quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O FILHO DO JOALHEIRO

Formula 3.
Tecno F2.

Albert François Cevert Goldenberg era o filho de um joalheiro parisiense de nome Charles, que na certa contava que um dia seu filho optasse pela carreira de concertista, pois era exímio pianista ou mesmo quisesse seguir seus passos nos negócios. O jovem Albert porém, tinha planos diferentes. Gostava da velocidade e envolveu-se em suas primeiras corridas com a Vespa de sua mãe, trocando depois por uma Laverda 750S. Para ele o grande atrativo contudo, eram as corridas de carros e logo Albert estava se inscrevendo na Escola de Pilotagem de Le Mans, concluído o serviço militar. Já contava com vinte e dois verões, mas eram outros tempos e os pilotos começavam suas carreiras depois de “homens feitos”. Ao participar do Volante Shell, é escolhido o melhor e como prêmio, ganha um chassi Alpine para uma temporada no Campeonato Francês de F3. Carro pouco competitivo e sem grandes recursos, apesar de sua família abastada, não consegue bons resultados até livrar-se do Alpine trocando-o por um Tecno.
1970, Rouen briga com Peterson na F2.
1971, F2, Peterson e Cevert. 

Em 1968 vence o campeonato francês e recebe o convite para integrar a equipe na Fórmula 2, a partir da temporada seguinte. Correndo contra pilotos mais experientes, conhece aquele que será o seu mentor e futuro companheiro de equipe, o escocês Jackie Stewart. Jackie fica impressionado com a condução de Cevert, em uma prova extra-campeonato em Crystal Palace. Stewart não esqueceria de recomendá-lo para seu chefe de equipe, Ken Tyrrell e assim, quando em 1970 o também francês Johnny Servoz Gavin abandona as pistas, é substituído por François Cevert. Versátil, nas quatro temporadas que teria pela frente, o filho do joalheiro impressiona ao comando de carros diferentes, como o March Fórmula 2 ou o McLaren Chevrolet CAN-AM.





 No Mundial de Marcas ajudará a Matra Simca a vencer o campeonato de 73 e na F1, aprende muito com Stewart. Aprendiz obediente, espera a aposentadoria do mestre enquanto vai chamando a atenção pelos resultados. Vence o GP dos Estados Unidos de 1971 e na temporada de 1973, faz três dobradinhas com Jackie e tem grande participação na conquista do tricampeonato do Vesgo. Em outubro, ele está considerando-se apto para liderar o time. Está tão confiante que discorda de Stewart sobre qual a melhor marcha a ser utilizada nos “esses” de Watkins Glen. Jackie achava mais sensato usar a 5ª marcha, mas François preferia fazer em 4ª e “pé cravado”. Desde os treinos de sexta-feira, o piloto francês vinha brigando com Ronnie Peterson pela pole position. No sábado, próximo do meio dia, faz mais uma tentativa de melhorar seu tempo, mas nos esses, perde o controle. Bate no guard-rail da direita e é jogado para a barreira do lado esquerdo, virado e deslizando por cima da afiada lâmina. E o filho do joalheiro morreu. Desolado, seu mestre Stewart, decide antecipar o final de sua carreira e não participa do GP; para os demais pilotos, seus amigos e adversários, uma tragédia; para os torcedores, mais um ato terrível em um ano repleto de desastres e que tomaram as vidas de Gerry Birrell e Roger Williamson e especialmente doloroso para os torcedores gaúchos, que quinze dias mais tarde, choraram as mortes de Ivan Iglesias e Pedro Carneiro Pereira em uma prova regional de Divisão 3 em Tarumã.


4 comentários:

  1. Muito bom o artigo, era um ídolo para todos os da minha geração.
    Abraço
    Domingos

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  2. Rui, nosso amigo Joel teve um contato com François Cévert, acho que em 1973 durante o GP Brasil de F1 em Interlagos...
    Eu já sei dessa história mas seria interessante que os amigos também soubessem.
    A F1 era assim.

    Um abraço!

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  3. Rui, muito bom ótimo post e também ótimas imagens.

    Cevert também correu na Can Am,vou enviar uma foto do carro.

    abs.

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  4. Fabiani C Gargioni #278 de outubro de 2011 às 15:17

    Grande Rui,aqui em TARUMÃ o acidente com Pereira e Iglesias foi na reta dos boxes com os opalas se batendo e pegando fogo,coisa muito triste!!!

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Rui Amaral Jr