Largada - Pedro e logo atrás o 917 Spyder de Jurgen Neuhaus.
Há 50 anos o
automobilismo perdia um de seus expoentes. O mexicano Pedro Rodriguez, veio a
falecer devido a um acidente durante a disputa das 200 milhas de Nuremberg, no
circuito de Norisring.
Antes da largada.
Botina embaixo.BRM P154 CanAm & Interséries.
A corrida fazia parte
do recém criado campeonato Europeu Interséries. Rodriguez era a maior atração
da corrida. Inicialmente estava inscrito com uma BRM protótipo, carro que ele
mesmo havia desenvolvido para a série Can Am de 1970.
Como o motor da BRM
quebrou, Rodriguez trocou a BRM por uma Ferrari 512 M, que tantas vezes
derrotou no Mundial de Marcas. O carro pertencia ao suíço Herbert Muller.
Rodriguez marcou o 2º tempo. Largou na ponta e no seu estilo peculiar, imprimiu
um ritmo alucinante, a ponto de já na 10ª volta, começar a colocar volta nos
retardatários.
Quando Rodriguez
aproximou-se de um Porsche 910 conduzido pelo até então desconhecido piloto
alemão Kurt Hild, que era um industrial de Munique e nos moldes de hoje em dia seria um
"gentleman drive", nome cordial dado aos pesudopilotos endinheirados,
que correm junto aos profissionais para ter uma história para contar.
Tudo ocorreu na 12ª
volta. Kurt Hild ignorou a bandeira azul que é acenada para você dar passagem
para carros mais rápidos, e foi para o lado esquerdo da pista onde vinha a
cerca de 70 km mais rápido, a Ferrari de Pedro Rodriguez. A colisão foi
inevitável. Rodriguez tentou desviar ao pisar no freio e jogar a Ferrari para a
esquerda. infelizmente a Ferrari derrapou para o lado direito e saiu da pista.
Em seguida bateu na lateral do Porsche 917 de Leo Kinnunen (parceiro de tantas
corridas de Pedro Rodriguez), foi de encontro aos guard rails e um muro de
proteção. O carro explodiu, incendiando-se. Rodriguez teve fratura craniana e
diversas queimaduras no corpo. Ele foi socorrido rapidamente pelos padrões da
época. Ainda foi levado com vida para o hospital, vindo a ser declarado morto 2
horas depois do ocorrido. Pedro tinha 31 anos, acabara de dar à Porsche o seu
3º título do Mundial de Marcas consecutivo. Ele era tido ao lado do suíço Jo
Siffert como o grande piloto de esporte protótipos dos últimos anos.
Com Lucien Bianchi após a bandeirada.
Com o 917 - 1971 Vitória nas 24 Horas de Daytona com Jackie Oliver.
Pedro Rodriguez 1000 km
Nurburgring 1970 com o GULF Porsche 908/3, seguido do companheiro de equipe Jo
Siffert. Em 3° vem John Surtees na Ferrari 512 S seguido de Vic Eldord no
Porsche 908/3, Rolf Stommelen na Alfa Romeo T33 e Jacky Ickx na Ferrari
512S. Rodriguez sempre andando na frente . Mexicano era nervoso!
1.000 Km de Nurburgring 1969 - Pedro dividiu a tocada da Ferrari n312P com Chris Amon.
Bandeira de chegada
para a 2^ e última vitória em SPA 1970.
Cooper T81 - 1967 - Kyalami GP da
África do Sul. Pedro Rodriguez vence pela 1^ vez na F1. Essa foi a última
vitória da equipe Cooper na categoria. GP da Holanda Zandvoort
1971. Pedro Rodriguez duelando com o belga Jacky Ickx. Pedro foi o 2° colocado
. Seu último pódio na F1. Ickx venceu.
Canada - Pedro, Amon e Cevert.
Se a carreira no
mundial de protótipos , simplesmente decolou , depois da vitória nas 24 horas
de Le Mans 1968, pilotando um Ford GT 40 ao lado de Lucien Bianchi, vitória
essa que foi a primeira de John Wyer e da fabulosa equipe Gulf no autódromo
francês, na fórmula 1 Pedro Rodriguez só obteve 2 vitórias . A 1ª em Kyalami na
abertura da temporada de 1967 pilotando uma Cooper T81, vitória essa que foi a
última do time de John Cooper. Depois em 1970 Pedro obteve a sua 2ª e última
vitória no mundial de F1 em SPA Francorchamps, com uma BRM, depois de um duelo
titânico com o neozelandês Chris Amon com um March. O grande desejo de Pedro
Rodriguez era ser campeão mundial de fórmula 1. E estava brigando muito nesse
início de temporada de 1971, com a sua nova BRM P160 rendendo muito bem, a
ponto de o mexicano ter ganho uma corrida extracampeonato em Oulton Park no
início do ano.
Aos 31 anos Pedro
estava no auge da forma. Infelizmente sua carreira, foi prematuramente
abortada, por um piloto inexperiente. Assim o México perdia os 2 irmãos
Rodriguez, já que o irmão mais novo, Ricardo Rodriguez faleceu durante os
treinos para o GP do México de 1962, nove anos antes. O autódromo mexicano onde
é disputado as principais corridas, entre elas o GP de fórmula 1, passou a
chamar-se "Hermanos Rodriguez" em homenagem aos irmãos tragicamente
desaparecidos.
Pedro e Ricardo.
Ronaldo Nazar
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por Caranguejo - Carlos Henrique Mércio
Eu tinha dez anos, adorava automobilismo e acostumei ver pilotos morrendo, um atrás do outro.
ResponderExcluirPedro Rodrigues fez falta, era uma fera dos protótipos e, junto com Siffert, sofria com as limitações da BRM, NA f1.
Foram tantas mortes bestas, um desperdício assustador.
Bacana lembrar de ás mexicano.
Verdade Walter, o esporte sempre foi violento, tantas mortes, as de Pedro e seu irmão Ricardo foram traumáticas, aliás como tantas outras.
ExcluirUm abraço
Ronaldo, excelente texto, só não concordo com os “pseudos pilotos”. Há muito mais amadores do que profissionais no mundo das corridas. O diretor da prova tem que chamar a atenção para todas as diferenças entre carros e pilotos no briefing! É ele que tem que prever todas as situações de perigo, e se os pilotos menos experientes não podem correr correr com os profissionais, isso deve constar no regulamento particular da prova. Não me leve a mal, sou seu fã! Abraço grande!
ResponderExcluirObrigado pelo comentário Carlos, vou enviar ao Ronaldão.
ExcluirVou escrever sobre o tema, tempos atrás escrevi sobre a norte de Jô Bonnier também vitima de um amador....
Abraço