quarta-feira, 29 de março de 2017

Magrão por Caranguejo.



Quando a Fórmula Super Vê tornou-se uma categoria interessante, era natural que a gente optasse por este ou aquele piloto. Eu, aqui das coxilhas, via o paulista Ingo Hoffmann como a grande força da categoria, além do Chico Lameirão, do Ricardo Mansur e do Benjamin Rangel. Mas claro, acabei torcendo pelo brasiliense sacana do carro #12. Havia também um Magrão bom de braço, vindo da querida Divisão 3. 
Por volta de 1976, Piquet dominando o campeonato brasileiro, com destino à Europa para novas conquistas, para quem torcer na então FVW1600? 
A lógica nos fez escolher o "Magrão" Alfredo Guaraná Menezes. Guaraná logo torou-se o substituto de Piquet na Equipe Gledson, fundada por Benjamin Rangel, vencendo magistralmente dois campeonatos brasileiros e participando das 24 Horas de Le Mans em 1978, num trio com Paulo Go-
mes e Marinho Amaral, obtendo uma belíssima sétima colocação, com o Porsche 935.
Perguntávamos na época: o que este homem ainda faz no Brasil? Seu lugar é no exterior, tentando vôos maiores, brilhando ao lado de Piquet. Entretanto, não podemos manipular as vidas das pessoas, mesmo as que admiramos. Nosso Magrão por aqui ficou. Venceu o campeonato brasileiro de F2-BR e os Mil Quilômetros de Brasília em 1982, com Aldo Pugliese e Paulo Valiengo. Atuou como chefe de equipe, ensinou a outros, como Helio Castro Neves, o tricampeão de Indianápolis, a sua arte de pilotagem. 
Realizou feitos importantes, escreveu seu nome entre os maiores do automobilismo e então nos deixou. 
Porém, sabemos que pessoas com essa dimensão, não desaparecem. Tem o dom de estarem sempre presentes, de correrem cada melhor. Pessoas que são...inesquecíveis, como Tazio Giorgio Nuvolari, Juan Manuel Fangio, Jim Clark, José Carlos Pace...e Alfredo Guaraná Menezes. Homens diferenciados. 
A eles, que tantas alegrias proporcionaram, nosso tributo. E ao grande Guaraná, que agora está entre eles, o nosso muito obrigado.

Caranguejo

2 comentários:

  1. O que me chamava atenção no Magrão era seu olhar circunspecto de quem apesar de saber de tudo na arte de pilotar se permitia a entender o que outros estavam fazendo.
    Nunca vi o Magrão se vangloriar dos seus feitos e sim se calar diante dos arroubos dos pretensos espertos. Nunca fui proximo a ele, mas o respeitava como ser humano e piloto dos melhores.

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Rui Amaral Jr