terça-feira, 13 de julho de 2021

Pedro por Ronaldo Nazar...

 

Largada - Pedro e logo atrás o 917 Spyder de Jurgen Neuhaus.


 Há 50 anos o automobilismo perdia um de seus expoentes. O mexicano Pedro Rodriguez, veio a falecer devido a um acidente durante a disputa das 200 milhas de Nuremberg, no circuito de Norisring.

Antes da largada.
Botina embaixo.
BRM P154 CanAm & Interséries.


 A corrida fazia parte do recém criado campeonato Europeu Interséries. Rodriguez era a maior atração da corrida. Inicialmente estava inscrito com uma BRM protótipo, carro que ele mesmo havia desenvolvido para a série Can Am de 1970.

Como o motor da BRM quebrou, Rodriguez trocou a BRM por uma Ferrari 512 M, que tantas vezes derrotou no Mundial de Marcas. O carro pertencia ao suíço Herbert Muller. Rodriguez marcou o 2º tempo. Largou na ponta e no seu estilo peculiar, imprimiu um ritmo alucinante, a ponto de já na 10ª volta, começar a colocar volta nos retardatários.

Quando Rodriguez aproximou-se de um Porsche 910 conduzido pelo até então desconhecido piloto alemão Kurt Hild, que era um industrial de Munique  e nos moldes de hoje em dia seria um "gentleman drive", nome cordial dado aos pesudopilotos endinheirados, que correm junto aos profissionais para ter uma história para contar.




 Tudo ocorreu na 12ª volta. Kurt Hild ignorou a bandeira azul que é acenada para você dar passagem para carros mais rápidos, e foi para o lado esquerdo da pista onde vinha a cerca de 70 km mais rápido, a Ferrari de Pedro Rodriguez. A colisão foi inevitável. Rodriguez tentou desviar ao pisar no freio e jogar a Ferrari para a esquerda. infelizmente a Ferrari derrapou para o lado direito e saiu da pista. Em seguida bateu na lateral do Porsche 917 de Leo Kinnunen (parceiro de tantas corridas de Pedro Rodriguez), foi de encontro aos guard rails e um muro de proteção. O carro explodiu, incendiando-se. Rodriguez teve fratura craniana e diversas queimaduras no corpo. Ele foi socorrido rapidamente pelos padrões da época. Ainda foi levado com vida para o hospital, vindo a ser declarado morto 2 horas depois do ocorrido. Pedro tinha 31 anos, acabara de dar à Porsche o seu 3º título do Mundial de Marcas consecutivo. Ele era tido ao lado do suíço Jo Siffert como o grande piloto de esporte protótipos dos últimos anos.

Pedro e Siffer.
Com o 917 
Com o GT-40 em Le Mans.
Com Lucien Bianchi após a bandeirada.
Com o 917 - 1971 Vitória nas 24 Horas de Daytona com Jackie Oliver.

Pedro Rodriguez 1000 km Nurburgring 1970 com o GULF Porsche 908/3, seguido do companheiro de equipe Jo Siffert. Em 3° vem John Surtees na Ferrari 512 S seguido de Vic Eldord no Porsche 908/3, Rolf Stommelen na Alfa Romeo T33 e Jacky Ickx na Ferrari 512S. Rodriguez sempre andando na frente . Mexicano era nervoso!

1.000 Km de Nurburgring 1969 - Pedro dividiu a tocada da Ferrari n312P com Chris Amon.
Bandeira de chegada para a 2^ e última vitória em SPA 1970.
Cooper T81 - 
1967 - Kyalami GP da África do Sul. Pedro Rodriguez vence pela 1^ vez na F1. Essa foi a última vitória da equipe Cooper na categoria.
GP da Holanda Zandvoort 1971. Pedro Rodriguez duelando com o belga Jacky Ickx. Pedro foi o 2° colocado . Seu último pódio na F1. Ickx venceu.
Canada - Pedro, Amon e Cevert.

 Se a carreira no mundial de protótipos , simplesmente decolou , depois da vitória nas 24 horas de Le Mans 1968, pilotando um Ford GT 40 ao lado de Lucien Bianchi, vitória essa que foi a primeira de John Wyer e da fabulosa equipe Gulf no autódromo francês, na fórmula 1 Pedro Rodriguez só obteve 2 vitórias . A 1ª em Kyalami na abertura da temporada de 1967 pilotando uma Cooper T81, vitória essa que foi a última do time de John Cooper. Depois em 1970 Pedro obteve a sua 2ª e última vitória no mundial de F1 em SPA Francorchamps, com uma BRM, depois de um duelo titânico com o neozelandês Chris Amon com um March. O grande desejo de Pedro Rodriguez era ser campeão mundial de fórmula 1. E estava brigando muito nesse início de temporada de 1971, com a sua nova BRM P160 rendendo muito bem, a ponto de o mexicano ter ganho uma corrida extracampeonato em Oulton Park no início do ano.


Aos 31 anos Pedro estava no auge da forma. Infelizmente sua carreira, foi prematuramente abortada, por um piloto inexperiente. Assim o México perdia os 2 irmãos Rodriguez, já que o irmão mais novo, Ricardo Rodriguez faleceu durante os treinos para o GP do México de 1962, nove anos antes. O autódromo mexicano onde é disputado as principais corridas, entre elas o GP de fórmula 1, passou a chamar-se "Hermanos Rodriguez" em homenagem aos irmãos tragicamente desaparecidos.


Pedro e Ricardo.


Ronaldo Nazar


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 por Caranguejo - Carlos Henrique Mércio



4 comentários:

  1. Eu tinha dez anos, adorava automobilismo e acostumei ver pilotos morrendo, um atrás do outro.

    Pedro Rodrigues fez falta, era uma fera dos protótipos e, junto com Siffert, sofria com as limitações da BRM, NA f1.

    Foram tantas mortes bestas, um desperdício assustador.

    Bacana lembrar de ás mexicano.

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    1. Verdade Walter, o esporte sempre foi violento, tantas mortes, as de Pedro e seu irmão Ricardo foram traumáticas, aliás como tantas outras.

      Um abraço

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  2. Ronaldo, excelente texto, só não concordo com os “pseudos pilotos”. Há muito mais amadores do que profissionais no mundo das corridas. O diretor da prova tem que chamar a atenção para todas as diferenças entre carros e pilotos no briefing! É ele que tem que prever todas as situações de perigo, e se os pilotos menos experientes não podem correr correr com os profissionais, isso deve constar no regulamento particular da prova. Não me leve a mal, sou seu fã! Abraço grande!

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    1. Obrigado pelo comentário Carlos, vou enviar ao Ronaldão.
      Vou escrever sobre o tema, tempos atrás escrevi sobre a norte de Jô Bonnier também vitima de um amador....

      Abraço

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