUMER e seus assistentes OTTO KUTNER e STEFANO CAMPHILIA nos apresentaram um
regulamento igual ao do campeonato EUROPEU da categoria VOLKSWAGEN SUPER V, em
que até já tinham uma data para a primeira corrida, que seria realizada ao
justo de um ano. O regulamento era bem simples:
CILINDRADA de até 1600 CC, com dois carburadores de duplo corpo de 40 mm.
CHASSIS de concepção livre como também sua procedência também, mas fabricado no BRASIL. Em um
primeiro momento se importou um ASTRO- KAIMAN, que detinha em seu cartão de
visitas oito campeonatos EUROPEUS ganhos. Nessa mesma reunião o piloto RICARDO
ACHCAR anunciou que iria desenhar e fabricar um seu monoposto, o POLAR. Seus
três primeiros fregueses foram BIJU RANGEL, NELSON PIKET ( à época com K mesmo )
e...eu. Seguindo RICARDO, os irmãos FERREIRINHA, HERCULANO e ANTONIO seguiram a
mesma linha com um projeto nacional, o HEVE.
NASCE um PARQUE INDUSTRIAL de COMPETIÇÃO
A base de um automobilismo
saudável , 'é ter um parque industrial forte , com o maior número de empresas
atuando no setor . """" VÍDE""" como sempre
a INGLATERRA , grande referência mundial deste parque , em que a alguns anos
atrás , 5 % de seu PIB era provenientes do automobilismo de competição
.......!!!!!!!! Com uma mentalidade extremamente aberta, a VOLKSWAGEN do BRASIL
fez questão que na parte de chassis houvesse o maior número de fabricantes
possível , igual aos modos europeus, pois com isso haveria mais empregos com
mais pessoas voltadas e concentradas para o mesmo prisma , a competição , o que
refletia além do trabalho , em um aprimoramento de componentes para a própria
fábrica , além de um marketing
tecnológico /// esportivo natural . Chegou- se a ter em certo momento ,
motores com preparação BR de até 150 CVs. Os números da SUPER V como categoria , 'a data de 1974 em diante
, foram deveras muito fortes . Começando
em sua primeira corrida com oito autos , com dois anos de existência , teve- se
grids de 44 carros . A uma média de 8 pessoas a trabalhar diretamente em cada
equipe , chega- se a 360 empregos em que contando com seus dependentes chegará-
se a quase 1500 pessoas . Sem contar as pequenas firmas de componentes como
tanques de óleo , escapamentos uma
infinidade de peças .....!!!!!! Somente a POLAR chegou a fabricar 88 SUPER Vs . Dos fabricantes dos autos , a
ASTRO KAIMAN foi a primeira a se
apresentar para quase em sequência a POLAR , a HEVE , o AVALLONE este com um
projeto inglês o SUPER NOVA. Destacadamente a POLAR de RICARDO ACHCAR dominou a
categoria com um projeto completamente
BR, vencendo os campeonatos de 74/75/76/77/78, tanto PAULISTA como BRASILEIRO.
Foi sem dúvida alguma a época de ouro do automobilismo tupiniquim, pouco valorizado pela imprensa
dita especializada.....!!!!!! Simplesmente batemos o AUSTRO-KAIMMAN que detinha oito campeonatos europeus ganhos, que pilotos famosos como NIKI LAUDA e
KEKE ROSBERG pilotaram. Época em que se punha a """" cara
para bater"""" em que ninguém se """ escondia””” protegido de sua “””MONOMARCA"""".
Em todas estas atuais, quem pode garantir que seus carros são bons ou mesmo
razoáveis, se estes não tem a concorrência de outras idéias...?????? Entramos
com isso em uma estagnação técnica atroz. Há, diga se, mas a PLURIMARCAS
encarece. Grande erro em se afirmar isso, pois basta saber-se fazer um
regulamento simples mas inteligente, com medidas MINIMAS & MAXIMAS em que
os fabricantes terão uma ou no máximo duas """ janelas
"""" de desenvolvimento por ano e com um preço máximo
estipulado por cada """ janela"""
PARQUE INDUSTRIAL BRASILEIRO de
MOTORES de 1 LITRO
FIAT /// FORD /// VOLKSWAGEN ///
CHEVROLET /// RENAULT /// HINDAY
KIA /// NISSAN /// SMART /// HAFFEI /// CHERY
O Formula Junior que Chico projetou e constrói em sua oficina, o começo da nova categoria.
Imaginem os amigos, uma FORMULA
JUNIOR com todos esses motores, que """ propaganda
""" não se faria...??????
E que bela categoria, hein...?????
RUI, grande abraço e obrigado pela oportunidade, desculpe pelo papiro...!!!!!!!!!!
Abraço amigo a todos, Chico Lameirão.
________________________________________
Caro Chico, você bem sabe que a casa aqui é sua, o "papiro" que não é tão extenso, mostra bem sua ideia e principalmente sua vontade de fazer nosso automobilismos outra vez competitivo.
Peço aos amigos que considerem algum erro que cometi na transcrição do texto e aproveito para mandar meu abração para tantos amigos aqui citados, Ricardo, Bird, Biju Rangel e tantos outros e a você Chico.
Rui Amaral Jr
NT: Já que outra vez me intrometi no texto do Chico não poderia deixar de citar aqui outro amigo que batalha muito para trazer novamente as disputas às nossas pista, um abração Zullino.
NT: Já que outra vez me intrometi no texto do Chico não poderia deixar de citar aqui outro amigo que batalha muito para trazer novamente as disputas às nossas pista, um abração Zullino.
O carro do Jean é anterior aos Landi Bianco, mas serviu de base e foi construído na mesma fábrica. A fábrica de móveis de cozinha do José Gimenez Lopes.
ResponderExcluirLamentavelmente, a cabeça de piloto e pai de piloto abriga cérebros de ervilha e teimam em querer pneus slicks e aerofólios. Pobres metidos, quem quer correr de carro assim que abra o bolso. Uma corrida de Formula Vee sai por R$ 2.000,00 se o piloto for dono do carro e ensina muito. Pneu slick e aerfólio ensina para quem já sabe.
- Excelente !!!
ResponderExcluirValeu Nino, um abração!
ExcluirApaixonante texto que deixa saudades e uma sensacao de respeito pela memória real dos fatos e dos nomes com quem tivemos a graça de compartilhar em busca final de um Brasil talvez um pouco maior
ResponderExcluirMeu caro amigo, vc é sem dúvida alguma uma parte importante desta história, como grande piloto e construtor, um baita abração.
ExcluirFico preocupado em que não se dê a dimensão que as coisas têm.
ResponderExcluirEssa 'conversa' aqui no Histórias é muito séria, coisa de gente grande: assunto para o Ministério da Indústria e Comércio (hoje MDIC), Ministério da Ciência e Inovação (hoje MCTI), coisa para planos plurianuais de inovação, pesquisa científica e desenvolvimento da indústria brasileira.
Lameirão, ali no 'post', Ricardo Achcar nos comentários, são gente que faz falta. Lameirão é um visionário do que seria um plano de promoção de inovação e desenvolvimento industrial lastreado em automobilismo de competição: uma simbiose entre a nossa paixão por carros de corrida e a oportunidade de inovação e desenvolvimento industrial que faz tanta falta ao Brasil (na verdade, depois da China, faz falta até aos EUA).
E o Achcar, que pode falar de boca cheia: ele é um construtor campeão. Às vezes a gente não se dá conta da falta que faz a pequena indústria, mas ela é crucial para o país se desenvolver. Ricardo Achcar, mega - fera nas pistas, foi um industrial de automóveis de competição brasileiro.
Por isso peço licença ao Rui para registrar minha opinião: aqui no Histórias, está-se falando de coisa séria, como política industrial, política de inovação, com muita propriedade e de forma visionária.
Valeu!
Correto Walter, corretíssimo!
ExcluirObrigado pelos elogios, vou transmitir ao Chico e ao Ricardo.