Após a prova noturna no final de 92 tínhamos decidido (eu e meu pai) a desistirmos da brincadeira. O dinheiro havia minguado, o patrocínio desistido e a aposentadoria - precoce, aos 22 anos - havia chegado. Durante todo o ano de 93 tentamos vender o Gol sem sucesso, quando no início de 94 o Waldemar dos Santos, "Dema", piloto e preparador viu um anúncio que havíamos colocado na revista "Oficina Mecânica" e procurou-nos com uma oferta: ao invés de me pagar pelo carro, eu correria 5 provas no campeonato paulista de Força Livre, categoria até 1.600, sem custo nenhum, apenas minha inscrição e no final das 5 provas o carro seria dele. Parecia loucura, mas na época foi o único jeito de matar um pouco mais a vontade de acelerar e livrar-nos do veículo "encalhado".
A categoria na época contava com Gols, Voyages, Escorts e Fuscas, na maioria das vezes carros de categorias extintas pela FASP, formando um grid médio de 10 a 12 carros. Resumindo, pouco profissionalismo e muita diversão. Foi neste clima que corri a 1ª prova e cheguei em 2º e logo na 2ª etapa venci, após uma disputa acirrada com o Escort do Wanderlei Campos e o fusca do Antonio Couto . Dividimos o "Bico de Pato" eles bateram e segui tranquilo para minha primeira (e única) vitória com carros de corrida. Apesar da pouca expressão do campeonato fiquei muito feliz e fui para casa todo orgulhoso com o troféu de 1º lugar.
Durante o campeonato cheguei mais duas vezes em 3º, uma em 2º e uma em 5º lugar, ficando com o vice-campeonato, atrás do Antonio Couto que na metade do campeonato trocou o fusca por um protótipo Aldee (o regulamento permitia), tornando a disputa desigual. Mas nem tudo foram flores, na penúltima etapa decidi correr com um Voyage de outra equipe na tentativa de bater o Aldee e o resultado foi desastroso: logo após a largada, no "S" do Senna fui tocado por outro Voyage, do Cristian Casal del Rey atravessei e fui atingido por vários carros que vinham atrás. Resultado: carro destruído, ausência em uma das provas por falta de grana, pontos preciosos perdidos e adeus campeonato. De qualquer maneira o saldo foi positivo e me despedi das pistas com um vice-campeonato, meu melhor resultado desde que havia começado em 1990."
Post original de 2 de Março de 2010
Muito bom,
ResponderExcluirÉ Fabiano, nem tudo são flores nos caminhos de nossa vida, porém o mais importante é que voce esteve lá, e nos momentos em que lá esteve, comportou-se muito bem, realizando com garra, o seu grande sonho de pilotar um carro de corrida.
Parabéns ao paizão Sr. Guima, pelo sempre presente incentivo e apoio ao filhão.
Um grande abraço
Valeu pela lembrança Rui. E pensar que já se vão 18 anos...
ResponderExcluirAbraço,
Fabiano.
Grande Rui, é bom ver como o automobilismo sempre rende grandes histórias, seja ele altamente profissional ou mesmo "feito em casa" que legal e parabéns ao Fabiano e ao Seu Guima!!!
ResponderExcluirAmigos Fernando e Fabiani, muito obrigado.
ResponderExcluirApesar do esquema "caseiro", como bem ressalta o Fabiani, passamos momentos indescritíveis e muito gratificantes na relação pai-filho, entremeados por alguns problemas e decepções naturais do esporte a motor (com preparadores e "certos" adversários). Mas o saldo foi altamente positivo, sob todos os aspectos.
Esclarecimento: emm virtude da "panca" no Voyage, deixamos de participar da prova seguinte - tivemos que trocar a mini-frente do carro, que, obviamente, nunca mais voltou a apresentar o mesmo desempenho...
Agradeço, também, a amigo Rui pelo post. Valeu!
Mas o que valeu foi estar lá, com muita luta e muita diversão também.
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