Interlagos, Orlando, Duran, Conde - Luiz Henrique Pankowski - Fernando Fagundes e lá atrás meu filho Francisco e eu.
É muito difícil para alguém que é apaixonado pelo automobilismo esquecer a primeira vez em que entra em uma pista.
Jamais vou esquecer a primeira vez, foi em Interlagos e tinha 8 anos. O ambiente dos boxes, aquele cheiro inesquecível, mistura de óleo, gasolina, pneus e tantos outros, que até hoje está impregnado em meus pensamentos e até hoje me acompanha cada vez que entro em um Box.
Na época os boxes no Café eram precários, a pista de nosso Templo cercada de mato e com o asfalto cheio de rachaduras e buracos. Mas estava ao lado de pilotos que conhecia e alguns ícones de nosso automobilismo, Chico, Ciro, Celso...
Lembro de um acidente na curva Três, na época chamado de Bacião, saí dos boxes e desci só, atravessar a Junção com o mato alto deu medo, e depois ver o acidentado, me parece que era um mecânico que tinha ido dar umas voltas não lembro se com uma Ferrari ou Maserati, sendo levado numa maca até a ambulância.
O 550, vejam não sou eu no carro, deve ser ou o meu irmão ou seu companheiro Luciano Mioso tentando pegar mão do carro tendo ao seu lado José Gimenez Lopez o antigo proprietário
Mais tarde, ou em outro dia, a volta na pista, ah! Sentado ao lado de meu irmão naquele Porsche 550 Spyder, carro que tinha história, pilotado que foi por Chico Landi, Christian Heins...lembro o vento batendo em meu rosto no Retão, sem saber direito para onde olhar observava tudo!
Depois voltei várias vezes à Interlagos, sempre que alguém pudesse me levar, lembro dos 500 KM de 1963 e o acidente do Celso, estava do outro lado dos boxes, e ainda sinto a sensação e o frenesi de toda vez que acontece um acidente numa pista. O gosto amargo na boca, a sensação indescritível, que infelizmente sentimos a cada tragédia que presenciamos, digo nós pois tenho certeza que cada um de vocês já sentiu o mesmo.
Masssss a paixão fala mais alto, e lá estava eu, lá pelos meus 14 anos, para ver o Camilo/Celidonio vencerem as MM de 66. Nas muitas corridas que assisti vi Carlos Pace tocar de forma magistral aquele VW azul da Dacon, os Abarth-Simca de Ciro, Jaime, este amigo de infância de meu irmão, Toco, grande figura, Luis Pereira Bueno, Zambello, Gancia...
O começo.
1971, aos 18 anos era chegada a hora de estrear, a pista o meu querido Interlagos, e lembro de muitas coisas, várias já contei aqui. O primeiro dia de treino, a primeira entrada na pista, aqui um parênteses; o Jr Lara conta que a largura de Interlagos o impressionou, eu, talvez por estar pilotando uma grande barca não tenha me impressionado tanto. As primeiras voltas, o ronco do V8, os pneus cantando, e aquele cheiro novamente, tentava me achar nas freadas, tomadas e tangencia e saída das curvas, conhecer pessoalmente aquela pista que tantos e tantos grandes ases vira nela pilotarem. A volta com meu chefe, Carlos Mauro Fagundes, ao lado, seu conselho para que eu parasse de telegrafar. Telegrafar, tirar e acelerar no meio da curva, fazendo a traseira se desgarrar. A primeira rodada, na entrada da Junção, quando fiquei atolado ao lado da pista que estava em reforma.
Um mês ou dois depois a alegria de pilotar o meu primeiro D3, carro com que fiz 5 corridas até o final do ano.
1978/79
No box do Ferraz.
MM empurrando o carro, Adolfo no comando, Ricardo empurra, eu de camisa vermelha e Zé Fercolin.
Zé Rossi e Zé Fercolin, eu lá atrás de vermelho converso com João Lindau.
Claudinho - Carignato - ajuda Adolfo a sair e Ricardo espera para entrar.
É isso aí...gosto demais, sempre acompanhei de perto, assisti e participei de grandes corridas, hoje quando escrevo é como se na mureta de um Box qualquer, em um autódromo qualquer, estivesse conversando com cada um de vocês.
Sei que certas vezes o que escrevo é um pouco confuso, oras, não sou um escritor, apenas um apaixonado, e quando conversamos, naquela mureta à beira de alguma pista, sei que me entendem, afinal a paixão é a mesma!
Rui Amaral Jr
Muito bom Rui, gostei mas tem muita gente velha comigo...ahahah abraços.
ResponderExcluirObrigado vovô!!!!rsrsr
ResponderExcluirUm abração, meu amigo
Grande Rui, pra mim tu já virou "poeta", pois sabe colocar os "nossos" sentimentos no texto, emocionante o teu relato, parabéns!!!
ResponderExcluirBeleza de texto, Rui.
ResponderExcluirGostaria de ter o teu talento para também escrever minhas memórias (não como piloto, mas como paitrocinador...).
Abração.
Obrigado Fabiani e Guima, vcs são parte de tudo!
ResponderExcluirUm abraço
Grande Rui, sempre surpreendendo.
ResponderExcluirMuito bom o texto sobre suas reminiscências dos seus anos dourados.
E como diz o ditado, "a primeira vez a gente jamais esquece".
Abs,
Valeu Fernandão, gosto daquela foto em que estamos no Templo!
ResponderExcluirUm abraço