Neste Papai Noel que meu pai
recebeu em 1957 de funcionários das Cestas está escrito “À Rui Amaral Lemos, Papai
Noel feliz de um milhão de brasileiros”. Francisco é meu filho.
Meus amigos, nesta fase
conturbada que o mundo passa minha vontade de escrever ficou um pouco de lado, assim
como a do Caranguejo e outros amigos, logo ela volta.
Ontem ainda em longuíssimo papo
com o Caranguejo sobre a carreira de Mauro Forghieri, que nos deixou há pouco, combinamos
escrever sobre ele, até porque meu amigo Walter enviou-me uma belíssima
entrevista em que ele fala de sua relação com Enzo e sobre sua carreira.
Vocês hão de estranhar as fotos e
o texto abaixo, foi uma deliciosa homenagem de meu amigo Reinaldo, postada em inúmeros
grupos do Facebook e outros, à criação de meus pais Rui e Arinda Amaral Lemos
que levou alegria e um Natal Feliz a muitos milhões de brasileiros.
E é com esse espirito de um delicioso tempo
feliz que nós, Caranguejo, Francis, Chico, Gabriel, Cuca, Carlos, Fabiano,
Graziela, desejamos de coração a vocês um harmonioso Natal e um Feliz 2023.
Rui Amaral Jr
“SEU NATAL É MAIS NATAL, COM AS
CESTAS AMARAL. CESTA DE NATAL AMARAL, FAZ UM NATAL SEM IGUAL”.
Estamos na Vila do Coração na
primeira metade dos anos 60, são por volta de 18:00 de um dia do mês de
dezembro e uma caminhonete da Anderson Clayton do Brasil (1934), acaba de
estacionar em frente à casa de Menino Reinaldo.
Dela saltam meu Pai, Alexandre Domingos
(1937-2021) e o motorista, carregando uma cesta de vime. Meu Pai, com 1,78 de
altura e 85 quilos era um homem forte, mas mesmo assim precisava de ajuda para
trazer para casa a inacreditável Cesta de Natal Amaral. Pasme!
As cestas eram feitas de vime.
Nelas vinham, os tradicionais quitutes de natal como figo seco, damasco, uva
passas, nozes, castanhas, amêndoas, panetone, Champagne, vinho, queijo gouda em
lata, pêssego em calda, presunto defumado, totalizando quase 40 itens, a
maioria deles importados.
A cesta ainda vinha com um brinde
para as crianças, como boneco de plástico Gigante Amaral, Papai Noel, Boneca
Emília, Pelé, o herói do espaço, etc.
A Cesta era tão grande, que
vazia, servia para brincar de carrinho ou nave espacial com meu mais novo, Gilberto
Domingos.
Aqui na Zona Oeste da Capital,
empresas como Anderson Clayton, Gessy Lever, Refinações de Milho Brazil,
Sofunge, Klabin, dentre muitas outras, ofereciam essas cestas mágicas de Natal
aos funcionários e quando elas chegavam, as crianças gritavam, pulavam e tinham
a certeza absoluta de que a felicidade não era apenas um estado imaginário!
Fundada em 1945 pelo empresário
Rui Amaral Lemos, a Empresa foi a pioneira no ramo de empacotamento de
alimentos para venda ao consumidor. No começo dos anos 50 a Amaral se agigantou
com a aquisição da Indústria Mandiopã de propriedade da Chiavone.
A Empresa Amaral não poderia ser
mais Paulistana, tanto que foi instalada no Bairro da Italianíssima Mooca e em
1953, decidiu criar as “cestas de natal”, conhecidas como “Cestas de Natal
Amaral”, em que o consumidor pagava um carnê, conhecido como “Carnê da Fortuna”
para recebê-la no final do ano. Além da cesta, os consumidores ainda concorriam
a prêmios como eletrodoméstico, casas e carros.
E agora, Menino Reinaldo quer
saber: Que Lembranças você tem das Cestas de Natal Amaral?
Menino Reinaldo – dezembro de
2022
VILA JAGUARA – DISTRITO DA LAPA –
ZONA OESTE – CAPITAL – SÃO PAULO.
ESPECIAL DE NATAL VILA DO
CORAÇÃO.
Reinaldo Domingos”
Algumas considerações:
Em primeiro lugar agradeço de
coração ao Reinaldo pela consideração e carinho.
No primeiro ano das Cestas eu
tinha dois anos, essa empresa foi fechada por meu pai em 1967, sim fechada por
motivos que prefiro não revelar. Em alguns comentários maledicentes pessoas
dizem que faliu, mentira, meu pai fechou, pagou todos fornecedores e
funcionário e os imóveis ficaram em posse da família. A Cestas vieram calcadas
na experiencia de meus pais no ramo alimentício, sendo que nossos Alimentos
Selecionados Amaral continuaram existindo até os anos oitenta.
De vinte ou trinta mil Cestas no
primeiro ano, a partir de 1960 mais de um milhão delas eram vendidas e
entregues por ano. Da primeira casa sorteada em 1955, chegamos a sortear e
entregar mais de cento e vinte por ano. Milhares foram os carros, geladeiras,
bicicletas e outros eletrodomésticos.
Nunca usei nas pistas nenhuma das
marcas que tínhamos.
Muitas dessas fotos que o
Reinaldo usou são do extenso arquivo e documentos que possuo, usei neste post
as mesmas que ele.
Quase sessenta anos depois no
fechamento ainda recebo muitos comentários carinhosos de muitas pessoas.
Por fim agradeço grandemente a
Deus por abrilhantar a mente de meus pais que levou a tantos milhões a
felicidade de um Natal feliz.
Rui
Fantástico texto, eu não conhecia as cestas Amaral, muito menos a história da marca. É estranho a sensação de ter saudades de uma época em que eu não vivi. Só de ver as fotos e ler o texto, me bate uma vontade de ter visto e vivido no Brasil daqueles anos.
ResponderExcluirDiferente, tudo mais simples, verdadeiro. Obrigado pelo comentário, Feliz Natal, um abraço.
ResponderExcluirCestas de Natal: parece uma idéia banal, mas é um sucesso, uma grande alegria. Me alegra muito saber dessa grande sacada da família Amaral.
ResponderExcluirA prova está aí: 60 anos depois! Só sucesso.
Antes com alimentos e agora nos alimentando com Histórias, seguem os Amaral nos trazendo alegrias.
Obrigado ao Rui por compartilhar o seu conhecimento e os dos seus parceiros: Feliz Natal, Rui Amaral!
Obrigado a vc meu amigo, sempre nos incentivando, Feliz Natal e um Super 2023,
ExcluirForte abraço
Rui