Chico chega triunfalmente!
II GP de Bari – 30 de maio de 1.948.
Chico Landi desembarcou na Itália para correr com a mesma Maserati que
correu no ano anterior com a qual foi muito bem pois estava em terceiro quando
abandonou por problemas de carburação. Entretanto uma mudança no regulamento
protagonizada pela retirada da Alfa Romeo da prova, em virtude de sua imensa
disparidade para os demais carros, mudança da qual Chico Landi só veio tomar
conhecimento quando já em território italiano, inviabilizou a inscrição da
Maserati. Então Chico fez um treino de BMW mas logo viu que não teria chances
e, quando já cogitava desistir da prova conseguiu alugar a Ferrari quase que de
última hora.
No "ferro velho" que queriam que ele corresse!
Chico foi o único estrangeiro no grid, sendo todos os demais italianos,
entre eles Bonetto, o então campeão, além de pilotos que vieram a tonar-se
lendas como Nuvolari, Ascari, Farina, Villoresi e Varzi, este último que foi o
vencedor desta mesma prova no ano anterior, com 50 voltas totalizando 275 km.
Já esta segunda edição do GP de Bari teve o percurso total aumentado para 60
voltas, totalizando 320 km.
Dada a bandeirada inicial, Bonetto assumiu a ponta logo na largada e
Ascari com problemas foi para o box, na segunda volta Ascari passa Taruffi e
Farina assumindo o segundo lugar. Ainda na segunda volta, Nuvolari passou mal e
entregou o carro para Cortese. Na terceira volta Chico Landi surgiu em terceiro
lugar por conta da batida de Farina e na quarta volta pulou pra segundo.
A ultrapassagem na qual Chico Landi assumiu a liderança ocorreu a dez
voltas do final da prova quando ele entrou por dentro numa curva passando
Bonetto que acabou tocando com a roda dianteira de sua Cisitalia na roda
traseira da Ferrari de Chico. Bonetto acabou capotando e sendo atirado para
fora do carro, vindo a ficar desacordado por alguns momentos. Foi levado por
espectadores para atendimento, mas assim que acordou voltou ao local do
acidente e, com ajuda, destombou o Cisitalia e voltou à prova, conquistando um
honroso segundo lugar a apenas 3 minutos de Chico Landi que completou os 320 Km
da prova em 2h57min17s e 3/5. Varzi foi o terceiro a 3 voltas do primeiro
colocado.
A organização do GP não dispunha do Hino Nacional Brasileiro e improvisou
“O Guarani” para a cerimônia de premiação. O prêmio foi estabelecido em 1
milhão de liras para o primeiro, 500 mil liras para o segundo, 300 mil para o
terceiro, 200 mil para o quarto, 150 mil para o quinto, 100 mil para o sexto e
75 mil para o sétimo colocado.
Pela grande perícia ao volante e por demonstrar uma pilotagem que
levava em conta poupar o equipamento, o Comendador Enzo Ferrari demonstrou
interesse, mas não se entendeu com Chico Landi para uma parceria futura por
causa da cor do carro, pois Landi não abria mão da pintura verde e amarela.
Podemos afirmar sem dúvida que esta vitória abriu as portas do
automobilismo internacional aos pilotos brasileiros e deve portanto ser passada
às próximas gerações como o grande marco zero para os pilotos brasileiros no
automobilismo internacional.
Um abração!
Toni Almeida
Rui, muito obrigado pela oportunidade e pelo espaço. Nascemos muitos anos depois, de modo que esta é mais uma História que vivemos sim, mas a vivemos por termos "viajado" no tempo após muita leitura, pesquisa, surpresa e por que não dizer, encantamento. Na verdade o grande autor dessa História é o nosso querido Chico Landi. Grande abraço.
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